Cimeira da ECTAA 2025 apela à necessidade de uma regulamentação europeia única
A proteção de viagens em negócios B2B e B2C apresenta vários desafios para as agências, que foram apresentados e analisados por profissionais do setor durante o Travel Protection Summit promovido em Bruxelas pela Associação Europeia de Agências de Viagens e Operadores Turísticos (ECTAA).
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O evento reuniu mais de 140 profissionais da indústria de viagens, especialistas financeiros, legisladores, tecnologia e fornecedores para analisar como enfrentar os desafios crescentes na proteção de viagens, incluindo segurança de pagamento, regulamentação, conformidade e complexidades de seguros.
Eric Drésin, secretário-geral da ECTAA, abriu a cimeira sublinhando a necessidade urgente de as empresas reforçarem as suas estratégias de gestão de risco num ambiente regulamentar e financeiro cada vez mais complexo, alertando-as para prepararam o terreno para discussões aprofundadas sobre como a indústria de viagens pode fortalecer a segurança financeira, conformidade e proteção do consumidor, mantendo ao mesmo tempo a competitividade.
Um ponto alto do evento foi uma mensagem especial do Comissário da UE, Apostolos Tzitzikostas, que enfatizou que a resiliência e a competitividade no setor das viagens e do turismo da UE devem andar de mãos dadas com uma melhoria proteção de passageiros e viajantes. A sua intervenção reforçou a importância de equilibrar o crescimento da indústria com salvaguardas mais fortes para empresas e consumidores.
A proteção de pagamentos emergiu como um tema central, com contribuições de especialistas lançando luz sobre o modelo quadripartido (titular do cartão, emissor, adquirente e comerciante) e o seu papel crítico na gestão de riscos financeiros. Neste ambiente altamente complexo, as discussões examinaram as diferenças entre os modelos de agência e de comerciante, destacando as vantagens dos cartões virtuais para aumentar a segurança e a eficiência dos pagamentos de viagens B2B. Contudo, também foi reconhecido que ainda há um trabalho significativo a ser feito na educação da indústria de viagens sobre riscos de pagamento e proteção.
Referiram-se à diretiva sobre viagens organizadas , atualmente em análise por Bruxelas, que explica a utilidade de as companhias aéreas poderem estar seguradas contra a falência e, assim, poderem responder aos clientes.
No entanto, um dos maiores desafios para os agentes em termos de proteção de viagem levantados durante o debate foi o impacto para ambas as partes se o cliente não estiver na Europa, mas noutro país onde o sistema legal é diferente.
Neste caso, algumas partes interessadas concordaram que há uma parte do turismo que não é protegida pela diretiva sobre viagens organizadas, uma vez que os viajantes, especialmente os mais jovens, tendem a escolher as soluções mais baratas.
Para além da segurança dos pagamentos, a cimeira explorou o impacto da legislação da UE e das decisões recentes do Tribunal da Justiça da União Europeia sobre como as empresas devem adaptar os seus mecanismos de proteção. Os palestrantes destacaram como as mudanças na regulamentação estão a obrigar as empresas a reavaliarem as suas estratégias de gestão de risco, especialmente nos países fragmentados.
No encerramento da cimeira, o vice-presidente da ECTAA, Heli Mäki-Fränti, resumiu as principais conclusões, enfatizando a importância da colaboração contínua entre agentes de viagens, operadores turísticos, instituições financeiras e reguladores. Também anunciou que a Cimeira de Distribuição de Viagens da ECTAA, marcada para 10 e 11 de fevereiro de 2026, em Bruxelas, dará continuidade ao diálogo da indústria sobre o futuro da distribuição de viagens, inovação e regulamentação.