Países da América do Sul lançam marca turística única. IPDAL aplaude
Com a iniciativa, Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai passarão a trabalhar conjuntamente as rotas turística nos mercados internacionais, mas esperam que outros países da região possam aderir.
Carolina Morgado
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Esta iniciativa que une o Uruguai, Argentina, Brasil, a Bolívia, o Chile e o Paraguai “é muito oportuna e do ponto de vista turístico bastante importante para a região da América do Sul”, declarou ao Publituris o presidente do IPDAL (Instituto para a Promoção da América Latina e Caraíbas).
De acordo com Paulo Neves, “o grande objetivo é que um turista europeu ou asiático que visite a América do Sul fique mais tempo e que visite mais do que um país, o que tem toda a lógica tendo em conta a enorme diversidade que existe nesses destinos e é complementar, ou seja, nada se repete”. Por isso, acrescentou: “tem toda a lógica esta estratégia conjunta desses países que é motivar os turistas europeus ou asiáticos que se deslocam para tão longe visitarem mais do que um país e, assim, no total, ficarão mais tempo na região”.
Entretanto, para o presidente do IPDAL, paralelamente a esta questão, outras também têm de ser agilizadas como é o caso das ligações aéreas. “Por vezes existem algumas dificuldades entre alguns desses países no que toca às ligações aéreas como nas tarifas que, por vezes, são muito altas. Ao contrário do que estamos habituados na Europa, por exemplo, na América do Sul não existem companhias low cost, portanto, as deslocações são sempre muito mais caras”, disse.
Assim, Paulo Neves considera que, para além do compromisso por parte dos diferentes governos de fazer esta promoção conjunta, de quererem mais turistas durante mais tempo na América do Sul, “tem de haver por parte desses governos uma maior facilitação no transporte aéreo entre estes países que se complementam com ofertas de praia, cultural, histórico, gastronómico e natural”.
O responsável anunciou que, no final deste mês, o IPDAL vai receber a ministra do Turismo do Paraguai e, “um dos temas que vamos acompanhar e promover na sua deslocação a Portugal será precisamente esta questão da promoção conjunta dos países da América do Sul”, e também, segundo Paulo Neves, o Instituto para a Promoção da América Latina e Caraíbas “vai querer, no seu espaço na BTL, concedido pela APAVT, vamos ter uma iniciativa para promover esta questão que agora foi decidida implementar”.
“Visit South America”
Refira-se que, com o objetivo de ampliar a presença de Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai nos mercados internacionais, fortalecendo a América do Sul como destino turístico integrado, os governos dos seis países lançaram, durante a FITUR, em Espanha, a marca “Visit South America”.
“Temos trabalhado para atuarmos nos eventos internacionais como um bloco forte e integrado por entendermos que só assim vamos conseguir avançar juntos no campo do turismo, referiu, na ocasião o ministro brasileiro do Turismo, Celso Sabino, para adiantar que a recente inauguração do escritório da Organização Mundial do Turismo para as Américas, no Rio de Janeiro, é mais um fato que deve impulsionar o setor em toda a nossa região”, disse, citado na página oficial do Ministério do Turismo.
Para contribuir com a ação promocional, os países disponibilizaram o site https://visitsouthamerica.travel/ com informações a respeito das cinco rotas que serão trabalhadas inicialmente: Caminho dos Jesuítas (Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai); Rota da Patagônia (Argentina e Chile); Rota da Puna (Argentina, Bolívia e Chile); Rota do Vinho e dos Andes (Argentina, Chile e Uruguai); e Rota da Selva (Brasil, Argentina e Paraguai).
A nova marca procura, de forma integrada, promover e posicionar internacionalmente os destinos destes países, com foco em atrativos naturais, gastronómicos e de hospitalidade.
Refira-se que, recentemente, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, propôs, na cúpula de países sul-americanos promovida pelo Brasil, a criação de uma moeda comum para fins comerciais entre os 12 países da região. A proposta faz parte de uma série de medidas sugeridas pelo presidente para impulsionar a integração regional.
A proposta de Lula não é trocar o real ou as moedas nacionais dos demais países, de uso corrente pela população, mas instituir uma apenas para pagamentos de importações e exportações.