Samaná: um destino “rulay”
Quando se viaja até à República Dominicana, Samaná não será o primeiro destino que nos vem à mente ou que nos é sugerido. Mas isso pertence ao passado e a viagem que o jornal PUBLITURIS teve oportunidade de realizar, a convite do operador turístico Soltour, confirmou isso mesmo. Um destino para, de facto, nos sentirmos “rulay”.
Victor Jorge
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A distância de mais de 6.100 quilómetros e as cerca de oito horas de voo (direto) fizeram com que mil e umas imagens invadissem o pensamento antes sequer entrar no A350-900 da World2Fly que me levaria da capital portuguesa até Samaná, província localizada no norte litoral da baía de Samaná, na República Dominicana, e que em conversas entre amigos, nunca ninguém tinha indicado como destino para umas férias. Por um lado, ainda bem, já que a narrativa sobre outro destino localizado no segundo maior país do Caribe, com os seus mais de 48 mil quilómetros quadrados, poderia distorcer a realidade que iriamos encontrar.
À partida do Aeroporto Humberto Delgado, a informação fornecida pelo operador turístico Soltour não foi muita, até porque a máxima, desde a primeira hora, sempre foi: “descubram Samaná”.
E lá fomos, dois jornalistas mais um escritor, em conjunto com as respetivas acompanhantes, num voo que, apesar de longo (já disse que são cerca de oito horas), se faz muito bem, com um alto grau de conforto, com muito entretenimento e com direto ao package total a bordo de uma das mais avançadas aeronaves saídas da Airbus.
Das praias, aos charutos, à baleias e parque de aventuras
A chegada deu-se por volta das 19h30, no Aeroporto Internacional de El Catey, onde já estavam à nossa espera, com um autocarro pronto para seguir viagem até ao Hotel Bahia Principe Grand Portillo, um resort de 5 estrelas, localizado, claro, na Playa Portillo.
Desta primeira viagem, pouco há a narrar, já que feita já de noite e a única coisa que se conseguia perceber é que estávamos a percorrer estradas rodeados de muita (mesmo muita) vegetação e curvas que pareciam nunca mais acabar.
Na manhã seguinte, foi possível ficar a saber um pouco mais sobre Samaná, com ajuda de Teresa Arizti, Chief Marketing Officer (CMO) do operador turístico Soltour, e Angel Pichardo, um dos responsáveis do MiTur da República Dominicana, ou seja, do Ministério do Turismo do país.
Nas palavras de Pichardo, “Samaná é o Caribe que se vive”, já que segundo o mesmo, esta província tem mais para oferecer do que “Sol e Praia”. “Samaná tem uma série de experiências que devem ser vividas e que enriquecem não só a estadia de quem nos visita, mas também dá a conhecer a vasta cultura, história e tradições que ainda perduram, para além da natureza e produtos da terra que é possível apreciar e degustar”.
Feitas as apresentações oficiais, a primeira visita foi realizada ao resort que nos hospedou durante três dias – Hotel Bahia Principe Grand Portillo, pertencente ao universo do grupo Piñero, detentor da Soltour – resort com tudo incluído, com um total de 606 quartos, numa área bastante grande e onde “imperam” três piscinas, sete restaurantes, mais sete bares, com spa e parque aquático para crianças e, claro, “literalmente em cima da praia”.
Claramente, trata-se de uma unidade que necessita de um refresh e, pelo que nos foi confirmado, este está programado para breve, já que os quartos ainda denotam alguma antiguidade, mas que é compensada pela simpatia, hospitalidade e praia que, como se costuma dizer, quase que nos entra pelo quarto.
Almoçados, seguimos viagem para a Playa Bonita. Escusado será dizer a maravilha de praia, areia e água que nos aguardava e que nos leva a pensar, naturalmente, “isto é o paraíso”. A viagem, como foi possível confirmar, deu-se pelas montanhas desta parte da ilha, sempre com muito verde em todo o nosso redor, sendo possível verificar e confirmar que conduzir motociclos por estas terras é algo que se faz (quase) de olhos fechados, tal o número de velocípedes não com uma, nem com duas, mas às vezes com três e quatro pessoas em cima do mesmo meio de transporte. Aliás, os motociclos são considerados uma forma de empreendedorismo entre os jovens e que funcionam (quase) como táxis para a população de deslocar.
No final do dia e antes mesmo de jantar, uma breve paragem para ver o que é um pôr do sol dominicano e que, claro, com a dose certa de uma bebida e com uma certa dose de conversa fez, a quem por ali estava, querer ficar mais e mais tempo.
No dia seguinte, houve o banho de realidade, ou seja, o contacto com a comunidade de Samaná. Num país onde o turismo é a principal atividade económica, seguida da agricultura, pesca e tabaco, a primeira paragem foi na fábrica de charutos Las Ballenas.
