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As melhores vilas turísticas portuguesas 2024 são Óbidos e Santa Cruz da Graciosa

As portuguesas Óbidos e Santa Cruz da Graciosa juntam-se à lista das 55 novas Melhores Vilas Turísticas pela ONU Turismo 2024. Estas Best Tourism Villages by UN Tourism consolidam a sua posição como atores-chave no turismo sustentável e no desenvolvimento comunitário.

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As melhores vilas turísticas portuguesas 2024 são Óbidos e Santa Cruz da Graciosa

As portuguesas Óbidos e Santa Cruz da Graciosa juntam-se à lista das 55 novas Melhores Vilas Turísticas pela ONU Turismo 2024. Estas Best Tourism Villages by UN Tourism consolidam a sua posição como atores-chave no turismo sustentável e no desenvolvimento comunitário.

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Nesta quarta edição, 55 vilas de todas as regiões do mundo receberam o reconhecimento, escolhidas entre mais de 260 inscrições de mais de 60 Estados-Membros do Turismo da ONU. Outras 20 vilas foram escolhidas para se juntar ao programa de atualização. A iniciativa não só reconhece as realizações notáveis ​​destas aldeias, como também destaca o poder transformador do turismo

“O turismo é uma ferramenta vital para inclusão, capacitando comunidades rurais a proteger e valorizar a sua rica herança cultural, enquanto impulsiona o desenvolvimento sustentável”, afirmou o Secretário-Geral do Turismo da ONU, Zurab Pololikashvili, para defender que “a iniciativa Best Tourism Villages não apenas reconhece as realizações notáveis ​​dessas vilas, mas também destaca o poder transformador do turismo. Ao alavancar os seus ativos únicos, essas comunidades podem promover o crescimento económico, promover tradições locais e melhorar a qualidade de vida dos seus moradores”.

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Neste sentido, segundo o dirigente, “celebramos as vilas que adotaram o turismo como um caminho para o empoderamento e o bem-estar da comunidade, demonstrando que práticas sustentáveis ​​podem levar a um futuro mais brilhante para todos.”

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A iniciativa Best Tourism Villages by UN Tourism foi lançada em 2021 para promover o papel do turismo em áreas rurais, preservando paisagens, diversidade cultural, valores locais e tradições culinárias. Faz parte do Programa de Turismo para o Desenvolvimento Rural da ONU, que trabalha para promover o desenvolvimento e a inclusão em áreas rurais, combater o despovoamento, promover a inovação e a integração da cadeia de valor através do turismo e incentivar práticas sustentáveis.

Tal como nas edições anteriores, as aldeias foram avaliadas em nove áreas principais: Recursos Culturais e Naturais; Promoção e Conservação de Recursos Culturais; Sustentabilidade Económica; Sustentabilidade Social; Sustentabilidade Ambiental; Desenvolvimento do Turismo e Integração da Cadeia de Valor; Governança e Priorização do Turismo; Infraestrutura e Conectividade; e Saúde, Segurança e Proteção.

Por sua vez, a Best Tourism Villages (BTV) Network cresce a cada ano e, com o anúncio de seus 75 novos membros, 254 vilas agora fazem parte da maior comunidade de destinos rurais do mundo.

A chamada para inscrições para a quinta edição ocorrerá no início de 2025, abrindo uma nova oportunidade para destinos rurais partilharem as suas iniciativas inspiradoras e obterem reconhecimento global como campeões do desenvolvimento rural.

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“Espanha Verde”: uma marca turística 4 em 1

Criada há 35 anos para representar as regiões da Galiza, Astúrias, Cantábria e País Basco na promoção e posicionamento do destino, “Espanha Verde” veio a Portugal para dar a conhecer o património, arquitetura, paisagem natural, gastronomia e vinhos. Pode ler a entrevista a Xosé Manuel Merelles, diretor da Agência de Turismo da Galiza, na próxima edição do Publituris.

Galiza, Astúrias, Cantábria e País Basco uniram-se numa única marca turística para promover o destino e explorar o seu património, arquitetura, paisagem natural, gastronomia e vinhos. Criada há 35 anos, Espanha Verde veio dar-se a conhecer na cidade do Porto “pela relação transfronteiriça que temos com toda a região Norte de Portugal”, explica Xosé Manuel Merelles, diretor da Agência de Turismo da Galiza, região que assume a coordenação das ações promocionais da Espanha Verde em 2024.

“O mercado português é muito importante para nós, não apenas pela proximidade geográfica, mas também pela afinidade cultural que temos em comum”, realça Xosé Manuel Merelles, salientando que “temos números muito diferentes em cada região”, com o mercado português a ser “o principal mercado na Galiza, representando mais de 44% do turismo internacional”. Já nas Astúrias, Portugal “ocupa o terceiro lugar” e na Cantábria e no País Basco, os portugueses “representam cerca de 3,5% dos turistas estrangeiros”, acrescenta o responsável.

A par de Portugal, as quatro regiões que compõem a Espanha Verde têm como mercados prioritários França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos da América.

Ao Publituris, entrevista que poderá ler na íntegra na próxima edição do jornal, Xosé Manuel Merelles afirmou que “apresentar pela primeira vez esta marca em Portugal permite-nos aumentar a notoriedade da ‘Espanha Verde’ no mercado português, tornando-a cada vez mais acessível e democrática, despertando a curiosidade e o interesse para a sua vivência”.

Numa abordagem coletiva que estimula o espírito de aventura e o respeito pela natureza, a marca desenvolve projetos conjuntos para divulgar produtos turísticos transversais às quatro regiões, graças a propostas imersivas e sensoriais. “A Grande Rota da Espanha Verde”, um dos projetos centrais da marca, que consiste num roteiro que permite conhecer as quatro regiões em 16 etapas, desfrutando da riqueza da paisagem natural protegida, da imponência do património e da arquitetura, da sofisticação da oferta vínica e gastronómica ou da diversidade da cultura e das tradições, aspetos que unem as quatro comunidades e definem a sua identidade.

O “Corredor Ecoturístico Espanha Verde” é outro dos grandes projetos desenvolvidos pela marca, em parceria com o Turismo de Espanha. Financiado por fundos europeus, este será em breve o maior corredor ecoturístico da Europa, integrando 30 espaços protegidos e cerca de 350 empresas turísticas das quatro comunidades, numa aposta clara por novos serviços no turismo sustentável, social e ambiental.

