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Turismo

Obrigado, André Jordan

Faleceu esta sexta-feira, 9 de fevereiro, o empresário André Jordan. Ao longo dos 90 anos que esteve entre nós, ficou conhecido por ser o “Pai do Turismo” em Portugal. Em 2007 foi distinguido com o “Prémio Carreira” nos “Portugal Travel Awards” do Publituris, ano em que foi diretor convidado da edição 1.000 do jornal.

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Obrigado, André Jordan

Faleceu esta sexta-feira, 9 de fevereiro, o empresário André Jordan. Ao longo dos 90 anos que esteve entre nós, ficou conhecido por ser o “Pai do Turismo” em Portugal. Em 2007 foi distinguido com o “Prémio Carreira” nos “Portugal Travel Awards” do Publituris, ano em que foi diretor convidado da edição 1.000 do jornal.

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Nasceu a 10 de setembro de 1933, em Lwów (antes Polónia e agora Ucrânia) de onde partiu para fugir ao regime Nazi que invadiria o país, em 1939, dando início à II Guerra Mundial.

Fundador, idealizador e promotor dos empreendimentos Quinta do Lago, Belas Clube de Campo, Vilamoura XXI, entre outros, foi considerado, em 2014, uma das 12 personalidades mais influentes no turismo a nível mundial.

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Na última entrevista dada à PUBLITURIS HOTELARIA, em março de 2021, André Jordan afirmaria que “o país tem de ter a coragem de fazer alguma coisa que salve e consolide o país”.

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O PUBLITURIS presta homenagem a André Jordan, precisamente, com a republicação dessa última entrevista.

Até sempre e obrigado André Jordan!

“O país tem de ter a coragem de fazer alguma coisa que salve e consolide o turismo”

O empresário André Jordan analisa a atual conjuntura e defende a promoção como medida urgente para a retoma do turismo nacional. A descida do IVA para 10% para todo o setor ou a criação de um Conselho Consultivo do Turismo também ficam em cima da mesa.

“Eu, que ando há muitos anos por aí, não me lembro de nenhuma situação assim em lugar nenhum”. O desabafo é feito por André Jordan, a propósito da atual conjuntura pandémica que amordaçou o turismo. Os muitos anos a que se refere, são 87 de uma vida feita de somas: de países, projetos, cargos, empresas, distinções e prémios. E de histórias que foram compiladas em 2019 num pesado livro de quase 800 páginas que exige ser segurado por duas mãos. “Uma viagem pela vida” foi reeditado no ano passado, porque, afinal, há sempre mais uma palavra a acrescentar, e as de André Jordan não se esgotam. E de entre tudo o que é, é também um exímio conversador. Discorre com facilidade pelos caminhos da memória e não há pergunta que não o faça revisitar uma história que o guia a outra e facilmente atracamos num destino longe da partida. Das suas quase nove décadas de vida, que começaram na Polónia, fazem parte mais de 30 cargos relevantes, cuidadosamente enumerados no seu currículo oficial. Desta longa lista, não consta o título informal pelo qual mais é conhecido: o de pai do turismo português. Deu vida à Quinta do Lago, ao Vilamoura XXI, a nove campos de golfe e ao Belas Clube de Campo. É neste último que se encontra na tarde desta conversa, realizada à distância e com os computadores a servirem de intermediários. Cenário diferente do vivido em 1974, ano em que deu a primeira entrevista em Portugal, ao Publituris, conduzida pelo seu fundador, o falecido jornalista Nuno Rocha.

Apesar das imposições tecnológicas, a sua companhia é acolhedora. “Estou olhando as janelas aqui à volta da minha sala e só vejo verde”, conta, com a melodia brasileira na voz, que nunca perdeu, orgulhoso do Belas Clube de Campo, no concelho de Sintra, que diz ser simbiose perfeita entre a vida urbana de Lisboa que está a dois passos e a tranquilidade da natureza.

A atualidade foi o tema de conversa. Apostar e aprimorar a promoção do país são estratégias urgentes. A baixa do IVA para todo o setor ou a criação de um Conselho Consultivo do Turismo foram outras ideias deixadas em cima da mesa. Isto porque, para salvar o turismo é preciso ouvir quem dele perceba, defende.

Que impacto terá a pandemia na forma como se faz turismo no mundo?
Também estou muito interessado em saber a resposta (risos). Estamos perante uma situação sem precedentes, em relação a um inimigo oculto. O turismo é a vítima inocente de todas as crises mundiais, é sempre o primeiro afetado. Penso que vai haver um surto de uma ilusão realista; vão aparecer muitas pessoas que querem viajar de repente e retomar a sua atividade turística. Mas mesmo que isto apareça com força, não significa que vá perdurar.

Teremos um ‘boom’ apenas momentâneo?
Uma explosão. Mas depois vai acalmar. Não há dúvida que muita gente está afetada economicamente e não vai ter meios para fazer turismo.

Acabou de ser aprovado o passaporte verde europeu. Considera que este é um instrumento fundamental para a retoma das viagens entre países?
Tudo o que for feito no sentido de haver um maior cuidado é importante. A existência deste passaporte faz uma certa pressão para as pessoas se vacinarem. Quem viaja sem passaporte será prejudicado na sua liberdade de movimento. Há dúvidas também sobre as vacinas, que ainda não têm um historial – não se sabe quanto tempo duram, qual o efeito que têm. É tudo um pouco duvidoso por enquanto. Por exemplo, esta situação em relação a uma das vacinas, que foi suspensa na Europa. E vem alguém dizer: ‘’Em Portugal está ótimo, ontem só morreram 90 pessoas” (risos). O ser humano passou a ser uma estatística.

Esta questão da AstraZeneca veio beliscar a confiança na vacinação…
Estou no grupo de risco. Tenho 87 anos e sou cardíaco. Estou à espera da Pfizer, porque não aceitaria que me dessem a AstraZeneca porque não é recomendada para pessoas velhas. Até agora não me chamaram.

Mas é também um cético nesta questão das vacinas.
A solução só chega no dia em que encontrarem uma cura. Claro que a vacinação pode prolongar o tempo de vida. Por exemplo, a poliomielite paralisava os membros inferiores e era uma verdadeira epidemia. Houve muita gente que passou a vida numa cadeira de rodas, como o presidente do Estados Unidos, Franklin Roosevelt. E a doença já foi completamente erradicada. Há algumas vacinas que acabaram com a doença.