Aqui, Roel Vosters, presidente da empresa, explicou os diversos processos de fabrico dos produtos que saem destas instalações (a empresa possui mais três) e onde tudo é feito manualmente. “Somos, atualmente, um dos principais produtores de charutos de qualidade”, salienta Vosters, frisando que o mesmo produto saído da ilha de Cuba “já não é a mesma coisa em termos de qualidade, embora a fama esteja lá toda”.
Claro que não se visita uma fábrica de charutos sem se fumar uma das “preciosidades” que ali são produzidas, havendo a escolha entre diversos tamanhos, espessuras, sabores e tipos de tabaco.
Dali a distância para a fábrica de óleo de coco não foi mais de 10 quilómetros para visitar a Cooperativa de Mulheres onde o nosso guia, Wilfredo Kelly, um dos mais conceituados e experientes guias do país, nos explicou a importância deste tipo de atividade para a economia local, para as pessoas que vivem nestes locais e principalmente para as mulheres que têm aqui um meio de subsistência.
O dia de contacto com a comunidade local não podia ficar fechado sem, claro, uma visita ao mercado de Santa Bárbara de Samaná. Aqui é possível encontrar tudo o que estas terras produzem, bem como carne e peixe e onde somos confrontados com os odores que exalam por todos os lados.
Encontrando-nos em Santa Bárbara de Samaná, a visita ao Museu da Baleia é passagem obrigatória. Aqui foi-nos explicado que é na baía com 47 quilómetros de comprimento por 17 de largura que as baleias jubarte (nome científico: Megaptera novaeangliae), também conhecidas como baleias-corcundas vêm ter as suas crias, vindas do Mar do Norte. Infelizmente, não nos foi possível avistar este que é o maior mamífero do mundo, podendo atingir os 17 metro de comprimento e pesos entre 30 e 40 toneladas, já que a altura correta para as avistar na Baía de Samaná é de janeiro a abril.
Antes de chegarmos a uma pequena unidade de produção de artesanato, passagem obrigatória por um dos ex-libris de Santa Bárbara de Samaná: “la Chorcha”, símbolo da história e da cultura de Santa Bárbara, uma igreja pré-fabricada em 1901 em Inglaterra e trazida inteira por barco e colocada no local onde hoje ainda se encontra.
Para a parte da tarde estava guardada a adrenalina. Assim, depois de almoço, lá fomos guiados para o Runners Adventures Park onde a primeira visita foi ao Monkeyland para convivermos com pequenos macaquinhos que curiosidade e, de certa forma, possuem mãos leves e pretendem ficar com tudo o que lhes é possível. Passada esta prova, seguiram-se as “Zip Lines”, um circuito de 10 Tirolesas que, no seu total, perfazem mais de cinco quilómetros de slides a grande altitude e pelo meio da floreste dominicana.
Mais praias, grutas e ultra-luxo
E se no dia anterior a adrenalina esteve presente com as Tirolesas, no quarto dia, a adrenalina subiu mais um pouco com um passei de mais de quatro horas de buggy pelo meio de centenas de plantações de mangas e pela floresta verdejante de Samaná. Por entre altos e baixos, terras e alcatrão, o guia da Sea and Sun Las Galeras levou-nos a uma das praias consideras entre as 20 mais bonitas do mundo: Playa Rincon. Aqui, onde não existem praticamente hotéis e/ou resorts e onde é possível desfrutar, em plena natureza, de um banho em águas cristalinas, quentes, em cinco quilómetros de praias de areia branca, a única vontade que existe é mesmo de, não sair deste local.
Depois desta experiência única e sempre acompanhado de um calor enorme e de uma humidade ainda maior, houve tempo para tomar o primeiro banho de água fria (literalmente), na Playa Caño Frio, uma praia de rio com cerca de 2.500 metros, dos quais, contudo, só se pode visitar 750 metros, dado que a preocupação com a natureza e com o turismo ecológico é enorme, só existindo um único resort nas redondezas e onde não há autorização para se construir qualquer imóvel com mais de dois pisos.
Refrescado (por pouco tempo), o almoço foi servido no pico da montanha, a mais de 400 metro de altitude e com uma vista 360º sob a Baía de Samaná.
Terminada a viagem de buggy depois do almoço, breve transfer para a segunda unidade hoteleira onde ficaríamos hospedados. Antes da chegada ao Hotel Viva Wyndham V Samaná, a não mais de 40 quilómetros do primeiro hotel, passagem breve para conhecer o Bahia Principe Luxury Samaná (também pertencente ao grupo Piñero), um hotel de 5 estrelas que está a ser alvo de uma renovação na área de serviços e cozinha e que estará pronto para ser inaugurado em finais de outubro ou inícios de novembro do presente ano.
