Turismo na Europa acima dos níveis de 2019, embora penalizado pelo longo-curso, diz ETC
De acordo com os dados divulgados pela European Travel Commission (ETC), as chegadas de turistas internacionais à Europa ultrapassaram os números de 2019 e 2023 no quarto trimestre de 2024. A recuperação do longo-curso continua, contudo, mais demorada, muito devido à região da Ásia-Pacífico. Já os EUA ultrapassaram os números de 2019 em 22 dos 27 destinos da UE.
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Victor Jorge
Os dados mais recentes divulgados pela European Travel Commission (ETC), com base nos meses de novembro e dezembro, dão conta que de um crescimento de 6,3% nas chegadas internacionais à Europa, em 2024, face a 2019 e de um aumento de 6,7% relativamente a 2023. Já as dormidas registaram uma evolução de 5,9% e 4,8% quando comparado com 2019 e 2023, respetivamente.
Embora o desempenho das viagens se tenha mantido forte, o relatório da ETC indica que os consumidores estão cada vez mais a optar por destinos com uma melhor relação preço-qualidade. Tal facto deve-se segundo a ETC “aos custos mais elevados das viagens, causados pela inflação dos serviços e pelo aumento da procura por viagens”, indicando os dados que, em 2024, os turistas gastaram 7,8% mais em toda a Europa do que em 2023, totalizando 705 mil milhões de euros, com quase três quartos do gasto total na região impulsionados pela Europa Ocidental.
Considerando o último trimestre de 2024, e depois de um verão “muito forte”, os destinos do mediterrânicos e do sul da Europa registaram um abrandamento, realidade que inclui Portugal, Sérvia, Grécia e Montenegro, embora os números se tivessem mantido acima de 2023, indicando, para Portugal, uma evolução de 17,8% face a 2019.
No que diz respeito ao longo curso, em 2024, as expectativas de uma forte recuperação do mercado emissor chinês não se concretizaram. A procura por viagens neste mercado concentrou-se principalmente em deslocações regionais, com menos viagens de longo curso, especialmente para a Europa, tendo ficado ainda 39,6% abaixo dos níveis pré-pandémicos.
Assim, os números referentes às viagens de longo curso para a Europa indicam que 2024 deverá ficar a 5% dos níveis de 2019.
Em contraste, a excelente performance dos EUA contribuiu para a recuperação do número de chegadas internacionais de longo curso na Europa, embora a ETC reconheça que “a incerteza da administração Trump está a aumentar, uma vez que os riscos de inflação podem reduzir o rendimento disponível, diminuindo, potencialmente, as viagens internacionais”.
De qualquer maneira e relativamente ao quarto trimestre de 2024, 22 dos 27 Estados-Membros europeus viram as chegadas provenientes dos EUA aumentarem com destaque para a Turquia (+153%), Portugal (+91%), Lituânia (+67%) e Montenegro (+49%).