Apelidou o Plano de Recuperação, desenhado pelo Professor António Costa e Silva, de tese académica. Qual é a sua opinião sobre as considerações relativas ao turismo apresentadas no documento?
Praticamente não há nada a respeito do turismo neste plano. Os economistas portugueses têm pena e vergonha que Portugal não seja a Alemanha, que não seja um país industrial a fabricar milhões de automóveis e de tecnologia. Somos um pequeno país e mais equilibrado do que se possa pensar; socialmente e até economicamente. Apesar de haver pobreza, não há miséria.

Que leitura faz da ação do governo relativamente ao turismo, neste último ano de pandemia? Os apoios têm sido ajustados?
Deram agora 300 milhões de euros para a área do turismo que é uma espécie de esmola. Não quero falar sobre este assunto, isto é uma situação pontual e as coisas têm de ser pagas e vão ser muito dificilmente pagas. Quando as moratórias acabarem vamos ver como é que isto fica. É preciso que o governo invista em promoção depois; agora, no auge da pandemia, não valia a pena.

Promoção e marketing
Sempre defendeu que a promoção do país é insuficiente.
A infraestrutura do turismo é muito boa, o que é fraco é o marketing e a promoção. Tem de haver uma promoção feita pelas empresas e não pelo governo, porque o governo não conhece o negócio do turístico. Quem o conhece é quem vive dele. Tivemos em Portugal um fenómeno económico muito interessante com números altos de turismo, mas rentabilidade quase inexistente. Isso criou uma ilusão. Dizermos que recebemos tantos milhões de turistas, mas depois o resultado desse movimento foi muito fraco porque sempre falhámos na promoção, sempre fizemos a promoção errada. Não criámos atrações para o turista com melhores meios económicos e não aproveitámos as potencialidades turísticas do país.

Proponho uma baixa do IVA para todo o setor turístico para 10% – para hotéis, restaurantes, rent-a-car, golfe etc. O país tem de ter a coragem de fazer alguma coisa que salve e consolide o turismo. A não ser que não queira ter turismo. Há quem não queira.

O segmento do golfe pede que seja reposta a anterior taxa de 6% de IVA.
Sou mais a favor de haver uma baixa de IVA para todo setor turístico. E era preciso haver uma aceitação da importância do turismo para a economia do país. Grande parte do desenvolvimento dos Estados Unidos, por exemplo, é feita através do estímulo fiscal. Não só na indústria e no comércio, mas na cultura, educação, saúde… O instrumento para impulsionar o turismo é o IVA. Não é preciso o governo dar dinheiro, mas sim deixar o usar o dinheiro que o próprio turismo gera para a sua promoção e desenvolvimento. Sobre o golfe, acho que há uma grande necessidade de desenvolver o golfe nacional, com escolas, repartições públicas, militares… Não é caro e iria aumentar muito a sustentação do golfe a nível interno. Atualmente, isso não é possível.

Afirma que a responsabilidade da promoção do país cabe às empresas. Mas nos próximos tempos estarão fragilizadas e sem capital para fazer esta aposta…
Por isso é que proponho que possa ser utilizado metade do valor do IVA para programas de marketing e promoção. Aí não obriga o governo a aumentar a dívida e essa receita, aparentemente diminuída, vai voltar com o aumento do turismo. É preciso coragem para revalorizar o turismo. Se não o fizermos vamos ser destruídos pela guerra de preços.

É preciso olhar para o turismo com seriedade?
Há zonas simpáticas no interior do país e este turista e este mercado vão acabar por se encontrar. Precisamos de ter um determinado volume de receitas para que isso seja significativo para a economia do país, para o emprego e para criar empresas fortes. O turismo nunca foi levado realmente a sério, sempre foi uma coisa assim meio envergonhada. O turismo é serviçal, há esse complexo que não há, por exemplo, nos Estados Unidos, na Inglaterra, na França, na Itália e em Espanha, que investem pesadamente no turismo.

Acusou o Turismo de Portugal de estar mais preocupado com as estatísticas e não avaliar o verdadeiro impacto económico que o turismo representa. É uma estratégia que deve mudar?
Quando o Turismo de Portugal faz um filme de promoção com locais maravilhosos de Portugal, só há um problema: são todos inacessíveis, ninguém consegue chegar lá no alto da montanha ou na praia deserta num canto qualquer (risos). Isso é muito bonito mas o Turismo de Portugal deve promover Portugal e os empresários devem promover o produto.

Estes últimos anos de crescimento foram uma oportunidade desperdiçada, nesta ótica da promoção?
Concordo. Devíamos, nessa altura, ter feito um trabalho das empresas com o governo e ter promovido a qualidade do turismo, a qualidade do produto para atrair, na retoma, um cliente mais sofisticado e mais exigente. Portugal foi eleito – de verdade, não é naqueles prémios que não são bem independentes – como segundo melhor destino para viver no mundo. E temos de saber aproveitar, transformar isso numa campanha.

Preços
Para nos sabermos vender ao mercado certo? Até agora Portugal é conhecido por ser bom e barato.
As pessoas descobriram que a relação qualidade/preço em Portugal é imbatível. O Alojamento Local é um brinco; limpo, de boa qualidade, com móveis corretos, etc. Se for para a Áustria ou para Alemanha [o AL] é uma porcaria. Não há qualidade nem atração nenhuma. O português é muito caprichoso, gosta de fazer as coisas corretas, simpáticas e limpas.

É difícil comer mal e dormir mal em Portugal.
É impossível comer mal em Portugal a não ser nos hospitais (risos).

Falou do perigo de sermos destruídos pela guerra de preços.
Já tivemos isso em Portugal. Em várias épocas de crise a recuperação foi com a guerra de preços. Quando Adolfo Mesquita Nunes era secretário de Estado do Turismo, começaram a convidar a imprensa estrangeira para vir cá. Vieram todos. Deram a passagem e pagaram a hospedagem e veio o mundo inteiro, bons e maus. Há uns que disseram que escreviam para um jornaleco qualquer e vieram cá também (risos). Vi dezenas de publicações e nenhuma deixou de frisar o facto de Portugal ser barato. Isto foi muito prejudicial.

