Turismo da Jamaica quer portugueses de volta
O Turismo da Jamaica quer os turistas portugueses de volta e acaba de nomear um representante para Portugal, Nuno Costa, cujo principal objetivo é “pressionar” para o regresso da operação charter, que já existiu, e que foi interrompida com a pandemia. Pode ser que em 2023 volte a operar.

Carolina Morgado
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O Turismo da Jamaica quer os turistas portugueses de volta e acaba de nomear um representante para Portugal, Nuno Costa, cujo principal objetivo é “pressionar” para o regresso da operação charter, que já existiu, e que foi interrompida com a pandemia. Pode ser que em 2023 volte a operar.
Voltar a pôr o nome da Jamaica na mente dos operadores turísticos, agentes de viagens e consumidor final em Portugal é o principal objetivo do turismo daquele destino, que tem agora Nuno Costa como seu representante no nosso país. “O Turismo da Jamaica, sabendo que para este ano não vai haver voos charter, nem direto, nem triangular, quer é voltar a pôr o nome do destino na mente dos operadores turísticos, agentes de viagens e no consumidor final”, disse Nuno Costa ao Publituris, referindo que “este é o primeiro grande objetivo, daí a razão da minha presença em Portugal”.
Apesar da representação do Turismo da Jamaica na Europa estar sediada em Berlim, desenvolvendo toda a parte da promoção, para Portugal “quiseram focar-se mais, e convidaram-me para fazer esse trabalho, uma vez que conheço o destino onde vivo há 17 anos, desde 2005, também ainda tenho conhecimento da maior parte dos players do mercado (tour operadores e agentes de viagens) e se não tenho de algum novo grupo, há forma de lá chegar, porque conheço as pessoas”, esclareceu.
A participação em eventos promovidos pelo trade em Portugal é outra das apostas de Nuno Costa. Começou na BTL, passou pela Convenção Bestravel, depois pelo roadshow de Os Especialistas, e Convenção Airmet, “estando sempre numa relação direta com os grupos de agências de viagens e com os operadores, no sentido de continuar a fazer essa promoção não só nos eventos, mas ao nível das redes, das equipas de vendas, formações quando for possível e, sobretudo também, para que eles perceberem que têm alguém cá em Portugal, e mesmo que esteja na Jamaica, mas alguém que é português, conhece muito bem o destino e lhes pode dar qualquer tipo de apoio. Através de um email ou via Whatsapp, estarei sempre disponível para esclarecer qualquer dúvida, até porque muitas vezes o agente de viagens não conhece o destino”, apontou. O responsável tomou conhecimento que, neste momento, apenas um ou dois operadores em Portugal programam a Jamaica, em voos regulares (a única hipótese atualmente), mas com oferta muto reduzida. Daí que “pretendo, igualmente, que os operadores que tenham programação não charter, incluam a Jamaica. Os operadores que fazem brochuras mais dedicadas, como Praias Exóticas ou Luas de Mel, interessam-nos”, realçou.
Destino caiu em esquecimento
Sem a operação charter triangular com Samaná (República Dominicana) que vigorou entre 2006 e 2019, com cinco operadores turísticos em Portugal envolvidos, durante os meses de maio/junho a meados de setembro, o destino Jamaica caiu no esquecimento em Portugal. “Quando as agências de viagens começam a ter as ofertas para outros destinos, mesmo nas Caraíbas, se não está a Jamaica, fica esquecida. O cliente pode querer a Jamaica, mas se não houver esse tipo de oferta ou de exposição do destino, fica esquecido”.
Nuno Costa lembra que a nível de procura, a Jamaica nunca foi um destino de massas como outros pontos das Caraíbas que estão no mercado há 20 ou 30 anos, mas enquanto houve a operação charter, os números foram sempre “muito bons”. Inclusivamente “houve alturas em que o mercado português reagiu melhor até do que o espanhol, porque havia charters de Lisboa e de Madrid. O mercado português sempre gostou muito do destino, portanto, se houver oferta de charter, ele vai voltar”, sublinhou, indicando que eram anualmente entre cinco mil a seis mil passageiros. “Havendo o charter esse número pode aumentar, mas nunca será possível em voos regulares”, frisou.
