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Páscoa antecipada impacta turismo em abril
A antecipação dos feriados da Páscoa teve impacto negativo na performance do turismo no mês de abril, com os números relativamente aos hóspedes e dormidas a registarem decréscimos.
Victor Jorge
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Em abril de 2024, o setor do alojamento turístico registou 2,6 milhões de hóspedes e 6,5 milhões de dormidas, correspondendo a decréscimos de 3,7% e 4,3%, respetivamente, revelam os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Estes resultados terão sido influenciados pelo efeito de calendário do período de férias associado à Páscoa, que no ano anterior se concentrou apenas em abril, enquanto este ano se repartiu entre março e abril”, indica o INE, demonstrando que no mês de março de 2024, o número de hóspedes e dormidas aumentaram 12,3% e 12,8%, pela mesma ordem).
As dormidas de residentes totalizaram 1,8 milhões, decrescendo 12,5% (após +9,9% em março) e contrariando a trajetória de crescimento dos últimos dois meses. Os mercados externos registaram o primeiro decréscimo desde março de 2021 (-0,8%, após +14% em março), alcançando 4,8 milhões de dormidas.
Os 10 principais mercados emissores em abril representaram 75,2% do total de dormidas de não residentes neste mês, entre os quais se destaca o de maior peso, o mercado britânico (18,2% do total das dormidas de não residentes em abril), com uma ligeira diminuição de 0,2%, a primeira desde março de 2021.
As dormidas de hóspedes alemães (11,7% do total), o segundo principal mercado, cresceram 2%. Seguiram-se os mercados francês (quota de 9,6%) e norte americano (peso de 9,4%), que registaram aumentos de 2,8% e 13,6%, respetivamente.
No grupo dos 10 principais mercados emissores, destacaram-se ainda os mercados canadiano e neerlandês (quotas de 3,2% e 4,6%, respetivamente) pelos crescimentos mais significativos, 31,8% e 12,9%, pela mesma ordem. Em sentido contrário, destacou-se o mercado espanhol (quota de 6,9%) com o decréscimo mais expressivo (-42,5%), seguido do mercado brasileiro (quota de 4,2%), que registou um decréscimo de 9,2%.
Em abril, o maior aumento nas dormidas registou-se nos Açores (+7,5%), enquanto se observaram crescimentos ligeiros na Madeira (+0,8%), Oeste e Vale do Tejo (+0,5%) e na Grande Lisboa (+0,1%). Nas restantes regiões observaram-se decréscimos nas dormidas, tendo sido mais expressivos no Alentejo (-11,3%), no Algarve (-9,9%) e no Centro (-8,3%).
As dormidas de residentes apresentaram decréscimos em todas as regiões, com exceção dos Açores (+2,4%) e da Grande Lisboa (+2%). A Madeira e o Algarve destacaram-se com os decréscimos mais acentuados nas dormidas de residentes (-30,9% e -24%, respetivamente).
As dormidas de não residentes registaram crescimentos mais expressivos nos Açores (+12,6%), no Oeste e Vale do Tejo (+8,5%) e na Madeira (+7,9%), enquanto no Centro (-9,8%), no Algarve (-6,3%), no Norte (-1,8%) e na Grande Lisboa (-0,3%) se registaram decréscimos.
Em abril, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,48 noites) diminuiu 0,6% (+0,4% em março). Este indicador registou os maiores crescimentos no Algarve (+2,9%) e na Madeira (+2,7%), tendo decrescido de forma mais expressiva nos Açores (-2,7%) e no Oeste e Vale do Tejo (-2,1%).
Os valores mais elevados deste indicador continuaram a observar-se na Madeira (4,45 noites) e no Algarve (3,73 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,68 noites) e no Alentejo (1,77 noites).
Em abril, a estada média dos residentes (1,85 noites) diminuiu 3% e a dos não residentes (2,85 noites) decresceu 1%.
A estada média dos não residentes foi mais longa do que a dos residentes em todas as regiões, tendo a Madeira registado as estadas médias mais prolongadas, quer dos residentes (2,91 noites) quer dos não residentes (4,82 noites). Para além da Madeira, as estadas médias observadas no Algarve (2,71 noites dos residentes e 4,05 noites dos não residentes) e nos Açores (2,54 noites e 3,24 noites, pela mesma ordem) também ficaram acima das estadas médias nacionais.