Chegado ao Hotel Viva Wyndham V Samaná somos confrontados com uma unidade mais moderna, com quartos, decoração e mobiliário mais condizente com um hotel de 5 estrelas, mercê de uma renovação recente, com a distância entre hotel, piscina e praia a ser de pouquíssimos metros.
Neste hotel, adults only e all inclusive, além do habitual restaurante com serviço buffet, é possível degustar a gastronomia dominicana num dos três restaurantes a la carte onde a reserva não é obrigatória, mas aconselhável.
Mas como esta comitiva não viajou até à República Dominicana para ficar na praia, eis que no quinto dia mais uma experiência e contacto com o que de melhor a natureza do país tem para oferecer.
O dia começa com um transfer de barco até ao Parque Nacional Los Haitises, com mais de 1.600 km2 e que constitui a maior península de Samaná. Este parque, composto por mais de 53 ilhotas e que ficou famoso por ser o palco de um reality show de produção espanhola, foi declarado pela UNESCO “o pulmão do Caribe”. Tempo para visitar as inúmeras grutas – entre elas a Gruta do Diabo – que compõem este parque e estas ilhotas e que são de visita obrigatória e onde foi descoberto o indígena mais antigo, com mais de 5.350 anos.
Destaque ainda para o facto de no início do século XX existir uma linha férrea no parque que era utilizada para retirar as bananas e o tabaco produzido com destino aos EUA, existindo, diz-se a possibilidade de esta ser reativada, mas para propósitos turísticos.
Depois da experiência dos reality shows no parque e após confirmarem que esta atividade trazia demasiados turistas e excursões sem qualquer valor acrescentado, foi durante o COVID que a República Dominicana e Samaná, em especial, desenvolve uma nova área de negócio ligada à rodagem de filmes e que tem trazido ao país inúmeras produções de grandes orçamentos.
Para o penúltimo dia estava reservado o ultra-luxo, com a visita à ilha Cayo Levantado também conhecida como ilha Bacardi (ver caixa). É nesta ilha que se conta a história de Joseph Bannister, comandante do navio da marinha inglesa “HMS Golden Fleece”, com 40 canhões, que se revoltou ou “levantou” contra o seu rei – daí o nome da ilha, Cayo Levantado – e escondeu o navio, tendo sido Sir Francis Drake a descobrir e levar o “pirata” à justiça.
Foi também aqui que foi possível desfrutar da mais pura das calmas e sossego durante estes dias passados na República Dominicana, embora nessa mesma altura tivesse a ser rodada uma longa-metragem de origem espanhola e que fez as delícias de “nuestros hermanos periodistas” que nos acompanharam ao longo destes dias.
Claro que todo este “stress” e “azáfama” de tempo e água quente, boa companhia, excelentes experiências e contacto com a cultura, história, tradições dominicanas mereciam um dia de folga. A dúvida neste tipo de resort reside sempre se a vontade está em passar um tempo numa das piscinas ou se vale a pena o “esforço” de poucos metros para nos banharmos nas águas da Playa Cosón, local do hotel.
As despedidas, naturalmente, custam sempre, ainda para mais quando – e não me canso de dizê-lo – a simpatia e hospitalidade do povo da República Dominicana, para não falar, claro, das praias, natureza, experiências e do conforto dos hotéis, nos fazem querer prolongar a nossa estadia.
Contudo, à nossa espera, lá estava, novamente, o A350-900 da World2Fly para nos trazer à realidade portuguesa e lisboeta, com a certeza, porém, que o regresso será para breve.
O ultra-luxo de Cayo Levantado
Uma visita a Samaná não poderá ficar completa sem uma ida à ilha Cayo Levantado também conhecida como ilha Bacardi. Contudo, há quem a visite e vá somente à praia pública de Cayo Levantado e há que tenha a possibilidade de passar o dia no resort ultra-luxuoso que cobre quase toda a ilha, pertencente ao universo Piñero.
Reaberto em junho de 2023, após vários meses de renovação e restauração do edifício de estilo Victoriano, a viagem começa, contudo, no embarcadouro exclusivo a pouca distância de Santa Bárbara de Samaná. Aqui a receção é feita com requinte e a espera só aguça ainda mais o interesse pelo que nos é dado a conhecer a seguir.
Depois de uma viagem de 10 minutos de barco,a chegada à ilha, onde qualquer embalagem de plástico não é bem-vinda, somos recebidos por um “embaixador” do resort que nos explica a “essência do mesmo”.
Aqui, onde o cuidado com a mente, corpo e espírito inspirou a criação do resort e assenta em três pilares – cultura local, sustentabilidade e harmonia interior – é possível gozar, em regime de tudo incluído, dos quatro “R” de bem-estar disponibilizados ao hóspede: Relax, Refresh, Renew, Restore.