Quanto ao regresso dessa operação no próximo ano, o representante do Turismo da Jamaica afirmou que “será sempre uma decisão dos operadores. O meu trabalho aqui é dar apoio, dar abertura, mas o fundamental é os operadores querem fazê-lo. Acho, sinceramente, que vai haver alguma pressão dos agentes de viagens e do mercado para que o destino volte a ser oferecido em voos charter. É normal porque já aconteceu, é um destino que as pessoas gostaram, e é normal que os operadores precisem de destinos novos e diversificar o seu produto”. Não sendo possível para já em 2022 este tipo de operação, há os voos regulares. Assim, neste momento, para se chegar à Jamaica, a partir de Portugal, há várias formas, seja via Europa, seja combinado com os Estados Unidos ou Canada. Pela Europa, a opção número um, conforme explica o responsável, é por Zurique com uma conexão de duas a três horas, com a Swiss e ligação a Montego Bay com a Edelweiss, companhia aérea do grupo Swiss. A segunda opção, e ainda sem ter de dormir na Europa, é sair de Lisboa no primeiro voo da manhã da Lufthansa até Frankfurt e apanhar um voo da Condor também para Montego Bay, na costa norte da ilha onde está o turismo. Há outras opções na Europa, mas será sempre necessário ficar de uma noite para outra.
Há igualmente os EUA ou Canadá (Nova Iorque, Miami, Toronto), mas os clientes têm que dormir nessas cidades. Depois pode-se fazer combinados porque há voos diários dessas cidades para Montego Bay.
Há muitos turistas portugueses que conhecem a Jamaica através de cruzeiros que atracam no destino, mas não é só isso que o destino pretende. Segundo Nuno Costa, “é um ponto importante, mas queremos mais”.
Sem charter ainda, a Jamaica é um destino caro? O representante responde que, em termos de hotelaria está ao nível do custo do México, mas um pouco mais caro que a República Dominicana, mas explicou que há hotéis para todos os gostos. Na ilha normalmente todos os all inclusive são de cinco estrelas, mas há hotéis coloniais, há boutique hotéis e até villas, ou seja, há muita oferta, depende tudo do cliente. “O que faz a diferença é o aéreo porque, se formos comparar preços, o avião custará 800 euros, praticamente o mesmo preço de um pacote para a República Dominicana. Se juntarmos o hotel, estamos a falar de 1.500 euros”, referiu.
Mas é um destino de todo o ano. A época alta na Jamaica é o inverno na Europa, que começa aproximadamente a 15 de dezembro e vai até a segunda semana de março, e é quando os preços estão mais altos e é quando nos principais mercados emissores do turismo da Jamaica (norte-americanos e canadianos) está muito frio. Nuno Costa, que estará lá e cá, conclui que “o mais importante, e a mensagem que tento passar ao mercado português é que estou aqui, vou estar sempre em ligação com o mercado para dar apoio, confiança e ajudar os agentes de viagens que não conhecem o destino, e se houver um conjunto de eventos que justifiquem a minha presença, cá estarei”.
O que se pode fazer na Jamaica?
Tirando a praia, a Jamaica tem uma componente de natureza muito forte, revelou o representante do destino em Portugal. É uma ilha pequena, praticamente da dimensão do Algarve, e muito verde, podendo encontrar-se facilmente tanto montanhas, como rios, cascatas, tudo de forma concentrada.
Além disso, segundo Nuno Costa, tem a parte cultural, das pessoas, das gentes e das suas culturas africana/inglesa, o rastafary originário da Etiópia, tem a música (o reggae) que tem tudo à volta do Bob Marley, mas não só, tem a parte das montanhas onde se cultiva o café e, como é uma ilha, há muitos desportos náuticos e passeios de barco, e ainda o rum na costa sul, uma zona ainda por conhecer pois está em desenvolvimento.
Os grandes centros do turismo são três: para além da capital é Kingstown (uma cidade de negócios no sul da ilha, que se deve, no entanto, visitar, pois é lá que se encontra o Museu de Bob Marley), há Montego Bay, a capital do turismo, onde chegam os aviões, Negril que está na ponta oeste, em viagem de hora e meia, e Ocho Rios, a este, que está a cerca de hora e meia também. É nestes centros onde está concentrada a maior parte da hotelaria. Por exemplo, em Montego Bay, num raio de 20/25 kms existem pelo menos 30 unidades hoteleiras all inclusive. Há ainda Porto António, local que o responsável considera “lindíssimo, mas está ainda muito por desenvolver, diria que seria o quarto centro turístico, não tem hotéis em all inclusive, mas é visto em passeio ou para turistas que queiram algo muito específico, como hotéis boutiques em cima do mar ou villas.
*Artigo publicado originalmente na edição 1462 do Publituris.