Congresso da APAVT: Nuno Fazenda faz balanço de ano de mandato e enumera o que deve continuar a ser feito
O secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, pautou a sua intervenção na sessão de abertura do 48º congresso da APAVT, no Porto, pelo balanço do ano de mandato e da evolução do setor em Portugal, sustentando que “vamos ter o melhor ano de sempre na história de turismo”, com mais 37% de receitas que em 2019”.
Carolina Morgado
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Quando, na sua primeira intervenção como secretário de Estado do Turismo, durante o congresso da APAVT, o ano passado, nos Açores, “a palavra que reinava era incerteza, quanto ao futuro da economia, e do turismo”, Nuno Fazenda realçou que “agora que está a terminar 2023, essa incerteza transformou-se em certeza”.
O governante evidenciou que “os primeiros 10 meses confirmam isso mesmo, pois voltámos a crescer em todos os indicadores, em todo o país e nas diferentes regiões”, um crescimento que, segundo disse, supera as previsões da Organização Mundial do Turismo que estima entre 85 e 95% a recuperação dos resultados da 2019. Enalteceu que, este crescimento deve-se “às empresas, aos seus trabalhadores, às instituições e também a políticas públicas”.
Se “o turismo nos últimos dez anos cresceu sempre a dois dígitos, com exceção dos dois anos da pandemia”, é altura, conforme disse, “de crescer também em salários”, avançando que “o crescimento tem de ser para todos, para as empresas, os gestores, o chefe de cozinha, o empregado de mesa, o auxiliar de limpeza”, pois “todos têm de beneficiar do crescimento”.
Em jeito de balanço de um ano de governação, o secretário de Estado do Turismo lembrou as grandes agendas a que se propôs, que passavam por dar respostas ao presente e olhar para o futuro. No primeiro caso destacou que no final do ano passado anunciou apoios ao sector, “e em três semanas pagámos mais de 70 milhões de euros a mais de 25 mil empresas”.
No segundo caso realçou os desafios que se colocam à coesão territorial, sublinhando que “temos hoje mais interior nas políticas de turismo, elaborámos uma agenda para o turismo no interior percorrendo o território de norte a sul”, e nas 12 medidas constantes dessa agenda, nove já estão lançadas e com projetos em andamento.
Nesta que deverá ser a sua última aparição pública, o titular da pasta do Turismo salientou que “procurámos fazer o que ainda não foi feito, mas ainda há muito por fazer. Temos muitos desafios para enfrentar no futuro: prosseguir a aposta no desenvolvimento turístico no interior, a valorização e melhoria das condições dos nossos trabalhadores, e ainda valorização da autenticidade, genuinidade do nosso turismo”.
Assim, em jeito de recado, Nuno Fazenda acentuou que “Portugal tem crescido no turismo, e quer continuar a crescer, mas bem, com sustentabilidade, com autenticidade, com genuinidade”, para apontar, referindo-se à temática deste congresso da APAVT, sobre Inteligência Artificial que “o turismo é real, e não artificial. “Estou certo que o setor encontrará no futuro soluções de inteligência coletiva, não artificial, e continuará a ser autêntico e genuíno”.
Apelou também a uma subida dos salários no setor, que ainda estão 30% abaixo da média da economia. “Temos de criar melhor condições para atrair talento para o turismo. A dimensão dos salários é muito importante”, disse, para mencionar, no entanto, que se tem verificado que “vários operadores turísticos e vários grupos têm aumentado muito acima daquilo que está previsto no acordo de rendimentos, com aumentos de 10% ou ainda mais”, reforçando que “quem quer vingar e ter viabilidade no que diz respeito à sua atividade no turismo é apostar também na valorização das pessoas e das suas condições e remunerações”.