Turismo Residencial pode ser “o petróleo de Portugal”
Afirma Diogo Gaspar Ferreira, presidente da Associação Portuguesa de Resorts, no âmbito da 1ª Conferência Nacional de Turismo Residencial.
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Diogo Gaspar Ferreira, presidente da Associação Portuguesa de Resorts, afirmou esta quarta-feira que o Turismo Residencial poderá ser “o petróleo de Portugal”. No entanto, para isso, é necessário divulgar este produto de forma intensiva a nível internacional.
O responsável, que falava à margem da 1ª Conferência Nacional de Turismo Residencial, que decorreu na Pousada de Cascais, defende que “este é um dos sectores que tem um aspecto mais viciante no gasto. Enquanto Turismo Residencial, o turista compra e tem um gasto obrigatório e consecutivo. Isso traz-nos uma riqueza que não é classificável em números”.
“As principais cidades europeias, como é o caso de Londres ou Paris, vivem sobretudo do investimento estrangeiro. O crescimento imobiliário das principais cidades europeias não foi feito nos últimos 20 anos à custa dos locais, mas sim dos estrangeiros”, acrescenta o presidente da associação.
Fazendo referência ao ‘Grau de Informação Estatística Disponível para o Turismo’, ranking onde Portugal ocupa a 72ª posição, Diogo Gaspar Ferreira alertou para a necessidade de rever esta posição e divulgarmos os nossos recursos no estrangeiro.
“Não é possível para um País como o nosso, que tem como uma das suas principais actividades o Turismo, estarmos nesta posição, porque esta posição diz tudo. Diz que nós não sabemos o que se passa à nossa volta, não comunicamos e não recebemos informação dos outros, enfim, estamos mais ou menos numa sala às escuras. Estamos a tentar jogar com o que nós aqui dentro pensamos ser o mundo exterior”, referiu.
Para salientar a importância desta medida, o responsável fez referência ao Ministério de Economia de Espanha, país que ocupa neste ranking o 3º lugar, onde existe um departamento que se dedica exclusivamente a “saber exactamente quantas casas são vendidas a estrangeiros. Porquê? Porque sabem qual é o impacto real.”
Para o presidente da APR, “quanto mais conseguirmos perceber estes números, mais vamos chegar à conclusão que o Turismo Residencial e tudo o que vem atrás é o petróleo de Portugal. É algo que nós temos que os outros não têm, porque não têm o nosso nível, não têm a nossa simpatia.”
Desde 2008 até ao ano passado, as vendas do Turismo Residencial baixaram para mais de 90%, disse o responsável durante o encontro, ressalvando que um sector com estes resultados “é um sector falido, completamente descapitalizado e sem poder económico para poder fazer campanhas.”
Para Diogo Ferreira, o Governo já fez a sua parte no que diz respeito à legislação: “Temos regimes fiscais extraordinários. O que o Governo aplicou, defendeu e pôs em prática, trouxe-nos uma eficácia enorme e, se nós conseguirmos aproveitar e divulgar isso”, será uma mais-valia para o País. “Nós achamos que lá fora já sabem, mas não sabem.”
O que é necessário agora é “juntar agentes e fazer campanhas mais intensas nomeadamente junto dos bancos, que possuem uma carteira de milhares de casas”, acrescenta.
Em relação à venda do imobiliário avulso, isto é, fora do sector do turismo, o presidente da Associação defende que “devemos encontrar uma forma de compatibilizar as milhares de agências que gostavam de se promover lá fora em revendas e encontrar uma forma equilibrada de unir esforços.”
Já em relação aos ‘vistos gold’, temática que tem sido criticada, Diogo Ferreira pergunta: “Porque é que nós temos a mania de matar as galinhas dos ovos de ouro? Estão preocupados com 1500 pessoas que compraram um visto num total de 10 mil compras e num total de milhões de chegadas de pessoas? Estamos a falar daquilo que não sabemos”.
O responsável concluiu a conferência referindo que é necessário divulgar o nosso País lá fora, “não só do ponto de vista turístico, como estamos a fazer, mas também do ponto de vista de vantagens fiscais.”