Com 56 restaurantes galardoados com Estrelas Michelin, grutas com arte pré-histórica declarada Património da Humanidade pela UNESCO, 42 espaços naturais protegidos, entre parques e reservas, 2.500 quilómetros de costa marítima e mais de 30 vias verdes exclusivas a peões e a ciclistas, o território “Espanha Verde” incentiva a atividades como uma degustação enogastronómica de excelência, a prática de desporto, especialmente o surf, a realização do Caminho de Santiago Norte, marcado por vias medievais, ou o slow sleep, segmento que valoriza os alojamentos de charme situados no meio da natureza.

“Acreditamos que as quatro regiões têm aspetos em comum, mas também muitas coisas que as diferenciam, contribuindo para experiências únicas e completas”, disse ainda Xosé Manuel Merelles ao Publituris.

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Diminuir sazonalidade e apostar na diversidade da oferta são metas do Plano de Marketing Estratégico do Turismo do Algarve 2028

O Plano de Marketing Estratégico do Turismo do Algarve 2028 (PMETA), apresentado quinta-feira, estabelece uma visão ambiciosa para a região: consolidar o Algarve enquanto um destino turístico competitivo, sustentável e reconhecido nacional e internacionalmente pela qualidade e diversidade da sua oferta.

O novo PMETA, que vigora até 2028, e que acaba de ser apresentado em Faro, aposta numa estratégia assente em inovação, qualidade e sustentabilidade, e reflete as expectativas de empresas, parceiros e comunidades locais, alinhando-se com os objetivos das agendas regional, nacional e internacional.

Para André Gomes, presidente do Turismo do Algarve, “o PMETA 2028 é um documento que integra as principais orientações para nossa região, focadas em consolidar o sucesso do turismo nos próximos cinco anos”, apontando que “queremos que, com este plano, se olhe para o Algarve não só como um destino de sol e mar ou de golfe, mas também pela sua capacidade de oferecer outras experiências autênticas, relacionadas com a natureza, com a história e cultura, com a gastronomia e vinhos, entre outros segmentos turísticos.”

Na cerimónia de apresentação do vasto documento orientador, com quase 400 páginas, André Gomes acredita que “com o PMETA 2028, estamos a traçar um caminho sólido para o futuro, que irá não só beneficiar os nossos visitantes, proporcionando-lhes experiências memoráveis durante todo o ano, mas também contribuir para o bem-estar dos nossos residentes e para o fortalecimento da economia regional e nacional”.

Para orientar o crescimento sustentável do turismo, o PMETA 2028 define metas estratégicas específicas, com foco em indicadores como: Dormidas em época baixa, ampliando o turismo fora dos períodos de alta temporada; proveitos do alojamento turístico, promovendo uma oferta de qualidade; Taxa de sazonalidade, incentivando uma ocupação anual mais equilibrada; Movimento de passageiros no aeroporto; e Satisfação dos residentes e dos turistas, assegurando experiências positivas e memoráveis para todos.

Em relação aos mercados emissores para o Algarve, o plano hierarquiza os prioritários, alinhando-os com a estratégia nacional do Turismo de Portugal. Entre os mercados maduros destacam-se a Alemanha, Espanha, Irlanda, Países Baixos, Portugal e Reino Unido, e como novos mercados emissores, o PMETA 2028 identifica os Estados Unidos e o Canadá.

O novo plano foca-se em três produtos consolidados – sol e mar, golfe e turismo residencial – e outros dez produtos e segmentos de aposta e seis de desenvolvimento que diversificam e enriquecem a oferta da região.

Conforme refere o Turismo do Algarve, em nota de imprensa, o desenvolvimento do PMETA 2028 foi fundamentado em vários referenciais estratégicos, como a Agenda 2030 das Nações Unidas e a Estratégia Turismo 2027, enquanto a nível regional, encontra-se alinhado com o Algarve 2030 – Estratégia de Desenvolvimento Regional, o Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas do Algarve e o Plano Regional de Eficiência Hídrica para o Algarve.

 

 

 

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AHETA vai a votos a 18 de novembro

As eleições que decorrem a 18 de novembro, segunda-feira, têm como objetivo eleger os órgãos sociais para o triénio 2025/2027.

A Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) vai a votos a 18 de novembro para eleger os órgãos sociais para o triénio 2025/2027.

Presente a sufrágio estará uma lista liderada por Mário Ferreira na Assembleia Geral, Hélder Martins, na Direção e Francisco Moser no Conselho Fiscal.

Em nota de imprensa, a associação dá conta de que “esta será uma lista que aposta na continuidade do trabalho realizado e que integra todos os elementos que integravam as listas anteriores”.

Desta forma, apresentam-se para a assembleia geral Mário Azevedo Ferreira (PG Hotels), como presidente; Maria do Rosário Ribeiro (Vila Galé S.A), como vice-presidente; e José Emídio (AGT, S.A.) e Orlando Lopes (Mogal, Inv. Tur Hoteleiros S.A.) como secretários.

Já a direção conta com Hélder Martins (Pedras d’el Rei, Gestão e Turismo, S. A.) como presidente. Já a listagem para vice-presidente inclui Joel Pais (Solverde, S.A.); Jorge Beldade (Minor Luxury Hotels S.A.); José Vila-Nova (Vila Vita Parc, Lda); Martinho Fortunato (Marlagos, In. Turísticas Lda); Pedro Lopes (Salvor, S.A.); Reinaldo Teixeira (Garvetur Ag. Imobiliária, S.A.); Sérgio Leandro (SGEHR, Soc Gest e Exp. Hotéis e Resorts, S.A.);  Teresa Bispo (Pedra dos Bicos, S.A.); José Carlos Leandro (Alísios II, Imob. Turismo, S.A.); Carlos Viegas (Soc. Turística Vasco da Gama, S.A.); José Queiroga Valentim (Pedras da Rainha, At. Turísticas, S.A.).

Por fim, o conselho fiscal apresenta como presidente Francisco de Moser (Details Hotels & Resorts, S.A.), como vice-presidente Rui Justo (Balvil Gest Emp Turísticos Lda) e como secretário Rui Costa (Alboltur Soc. Hoteleira Lda).

