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Consumidores portugueses preocupados com “branqueamento ecológico”
O 3.º Relatório Global de Consumo MARCO 2024 revela que Portugal é dos países onde os consumidores mais suspeitam que as empresas estão a utilizar as suas credenciais de sustentabilidade como instrumentos de marketing.
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90% dos portugueses inquiridos para o 3.º Relatório Global de Consumo MARCO 2024, promovido pela MARCO em parceria com a Cint, empresa de pesquisa tecnológica, acreditam que muitas empresas afirmam ser sustentáveis apenas para fins promocionais.
O estudo, baseado num inquérito efetuado a uma amostra total de 7.300 pessoas, de 11 países (Brasil, França, Alemanha, Itália, México, Marrocos, Portugal, África do Sul, Espanha, Reino Unido e EUA), entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, aborda a sustentabilidade como um fator que se tornou decisivo no comportamento dos consumidores e lealdade às marcas nos últimos anos.
O relatório revela que uma grande maioria dos consumidores a nível global (81%) suspeita que as empresas estão a utilizar as suas credenciais de sustentabilidade como instrumentos de marketing, em vez de demonstrarem um compromisso genuíno com a responsabilidade ambiental e social. Portugal é o país onde este valor é o mais elevado, com os já referidos 90% dos inquiridos, seguido pela África do Sul com 86% e o México com 85%, o que evidencia uma forte preocupação com o “branqueamento ecológico”.
Apesar do aumento do ceticismo, o relatório revela também que os consumidores estão cada vez mais motivados a fazer escolhas sustentáveis no dia a dia. Por exemplo, 44% dos portugueses assume que consideraria deixar de andar de avião por questões de consciência ambiental, um valor que contrasta com a média global de 53%.
“Estas conclusões sublinham a importância da transparência e da responsabilidade nas iniciativas de sustentabilidade das empresas. À medida que os consumidores se tornam mais exigentes e esperam provas de um compromisso genuíno, as empresas devem navegar cuidadosamente neste novo cenário. Uma comunicação eficaz e ações tangíveis são mais cruciais do que nunca para criar e manter a confiança dos consumidores”, refere Diana Castilho, Head of Portugal da MARCO.
Já Emmanuelle Jacquety, Head of Sustainability Communications da MARCO, admite que “o crescente ceticismo dos consumidores em relação às credenciais de sustentabilidade das empresas é um sinal de alerta para as empresas de todo o mundo. Já não é suficiente promover simplesmente a sustentabilidade. As empresas devem demonstrar um impacto real e mensurável. A transparência, a responsabilidade e um compromisso real com a sustentabilidade são fundamentais para recuperar a confiança dos consumidores. As empresas que não satisfaçam estas expectativas arriscam-se não só a perder a credibilidade e a lealdade dos clientes, mas também a incorrer em sanções devido à futura regulamentação da UE”.