Como é que se começa a despir esta capa do preço baixo para atrair um segmento mais alto?
Precisamos de agências de marketing e de promoção de alta qualidade. Não se pode comprar publicidade ou marketing barato, porque o barato sai caro: eles não têm qualidade nem acesso aos meios, é dinheiro deitado fora. É preciso criar eventos de qualidade, de nível, a área desportiva é muito atraente, temos condições desportivas naturais para atrair ténis, golfe, caça, iatismo, etc. Criar eventos de participação. Porque eventos de assistência vai ser mais difícil; infelizmente o MICE vai ser difícil. As empresas descobriram que não precisam de fazer aqueles congressos que deslocam centenas de pessoas durante dois ou três dias. Este segmento vai sofrer muito. Por exemplo, numa prova de competição desportiva, todos os dias, nos vários países, estão ser comunicados, na comunicação social, os resultados. É uma forma de utilizar o próprio atleta e a sua presença para promover Portugal no país dele.

Os eventos são o único gatilho possível para elevar o segmento do turista que atraímos?
Temos de ir também pela cultura – já defendi a construção do Museu dos Descobrimentos várias vezes. Temos alguns museus contemporâneos muito bons. O Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, é uma grande atração e que tem uma altíssima qualidade. Eventos musicais. E temos de contratar agências e pessoas que nos ajudem a pensar nesta promoção e que nos ajudem a perceber o que é que temos de fazer. Sou a favor da criação de um Conselho Consultivo de Promoção Turística que reúna pessoas não só ligadas ao turismo, mas também pessoas da aviação, do desporto, do comércio de luxo, que nos venham ajudar a pensar na promoção do turismo.

Pessoas de fora do país?
De dentro e de fora. Temos um português que foi presidente da Publicis Groupe, que é uma das maiores agências do mundo, e que é apaixonado pelo turismo. Nunca ninguém falou com ele. Há pessoas que têm muito a contribuir, a nível de criatividade, e não só,e que não são convocadas nem ouvidas.

Potencial e crescimento
Defendeu, em tempos, a criação de um Ministério do Turismo. Mantém esta opinião?
Um Ministério do Turismo iria ajudar, principalmente, porque transmitiria aos outros ministérios a visão e o interesse do turismo, que eles não têm. Basta ver como o professor António Costa e Silva ignorou o turismo, por que não sabe o que é o turismo. Essa coisa do turismo de qualidade é uma coisa que ainda ninguém percebeu.

As Secretarias de Estado não se têm sabido posicionar?
Não vou dizer que não têm estado à altura, mas não há uma estratégia e não há apoio de verdadeiros profissionais de marketing, de promoção e de hotelaria. Por isso é que defendo a criação deste Conselho. Seria útil à própria Secretaria de Estado, teria o apoio de um grupo especializado. É preciso lembrar uma coisa: o turismo é um negócio de grande importância para o país e temos de o tratar desta forma.

Depois da última crise, o setor cresceu exponencialmente. Que diferenças assinala entre a conjuntura atual e esta última crise?
São duas crises completamente diferentes. A anterior foi uma crise económica e financeira, não parou o turismo – diminuiu, mas não parou. Esta paralisou o turismo por imposição dos próprios governos. Eu, que ando há muitos anos por aí, não me lembro de nenhuma situação assim em lugar nenhum. Portugal tem todas as condições para ser bom, mas tem de aspirar a outro nível. Não sou contra o turismo barato, mas não é economicamente viável.

Dispomos de oferta hoteleira para este segmento mais alto?
Absolutamente. Portugal não quer sheiks árabes. Não precisamos de bilionários que querem suites de mil metros quadrados. Um piloto de uma grande companhia aérea, um médico de sucesso, um engenheiro. Esse é o nosso turista, de boa situação financeira. E que gosta de Portugal porque é discreto e sóbrio, que tem bom clima. Para este mercado os hotéis são absolutamente aceitáveis, têm bom serviço, têm conforto. Não têm é torneiras de ouro e essas coisas. Nós temos a infraestrutura.

Vê a Comporta como um possível destino para este segmento?
Não conheço a estratégia, não posso opinar. A Comporta já não é uma zona com potencial, é hoje uma empresa e um negócio que tem os seus parâmetros, que desconheço. Mas penso que é uma zona muito atraente e que tem uma promoção muito longa, que durou muitos anos, com personalidades como o Christian Louboutin que pouco a pouco foi atraindo uma clientela para a Comporta. A Comporta tem o seu futuro, com certeza. Mas não posso opinar sobre o ‘business plan’, não conheço.

Que outros destinos têm potencial?
Como empresa e grupo, estamos dedicados a um conceito que demorou a atingir a maturidade. O Belas Clube de Campo é uma combinação do urbano com a natureza. Agora com a pandemia o mercado vem mais ao nosso encontro. O Alentejo e o Ribatejo, têm futuro, bem como Almada.

Ainda ninguém olhou para a margem sul de Lisboa com olhos de ver?
Almada tem um projeto do arquiteto Fonseca Ferreira que salvou Lisboa, porque a cidade estava no caminho para ser ocupada de uma forma selvagem. Ele fez um masterplan para Almada, dos antigos estaleiros com uma grande marina, muito atraente. Mas não chegou ainda o momento. Para já, a prioridade é potenciar a mudança das empresas e dos empresários para Portugal, e é preciso compatibilizar a habitação de nível com a habitação subsidiada para os trabalhadores e para as pessoas que não têm capacidade para pagar.

No Algarve, por exemplo. Não há habitação para os trabalhadores.
Não há margem de lucro suficiente para construir habitação para os trabalhadores, não compensa. Tem de ser algo subsidiado pelo governo, tem de haver um acordo entre o setor privado e o setor público de gerar habitação para as classes trabalhadoras.

O turismo residencial é outro dos eixos que defende para o futuro do setor. Como vê as novas regras aprovadas sobre os ‘golden visa’, que visam migrar o investimento imobiliário para o interior e ilhas?
(risos) Isso parte do princípio que as pessoas vêm para Portugal para se esconder. Eles não vêm para se esconder, vêm para viver numa comunidade compatível com o seu estilo de vida. Haverá um ou outro que vai para o interior, mas a maioria não irá. Isso vai acabar com os vistos dourados e é uma falha.