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“Foi com o mercado brasileiro que começámos a trabalhar o turismo literário”, recorda Turismo de Portugal no Festuris

O turismo literário foi um dos destaques de Portugal no Festuris 2024, que decorreu em Gramado, entre 7 e 10 de novembro, e onde o Turismo de Portugal promoveu também a nova campanha “Portugal is Art” e produtos como o surf, o enoturismo ou o turismo de natureza.

O Turismo de Portugal marcou presença na 36.ª edição do Festuris – Feira Internacional de Turismo de Gramado, que decorreu entre 7 e 10 de novembro, e onde promoveu alguns dos principais produtos turísticos nacionais, com destaque para o surf, o enoturismo, o turismo de natureza e o turismo literário que, segundo Lídia Monteiro, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, foi uma aposta que nasceu justamente devido ao mercado brasileiro.

“Foi justamente com o mercado brasileiro que começámos a trabalhar o turismo literário porque é aquele que tem mais afinidades com a língua”, explicou a responsável em declarações aos jornalistas, à margem da feira.

De acordo com a responsável, “a principal particularidade do Brasil no que diz respeito a Portugal é a sua afinidade cultural”, o que tem facilitado as viagens deste mercado e contribuído para aumentar a promoção de Portugal do outro lado do Atlântico.

No que diz respeito ao turismo literário, Lídia Monteiro explicou que o Turismo de Portugal tem vindo a promover este produto também no mercado britânico, uma vez que este é um “mercado que, pelas suas próprias características, enquanto povo, tem uma relação com a leitura muito forte”, ainda que seja “no mercado brasileiro onde a expressão maior do turismo literário está”.

Devido à importância deste produto para o mercado brasileiro, o Turismo de Portugal participou também no Festival de Literatura de Paraty, onde, segundo a  vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, “as pessoas tiveram mais contacto com a oferta de Portugal enquanto destino turístico literário”.

Além do turismo literário, o Turismo de Portugal levou também a nova campanha “Portugal is Art” até ao Festuris 2024, com Lídia Monteiro a explicar que esta campanha, que já tinha estado em destaque no World Travel Market London (WTM London), pretende mostrar Portugal “numa perspectiva um bocadinho diferente”.

“É uma nova campanha que, no fundo, trata de mostrar Portugal numa perspetiva um bocadinho diferente, em que reforça ainda mais o papel que a cultura tem para um turismo ainda mais sustentável e para um turismo que quer ser dirigido a viajantes mais exigentes, a viajantes onde a arte e a cultura é importante”, explicou.

A presença de Portugal no Festuris, que voltou a estar incluída no espaço Luxury, sendo mesmo o único país presente nesta área, deu também destaque ao enoturismo, que segundo Lídia Monteiro, foi apresentado “como uma referência”, assim como ao turismo de natureza, uma vez que cada vez mais se sente, “no caso do mercado brasileiro, a relevância do cycling e do walking para uma experiência turística relacionada com a natureza e atividade física”.

Em destaque esteve também a oferta de bem-estar, uma vez que, segundo a responsável, “as pessoas cada vez mais procuram nas suas férias formas de poderem estar bem com o seu corpo e com o seu espírito”.

“A nossa oferta de bem-estar permite justamente isso, que as pessoas tenham um equilíbrio entre o seu espírito e a sua atividade física. Portanto, o bem-estar também é aqui uma proposta importante”, acrescentou.

Lídia Monteiro revelou que a presença de Portugal no Festuris tem como objetivo captar também o mercado brasileiro do sul do Brasil e dos países vizinhos, como a Argentina ou o Uruguai, uma vez que esta é “uma zona rica do Brasil, que demonstra cada vez mais vontade de viajar”.

“Temos trabalhado muito a zona de São Paulo e do Rio de Janeiro, mas esta é uma zona muito rica e interessante do ponto de vista dos fluxos turísticos para nós e temos aqui uma oportunidade de estar numa feira que, ela própria, é uma feira peculiar, assim como Gramado, que é muito diferente do resto do Brasil”, revelou a responsável, considerando que o Festuris é uma feira “muito diversa”, o que combina com a oferta que Portugal disponibiliza, já que o país é também um “destino diverso e disponível para experiências diversificadas”.

*A jornalista viajou a convite da TAP e do Festuris.

 

 

 

 

 

 

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Turismo de Portugal reconhece que aeroporto de Lisboa impede maior crescimento do mercado brasileiro

A falta de slots no aeroporto de Lisboa tem impedido a recuperação da capacidade aérea para números pré-pandemia, o que, segundo Lídia Monteiro, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, prejudica o mercado brasileiro, que “depende da ligação aérea”. Mas nem tudo é negativo, já que as receitas deste mercado continuam a crescer.

O mercado brasileiro ainda não recuperou o número de hóspedes pré-pandemia em Portugal, admite Lídia Monteiro, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, que atribui o menor crescimento às dificuldades do aeroporto de Lisboa, que não permite a total recuperação das ligações aéreas ao Brasil e este é um mercado que “depende da ligação aérea”.

“É verdade que ainda não atingimos, do ponto de vista dos hóspedes, os números de 2019, e isso está diretamente relacionado com o facto da acessibilidade aérea ainda não estar totalmente recuperada. Além da TAP, voam para Portugal a Azul e a LATAM. A LATAM tem vindo a pedir sucessivamente novos slots no aeroporto de Lisboa e não existem”, explicou Lídia Monteiro, à margem do Festuris 2024, que decorreu em Gramado, no Rio Grande do Sul, Brasil, entre 7 e 10 de novembro.

De acordo com a responsável, a conta é simples e permite perceber que, “se fosse possível ter mais uma ligação da LATAM, se ultrapassariam imediatamente os números de 2019”.

No entanto, Lídia Monteiro considera que esta dificuldade de crescimento no número de hóspedes provenientes do Brasil não é “problemática”, uma vez que o mercado brasileiro continua a crescer em Portugal ao nível da receita, sendo que, este ano, já foi registado um aumento de 13% nas receitas dos turistas brasileiros em Portugal até agosto.

“Não nos parece que seja problemático, uma vez que continuamos a crescer do ponto de vista das receitas, o que é muito positivo. Temos 13% a mais que em 2023, portanto, do ponto de vista da receita estamos a conseguir crescer”, explicou a responsável.

