Guimarães passa a integrar a Rede Portuguesa de Turismo Industrial
Guimarães passa a integrar a Rede Portuguesa de Turismo Industrial, após assinatura dos protocolos de colaboração, o que vai trazer outra camada à robusta rede de produtos turísticos que se tem desenvolvido no concelho, nestes últimos anos.
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A sessão contou com a presença de Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Paulo Lopes Silva, vereador do município vimaranense, Luís Pedro Martins, presidente da Entidade Regional Turismo Porto e Norte de Portugal (TPNP, E.R.) e Paulo Coelho Lima, administrador e CEO Lameirinho – Indústria Textil, SA.
Domingos Bragança defendeu a importância do investimento turístico ser feito em toda a Região Norte, considerando que “o Porto e a sua Área Metropolitana só têm a ganhar ao partilhar e incluir todo o Norte de Portugal e, nomeadamente, o Minho e Guimarães”. Guimarães dispõe de condições “únicas para a implementação do Turismo Industrial. Temos história, marca indelével da fundação de Portugal, mas também temos uma relevante história industrial uma história, mais que noutro tempo, feita futuro”, onde os desafios da revolução digital, da biotecnologia, de novos materiais, da circularidade, da sustentabilidade, da economia, da saúde e do espaço são para vencer.
O Turismo Industrial torna possível às empresas “mostrar ao pormenor a evolução das suas técnicas de produção, das tecnologias, dos diversos produtos criados ao longo de toda a sua história industrial e da sua visão do futuro, aumentando o seu valor reputacional, notoriedade, reconhecimento e atração de talento à empresa”. O edil considera imprescindível o contexto “cultural de Guimarães para uma experiência única e ainda mais diferenciada oferecida aos turistas”.
Referindo-se à capacidade hoteleira, Domingos Bragança defende o investimento no aumento do número de camas no território, porquanto os operadores trabalharem “consoante a disponibilidade de camas no território”. “Se temos oferta, temos satisfeita a procura. Satisfeita a procura, aumenta-se a oferta”, argumentou.
Paulo Lopes Silva, vereador da Câmara Municipal, que apresentou o projeto do Turismo Industrial de Guimarães, destacou que há três anos, foram definidos três grandes objetivos: aumentar estadia média; diversificar propostas e produtos; e promover aquilo que Guimarães é e o melhor que tem para oferecer. Assim, para aumentar a estadia média, “temos que criar iniciativas e produtos turísticos que convençam os nossos visitantes a ficar cá e que garantam condições para os operadores exercerem a sua atividade”.
Após o lançamento do Turismo Criativo e de Experiências e a certificação do Destino Sustentável, o Turismo Industrial vem trazer outra camada à robusta rede de produtos turísticos que se tem desenvolvido nestes últimos anos. O Turismo Industrial em concreto permite ainda a todo o território aproveitar turisticamente a grande dinâmica industrial do concelho, que conta com empresas de excelência. Se com o crescimento turístico “conseguirmos trazer mais e melhor negócio, conseguiremos agregar mais valor aos produtos já fabricados e potenciar o território”, defendeu.
Luís Pedro Martins realçou que a TPNP pretende “aumentar os argumentos para visitar a região, principalmente as regiões fora da Área Metropolitana”. Recorde-se que são considerados quatro destinos em termos de promoção: o Minho, Porto, Trás-os-Montes e Douro.
O dirigente considera ainda que Guimarães está “a conquistar lugar no palco dos meeting industry, um produto muito forte e importante, que atrai mercados de alto-rendimento”. Há territórios “fora do Porto que podem receber este turismo de negócios, e temos que os explorar”, exemplificando com Guimarães, que possui “os ingredientes necessários para ser líder neste segmento” por possuir, além de salas e equipamentos de alta qualidade, a atmosfera, restauração e hotelaria, programação cultural, entre outras qualidades.
O Turismo Industrial tem vindo a consolidar-se em Portugal através do incremento de uma oferta suportada em visitas a fábricas em laboração e a equipamentos museológicos ligados a antigos complexos industriais que proporcionem aos visitantes experiências relacionadas com os processos de produção, ou com o seu passado histórico e cultural. São já várias as empresas e também municípios de todo o país que dinamizam iniciativas de Turismo Industrial, contribuindo assim para um melhor conhecimento da produção nacional, distinta na tradição e na modernidade.
Para Guimarães, um dos principais concelhos exportadores do país, com um elevado tecido industrial, este projeto apresenta-se como uma oportunidade para diversificar e diferenciar a oferta turística, contribuindo, ao mesmo tempo, para a preservação dos testemunhos de uma componente importante da história do concelho e para o desenvolvimento de um turismo que se pretende cada vez mais sustentável.
No arranque deste projeto, o concelho de Guimarães conta já com seis empresas no seu Roteiro de Turismo Industrial, são elas a Belo Inox, da área das cutelarias, Jordão, da área dos Equipamentos de Refrigeração, a Coelima, Lameirinho e Lasa, da área dos Têxteis Lar e a Filasa da área da Fiação. Estas são empresas que se destacam pela sua história e relevo no tecido empresarial vimaranense e nacional. Este é, no entanto, um projeto aberto a outras empresas que pretendam integrar esta oferta, podendo fazê-lo a qualquer momento, bastando para isso que entrem em contacto com o Município.
A dinamização do Programa tem vindo a ser feita através da Rede Portuguesa de Turismo Industrial, através de uma atuação concertada com os parceiros das várias regiões turísticas, públicos e privados, privilegiando assim uma abordagem nacional de networking, tendo como objetivo a consolidação desta oferta e a sua promoção junto dos mercados internacionais.