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Presidente da APAVT comenta guerra de campanhas de operadores turísticos versus rentabilidade das agências de viagens
O presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, que juntou a imprensa, esta terça-feira, em Lisboa, para apresentar o programa das celebrações do 75º aniversário da Associação, que vai decorrer ao longo de todo o ano de 2025, comentou também a guerra atual entre as sucessivas campanhas que os operadores têm colocado no mercado e a rentabilidade das agências de viagens.
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Carolina Morgado
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Questionado pelo Publituris sobre este assunto, Pedro Costa Ferreira disse que “percebo os comentários, entendo as críticas e percebo perfeitamente a preocupação com a rentabilidade que foi expressa na pergunta e, claro, que apoio o apelo ao diálogo em busca de melhores soluções, mas um líder não pode ir só na onda do fácil, deve encarar as dificuldades e, sobretudo, alertar para elas”.
Pedro Costa Ferreira reforçou que “temos a obrigação de explicar às pessoas que não existem soluções fáceis, nem no campo jurídico nem no mercado. A resolução está na competitividade do negócio. Não estou a minimizar os problemas ou preocupações, mas estou a dizer com coragem que as soluções estão no modo como fazemos o negócio e como somos competitivos”.
Por outro lado, apontou que “sei que é mais fácil dizer o que os outros querem ouvir, mas nesta matéria não posso dizer o que todos querem ouvir porque, a base da arquitetura económica do país é a liberdade económica e o edifício jurídico que está na sua base é quase todo construído em Bruxelas”, para lembrar que “veja-se que estas preocupações com a rentabilidade são exatamente as mesmas que vemos escritas nos jornais espanhóis, ou seja, não é algo que nos pertença a nós”.
Alertou ainda: “que ninguém pense que é na regulação que vai encontrar soluções e muito menos na concertação, primeiro porque a concertação seria, nesta área, muito difícil de se realizar”, defendendo que a solução para estes problemas “está na competitividade das empresas. Há coisas que somos nós em cada empresa que temos de cuidar” para salientar que “quem buscar regulação para resolver problemas de competitividade vem tarde na história”.
Pedro Costa Ferreira reforçou, em declarações ao Publituris que “não desvalorizo o assunto, sei que é um problema específico, acho que deve haver diálogo sobre ele, apenas sei e alerto que quem quiser soluções fáceis não as vai encontrar”, sublinhando que “se é um problema do mercado é-o para mim e para a APAVT, mas sei bem que às vezes as pessoas esperam que haja regulamentação que as proteja e essa já desapareceu há muito tempo”.
Durante o encontro com a imprensa, o presidente da APAVT há havia defendido “o mercado é assim mesmo. O que estamos a assistir é apenas a interação natural do mercado. Fujo sempre de tentar dar passos atrás em algumas alterações profundas nos modelos de negócios, que já não voltarão atrás. Há muitos anos, o modelo de negócios exigia características técnicas, um capital social mínimo, um diretor técnico, etc. Tudo isso foi alterado há décadas e foi substituído pela proteção ao cliente. Estas mudanças visavam dinamizar a concorrência. Portanto, discutir comissões mínimas e outros aspetos é um debate estéril”.
Avançou que “em alguns momentos de aumento da oferta, conta-nos a história que quando há aumento da oferta, vem acompanhados de alguma descida do preço e alguma descida do preço provoca geralmente descida da rentabilidade, mas não nos devemos esquecer que as agências de viagens, em alguns casos, em alguns setores de negócio, estão a perder alguma rentabilidade, mas também estão a crescer e, portanto, as margens brutas provavelmente não estão a ser afetadas, estão a ser afetadas as margens relativas. O que nós conhecemos do estudo de mercado é que o bolo, o resultado líquido do setor está a crescer”. E concluiu que, parece-me bem que haja esse diálogo, mas não me agarraria a conclusões precipitadas. Não é na regulamentação que está a chave do negócio. É na competitividade”.