O Porto tem sido o destino com maior crescimento nos últimos anos. Como olha para este crescimento?
O Porto foi muito prejudicado até existir a autoestrada. Quando cheguei a Portugal, era muito complicado ir para o Porto, a estrada era muito má. O Porto tem tido um desenvolvimento muito positivo. A Casa da Música e Serralves são duas peças muito importantes. Nos últimos 10 a 15 anos tem tido um desenvolvimento muito elegante e interessante.

Aeroporto e TAP
Qual a sua opinião relativamente à construção do novo aeroporto complementar à Portela?
Não sou especialista, apesar de já ter sido administrador de uma companhia aérea na Argentina. Desde 1972, quando o governo emitiu um concurso para o projeto de um aeroporto em Rio Frio, tem-se discutido o novo aeroporto de Lisboa. Há 50 anos que andamos nisto. Quanto à necessidade de um novo aeroporto, também não sou especialista. Quando viajo vejo que há muitas horas mortas nas chegadas e nas partidas de Lisboa. A meio da tarde, entre a hora de almoço e o final da tarde não se vê um avião a chegar ou a sair. Não acho muito saudável ter um aeroporto a poluir o centro da cidade. Já morei mais do que uma vez em lugares onde quase que se podia tocar no avião. Tem de haver um consenso sobre a localização. Aonde? Também não sei dizer.

Nem o Montijo nem Alcochete seriam soluções viáveis?
Não sei. Claro que há uma vantagem comercial grande em ter o aeroporto perto da cidade, em pouco tempo chega-se ao hotel. Não é a melhor solução do ponto de vista da saúde e do ambiente.  Também não seria bom para o turismo se o aeroporto fosse muito longe, como em Alcochete, acho um bocado longe.

Então é mais favorável ao Montijo?
Se me convocassem para opinar, teria de estudar o assunto. Em Portugal temos um problema: falta de conhecimento e excesso de opinião. Se o turismo for prejudicado pela falta de possibilidade de viajar para Lisboa isso é muito preocupante.

Como vê a atual situação da TAP?
Não há dúvida de que a TAP é um retrato bastante interessante daquilo que é Portugal e os portugueses. A TAP tem comissárias de bordo veteranas, que eu conheço. É sempre uma situação engraçada, quando chego ao avião sou recebido com beijinhos. A TAP é um objeto de afeto e de carinho dos portugueses, até porque é uma excelente companhia em termos de segurança e de serviço – sobre o conforto, já não vou tão longe (risos). Sempre foi uma boa companhia. Da parte da população há uma visão um bocado emocional sobre a TAP. Não sei avaliar qual é o interesse nacional do ponto de vista do governo em ter uma companhia própria. O hub de Lisboa foi muito importante para o surto do turismo e principalmente em relação ao Brasil. O facto de ter sido gerida por uma administração brasileira permitiu que fossem criadas muitas ligações que trouxeram brasileiros a Lisboa. Isto foi tudo muito útil. Agora, se se justifica o investimento? Não sei dizer.

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Enoturismo

Enoturismo no Centro de Portugal em análise

As XII Jornadas de Enoturismo, que abriram esta quarta-feira, no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, promovem, durante dois dias, a reflexão e o debate sobre o enoturismo no Centro de Portugal, incentivando a troca de ideias e experiências entre participantes e especialistas do setor.

O evento é organizado pelas regiões vitivinícolas do Centro de Portugal – Bairrada, Dão, Beira Interior, Lisboa e Tejo, com o apoio da Turismo Centro de Portugal (TCP), da Aveiro 2024 – Capital Portuguesa da Cultura, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) e da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra.

A sessão de abertura contou com intervenções de José Pedro Soares, presidente da Comissão Vitivinícola (CV) da Bairrada, Jorge Brandão, vogal do Programa Regional Centro 2023, Rogério Carlos, vice-presidente do Município de Aveiro e, em mensagens por vídeo, José Ribau Esteves, presidente do Município de Aveiro, e Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo.

O dia de quarta-feira ficou ainda marcado por um painel de discussão, sob o tema “Enoturismo: Percurso e Perspetivas”, que teve como intervenientes Adriana Rodrigues e Sílvia Ribau, da TCP, e José Pedro Soares, da CV da Bairrada. Na questão “Qual o maior desafio ao desenvolvimento do enoturismo no Centro de Portugal”, os participantes do painel destacaram a “articulação entre os diversos atores” e a “mudança das preferências do consumidor”. Já quanto aos pontos fortes do enoturismo na região, os mais referidos foram “diversidade”, “autenticidade”, “paisagem”, “qualidade” e “gastronomia”, sendo os pontos fracos a “comunicação”, a “promoção” e o “investimento”.

“Concorrência” e “alterações climáticas” foram as principais ameaças identificadas pela assistência, enquanto “inteligência artificial”, “diversidade” e “localização” foram as oportunidades mais referidas. A terminar, a questão “que imagem tem o enoturismo na região” recebeu como respostas preferenciais a “diversidade” e o “potencial”.

O segundo painel do dia, dedicado ao tema “A Arte do Storytelling”, teve a participação de Nuno Madeira, gestor do produto Enoturismo do Turismo de Portugal, Elaine de Oliveira, sommelier e jornalista, e Cláudia Camacho, perfumista.

No segundo e último dia das Jornadas, que decorrem esta quinta-feira, terão lugar mais três painéis, sobre “A Criação de uma Experiência Memorável”, “Da Mesa à Descoberta – O Papel dos Sommeliers” e “Os Desafios do Setor: Autêntico, Inteligente e Sustentável”.

O programa inclui ainda workshops e visitas a quintas e adegas da Bairrada, proporcionando aos participantes uma imersão nas experiências enoturísticas da região.

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ESHTE regista aumento de 25% em estágios internacionais

A instituição tem sido requisitada por cadeias de hotéis da Grécia, Espanha e Dubai, que procuram estudantes de hotelaria e turismo desta escola para estágios.

A Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE) aumentou em 25% no número de estagiários colocados fora do país.

De acordo com a instituição, 112 dos 754 estagiários do ano letivo 2023/2024 foram colocados em estágios fora do país, em 16 latitudes – um aumento de 25% face ao ano letivo anterior, em que foram registados 90 estágios internacionais.

No pódio de destinos surgem a Grécia – principalmente os grupos Sani/Ikos e Nana Hotels –, que acolheu mais de metade dos estudantes (53%), seguida de Espanha (18%) e do Dubai (10%), na sequência de um protocolo celebrado com o grupo Jumeirah Hotels and Resorts.

A lista de destinos onde os estudantes da ESHTE estão a cumprir períodos de formação remunerada incluem ainda Marrocos, Cabo Verde, Inglaterra, França, Chéquia, Países Baixos, Canadá, St. Martin, São Tomé e Príncipe, Irlanda do Norte, Alemanha, Áustria e Dinamarca.

Os 112 estudantes a cumprir estágios internacionais provêm das cinco licenciaturas da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, com predominância do curso de Direção e Gestão Hoteleira, seguido de Produção Alimentar em Restauração, Gestão Turística, Informação Turística e Gestão do Lazer e Animação Turística.

“Na ESHTE, os estágios têm um caráter obrigatório, logo no segundo ano, porque são fundamentais para a ambientação dos estudantes ao contexto do mercado de trabalho, e não raras vezes resultam em propostas de trabalho após a conclusão dos cursos. O nosso ensino com pendor aplicado é muito valorizado pelo mercado e a procura pelos nossos estudantes continua a superar largamente a oferta”, salienta Carlos Brandão, presidente da instituição.

No seguimento da aposta na oferta de estágios internacionais, a ESTHE abriu portas para um evento da Placement International, uma empresa suíça de recrutamento e colocação especializada na indústria de hospitalidade de luxo.

Na sessão, realizada no Auditório do Centro de Incubação de Base Tecnológica do Turismo (CIBT), a Placement International apresentou um portefólio com diversas opções de estágios internacionais, com enfoque em dois hotéis Ritz-Carlton localizados na Flórida, nos Estados Unidos da América.

“A procura internacional é uma tendência que tem vindo a acentuar-se e os indicadores apontam para um contínuo crescimento ao longo dos próximos anos. Por um lado, é o reflexo de um mundo cada vez mais globalizado. Por outro, reflete o desejo dos próprios estudantes. Não são apenas as questões financeiras que os movem, mas sim o desejo de ter uma visão mais alargada, de trabalharem pela primeira vez fora do país e, regressando, evoluírem na carreira com mais mundo, com maior conhecimento sobre diferentes realidades”, sintetiza João Pronto, professor-adjunto e coordenador de estágios da instituição.

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easyJet abre primeira rota desde o Reino Unido para Cabo Verde em março de 2025

A easyJet anunciou a abertura, a partir de 31 de março de 2025, de uma nova rota entre o Reino Unido e o Sal, em Cabo Verde, assim como o início das ligações entre Londres-Luton e a Madeira, que arrancam a 2 de junho do próximo ano.

A easyJet anunciou que, a partir de 31 de março de 2025, vai passar a ligar diretamente o Reino Unido a Cabo Verde, numa rota entre o aeroporto de Gatwick, em Londres, e a ilha do Sal, em Cabo Verde, que vai contar com três voos por semana.

A rota para o Sal desde Gatwick, sublinha a easyJet num comunicado enviado à imprensa, surge depois do arranque dos voos da companhia aérea para o destino com partida de Lisboa e Porto, que arrancaram a 29 e 30 de outubro, respetivamente.

Os voos da easyJet entre o Aeroporto de Gatwick e o Sal vão acontecer três vezes por semana, às segundas, quartas e sextas-feiras.

“A abertura de novas rotas é sempre um passo significativo e reflexivo do nosso compromisso com a acessibilidade e a ampliação das opções de viagem mais acessíveis e convenientes para os nossos passageiros”, refere José Lopes, diretor-geral da easyJet Portugal.

A par da nova rota desde o Reino Unido para o Sal, a easyJet anunciou também, a partir de 2 de junho de 2025, uma nova rota entre Londres-Luton e a Madeira, numa operação que vai contar com dois voos por semana, às segundas e sextas-feiras.

“Estamos entusiasmados por oferecer conexões diretas que refletem o crescimento da procura por viagens internacionais e permitem a ligação entre Portugal e mais destinos atrativos”, acrescenta José Lopes.

Mais informações e reservas disponíveis através do website da companhia aérea, que está disponível aqui.

 

 

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Marrocos pretende ser destino preferencial tanto para turistas como para investidores

Marrocos está prestes a tornar-se um destino de eleição tanto para investidores como para turistas, graças ao seu rápido desenvolvimento e à sua posição estratégica, afirmou, em Casablanca, o diretor geral da Sociedade Marroquina de Engenharia Turística (SMIT), Imad Barrakad.

A trajetória de crescimento de Marrocos é impressionante e o potencial de expansão contínua nos próximos meses e anos é considerável, sublinhou Imad Barrakad na abertura da cimeira de sobre Turismo, Hospitalidade, Investimento.

Neste contexto, e citado pela imprensa local, sublinhou a importância da cidade de Casablanca, principal centro económico de Marrocos, especificando que encarna um equilíbrio perfeito entre a vida contemporânea e um rico património, tornando-se um destino essencial para quem procura experiências culturais ou oportunidades de investimento.

Além disso, o diretor geral da SMIT indicou que Marrocos, graças às suas ambiciosas reformas económicas e à sua abertura aos investimentos estrangeiros, posiciona-se como um ator-chave na região, observando que a implementação de projetos de infraestruturas modernas contribui significativamente para melhorar a sua atratividade.

Igualmente, o diretor geral da API Events, Murray Anderson, citado também pela imprensa marroquina, destacou o progresso do país, que está a tornar-se rapidamente um líder mundial em turismo, com potencial cada vez maior.

Com a sua rica cultura, localização estratégica e mercados prósperos, o país está bem posicionado para um crescimento sustentado no setor do turismo, observou, acrescentando que os ativos fundamentais de Marrocos fazem dele um destino preferido para investimentos internacionais.

