Air France em joint venture com Alitalia para Portugal
A Air France, detentora de 25% da Alitalia, vai desenvolver uma parceria comercial com a companhia italiana para o mercado português. Até agora a parceria restringia-se apenas a voos entre Itália e França.

Susana Leitão
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A Air France, detentora de 25% da Alitalia, vai desenvolver uma parceria comercial com a companhia italiana para o mercado português. Até agora a parceria restringia-se apenas a voos entre Itália e França. “Vamos passar a representar em Portugal os interesses da Alitália. Temos 25% do capital da companhia, estamos a desenvolver uma joint venture em relação ao que são as rotas entre Itália e França e pensamos desenvolver o negócio também em Portugal apesar de nesta fase estarmos ainda a delinear o projecto e o plano de negócios”, adiantou ao Publituris Fernando Bessa. O director-geral do grupo Air France-KLM em Portugal explicou que o projecto está “neste momento em fase de desenvolvimento daquilo que são as parcerias comerciais, portanto podemos estar a falar de representação, da área das compras, da área de apoio nos aeroportos e, em última análise, de redução de custos e optimização de recursos de ambas as companhias nas mais diversas áreas. Não só no contexto da parceria como no contexto da Skyteam. Este é o nosso objectivo durante o próximo ano”. Para já, o resultado da parceria será a abertura de uma nova rota, em Maio, entre Paris e Bari.
Apesar dos resultados do ano fiscal só saírem em Maio, Fernando Bessa está optimista. “O ano de 2009 foi complicado para todos mas face à crise económica mundial correu melhor do que esperávamos. No último trimestre a receita líquida melhorou em cerca de 42%”, avançou. Sobre o mercado português, o responsável frisa que a companhia manteve a quota de mercado apesar das dificuldades: “Vemos que a procura está a aumentar. Conseguimos manter a quota de mercado mas com muito trabalho e invenção. Pensamos que estamos a chegar ao momento em que vamos ter não só uma subida da quota do mercado como também das próprias receitas. Esperamos para o ano de 2010/11 um crescimento na ordem dos 5% apesar do budget não estar ainda fechado”.
O mercado português já mostra sinais de retoma: “Posso dizer que em Abril/Março conseguimos manter o share no entanto ainda com perda de receitas. Provavelmente chegaremos ao final do ano fiscal com menos 8% do que nos tínhamos proposto mas apesar de tudo mantivemos o share e em alguns meses conseguimos mesmo subir – em Janeiro mantivemos e em Fevereiro aumentámos 3,18%. Os indicadores que temos até Junho são positivos. Estamos no bom caminho”. No que respeitas a vendas, as agências de viagem desempenham um papel “muitíssimo importante” no mercado português, já que representam 85% das vendas: “Vendemos directamente ao público através do nosso site e do balcão no aeroporto mas as agências de viagens são os nossos grandes distribuidores”, frisa o director-geral.
RACIONALIZAÇÃO DE CUSTOS E RECURSOS
Por outro lado, salvaguarda, o decréscimo de custos tem vindo a melhorar o resultado final. “Pensamos que esta recuperação se vai manter até finais de Março. Há uma tendência crescente. Segundo as estimativas estamos dentro do equilíbrio operacional (para 2010/2011) desde que retiremos os compromissos com o hedging”, acrescenta ainda.
Numa tentativa de melhorar o seu produto e ao mesmo tempo racionalizar custos a Air France reduziu em 4% a oferta nas rotas de médio curso e aumentou em 0,8% as de longo curso. “Tem havido algumas rotas de alta densidade em que reduzimos alguns voos”, confirma Fernando Bessa. A estratégia para o Verão é simples, melhorar os serviços premium. “Para a oferta europeia fizemos uma reflexão e concluímos que todos os consumidores em geral têm uma ideia muito clara do que querem que seja a Air France. Perante isso, abandonamos qualquer ideia de pagamento por serviços. A Air France tem de ter tudo incluído”, explicou.
Já a redução da oferta é explicada pela introdução de duas novas classes nos aviões, à excepção do novo A380. “Adicionámos as classes Premium Voyageur que retiram capacidade aos voos. Estas são destinadas aos passageiros mais conscientes quanto aos preços mas que pretendem mais conforto que na classe económica e aos que querem a sua privacidade e todo o conforto. Estas alterações retiram capacidade aos voos” lembra.
NOVAS CABINES E FLEXIBILIDADE
“Na parte de trás da cortina, a que chamamos de Voyageur, a grelha tarifária reduziu, e vai permitir alterar as reservas por 50 euros. Vamos alterar também a política de bagagens. Actualmente permitimos 20 quilos, vamos passar a permitir 23, para toda a parte de trás da cabine. Na parte da frente do avião, nas classes premium, vão ser permitidas duas a três malas por passageiro”, anunciou. Quanto à reestruturação dos aviões da Air France, Fernando Bessa explica a introdução de novas classes: A parte da frente da cabine vai ter os lugares Premium, com duas componentes, em que o princípio base é tudo ser flexível. Quanto às tarifas, a companhia vai baixar em cerca de 20% em relação à cabine intermédia anterior. Estas alterações são direccionadas a dois públicos alvo: os que pretendem flexibilidade – lugares Premium Voyageur-, e os que querem privacidade e conforto máximo – lugares Premium Affairs. “Pensámos desta forma resolver o problema de custos já que racionalizamos toda a oferta que temos na rede de médio curso e ao mesmo tempo mantivemos um serviço adequado para aquilo que são os passageiros que não pretendem pagar muito mais mas que têm a ideia do que é viajar na Air France e os passageiros da business de médio e longo curso que pretendem um serviço diferente, mais exclusivo”, frisou o responsável. Até ao final do Verão toda a frota da Air France, à excepção do ovo A380, estará equipada com as novas cabines.
A compra do novo gigante (A380) faz parte da política de sustentabilidade e redução de custos da empresa francesa. Exemplos disso são os voos para Joanesburgo. “Tínhamos dois voos (de Paris) por dia com horários muito semelhantes. O que fizemos foi reduzir a operação a um único voo utilizando o A380, permitindo-nos assim uma redução nos custos unitários e de combustível”, enuncia o director.
O próximo A380 chega em Abril e vai operar em Tóquio vai para a linha de Tóquio.
KLM
Regressa a Bali e mantém Europa
A KLM, cujo conceito é ligeiramente diferente, não fez modificações ao que é o produto europeu, pois visto já o tinha feito há uns anos. “Tem apenas duas classes”, explica Fernando Bessa. A parte holandesa do grupo vai aumentar em 2% a capacidade para a Ásia e para o Médio Oriente. A grande novidade é o regresso a Bali. “É uma extensão do voo de Singapura, quatro vezes por semana, e que tem muita procura no mercado português”, explicou Fernando Bessa, director-geral do grupo Air France/KLM em Portugal.