“A Europa tornou-se um destino perigoso” diz o secretário-geral da OMT
O secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, declarou que a situação na Europa pode “tornar-se mais grave e muito mais difícil” do que com a Covid, referindo à guerra na Ucrânia, país que “está no coração da Europa”, e o seu impacto no setor do turismo.
Carolina Morgado
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Em entrevista ao “El Confidencial”, Pololikashvili disse mesmo que a Europa se tornou um destino “perigoso”, e acredita que a guerra afetará seriamente o turismo. “As pessoas têm medo de deixar seu país porque não sabem quando é que as ligações serão fechadas, e se poderão voltar para casa, mais ou menos o mesmo que aconteceu durante a Covid, em que as pessoas não queriam viajar porque não sabiam como a viagem terminaria. A cada dia a situação mudava. Agora estamos na mesma situação. Assim, é muito difícil dizer como vemos o futuro do turismo”, apontou.
“Vimos como o turismo recuperou primeiro na Europa, porque embora a região tivesse algumas restrições, com a sua infraestrutura de saúde e a sua infraestrutura em geral, teve a oportunidade de relançar as primeiras viagens, e vimos, em números, que o turismo estava se retomar. Mas agora tornou-se um destino perigoso, porque a Ucrânia está no coração da Europa. Os turistas agora não procuram aventuras, querem lugares para descansar, mas seguros. Além disso, não devemos esquecer que entre 5 e 7% dos turistas na Europa são russos, e isso vai mudar muito”, realçou o secretário-geral da OMT
Zurab Pololikashvili prevê que a guerra afetará “primeiro a mobilidade e depois a mentalidade”, e acrescentou que “quando me perguntaram durante a Covid como via o futuro, dizia que era impossível prever o que iria acontecer amanhã. Agora é muito mais complicado, porque ninguém sabe o que vai acontecer com esta situação. Pode ficar mais grave e muito mais difícil”.