Anderson reafirmou o compromisso da API Events em apoiar esse crescimento, reunindo investidores, operadores, desenvolvedores, banqueiros e parceiros financeiros de todo o mundo, destacando a importância deste evento, que constitui uma plataforma para explorar oportunidades de investimento, fortalecer o engajamento com os mercados dinâmicos de Marrocos e contribuir para o desenvolvimento global do setor.

Co-organizada pela SMIT e API Events, em Casablanca, esta cimeira reuniu mais de 300 investidores, hoteleiros e líderes turísticos de 15 países, e ofereceu aos participantes a oportunidade de descobrir o potencial deste mercado.

Para além de conferências e painéis, este evento facilitou reuniões de negócios que visaram fortalecer os laços entre os principais intervenientes da indústria hoteleira e turística e promover o investimento no setor em Marrocos.

As discussões centraram-se em temas estratégicos como o desenvolvimento da infraestrutura hoteleira, a diversificação da oferta turística e a integração de tecnologias na gestão do setor turístico.

 

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Foto: Depositphotos.com

Análise

Do “Green Washing” ao “Green Hushing”

A poucos dias do final da COP29, a DoGood People alerta para o facto de haver cada vez mais empresas a optarem por não comunicar as suas práticas de sustentabilidade, o que pode prejudicar a transparência e a confiança dos stakeholders.

Um novo fenómeno global – “Green Hushing” – parece estar a surgir no mundo empresarial, alerta a DoGood People, salientando que são cada vez mais as empresas que optam por manter em silêncio as suas práticas sustentáveis, visto terem receio do escrutínio público e de serem acusadas de praticar “Green Washing”.

Enquanto o “Green Washing” é uma ação deliberada para influenciar os consumidores, levando-os a pensar que uma determinada empresa é sustentável através da comunicação de uma narrativa falsa ou incoerente, o “Green Hushing” é uma “escolha intencional” de não comunicar verdadeiras práticas responsáveis, com o objetivo de evitar acusações de “Green Washing”.

Com a grande maioria das empresas a considerar que a comunicação de objetivos sustentáveis é relevante para o sucesso comercial, a solução corporativa de ESG que visa otimizar o envolvimento e impacto dos colaboradores na estratégia das suas empresas, alerta que, ainda assim, “muitas empresas estão a considerar manter estrategicamente o silêncio sobre as suas ações e outros progressos em questões de sustentabilidade”.

De acordo com o “Net Zero Report 2024”, um estudo da South Poul, o fenómeno é cada vez mais comum, sendo que 44% das empresas afirmam que a comunicação sobre ações de sustentabilidade é cada vez “mais desafiante”. Por consequência, 58% dessas empresas revela a intenção de reduzir a comunicação sobre esta temática.

Embora seja um fenómeno discreto, esta estratégia pode “prejudicar a transparência e a confiança dos stakeholders, enfraquecendo o impacto positivo que a comunicação de práticas sustentáveis poderia gerar”, admite a DoGood People. Além disso, dificulta a criação de benchmarks e a partilha de boas práticas entre setores, essencial para a evolução sustentável global.

Para responder a este desafio, “há que dar importância à construção de uma estratégia de sustentabilidade ao mais alto nível das empresas, integrada nos seus planos de crescimento e não apenas iniciativas levadas a cabo por um departamento isolado”, frisa a consultora.

Assim, quando a narrativa de sustentabilidade de uma empresa está ligada à sua estratégia de negócio, princípios e valores corporativos, ela torna-se transversal a toda a organização e aos seus stakeholders. “Tudo isto contribui para o aumento da confiança interna, mas também externa, o que reduz a vulnerabilidade a acusações de ‘Greenwashing’”, conclui a DoGood People.

Foto: Depositphotos.com
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Dicas práticas para elevar a experiência do hóspede

A experiência do hóspede está nos detalhes e na capacidade de surpreender e cuidar

Garantir uma experiência memorável aos hóspedes é essencial para qualquer estabelecimento, seja um hotel, uma pousada ou um alojamento local. A satisfação dos visitantes não depende apenas de um bom atendimento, mas também de detalhes que fazem a diferença no conforto e bem-estar. A seguir, partilhamos algumas dicas práticas para elevar a experiência do hóspede e garantir que a estadia seja inesquecível.

1. Atenção ao detalhe na decoração

A primeira impressão é crucial. O ambiente que o hóspede encontra ao chegar ao quarto pode definir a sua opinião sobre o local. Uma decoração acolhedora, com atenção aos detalhes, pode criar uma atmosfera convidativa. Aposte em cores neutras ou suaves, que transmitam tranquilidade, e certifique-se de que o quarto esteja sempre impecavelmente limpo e organizado. Um detalhe que pode fazer a diferença é a utilização de iluminação indireta e suave, que ajuda a criar um ambiente relaxante, ideal para descansar após um longo dia.

2. Conforto acima de tudo

O conforto físico do hóspede deve ser uma prioridade. Certifique-se de que a cama é confortável e que há várias opções de almofadas para diferentes preferências. Um toque adicional que pode elevar a experiência é oferecer mantas macias e aconchegantes para as noites mais frescas. Esses pequenos detalhes não passam despercebidos e mostram que o alojamento está preocupado em proporcionar o melhor conforto possível.

3. Atenção personalizada

Um dos maiores diferenciais de um bom alojamento é a atenção personalizada. Tente antecipar as necessidades dos hóspedes e ofereça serviços adaptados às suas preferências. Um exemplo simples é deixar uma nota de boas-vindas com o nome do hóspede ou perguntar previamente sobre qualquer preferência alimentar, especialmente no caso de dietas restritivas. Pequenos gestos como estes fazem com que os hóspedes se sintam valorizados e bem tratados, aumentando as chances de retorno ou recomendação.

4. Experiências locais

Oferecer aos hóspedes experiências locais autênticas pode elevar significativamente a qualidade da estadia. Recomendar passeios, restaurantes típicos ou eventos culturais da região demonstra que o estabelecimento está bem conectado com a comunidade e deseja proporcionar uma imersão no destino. Alguns estabelecimentos até oferecem parcerias com guias turísticos ou empresas locais para garantir uma experiência personalizada e única. Além disso, ter guias turísticos, mapas ou brochuras disponíveis no quarto é um gesto simples, mas que pode facilitar muito a vida do hóspede.

