Controladores aéreos pedem novo sistema de gestão de tráfego para cumprir objectivo de movimentos
Sem um novo sistema ATM, os controladores alertam para a impossibilidade de se cumprir o objectivo de 72 movimentos por hora.
Inês de Matos
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O presidente do Sindicato dos Controladores de Tráfego Aéreo (SINCTA), Carlos Valdrez, pediu esta terça-feira, 17 de Outubro, uma maior celeridade no processo que visa a implementação de um novo software de gestão de tráfego aéreo, sem o qual não será possível cumprir o objectivo de 72 movimentos por hora previstos para Lisboa, depois da entrada em funcionamento do terminal do Montijo, em 2022.
“Um dos desafios fundamentais é exactamente a necessidade de um sistema de gestão de tráfego aéreo. Nos últimos quatro anos, observamos um crescimento de tráfego na ordem dos 39% e este crescimento tem criado uma pressão enorme em termos de sistema e tem deixado o sistema no limite. Neste momento, o sistema da NAV Portugal está, de facto, no limite”, afirmou o responsável, num encontro com jornalistas.
Carlos Valdrez revelou mesmo que, nos últimos meses, o esgotamento do sistema levou já a “algumas falhas técnicas significativas”, que têm resultado em atrasos, mas que, segundo o responsável, podem pôr em causa também a segurança dos voos.
“Este ano já assistimos a quatro falhas técnicas, que têm resultado em atrasos. A segurança não tem sido, até agora, colocada em causa, no entanto, os atrasos verificados nestes dias, reflectem claramente a dificuldade por que estamos a passar”, afirmou o presidente do SINCTA.
Carlos Valdrez considera que esta situação “não é aceitável” e diz que se deveu “ao enorme volume de planos de voo que estavam no sistema”, o que “significa claramente que o sistema está no limite”.
O presidente do SINCTA revelou que a situação de esgotamento do sistema foi já comunicada à Secretaria de Estado das Infra-estruturas e à Secretaria de Estado do Tesouro, que terão pedido um parecer à Procuradoria Geral da República, o qual terá sido positivo, pelo que o SINCTA espera que, até ao final de Outubro, exista luz verde para a adesão ao consórcio COOPANS, o que vai ditar a adesão a um novo software.
“É espectável que se conseguirmos aderir a esse consórcio ainda em 2017, tenhamos o software novo, chamado TopSkies, em 2021. Basicamente, se em 2017 não houve uma decisão, isto vai arrastar-se sucessivamente e a implementação vai ser atrasada”, acrescentou Rui Marçal, vice-presidente do SINCTA, explicando que se a decisão não for tomada ainda este ano, o processo deverá sofrer um atraso de pelo menos oito meses.
Rui Marçal explicou que o aeroporto de Lisboa realiza, actualmente, uma média de 38 movimentos por hora, estando prevista uma subida para 72 movimentos depois da entrada em funcionamento do terminal do Montijo, que vai funcionar como complemento ao aeroporto da capital, objectivo que, segundo o responsável, só será passível de atingir com o novo sistema, tendo em conta o esgotamento do actual.
“Nós, hoje em dia, fazemos uma média de 38 movimentos em Lisboa, vamos passar para 72, para ser ter ideia da pressão de que estamos a falar”, disse o responsável, frisando que só com o novo sistema “será possível atingir o que é proposto pelo sistema aeroportuário em 2022”.
Recorde-se que a alternativa do Montijo deverá entrar em funcionamento em 2022, segundo previsões do Governo, e deverá receber 24 movimentos por hora, aos quais se juntam 46 movimentos em Lisboa e mais dois em Cascais, num total de 72 movimentos por hora.