Apesar do número de hóspedes do mercado brasileiro ainda estar “ligeiramente abaixo dos dados de 2019”, Lídia Monteiro realçou que a subida das receitas geradas por este mercado vai ao encontro da “estratégia de crescimento do turismo com valor” definida pelo Turismo de Portugal, que tem vindo também a apostar na diversificação de mercados.

“O nosso objetivo é continuar a crescer sustentavelmente no mercado. O que temos vindo a fazer do ponto de vista da estratégia, é a diversificar os mercados. O mercado brasileiro já foi o nosso quinto mercado, hoje, é o sexto, ocupou o seu lugar os EUA. Portanto, isto não é um problema, antes pelo contrário, porque significa que estamos a conseguir ser mais sustentáveis porque estamos a diversificar a capacidade de crescer em mais mercados”, explicou.

A vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal revelou que Portugal tem atualmente um conjunto de seis mercados que apresentam uma performance semelhante, o que é positivo pois se existir algum problema num desses mercados, os outros estão em condições de compensar.

“Temos, neste momento, seis grandes mercados com performances muito equivalentes, destacando-se o Reino Unido, claramente, e a seguir a Espanha, pela proximidade. Se passarmos a ter sete ou oito, quer dizer que, havendo um problema em algum destes mercados, os outros vão compensar”, defendeu, considerando, por isso, que “o mercado brasileiro é muito importante, mas todos são importantes porque todos contribuem” para que Portugal seja um destino sustentável.

Segundo Lídia Monteiro, o mercado brasileiro ocupa, atualmente, a sexta posição em termos de mercados para Portugal, depois do Reino Unido, Espanha, Alemanha, França e EUA.

“O britânico continua a ser o nosso primeiro mercado, o americano passou para quinto e, em alguns sítios e momentos, é o quarto. O americano já é o primeiro mercado em Lisboa, no Porto é o segundo ou terceiro”, indicou ainda a responsável.

*A jornalista viajou a convite da TAP e do Festuris.

 

 

 

 

 

 

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Três agências da ONU unem-se para promover turismo urbano sustentável

A ONU Turismo, a ONU-Habitat e a UNESCO unem esforços para promover o turismo urbano sustentável, num encontro que mantiveram à margem da 12ª Sessão do Fórum Urbano Mundial, que teve lugar no Cairo (Egito), com o tema “Turismo Urbano: Políticas e Governança para Cidades Mais Sustentáveis, Inclusivas, Criativas e Resilientes”.

A partir da interconexão dos seus mandatos, esta é a primeira vez que três agências da ONU unem forças no Fórum Urbano Mundial para estimular o diálogo e pedir cooperação para ajudar a impulsionar o turismo urbano sustentável.

Como parte desta parceria estratégica, uma série de Soluções Urbanas: Turismo Urbano Sustentável Orientado pela Cultura será lançada nas próximas semanas. Desenvolvidas pela UNESCO, em colaboração com a ONU Turismo e a ONU-Habitat, essas soluções visam colocar a cultura no centro das políticas e estratégias de turismo urbano sustentável, misturando herança cultural, criatividade e tradições locais, para promover o crescimento inclusivo. Essas soluções ajudarão a transformar o turismo num poderoso catalisador para mudanças positivas.

Igualmente, as três agências da ONU continuarão a explorar formas de colaboração, desde o turismo, território e cultura, até a intersecção para a criação de cidades e territórios mais sustentáveis, resilientes, criativos e inclusivos, acelerando a localização dos ODS e a implementação da Nova Agenda Urbana.

O evento do Cairo baseia-se na parceria inovadora e bem-sucedida entre a ONU-Habitat e a ONU Turismo, quando as agências organizaram, com o apoio do governo basco, uma Reunião do Grupo de Especialistas sobre o Avanço do Turismo Urbano Sustentável: Ferramentas para promover boas práticas em cidades e territórios” (Bilbao, 21-22 de março de 2024), onde representantes de governos nacionais, regionais e locais, academia, setor privado e sociedade civil, debateram como construir melhores políticas e governança para o turismo urbano de uma forma que beneficie a todos. As conclusões finais desta reunião foram apresentadas no evento, que serviram de base para ações futuras.

Recorde-se que na reunião de Bilbao, os participantes partilharam a sua visão de como o turismo impulsiona o desenvolvimento económico e social nas suas respetivas cidades. Também, enfatizaram o papel do turismo no avanço da infraestrutura urbana, acessibilidade, preservação e promoção de ativos culturais e naturais, estímulo às indústrias criativas e regeneração de áreas negligenciadas, eventualmente transformando as suas cidades em lugares melhores.

Por outro lado, os especialistas destacaram que, para atingir o seu potencial máximo, o turismo deve ser desenvolvido de forma sustentável em todas as dimensões económica, sociocultural e ambiental, e que isso requer uma governança e abordagem holística e multissetorial que incorpore o turismo e a cultura ao planeamento urbano e territorial, abordando as diversas necessidades de todas as partes interessadas, principalmente as comunidades locais.

O Fórum Urbano Mundial foi criado em 2001 pelas Nações Unidas para a analisar uma das questões mais prementes que o mundo enfrenta atualmente: a rápida urbanização e os seus impactos, nomeadamente políticos, económicos e ao nível das alterações climáticas. Trata-se de um fórum técnico não legislativo, convocado pela UN-Habitat e recebido numa cidade diferente em cada dois anos. Depois da primeira edição, realizada em Nairobi, no Quénia, o evento regressou agora ao continente africano, desta vez no Egito.

Na última edição, a 11ª, realizada na cidade polaca de Katowice, foi discutido o futuro das cidades com base nas tendências, desafios e oportunidades existentes, tendo sido destacada, em particular, a necessidade de preparação para enfrentar futuras pandemias e outros choques.

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TravelGEA passa a oferecer o vasto portefólio da Expedia

A TravelGEA passa a integrar o vasto portefólio da Expedia, ao abrigo de uma nova parceria estratégica com esta plataforma de reserva de hotelaria. O processo ficou concluído em outubro, e o Grupo GEA está empenhado em garantir uma implementação rápida e eficiente, assegurando que as agências do grupo possam começar a beneficiar desta parceria o mais rapidamente possível.