5. Tecnologia como aliada

A tecnologia pode ser uma excelente aliada para proporcionar uma experiência moderna e conveniente. Oferecer Wi-Fi de alta velocidade gratuito é praticamente obrigatório nos dias de hoje, mas é possível ir além. Considere a possibilidade de incluir carregadores universais nos quartos, altifalantes Bluetooth ou até tablets com informações sobre o hotel e sugestões de atividades. A chave está em garantir que a tecnologia ofereça conveniência e não se torne uma complicação, sendo intuitiva e de fácil acesso.

6. Limpeza impecável

Não há nada mais desagradável do que chegar a um alojamento e encontrar vestígios de falta de limpeza. Garanta que a limpeza dos quartos, casas de banho e áreas comuns seja feita com rigor e regularidade. O cheiro agradável e a organização dos espaços contribuem para uma sensação de bem-estar. Além disso, certifique-se de que toalhas e roupa de cama estejam sempre impecavelmente limpas e em boas condições, substituindo-as sempre que necessário.

7. Pequenos mimos que fazem a diferença

Por fim, pequenos mimos podem fazer toda a diferença na percepção do hóspede sobre o local. Ofereça garrafas de água, chá ou café de cortesia no quarto, juntamente com snacks ou frutas frescas. Outra ideia é deixar um pequeno kit de cuidados pessoais, como produtos de higiene de qualidade ou um roupão confortável, para que o hóspede se sinta em casa. Esses detalhes inesperados mostram um cuidado adicional e são sempre bem-vindos.

 

A experiência do hóspede vai além do básico; está nos detalhes e na capacidade de surpreender e cuidar. Ao seguir estas dicas práticas, pode transformar uma estadia comum numa experiência memorável, criando uma impressão duradoura e positiva. O foco deve ser sempre o bem-estar do hóspede, proporcionando conforto, personalização e atenção ao detalhe, resultando em mais satisfação e fidelização.

 

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Emprego e Formação

Porto Business School e NOVA IMS lançam novo programa executivo “Business Analytics in Tourism”

O novo programa gratuito “Business Analytics in Tourism”, lançado pelo Porto Business School e NOVA Information Management School – NOVA IMS, e que tem início a 9 de dezembro, capacita profissionais do setor em análise de dados e gestão estratégica, essenciais para a transformação digital e inovação.

O curso, que decorre entre 9 de dezembro de 2024 e 14 de março de 2025, e cujas as inscrições já estão abertas, desenvolvido para capacitar profissionais do turismo em competências avançadas de análise de dados e gestão estratégica, essenciais para a transformação digital e inovação neste setor

Integrado no projeto “Acelerar e Transformar o Turismo” (ATT) e financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o programa visa preparar as organizações turísticas para enfrentar as exigências de um mercado em rápida mudança, promovendo a competitividade, sustentabilidade e inovação na experiência do turista.

Com um total de 68 horas de formação, distribuídas entre módulos online e presenciais, o programa oferece uma experiência prática e orientada para resultados tangíveis. Os participantes terão, assim, a oportunidade de aplicar ferramentas de análise de dados para antecipar tendências e otimizar a experiência turística, adquirir competências em Big Data e Inteligência Artificial (IA) para personalizar serviços e desenvolver estratégias que aumentem a competitividade e diferenciação das suas organizações. A formação será ministrada por especialistas internacionais e focada numa aplicação prática imediata.

Dirigido a profissionais e entidades do setor turístico, incluindo organizações públicas, privadas, startups e associações regionais, o programa é acessível a pessoas de diferentes backgrounds técnicos, promovendo uma experiência de aprendizagem abrangente e inclusiva. Além disso, o programa será certificado, conferindo aos participantes um reconhecimento formal das competências adquiridas.

 

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Distribuição

Travelplan já vende a Gâmbia a sua novidade verão 2025

Em voos diretos do Porto, às quartas-feiras, de 11 de junho a 3 de setembro, o operador turístico do grupo Ávoris, Travelplan, já colocou no mercado as vendas para a Gâmbia, a sua novidade de verão de 2025.

Com preços desde 986 euros por pessoa, em alojamento duplo, o pacote de sete noites “Estadias da Gâmbia”, inclui, para além dos voos diretos em classe turística, transferes aeroporto-hotel-aeroporto em autocarro ou minibus, dependendo do número de pessoas, alojamento em hotel no regime selecionado, taxas aéreas e seguro de viagem.

Já o pacote, também de sete noites “Descobre Gâmbia”, tem valores desde 1.242 por pessoa em alojamento duplo, e engloba também uma série de visitas, como à primeira localidade do sul do país, ou à aldeia de Yuna para conhecer Uncle Johns, colecionadores de vinho de palma, ou à praia de Sanyang “a praia do paraíso” ou ainda ao Museu da Vila Tanje, um local único onde são apresentadas a história natural e a cultura tradicional da Gâmbia.

A proposta é ainda percorrer a rota dos escravos com visitas a Juffereh Albreda e ao mastro da bandeira da liberdade, para conhecer a história de como surgiu o que hoje é um dos monumentos nacionais da Gâmbia desde 1970, bem como à cidade natal do famoso Kunta Kinteh que inspirou Alex Haley no seu best-seller Roots, e ainda ao museu que retrata mais de 400 anos de tráfico de escravos, que contribuíram consideravelmente para o despovoamento do continente.

Haverá ainda tempo para uma viagem de natureza ao longo do rio Gâmbia em canoa moderna. Este percurso muito pitoresco permite desfrutar de algumas das muitas espécies de aves e da vida fluvial enquanto se absorva o ambiente calmo e relaxante que este cruzeiro oferece. Durante a viagem não é incomum ver golfinhos a nadar e a brincar ao lado do barco. Nadar, tomar sol ou pescar são ainda propostas para este dia de passeio.

De acordo com o operador turístico, descobrir a Gâmbia, este país pequeno país da África Ocidental, é uma aventura que permitirá mergulhar na sua rica cultura, história e beleza natural, e onde pode aprender com a sua história, vivenciar a cultura local e desfrutar da hospitalidade gambiana. “Sem dúvida, a Gâmbia tem muito a oferecer aos viajantes que procuram uma experiência autêntica e diversificada”.

