Nova greve em França leva Ryanair a pedir ação ou demissão da Comissão Europeia
A Ryanair volta a insistir que a Comissão Europeia deve tomar “medidas urgentes” para proteger os sobrevoos durante as greves dos controladores aéreos e, caso nada seja feito, pede mesmo a demissão de Ursula von der Leyen.
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A Ryanair voltou esta segunda-feira, 18 de dezembro, a pedir à Comissão Europeia que tome “medidas urgentes” para proteger os sobrevoos durante as greves dos controladores aéreos e dê seguimento à petição apresentada pela companhia aérea nesse sentido, sugerindo que, caso nada seja feito, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deve apresentar a sua demissão.
“Ursula von der Leyen deve pôr fim imediatamente a isto ou responder aos dois milhões de passageiros que ela não conseguiu proteger, oferecendo a sua demissão”, Michael O’Leary, CEO do Grupo Ryanair, citado em comunicado.
Recorde-se que, em maio deste ano, a Ryanair entregou à Comissão Europeia uma petição com mais de dois milhões de assinaturas que pede medidas urgentes para proteger os sobrevoos durante as greves dos controladores aéreos, uma vez que em alguns países, como é o caso de França, os voos que atravessem o território francês, mesmo que não tenham o país como destino, são cancelados sempre que existe uma greve dos controladores aéreos.
A Ryanair lembra que, este ano, já houve 67 dias de greve – que se repete esta segunda-feira, 18 de dezembro, em França -, o que representa 13 vezes mais do que em todo o ano de 2022, o que forçou as companhias aéreas a cancelar “milhares de voos da UE provenientes da Alemanha, Espanha, Itália, Irlanda e Reino Unido”.
A Ryanair considera que esta é uma situação “injusta”, uma vez que França protege os voos domésticos, mas não aplica a mesma medida aos voos internacionais que atravessam o espaço aéreo do país, mesmo que os voos não se destinem a território francês.
“A França (e todos os outros estados da União Europeia) devem proteger os sobrevoos durante greves ATC – Air Traffic Control, como fazem em Espanha, Itália e Grécia, e cancelar voos de/para o Estado afetado”, reivindica a Ryanair.
Por isso, a Ryanair lançou esta petição que já conta com mais de dois milhões de assinaturas e que pede à Comissão Europeia que proteja os sobrevoos, assim como a liberdade de circulação dos cidadãos da União Europeia.
Nesta petição, a Ryanair pede que sejam respeitados os direitos de greve dos sindicatos ATC, mas que haja também a proteção de 100% dos voos que sobrevoam países afetados pela greve e que passe a existir um período de 21 dias de aviso prévio sobre greves do ATC, incluindo um aviso prévio de 72 horas sobre a participação dos controladores aéreos nas greves.
“Continuamos à espera que Ursula von der Leyen tome medidas para proteger a liberdade de circulação dos passageiros da UE, mantendo os céus da UE abertos e protegendo os sobrevoos durante repetidos ataques ATC. É inaceitável que os passageiros enfrentem mais perturbações devido às greves ATC francesas novamente nesta segunda-feira (18 de dezembro), que é o 67º dia de greves ATC apenas em 2023”, acusa Michael O’Leary, citado no comunicado divulgado.
Segundo o responsável, em resultado da greve desta segunda-feira, milhões de passageiros da UE vão ver os seus planos de viagem de Natal afetados, mesmo que não tenham França como destino final.
“Os passageiros da UE estão cansados de sofrer cancelamentos desnecessários de voos durante greves de ATC. A Comissão da UE deve agora agir de acordo com a petição de mais de dois milhões de assinaturas de passageiros da UE – não há desculpa para os passageiros da UE que não voam de/para o Estado-Membro afetado suportarem o fardo das greves nacionais do ATC que não lhes estão completamente relacionadas”, acrescenta o responsável.