Esta integração permitirá que as agências de viagens associadas GEA tenham acesso a uma oferta mais diversificada e competitiva, beneficiando diretamente os seus negócios e respetivos clientes.

O portefólio de hotelaria da Expedia, reconhecido mundialmente pela sua amplitude e qualidade, será agora acessível às agências do grupo GEA, oferecendo-lhes uma gama mais ampla de opções para atender às necessidades dos viajantes modernos, uma colaboração que “reflete o compromisso da TravelGEA em proporcionar as melhores soluções do mercado às agências do grupo GEA e, consequentemente, aos seus clientes”, indica a rede de gestão de agências de viagens, em comunicado.

Carlos Baptista e Pedro Gordon, administradores da GEA Portugal, acreditam que esta parceria irá reforçar significativamente a capacidade da rede de oferecer uma oferta diversificada e competitiva. “Esta integração é um passo importante na nossa estratégia de expansão e melhoria contínua dos serviços que oferecemos às agências de viagens associadas da GEA por intermédio da TravelGEA”, destacaram”.

Já Ricardo Correia, diretor Comercial da TravelGEA, considera que “este é mais um passo para fortalecer a qualidade do produto que oferecemos na TravelGEA, de forma exclusiva aos associados GEA”, para indicar que o projeto de produto hoteleiro foi lançado em meados de 2024 e “esta integração reforça a competitividade do produto e a estratégia de crescimento para 2025”.

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Solférias recompensa agentes de viagens com visita à Disneyland Paris

Os nove melhores vendedores da campanha de reservas antecipadas para 2025, lançada, em agosto, pela Solférias e Disneyland Paris e, em simultâneo, um desafio “Vender igual a Receber” promovida pelo operador turístico, tiveram direito a uma viagem ao parque de diversões.

Foram justamente os nove melhores vendedores desta campanha que a Solférias e a Disneyland Paris, com apoio da TAP Air Portugal, acolheram nos passados dias 8, 9 e 10 de novembro no destino mais mágico do planeta.

De acordo com o operador turístico, foram três dias intensos e cheios de aventuras, bons momentos, mil fotos, vídeos, posts e histórias para contar, mas também de conhecimento sobre os parques, atrações, restaurantes e demais experiências e partilha de informações.

A Solférias indica ainda, na sua nota de imprensa que os dias passados por este grupo de agentes de viagens na Disneyland Paris, foram fundamentais para um maior conhecimento e “dicas” para partilhar com colegas, e, claro, para melhor aconselharem os viajantes que escolhem este parque de diversões.

A Solférias lembra aos agentes de viagens que esta foi apenas mais uma das múltiplas ações de partilha, formação, convívio e premiação durante este ano, prometendo que 2025 ainda será melhor.

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Foto: Frame It

Emprego e Formação

“Um bom gestor tem de estar consciente de todos os desafios, mesmo que não esteja propriamente consciente da solução“

Lançada este ano pela Universidade Nova, a pós-graduação “Leading Tourism & Hospitality” pretende olhar para os grandes desafios que o turismo enfrenta. O objetivo, diz Eurico Cabrita, professor e cientista químico, e coordenador desta pós-graduação, é “encontrar as melhores práticas para minimizar os efeitos” num tempo marcado pela incerteza.  

De natureza inter e multidisciplinar, a nova pós-graduação da Universidade NOVA de Lisboa, iniciado no ano letivo 2024-2025, pretende ser uma resposta concreta às necessidades de qualificação no setor de turismo e hospitalidade, integrando uma abordagem fundamental para a formação de líderes inovadores e preparados para enfrentar os desafios e as oportunidades do futuro. Eurico Cabrita, sub-diretor para a Inovação e Investigação da NOVA FCT e cientista químico, admite que “os grandes desafios do turismo não são diferentes dos grandes desafios da atual sociedade”.

A Universidade NOVA de Lisboa lançou, neste ano letivo 2024/2025, uma nova Pós-Graduação “Leading Tourism & Hospitality”. No que consiste esta pós-graduação, que valor acrescentado traz para quem a frequenta e depois a transpõe para o setor e para o seu dia-a-dia profissional?
Em primeiro lugar, esta pós-graduação não surge do nada. A Universidade Nova já trabalha o setor do turismo há algum tempo de uma maneira coordenada. O que é que isto significa? Significa que foi formada na Universidade Nova uma plataforma de turismo e hospitalidade. Representando o turismo cerca de 17% do PIB nacional, trata-se, efetivamente, de um setor muito importante. E a Universidade pensou ou começou a pensar esta área e à partida pode parecer estranho, mas de facto os desafios do turismo nos dias de hoje são verdadeiramente multidisciplinares.

Sendo uma Universidade com tantas unidades orgânicas e cobrindo todas as áreas do saber, o que pensámos foi ter uma visão integrada do turismo, contribuindo para ajudar ao desenvolvimento do turismo, mas de uma maneira integrada. Ou seja, todos nós, de alguma maneira, nas unidades orgânicas da universidade, desde a economia ao direito, da medicina às ciências de tecnologia, trabalhamos o setor do turismo, em alguns casos diretamente, em outros casos mais indiretamente.

Temos, inclusive, na IMS (Information Management School) e na SBE (School of Business and Economics), cursos específicos e dedicados a determinadas áreas do turismo, mais ligados ao marketing, à parte digital ou ao negócio.

Esta experiência acumulada, associada a uma questão de oportunidade, já que esta pós-graduação é apoiada por um PRR – Tourism International Academy (TIA) -,deu-nos capacidade financeira, porque também é importante, de estruturar esta oferta, ou seja, olhar para todas as unidades orgânicas e permitir construir uma oferta curricular para capacitação na área do turismo. Em cada uma das unidades orgânicas, e a partir dessa experiência, percebemos que temos muito potencial, muito saber acumulado e, reunindo alguns parceiros-, sentimos que o setor precisava desta capacitação.

Além disso, como universidade que trabalha diversas áreas, percebemos que os grandes desafios do turismo não são diferentes dos grandes desafios da atual sociedade, ou seja, a sustentabilidade, o digital, os recursos humanos, o marketing, entre outros, e a gestão de uma incerteza que nos acompanha. Quando me refiro a incerteza, é o risco de uma maneira geral, que podem ser as alterações climáticas, uma guerra, ou seja, a imprevisibilidade que se vive hoje em diversos setores, com o turismo incluído.