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Receitas turísticas sobem 8,9% em setembro e têm aumento superior a mil milhões de euros face à pré-pandemia

No acumulado do ano, a tendência também é positiva e o valor das receitas turísticas chega já aos 22.196,28 milhões de euros, superior ao registado em todo o ano de 2022, de acordo com os dados revelados pelo Banco de Portugal (BdP).

As receitas turísticas somaram, em setembro, 3.077,43 milhões de euros, valor que ficou 8,9% acima de igual mês do ano passado e que traduz um aumento superior a mil milhões de euros face a setembro de 2019, antes da pandemia, de acordo com os dados revelados esta terça-feira, 19 de novembro, pelo Banco de Portugal (BdP).

Os dados do BdP mostram que, face a setembro de 2023, as receitas turísticas subiram 252,42 milhões de euros face aos 2.825,01 milhões de euros que tinham sido apurados no nono mês do ano passado.

Numa comparação com o mesmo mês do período pré-pandemia, a subida é ainda mais expressiva e chega aos 51,6%, já que as receitas turísticas, que se encontram pelos gastos dos turistas estrangeiros em Portugal, registaram um aumento de 1.047,06 milhões de euros face a setembro de 2019.

Tal como as receitas turísticas, também as importações do turismo, que se encontram pelos gastos dos turistas portugueses no estrangeiro, registaram um aumento de 6,9%, totalizando 732,99 milhões de euros, o que significa um crescimento de 47,63 milhões de euros face aos 685,36 milhões de euros contabilizados em setembro do ano passado.

Comparativamente a 2019, a subida volta a ser também mais expressiva, já que este indicador aumentou 44,3% ou 224,91 milhões de euros face ao mesmo mês do último ano antes da pandemia da COVID-19.

No comunicado que acompanha os números, o BdP explica que as Viagens e Turismo foram fundamentais para o aumento registado na balança de serviços, cujas exportações e importações aumentaram 7,8% e 7,0% em relação a setembro de 2023, o que “reflete, sobretudo, o contributo das viagens e turismo (+252 milhões de euros e +48 milhões de euros, respetivamente)”.

A tendência positiva foi ainda comum ao saldo da rubrica Viagens e Turismo, que chegou aos 2.344, 44 milhões de euros em setembro, o que traduz um crescimento de 9,6% ou 204,79 milhões de euros face ao mesmo mês do ano passado, e de 54% ou mais 822,15 milhões de euros em comparação com setembro de 2019.

Acumulado já ultrapassa valor total de 2022

No acumulado desde janeiro, o valor das receitas turísticas chega já aos 22.196,28, valor que é superior ao registado em todo o ano de 2022 e que representa um aumento de 9,4% ou mais 1.915,88 milhões de euros face aos 20.280,4 milhões de euros que tinham sido apurados em setembro do ano passado.

Tal como as receitas turísticas, também o acumulado das importações do turismo apresenta uma tendência positiva, chegando aos 5.284,48 milhões de euros, o que fica 7,6% ou 372,92 milhões de euros acima dos 4.911,56 milhões de euros apurados até ao mesmo mês do ano passado.

No que diz respeito ao saldo acumulado, a situação volta a ser positiva, uma vez que este indicador chegou aos 16.911,8 milhões de euros, o que traduz um aumento de 9,4% ou mais 1.450,88 milhões de euros face aos 15.460,92 milhões de euros apurados em igual período do ano passado.

 

 

 

 

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Atout France e Business France vão ser uma só a partir do próximo ano

A fusão destas duas estruturas responsáveis pela atratividade de França, uma para investidores estrangeiros e outra para turistas, terá início a partir de 2025, nomeadamente com vista a uma reorganização da sua rede de países estrangeiros e à congregação dos seus recursos.

De acordo com o projeto de lei financeira de 2025, apresentado pelo Primeiro-Ministro francês, Michel Barnier, pretende-se aproximar a Atout France e a Business France, para obter poupanças orçamentais.

Nas restrições orçamentais, o novo Primeiro-Ministro fez esta declaração: “Vamos reunir e agrupar agências, operadores e fundos que têm objetivos comuns, tais como como Business France e Atout France”, acrescentando que “Vamos desenvolver uma cultura de avaliação em todos os lugares. Não poderemos gastar mais. Vamos gastar melhor.”

A imprensa francesa avança que a reforma da Atout France, uma estrutura que emprega 350 pessoas (150 em Paris, 200 no estrangeiro), está em cima da mesa há algum tempo. Em maio, durante uma comissão interministerial de turismo, o executivo anunciou a intenção de modernizar esta agência, que “perdeu o seu dinamismo original”, como reconheceu Dominique Marcel, presidente da Alliance France Tourisme, que reúne pesos pesados ​​do setor. A sua estratégia internacional foi regularmente criticada, assim como o seu distanciamento do tecido económico francês.

Refira-se, também que há pouco mais de 15 anos, a Atout France foi construída a partir da fusão de duas estruturas: Maison de la France e Odit France. Embora não seja do Estado, a agência está colocada sob a tutela do ministro responsável pelo Turismo, e como objetivo promover o turismo em França, realizando operações de engenharia turística e implementando uma política de competitividade e qualidade das empresas do setor, ou seja, define a estratégia nacional de promoção do destino França de acordo com as diretrizes definidas pelo Estado.

A Atout France define, igualmente, a classificação dos alojamentos turísticos coletivos, as famosas estrelas dos hotéis, parques de campismo, parques residenciais de lazer, residências turísticas e aldeamentos de férias. Também está presente em feiras e organiza inúmeros eventos em todo o mundo.

Já a Business France serve a internacionalização da economia francesa. É responsável pelo desenvolvimento internacional das empresas e as suas exportações, bem como pela prospeção e acolhimento de investimentos internacionais em França. Promove a atratividade e a imagem económica do país, das suas empresas e dos seus territórios. Criada a 1 de janeiro de 2015, a Business France resultou da fusão da UBIFRANCE e da AFII (Agência Francesa de Investimentos Internacionais).

 

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