Cabo Verde foi o destino mais vendido este verão, segundo Barómetro de Viagens da ANAV
O Barómetro de Viagens apresentado esta quinta-feira pela Associação Nacional das Agências de Viagens (ANAV) revela que Cabo Verde foi o destino turístico mais vendido este verão em Portugal. No segundo lugar do pódio está a Espanha, seguida da República Dominicana. Já entre os fatores mais importantes para a escolha do destino para férias de verão, surge em primeiro lugar o clima, com mais de 90% de respostas, seguindo-se a segurança (50,8%) e a cultura (23,7%).
Carolina Morgado
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A Associação Nacional das Agências de Viagens apresentou aos jornalistas, esta quinta-feira, os resultados do primeiro estudo realizado pelo “Barómetro de Viagens”, no âmbito do seu novo projeto Observatório ANAV. Tratou-se de analisar e explicar o perfil e as motivações do cliente que adquire programas de férias com as agências de viagens.
O presidente da ANAV, Miguel Quintas apontou que, com a realização destes estudos e análises, que se pretende que tenham uma periodicidade semestral, a Associação procura fornecer às agências de viagens informação factual e atualizada, que permitirá criar ferramentas que potenciem o desenvolvimento do setor, bem como gerar uma maior capacidade negocial, para observar que “sem avaliação de resultados não se consegue identificar se as decisões tomadas foram as corretas e, como tal, esperamos que este género de trabalho venha a ser útil na decisão de programar os destinos turísticos dos portugueses, assim como identificar as suas preferências”.
Miguel Quintas avançou que “queremos alargar este barómetro para outras atividades dentro do setor do turismo, mas sempre correlacionado, direta ou diretamente, com as agências de viagens e com a distribuição”.
Este primeiro Barómetro de Viagens, que procurou aferir o perfil do cliente para os produtos de férias de verão 2024, as suas preferências e quais os fatores que influenciam e condicionam as suas escolhas para o ano de 2024, concluiu que o destino turístico mais vendido foi Cabo Verde, seguido de Espanha e República Dominicana, enquanto, entre os fatores mais importantes para a escolha do destino surge em primeiro lugar o clima, com mais de 90% de respostas, seguindo-se a segurança (50,8%) e a cultura (23,7%).
O questionário enviado era composto por um total de seis perguntas e foi respondido por uma amostra de 59 agências de viagens de norte a sul do país e ilhas, que integram a ANAV ou não.
“Um estudo com seis perguntas muito simples, rápido e de fácil de resposta, que desse algumas informações que consideramos importantes para o setor, tendo como tema as viagens e as férias dos portugueses”, começou por explicar o vice-presidente da ANAV, Luís Henriques, avançando que “seria interessante fazer uma comparação com aquilo que foi verificado em 2003, que, como sabem, foi o primeiro ano do pós pandemia que, de certa forma, condicionou muito a nossa atividade e as férias de todos”.
Neste sentido, o que a ANAV fez foi pegar nos países que tiveram no top em 2023, Portugal, Espanha, Cabo Verde, República Dominicana, México, Tunísia, Cuba e Marrocos, e questionar quais destes destinos as agências de viagens venderam mais durante o ano de 2024. “Sem surpresas, surge em primeiro lugar Cabo Verde, que aliás, nos últimos anos tem sido o destino mais vendido pelas agências de viagens. Espanha vem em seguida, pela proximidade que tem em relação a nós, e por ser um produto normalmente mais económico. Finalmente, a República Dominicana, que apesar do aumento da oferta decolou bastante bem pela relação qualidade-preço”.
Luís Henriques afirmou ainda que “é muito curioso que Portugal não esteja aqui. Durante muitos anos foi o primeiro destino, mas podemos, à partida, perceber que não só o preço médio subiu ligeiramente durante os últimos anos, deixando de ser um destino tão atributivo, mas também os próprios clientes adotaram outro tipo de canais de que não as próprias agências de viagens para comprar viagens para destinos portugueses”.
Em termos de valor médio gasto por pessoa, por viagem/pacote, a grande maioria centrou-se no intervalo dos 1.000 euros aos 1.500 euros, sendo que, eu diria que entre os 1.000 euros e os 2.000 euros contam-se cerca de 85% dos clientes. “Embora o preço médio tenha subido bastante, a verdade é que a grande maioria dos turistas portugueses continuam a manter-se nestes valores relativamente baixos e, portanto, também nos diz um bocadinho da nossa própria economia e da capacidade que temos e do nosso orçamento, enquanto viajantes, para consumo durante as férias de verão”, comentou o vice-presidente da ANAV.
A duração média das viagens/pacotes de férias de verão organizados pela agência de viagens foi outro item que não causou surpresa. Quase 94% respondeu que os portugueses preferem os pacotes de sete noites, com algumas respostas que indicam duração média de 15 dias.
Face a 2023, e em média, os clientes investiram mais ou menos dinheiro na compra de viagens para férias de verão? Foi outra questão colocada. Cerca de 60% é da opinião que gastaram mais, e quase 14% referiram que os seus clientes gastaram menos do que no ano passado. Para Luís Henriques “isto é um ótimo indicador, é um indicador que este mercado continua saudável, ativo, dinâmico de ano para ano, mesmo com o aumento da inflação”, sublinhando que “o produto de férias ou o produto de lazer já passou de um luxo para uma necessidade para a maioria dos viajantes”.
Finalmente, os fatores que mais influenciam os clientes na escolha do programa/pacote, a relação qualidade/preço aparece em primeiro lugar com 93%, seguido de confiança no operador turístico/agência de viagens. “Este ponto é muito importante, porque realmente as agências de viagens continuam a ter um papel consultivo fundamental para os clientes no seu processo de pedido e de compra das suas férias. A importância das agências de viagens reforça-se cada vez mais junto dos seus clientes, independentemente de outras formas de distribuição e de digitalização terem avançado muito nesta área nos últimos anos”, reconheceu o responsável.
Comentando ainda este resultado, o presidente da ANAV disse que “tudo indica que quando um cliente procura um conhecimento profissional para decidir o seu destino, quem está mais capacitado para o fazer são, sem dúvida, as entidades que conhecem os destinos, e essas são as agências de viagens. O barómetro vem reforçar isso, particularmente para as viagens mais distantes”.
Apesar da época ainda não ter terminado, Luís Henriques garantiu que os resultados finais não se alterarão significativamente. “Temos agora as últimas horas no mês de agosto, mas diria que durante este mês, as vendas efetivadas devem representar entre os 4% e os 7% das vendas do ano”.