E, portanto, ao colocar especialistas nesta pós-graduação, a mais-valia que vamos trazer é para gestores médios do turismo, dar-lhes uma capacidade de pensar estes temas de uma maneira transversal, porque sabemos que o turismo tem grandes desafios, mas também tem um grande potencial transformador.

O mundo está em permanente mudança e queremos preparar as pessoas, os profissionais da melhor maneira.

Os grandes desafios do turismo não são diferentes dos grandes desafios da atual sociedade


Cadeia para melhores práticas
Mas falou em os parceiros. Portanto ouviram o setor e quando o ouviram, o que é que o setor vos disse?
O setor identificou três áreas – sustentabilidade, digital e incerteza – como importantes. São grandes áreas temáticas que, hoje em dia, nos preocupam a todos, em todas as áreas. Numa área com a importância económica do turismo, ainda mais.

O setor do turismo funciona muito bem, é extremamente competitivo. Portugal não atinge este nível de competitividade internacional se não fôssemos bons e se não tivéssemos bons decisores. O que significa que os nossos decisores, ou seja, quem pensa o turismo em Portugal, têm tido esta capacidade de perceber, de entender, de estudar e de se preparar. E o que estamos a fazer é dar esta contribuição para preparar ainda mais e melhor quem trabalha no setor do turismo.

A pós-graduação foi pensada dessa maneira, muito com base na experiência, da formação que tínhamos feito neste último ano e conseguimos identificar professores de todas as unidades orgânicas para esta unidade curricular. Portanto, aqui a multidisciplinaridade é extremamente importante e também temos pessoas do setor, profissionais que vêm com casos de estudo para quem entra nesta pós-graduação também ouvir quem está verdadeiramente no terreno e quem está a trabalhar o turismo nas mais variadas vertentes.

Tentamos fazer este cruzamento do que se está a fazer na universidade, quais são as previsões de futuro em determinadas áreas e para onde é que o setor aponta, e ligar depois com pessoas que estão no terreno.

A pós-graduação está estruturada em dois semestres e depois tem um projeto, em função dos interesses específicos, uns podem estar mais ligados ao património, outros podem estar mais ligados ao marketing outros à sustentabilidade.

Mas trata-se de uma pós-graduação para quem já está a exercer uma profissão no setor e procura um upskill ou ainda não está no mercado do trabalho?
Diria que temos a ambição de servir os dois públicos. Para quem já está no setor do turismo, isto é uma preparação para o futuro e para aquilo que achamos que é o presente.

É um futuro quase imediato?
Exato, é um futuro imediato. Para quem acabou e pretende entrar nesta área é muito interessante perceber quais são os desafios. É entrar a perceber, ou seja, quais são os desafios para os próximos anos neste setor, em muitas áreas distintas. Temos a noção que estamos a fazer uma formação com um espetro alargado, mas depois temos formações específicas nas nossas unidades orgânicas. Se alguém se quiser especializar mais no Direito, no Marketing Digital, Gestão pode encontrar essas especializações nas nossas unidades orgânicas.

Não vai sair daqui um gestor em turismo, não é essa a nossa intenção, já que a formação é de largo espetro, permitindo a quem já está no setor fazer um refresh, fazer uma atualização, perceber quais são as tendências e quais são as implicações dos fenómenos que estamos a viver atualmente.

Por exemplo, a parte do digital é algo que está a revolucionar o setor. Mas há mais, por exemplo, como é que a revolução dos materiais de construção pode levar a que eu torne o meu empreendimento mais sustentável, ou adquirir uma capacidade de pensar uma logística que pode fazer com que se tenha uma pegada de CO2 mais baixa.

Portanto, é de facto transformar o turismo, é pegar em todo esse conhecimento, os desafios que nos são colocados no presente e que vão, de certeza, ser agravados no futuro. O turismo está a crescer praticamente em todo o lado e não diria que esta formação passa por, não digo encontrar as soluções porque isso significaria que deixaríamos de ter esse problema, mas por encontrar as melhores práticas para minimizar os efeitos.

E, acima de tudo, um dos grandes objetivos é, uma vez que o mundo é cada vez mais complexo e interdependente, percebermos que, quando atuamos num problema, temos de pensar como é que as coisas estão interligadas.

É explicar a cadeia?
Correto. Ao montar um empreendimento turístico num local, há toda uma cadeia de eventos que não estão propriamente só relacionados com o setor do turismo, mas que têm implicações na sociedade.

Há, de facto, alguns desequilíbrios que têm de voltar a ser equilibrados o mais rapidamente possível na questão multidisciplinar. No fundo, a pós-graduação espelha um pouco aquilo que serão as melhores práticas para o problema do turismo e a maneira como o turismo tem de evoluir tendo em conta esta interdependência entre várias áreas e, principalmente, para gestores médios que têm de tomar decisões é importante eles estarem conscientes da implicação que tudo tem ou poderá ter.

Um bom gestor tem de estar consciente de todos os desafios, mesmo que não esteja propriamente consciente da solução, mas sabe que terá de recorrer a um especialista de determinada área para resolver o problema ou pelo menos minimizá-lo.

Portugal não atinge este nível de competitividade internacional se não fôssemos bons e se não tivéssemos bons decisores


Falou na digitalização do setor do turismo. Esta vai, por exemplo, deixar o turismo mais desumano. Ou seja, as decisões vão passar a ser mais digitais e menos humanas?
Por trás da máquina está sempre o humano. Neste momento o que temos é uma capacidade de tratar dados. Agora falamos muito em Inteligência Artificial, mas a palavra inteligência induz-nos em erro, já que o que temos é a capacidade de tratar muitos dados e obter muita informação. A decisão não é da máquina, não devemos deixar a decisão para a máquina.

Ao ter mais informação, também posso aproveitar para tomar a decisão mais informada, abre-nos mais oportunidades. Eventualmente, poderei ter novos produtos, ter capacidade de gerir as coisas de outra maneira.