A primeira experiência que nos é dada a conhecer, é a terapia do som. Passadas as portas de Yubarta, somos levados para um espaço onde uma dimensão totalmente nova em termos de crescimento e despertar da consciência nos oferece locais que estimulam a criatividade pessoal, um templo de meditação com luxuosas áreas abertas, espaços de treinamento e um inovador spa no meio da selva voltado para a integração com o ambiente natural.
A personalização é o eixo da experiência Yubarta, com as atividades e programas a serem adaptados a cada hóspede de acordo com o seu nível físico e a sua capacidade prévia ou treino ao nível das práticas de mindfulness de forma a maximizar esta bela oportunidade de desenvolvimento e evolução.
A terapia do som (soundhealing) foi a experiência proposta realizar, atividade que levou os participantes a imergir em 30 minutos de relax total à base de sons que iam sendo produzidos.
Uma breve visita ao resort levou-nos a conhecer a oferta de quartos e suites que estão à disposição de quem pretende passar um bom bocado neste “paraíso”, sendo que estão a disposição unidades de alojamento desde junior suites a beachfront villas (com piscina privativa) e signature villas com capacidade para seis adultos e duas crianças.
Claro que houve também tempo de usufruir de um dos seis restaurantes à disposição e das duas piscinas e da praia privativa que, servida por vários bares, é sempre o local ideal para descontrair e não pensar em nada.
Curiosidades
– em toda a região de Samaná existem 35 hotéis e resorts espalhados por Santa Bárbara, Las Terranas, Sánchez, Las Galeras e El Limón
– a República Dominicana é o segundo maior país do Caribe, com 48.442 km2 de área, detendo 32 províncias e um distrito nacional. O idioma é o espanhol e a região predominante é a católica, seguida da protestante
– de clima tropical, não há variação de hora e a moeda circulante é o peso dominicano (RD$), embora o euro e o dólar sejam aceites, bem como os mais variados cartões de débito e crédito
– a deter para a viagem até à República Dominicana é a necessidade adaptador, já que a eletricidade é de 110V-60Hz
– passaporte com o mínimo de seis meses de validade. Não é necessário visto, mas terá de preencher um formulário para a entrada e saída do país
– São várias as formas de chegar a Samaná através dos aeroportos existentes no país. Contudo, a forma mais fácil é viajar até ao Aeroporto Internacional Presidente Juan Bosch, localizado em El Catey
– a gastronomia de Samaná é bastante rica e tem como ingrediente básico o coco. A chegada da comunidade negra americana, em 1825, trouxe consigo novos sabores, destacando-se os produtos do mar cozinhados com leite de coco ou frito, camarões, polvo, lagosta e caranguejos
– Motoconcho ou motoconchero. São jovens que, com os seus motociclos transportam as pessoas de um lado para o outro, com cada viagem a custar um dólar
O que fazer em Samaná
São várias as atividades que se podem realizar em Samaná, basta haver tempo. Aqui ficam algumas:
– visita e banhos nas praias de Frontón, Ricón, Playa Bonita, Madama, Las Galeras, Cosón, El Ermitaño, entre muitas outras
– mergulho e snorkeling. Sáo vários os locais onde é possível fazer mergulho e snorkeling e contemplar os recifes de coral, numa extraordinária biodiversidade
– passeios de buggy: atrava-se a conhecer Samaná ao volante de buggy (4 rodas)e descobrir as praias virgens às quais só poderá chegar utilizando este meio de transporte
– visitar o Parque Nacional Los Haitises e Cayo Levantado. Se no primeiro é possível descobrir uma flora e fauna endémica, com cavernas onde é possível ver vestígios com milhares de anos, na praia paradisíaca de Cayo Levantado e máxima é mesmo relaxar
– Observação de baleias. De janeiro a final de março, as baleias jubarte ou corcundas fazem da Baia de Samaná o local para ter as suas crias, após uma viagem de mais de 6.000 km vindas do Mar do Norte. Aqui permanecem até as crias ficarem aptas para realizar a viagem de regresso ao local onde se alimentam
– Caminhadas. Outra forma de conhecer Samaná é percorrer os caminhos e descobrir o agroturismo através das plantações de manga, café, tabaco
– Em todas as experiências, aconselha-se roupa comoda, calções/fato de banho, protetor solar, calçado desportivo. Todas estas excursões podem ser feitas isoladamente ou com recurso aos diversos operadores locais que levam o turista/viajante aos locais mais emblemáticos da ilha/região.
Números e datas
1492 – desembarque de Cristóvão Colombo e formou no local o primeiro assentamento europeu permanente na América, a cidade São Domingos, a capital do país e a primeira capital do Império Espanhol no Novo Mundo.
1824 – Independência da República Dominicana
1978 – chegada da democracia, embora no passado fosse possível votar, com a morte de Rafael Leónidas Trujillo
10 milhões de habitantes, um milhão dos quais vivem na capital, Santo Domingo