Reclamações no turismo aumentam 40% desde o início do ano
Segundo o Portal da Queixa, as companhias aéreas e os sites de reservas de viagens foram os principais responsáveis pelas mais de 3000 reclamações apresentadas desde o início do ano relativas ao setor do turismo, com destaque para a TAP, Ryanair e easyJet.
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Desde o início do ano, o setor do turismo soma 3.000 reclamações, num aumento de 40% face a igual período de 2019, avança o Portal da Queixa, que divulgou esta terça-feira, 26 de setembro, uma análise das reclamações no setor por ocasião do Dia Mundial do Turismo, que se assinala esta quarta-feira, 27 de setembro.
Segundo o Portal da Queixa, as companhias aéreas e os sites de reservas de viagens foram os principais responsáveis pelas reclamações apresentadas, com a TAP, a Ryanair e a easyJet a surgirem no pódio das empresas com maior número de reclamações recebidas.
“Entre os dias 1 de janeiro e 26 de setembro deste ano, o Portal da Queixa recebeu 3.067 reclamações relacionadas com o setor do Turismo. Comparativamente com o período homólogo de 2019, verifica-se um crescimento na ordem dos 40% no número de reclamações. Em ano de pré-pandemia, foram registadas apenas 2.481 queixas”, indica o Portal da Queixa, em comunicado.
Na categoria ‘Hotéis, Viagens e Turismo’, o maior volume de reclamações registado diz respeito às companhias aéreas, que somaram 35.3% das queixas apresentadas, seguindo-se os sites de Reservas de Viagens, com 26.3% das reclamações.
Os sites de Reservas de Alojamento, com 12.3% das queixas, ficaram na terceira posição entre os que maior número de reclamações receberam, seguindo-se as agências de viagens (8.9%) e os Marketplaces – Viagens, Produtos e Serviços, que acolheram 5.6% das reclamações.
Problemas com o reembolso (20.8%); a cobrança indevida (12.7%); a falta de qualidade do serviço/hospedagem (9.8%); a dificuldade no apoio ao cliente (7.3%); problemas com o cancelamento da reserva (6.7%) e com o cancelamento/alteração do voo (6.1%) foram, segundo o Portal da Queixa, os principais motivos para a apresentação de uma reclamação.
No caso das companhias aéreas, a TAP foi a transportadora mais visada, principalmente devido a problemas no reembolso; dificuldades com o cancelamento/alteração de voo; atraso em voo; perda ou problemas com bagagem e mau atendimento ao cliente.
“No Top3 das empresas com mais reclamações, a TAP assume o pódio com 11.4% das queixas recebidas desde o início do ano. Segue-se a Ryanair com 7.6%, e a Easyjet a recolher 5.2% de reclamações”, indica o comunicado divulgado pelo Portal da Queixa.
As três companhias aéreas registam também, segundo a mesma informação, baixos níveis de resolução dos problemas reportados pelos consumidores, uma vez que todas ficaram abaixo dos 16 pontos (em 100) no índice de satisfação, resultando numa reputação avaliada como “Insatisfatória”.
Já as agências de viagens apresentam o melhor índice de satisfação da categoria ‘Hotéis, Viagens e Turismo’, com o Portal da Queixa a destaca a Rickytravel (Agência de Viagens), que conta com um nível de reputação “Excelente” e uma avaliação de 94.5 pontos. Já a Top Atlântico ficou na segunda posição, com um índice de satisfação de 85.7 pontos, enquanto a Traventia (Site de Reserva de Alojamentos) completa o pódio, com 82.7 de pontuação.
Para Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa e CEO da Consumers Trust, a reputação do setor do turismo tem sido colocada em causa pela falta de apoio ao cliente, pela desorganização e incapacidade de resolução dos problemas, quer pela desinformação e pela apatia dos reguladores.
“As férias representam um dos principais momentos de lazer, na vida das pessoas, exercendo enorme pressão junto de todos os prestadores de serviços de turismo, devido às expectativas de sucesso criadas no momento inicial da jornada dos consumidores. Por essa razão, todos os anos, são milhares as reclamações dirigidas aos vários intervenientes, desde os agentes de viagens, sites de reservas, companhias aéreas e as cadeias hoteleiras, pelos mais variados motivos, contudo, a maioria tem a desinformação e falta de apoio ao cliente como principais motivos, o que revela a desorganização e incapacidade de resolução de problemas, colocando em causa a confiança e a reputação do setor”, defende o responsável.
Pedro Lourenço considera que os reguladores são “impotentes” face às ofertas publicadas na internet, nomeadamente nas reservas em plataformas digitais, “que devem ser combatidas através de ações que incrementem a literacia digital dos consumidores”.