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Numa moderna sociedade capitalista mundialmente integrada e sem fronteiras definidas, o Turismo representa um papel preponderante na globalização. A intensificação de fluxos turísticos internacionais promove a queda de barreiras culturais. O enorme volume de investimentos ligados às infra-estruturas: transportes, hotelaria, tecnologias da informação, cultura, lazer, gastronomia, etc., proporcionam receitas de montantes exorbitantes ao nível planetário. Ao integrar na cadeia de valor micro e pequenas empresas locais, o turismo global é um dos maiores activos na criação de riqueza e de emprego, na promoção do bem-estar das populações e na ultrapassagem de barreiras socioculturais, num movimento imparável com tudo o que de bom e de mau implica. Tentarei a seguir alertar para algumas características que importa considerar.
Olhando o fenómeno de uma forma genérica diria que, mesmo aqueles que pensam que as suas vidas estão a salvo da globalização, são peças da engrenagem. Voluntária ou involuntariamente as suas acções, pequenas ou grandes, podem ser ampliadas e tornar-se virais. As acções de outros podem ter sobre eles efeitos positivos ou devastadores. A globalização tem regras próprias e contraditórias, por vezes caóticas e muitas vezes injustas. É interessante observar que o pequeno evento sem real interesse, a pequena curiosidade peculiar, podem agigantar-se no mundo global. Ao lado, importantes descobertas com impacto positivo no futuro da humanidade, podem ficar esquecidas por longo tempo, até que alguém lhes vista roupagens exuberantes e as introduza no mundo global pela porta do “fait divers”. Em contrapartida, tratando-se de eventos com impacto negativo, os meios de comunicação ao serviço da globalização ganham velocidade estonteante. Vestidos com roupagens catastróficas, esses eventos negativos propagam-se a uma velocidade que ainda há pouco seria impossível imaginar. Por isso é hoje tão importante um alerta permanente para controlar danos provocados por acontecimentos ou simples notícias que, se deixados à sua sorte, podem, ainda que injustificados, ter consequências irreparáveis para as pessoas ou para as empresas.
A globalização veio para ficar e traz consigo, como vimos, um enorme potencial que importa saber aproveitar, mas, sempre atentos aos inúmeros perigos inerentes. Muitas empresas nascidas sob o signo da globalização optaram, e bem, por desenvolver métodos adequados ao meio. Os projectos mais consistentes, pela mão de ágeis empreendedores, rapidamente se desenvolveram atingindo performances extraordinárias e volumes de negócio inacreditáveis. Outros, porém, sabendo tirar partido dos meios que a globalização lhes oferece para alargar o âmbito do seu negócio, faltou-lhes solidez no projecto, tornando-se vítimas das suas boas campanhas de marketing sem base de sustentação, num processo em que o sucesso de vendas é directamente proporcional ao tamanho do desastre que se aproxima. É assim também no turismo. Umas vezes tirando vantagens e outras tantas sofrendo perdas por eventos ampliados pela globalização, ou por inépcia dos empreendedores. Na actividade turística devemos potenciar as oportunidades e tudo fazer para evitar os riscos associados e, tal como noutras actividades, importa manter rumo seguro, tudo fazendo para que a força das marcas assente em bases sólidas, requisito indispensável à sustentabilidade dos projectos no mundo global.
Termino com uma breve referência aos tempos que vivemos. O Mundo está instável e, de certo modo perigoso. Ocorrências como o ébola, o zica ou a guerra na Síria, são potenciadores de riscos para a saúde e a segurança e podem ser, infelizmente, exemplares da era global. Ao outgoing colocam-se hoje desafios vários que devemos encarar de forma ponderada e responsável, sem alarmismos, garantindo que estamos apostados em defender da melhor forma os superiores interesses do consumidor, fornecendo ao mercado informação honesta e fundamentada, única forma de não hipotecarmos o capital de credibilidade acumulado. No que diz respeito ao turismo interno, formulo o voto de que Portugal se mantenha, sempre, como destino seguro, para que possamos dar o que de melhor temos aos muitos que espero nos visitem: O património, a humanidade, a simpatia, o lazer, a gastronomia, enfim, cultura na sua essência e diversidade, dando um contributo positivo ao lado bom da globalização.
António Gama/Presidente da Nortravel