O impacto da compra da SAS pela Air France-KLM
Depois de conhecida a compra de 20% da companhia aérea estatal escandinava SAS (Scandinavian Airlines System) por parte do grupo Air France-KLM, a SkyExpert admite que esta aquisição poderá ter impacto na privatização da TAP e “põe em causa o caminho escolhido pelo Governo português”.
Publituris
SET quer sentar à mesa APAVT e ANAV para discutir se vale a pena duas figuras de Provedor do Cliente das agências de viagens
Turismo do Centro quer saber o impacto do turismo na região
“O cliente português é mais exigente que o espanhol”, admite José Luis Lucas (Hyatt Inclusive Collection)
Espanha multa cinco low cost em 179M€ por cobrança indevida de bagagem de mão [Atualizada]
600 aeroportos certificados na gestão do carbono a nível mundial
Museus e monumentos com novos preços de entrada a partir de 1 de janeiro
Ryanair ameaça retirar voos de dez aeroportos em França
São Tomé e Príncipe aumenta taxas aeroportuárias a partir de 1 de dezembro
Aviação brasileira vive melhor outubro da história
AHP debate restrições à circulação de autocarros no centro histórico do Porto com a Câmara Municipal
A aquisição de 20% da companhia aérea estatal escandinava SAS (Scandinavian Airlines System) por parte do grupo Air France-KLM encerra mais um capítulo da consolidação aérea europeia. Para a SkyExpert, empresa de consultoria especializada em aviação, aeroportos e turismo, esta aquisição “poderá ter impacto na privatização da TAP e põe em causa o caminho escolhido pelo Governo português”.
Com a transação realizada no âmbito de uma subscrição pública, o método escolhido pela SAS para aceder a capital novo e ao financiamento da sua dívida, Pedro Castro, diretor da SkyExpert, explica que “este método provou ser muito eficaz porque permitiu à companhia garantir o capital necessário num curto espaço de tempo e captou o interesse de um acionista de referência na indústria que apenas foi revelado no final”.
“Ao contrário do processo de privatização que o Governo português escolheu para a TAP, que implica um percurso mais longo e complexo, o caso da SAS demonstra que é possível encontrar soluções pragmáticas para a recapitalização de uma companhia que declarou falência técnica e solicitou proteção dos credores para se poder reestruturar, ao mesmo tempo que enfrentou greves de semanas por parte dos seus trabalhadores”, refere o diretor da SkyExpert.
Para Pedro Castro, “o lado negativo desta operação revela-se, em primeiro lugar, ao nível dos pequenos acionistas cuja participação se dilui sem qualquer compensação”.
Com esta aquisição que surpreendeu o mundo da aviação, os três grupos aeronáuticos europeus – Lufthansa, IAG e agora a Air France-KLM – têm em curso operações estratégicas semelhantes, consolidando as suas posições no mercado. Nenhum dos três grupos ficou de fora e isto pode influenciar negativamente a “corrida” e a própria avaliação estratégica da TAP. “
“A TAP está atrasada para esta ronda de consolidação e pode ter-se tornado dispensável”, recordando Pedro Castro que a Lufthansa adquiriu 41% da ITA Airways por 325 milhões de euros e aguarda aprovação da Comissão para oficializar a transição da SkyTeam para a Star Alliance, bem como para expandir o hub de Roma para o Sul. A IAG está em processo de aquisição de 100% da Air Europa por 500 milhões de euros, o que ampliará ainda mais a sua presença na América Latina. A Air France-KLM, empresas com presença significativa em África, Brasil e América do Norte, ficará agora com o ónus de trazer a SAS da Star Alliance para a SkyTeam”.
Perante este cenário, Pedro Castro julga ser fundamental que o Governo português abra a TAP a outros potenciais interessados e não apenas a grupos aeronáuticos. “Em matéria de interesse nacional – a existir algum nesta matéria – o importante deveria ser garantir apenas a conetividade aérea do país e os empregos, mas o Governo parece querer controlar tudo: o modelo de negócio tem de ser tipo ‘hub’, a localização do ‘hub’ tem de ser Lisboa e quer ver um certo tipo de crescimento; uma lista extensa de exigências pode espantar os grupos interessados e reduzir o valor da empresa”.