Por exemplo, porque havemos de ter tantas pessoas a tentar ir ao mesmo tempo para um museu ou para uma atração turística se posso ter em tempo real informação e gerir esses fluxos da forma mais correta e eficiente? Isto pode ser aplicado a tudo. Podemos criar experiências que estão muito mais vocacionadas para aquilo que é o gosto pessoal de cada pessoa. Como disse, há todo um leque de oportunidades também para criar novos produtos.

Até porque este leque de oportunidades de criar novos produtos também pode ser vista como uma questão geracional?
Também. A segmentação no turismo sempre existiu e vai continuar a existir e as ferramentas digitais vão permitir ainda mais nichos, explorar mais nichos, porque permitem-nos quase criar o produto que é um turismo quase para uma pessoa. Ou seja, a personalização da experiência máxima e a digitalização traz-nos essas oportunidades, O facto de poder ir ao chatGPT e pedir para me fazer um itinerário retirou completamente as agências de viagens e isso é uma das preocupações.

Mas isso significa que as agências de viagens ficam sem negócio?
Não, não vão ficar sem negócio. As agências de viagens vão é utilizar a Inteligência Artificial para criar novas experiências.

Ainda relativamente aos parceiros – Turismo Portugal, Pestana Hotel Group, Details Hospitality, Sports and Leisure, AHP e APAVT – que importância tem a envolvência destes para esta formação? Não falta aqui uma TAP ou uma rent-a-car?
Os que mencionou são os parceiros oficiais, desde o primeiro momento. O que não quer dizer que depois, nas várias unidades curriculares, não venham, e virão com certeza, mais parceiros. É evidente que vamos ter pessoas também de outros setores. Mas os parceiros oficiais pensaram a estrutura da pós-graduação connosco e quais seriam os temas mais importantes, funcionando um pouco como consultores.

Contudo, depois, ligados às unidades curriculares específicas, cada coordenador tem a liberdade para construir a sua unidade curricular.

Os grandes problemas, os grandes desafios que temos no setor do turismo são os desafios que a sociedade enfrenta atualmente como um todo e a resposta vai vir da ciência e da tecnologia


Turismo multidisciplinar
O professor é cientista químico e subdiretor para a inovação e investigação da nova FCT. Esta formação científica que possui demonstra um pouco a necessidade de o turismo ser cada vez mais multidisciplinar.
Vou dar uma resposta à cientista que é: a ciência é que tem a solução para tudo. É da ciência e da tecnologia que têm vindo as grandes soluções para os grandes desafios da humanidade. Portanto, os grandes problemas, os grandes desafios que temos no setor do turismo são os desafios que a sociedade enfrenta atualmente como um todo e a resposta vai vir da ciência e da tecnologia.

Há alguns desafios e transformações que se vão notando. A importância da tecnologia, a questão das comunidades locais, do turismo agregar mais valor. Apontou as alterações climáticas, da inovação, da análise de dados, ou seja, de não só tê-los, mas de utilizá-los. Esta pós-graduação pode olhar para o futuro a quantos anos?
Essa é uma pergunta difícil de resposta, porque o que nos prova o momento histórico em que vivemos é que tudo pode mudar de uma maneira quase imprevisível em muito pouco tempo.

Temos guerras que pensávamos que já não podiam existir, tivemos uma pandemia. A nossa intenção seria pensar a cinco ou 10 anos, mas acho que não somos capazes de o fazer no mundo em que vivemos hoje. Agora, o que conseguimos fazer é preparar pessoas para lidarem com essa incerteza, de estarem mais bem capacitadas para lidarem com a imprevisibilidade, ter mecanismos para lidar com os dados, para perceber como é que se analisam, para perceber tendências e para saber como reagir a tudo isso.

No fundo, aquilo que queremos é capacitar as pessoas, de alguma maneira, para estarem preparadas para a resiliência e para a imprevisibilidade.

Estes últimos anos o que nos ensinaram é, de facto, que temos de estar preparados para a incerteza?
Exatamente. E o fator humano continua a ser extremamente importante, desde que se saiba utilizar todas as ferramentas.

Estamos numa universidade. Que papel podem e fundamentalmente devem desempenhar as instituições de ensino na formação e na especialização dos profissionais do setor do turismo?
As universidades são centros de criação de conhecimento e investigação. Numa faculdade de ciências e tecnologia, como esta, muitas vezes até criamos coisas novas.

Por isso, o que temos de fazer? É colocar todo esse conhecimento e aplicá-lo a um ou vários setores. A obrigação da universidade é realmente criar conhecimento, mas depois utilizá-lo para deixar o mundo melhor. Assim, parece uma afirmação quase esotérica, mas o assunto é sério.

O que acontece muitas vezes, senão na maioria das vezes, é que o conhecimento é criado na universidade e fica na universidade. Existe, está lá, mas não é utilizado.

Mas não é utilizado porquê? Porque não se vai à procura, porque não se dá a conhecer, porque não é procurado?
Este não é um problema exclusivo da academia portuguesa, é um problema da academia em geral. Esta relação da academia com a sociedade sempre foi uma relação difícil. Mas basta recuar um pouco, não muito, para perceber que o conhecimento científico, quando a sociedade precisou da academia, ela esteve presente e a investigação científica apareceu com uma ou várias soluções. É uma relação que tem os seus altos e baixos.

Dou-lhe um exemplo, no Departamento de Engenharia do Ambiente, temos pessoas que trabalham muito em sustentabilidade, que editaram um livro sobre a sustentabilidade em empreendimentos turísticos. Por isso, quando se coloca este conhecimento em prol de uma determinada causa, vêm-se coisas muito úteis.

O papel da universidade é criar conhecimento e tem o papel de fazer uma translação deste conhecimento para os problemas reais.

 

O fator humano continua a ser extremamente importante, desde que se saiba utilizar todas as ferramentas

 

E poderão surgir daqui outras pós-graduações ou outras formações mais específicas ligadas ao turismo, ligadas à hospitalidade, à mobilidade, mas mais específicas?
Elas já existem, de alguma maneira no universo da Nova e de uma forma muito diversificada, desde a gastronomia, tratamento de dados, marketing, gestão, direito, etc..

Se tivéssemos uma bola de cristal e pudéssemos olhar para daqui a cinco ou 10 anos, quais os skills que apontaria necessários ter no universo do turismo?
Tudo o que tem a ver com a sustentabilidade nos próximos anos vai ser fundamental. E a sustentabilidade aqui tem tantas implicações, porque vai ter implicações a nível da gestão, do normal dia-a-dia, implicações legais, porque a legislação vai mudar. Ou seja, a sustentabilidade tem implicações e ramifica-se.

