Proveitos totais do turismo no 1.º semestre de 2023 quase 40% acima de 2019
Os números do turismo em Portugal continuam em alta. Os primeiros seis meses deste ano foram os melhores de sempre em hóspedes e dormidas. Falta saber como serão os outros seis meses de 2023.
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Em junho de 2023, o setor do alojamento turístico registou 2,9 milhões de hóspedes (+7,1%) e 7,4 milhões de dormidas (+3,7%), correspondendo a 622,1 milhões de euros de proveitos totais (+14%) e 480,6 milhões de euros de proveitos de aposento (+15,5%). Comparando com junho de 2019, registaram-se aumentos de 33,5% nos proveitos totais e 35,5% nos relativos a aposento.
Já no acumulado dos primeiros seis meses do ano, o Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que as dormidas cresceram 18,8% (+7,7% nos residentes e +24,2% nos não residentes), a que corresponderam aumentos de 31,8% nos proveitos totais e 34% nos relativos a aposento.
Comparado com o mesmo período de 2019, os dados do INE indicam uma subida de 38,3% nos proveitos totais e de 41,7% nos aposentos.
Considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), registaram-se 14,5 milhões de hóspedes e 36,7 milhões de dormidas no primeiro semestre de 2023, correspondendo a crescimentos de 20,9% e 18,7%, respetivamente. Comparando com o mesmo período de 2019, as dormidas aumentaram 11% (+11,6% nos residentes e +10,7% nos não residentes).
É a primeira vez, desde o início da pandemia, que o número de dormidas (total e de não residentes) no primeiro semestre superou os níveis de 2019. Em termos regionais, apenas no Algarve se registaram decréscimos, quer nas dormidas de residentes (-3,1%) quer nas de não residentes (-0,3%).
Lisboa lidera nos proveitos e dormidas
Em junho, Lisboa concentrou 30,8% dos proveitos totais e 32,3% dos relativos a aposento, seguindo-se o Algarve (29,9% e 28,7%, respetivamente), o Norte (15,5% e 16,1%, pela mesma ordem) e a Madeira (9,5% e 8,7%, respetivamente).
Os maiores crescimentos ocorreram nos Açores (+23,7% nos proveitos totais e +25,2% nos de aposento), no Norte (+22,4% e +23,7%, respetivamente), em Lisboa (+18,2% e +19,2%, pela mesma ordem) e no Centro (+16,9% em ambos).
Face a junho de 2019, destacaram-se as evoluções nos Açores (+57,6% nos proveitos totais e +58,7% nos de aposento), na Madeira (+51,3% e +67,9%, respetivamente), no Norte (+42,9% e +43,4%, pela mesma ordem) e no Alentejo (+38,9% e +47,3%, respetivamente).
Já no primeiro semestre de 2023, os Açores (+53,8% nos proveitos totais e +54,3% nos de aposento), a Madeira (+52,8% e +64,3%, respetivamente) e o Alentejo (+47,5% e +54,9%, pela mesma ordem) registaram os maiores crescimentos nos proveitos, face a igual período de 2019.
De referir que, do total de dormidas, 74,1% concentraram-se nos 23 principais municípios analisados pelo INE.
Nesta comparação por municípios, Lisboa concentrou 18% do total de dormidas em junho de 2023 (8,5% do total de dormidas de residentes e 21,9% de não residentes), atingindo 1,3 milhões de dormidas. Comparando com junho de 2019, as dormidas aumentaram 5,3% (-9,7% nos residentes e +8,2% nos não residentes).
Albufeira manteve-se na 2.ª posição (peso de 12,2%), tendo registado 907,8 mil dormidas, e continuou a não atingir os níveis registados em 2019 (-10,2% no total; -26,6% nos residentes e -5,2% nos não residentes).
No Porto, registaram-se 536,4 mil dormidas (7,2% do total), um acréscimo de 25,1% face a junho de 2019 (+31,7% nos residentes e +23,9% nos não residentes).
No Funchal, registaram-se 532,3 mil dormidas (quota de 7,1%), tendo aumentado 17,2% (+54,9% nos residentes e +12,3% nos não residentes) face a junho de 2019.
De entre os principais municípios, destacaram-se ainda as evoluções registadas em Vila Nova de Gaia (+30,6%) e em Matosinhos (+14,1%) em junho, face ao mesmo mês de 2019.
Na comparação do acumulado do 1.º semestre de 2023, face a igual período de 2019 e entre os principais municípios, o Porto destacou-se com um crescimento de 29,4% (+19,8% nos residentes e +31,6% nos não residentes), seguindo-se Vila Nova de Gaia (+29,3%; +21,3% nos residentes e +35,5% nos não residentes). Em sentido contrário, os maiores decréscimos registaram-se em Vila Real de Santo António (-13,7%; -7,6% nos residentes e -16,1% nos não residentes) e Albufeira (-8,5%; -17,1% nos residentes e -6,7% nos não residentes).
Hotelaria em crescendo
No que diz respeito aos segmentos de alojamento, em junho, todos eles registaram crescimentos nos proveitos. Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento (peso de 87,2% e 85,3% no total do alojamento turístico) aumentaram 13,1% e 14,5%, respetivamente. Face a junho de 2019, registaram-se crescimentos de 31,3% e 33%, pela mesma ordem.
Nos estabelecimentos de alojamento local (quotas de 9,1% e 10,8%, respetivamente), registaram-se aumentos de 22,8% nos proveitos totais e 24,4% nos proveitos de aposento. Comparando com junho de 2019, observaram-se crescimentos de 40,4% e 43,2%, respetivamente.
No turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 3,7% e 3,9%, respetivamente), os aumentos foram 14,8% e 14,9%, pela mesma ordem. Face a junho de 2019, registaram-se crescimentos mais expressivos, +85,2% e +83,5%, respetivamente.
Finalmente, no conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 78,1 euros em junho de 2023, tendo aumentado 11,6% face a igual mês do ano anterior (+24,1% em maio) e 25,8% em comparação com junho de 2019.
Os valores de RevPAR mais elevados foram registados em Lisboa (116,7 euros) e no Algarve (88,1 euros). Os maiores crescimentos ocorreram nos Açores e no Norte (+19,0% e +16,6%, respetivamente).