O importante, depois, é ter a noção correta de como aplicar a sustentabilidade. O que digo é que os profissionais na indústria do turismo terão em tudo o que é sustentabilidade um enorme desafio e vão ter de olhar a sério este tema.

Mas falando em sustentabilidade, as soluções têm de ser, de alguma forma, impostas por lei, e não tanto por transformação da mentalidade das pessoas, do tal fator humano?
Penso que terá de acontecer pelas duas vias. Mas claro que a maneira mais rápida é sempre se for imposta por lei. Diria até, na emergência em que vivemos no planeta, provavelmente terá mesmo de ser esse o caminho.

Se queremos que isto tudo seja sustentável, a sustentabilidade só se atinge plenamente se mudarmos as mentalidades, mas terá de ser natural. Só assim se conseguirá ter sucesso.

As novas gerações, por exemplo, veem esta questão da sustentabilidade de uma forma completamente diferente e para os mais jovens a sustentabilidade é algo já natural seja nas viagens, na gastronomia, no alojamento. É uma geração que está mais alerta para esta questão, está mais informada e atua de forma mais rápida.

Mas, no fundo, tem de ser fácil ser-se sustentável. Ou facilitamos ou não teremos sucesso.

E do lado dos turistas?
Os turistas são a outra parte da equação. Inclusivamente temos uma unidade curricular a pensar nisso. Como é que o setor do turismo e os agentes e operadores turísticos poderão, eles próprios, ser intervenientes na mudança na mentalidade do turista.

Nesse aspeto, vamos mais ao campo da psicologia, mas é reconhecido que há realmente um papel que o turista irá desempenhar.

Se olharmos para os nossos parceiros, o Turismo Portugal tem a responsabilidade de informar o turista, o grupo Pestana, o maior grupo hoteleiro em Portugal, também tem de informar o seu hóspede, que é turista. Temos uma AHP, uma associação que não é um grupo hoteleiro, mas que o represente e, portanto, também tem a sua responsabilidade, tal como uma APAVT que, junto das agências, também tem de informar os operadores para dar essa informação ao turista.

É evidente que não vamos mudar a mentalidade de uma pessoa no período em que está a fazer turismo.

Sobre o autorVictor Jorge

Victor Jorge

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Florença adota novos planos para combater “excesso de turismo”

Em resposta ao crescente incómodo dos moradores com o que consideram ser “turismo excessivo”, a cidade italiana de Florença decidiu adotar 10 novas medidas, para além das que já tinha implementado no passado recente.

Florença já tinha anunciado no ano passado a proibição de novos alojamentos locais de curto prazo na esperança de conter o êxodo de moradores locais, agora decidiu restringir o uso de fechaduras de check-in automático em alojamentos locais e a utilização de altifalantes de guias turísticos, avança a imprensa italiana. O decreto também proíbe o uso de amplificadores e altifalantes para guias turísticos.

As fechaduras de check in automático são pequenas caixas com um teclado digital usadas por proprietários para arrendamentos de curta duração que se tornaram uma espécie de símbolo da raiva local de Florença contra os turistas, e têm sido alvo de vandalismo por parte de moradores, que as marcam com fitas adesivas e X vermelhos como forma de protesto.

“A cidade não é mais capaz de suportar, sem enfraquecer o seu valor patrimonial e ver a sua habitabilidade geral comprometida, uma presença tão maciça de atividades e meios para uso turístico exclusivo concentrados em apenas cinco quilómetros quadrados”, pode ler-se no comunicado do Conselho Municipal, que avança que a cidade pretende colocar limites em “veículos atípicos” – como carrinhos de golfe, que se tornaram cada vez mais populares entre guias turísticos para levarem os visitantes pela cidade em áreas onde o tráfego de carros é restrito.

O plano de Florença faz parte de um esforço mais amplo para promover o turismo sustentável, com a cidade a colaborar com outras grandes destinos italianos, como Roma, Veneza e Nápoles, na criação de um turismo que respeite a cultura local e melhore a integração entre turistas e residentes. A cidade também faz parte da rede “Grandes Destinos Italianos para um Turismo Sustentável” (GDITS), uma iniciativa do Ministério do Turismo que visa garantir que o turismo contribua positivamente para o bem-estar dos moradores.

Numa altura que a cidade acolhe os ministros do turismo do G7 (Canadá, França, Alemanha, Japão, Itália, Reino Unido, Estados Unidos) e com a presença da União Europeia, a autarquia revela que as medidas visam tornar a capital toscana uma “cidade viva e única” para visitantes e moradores.

Entre as medidas propostas, destacam-se as seguintes: Proibição do uso de fechaduras automáticas em áreas da UNESCO, com critérios definidos para as atividades de locação turística, no âmbito da legislação regional e nacional; Limitação de veículos atípicos, como carrinhos de golfe usados por guias turísticos, especialmente em áreas de tráfego restrito; Proibição de amplificadores e altifalantes por parte das guias turísticas, com o objetivo de reduzir a poluição sonora na cidade; Exposição obrigatória do Código Identificativo Nacional (CIN) nas atividades de locação turística, com a supervisão da Sovrintendenza (órgão responsável pela preservação do património).

A implementação de controlos mais rigorosos sobre os serviços turísticos, através de ferramentas tecnológicas; Campanhas de comunicação sobre turismo sustentável, promovendo o respeito pela cidade como um lugar “vivo e único”; Parcerias com plataformas de viagens online (OTA), para divulgar campanhas de respeito pela cidade e recolher dados úteis sobre os aluguéis de curto prazo; Criação de um grupo de trabalho permanente, com a participação de stakeholders públicos e privados, coordenado pela Fundação Destination Florence; Estabelecimento de uma cabina de regulação para a programação de políticas turísticas; Implementação de uma Dashboard Turística, uma plataforma para reunir todos os dados sobre o turismo em Florença, são outras medidas que constam deste plano.

Os dados mais recentes revelam que até setembro de 2024, o número de turistas em Florença foi superior a 7,8 milhões, seguindo a tendência de crescimento registada nos últimos anos.

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