Foto: Vânia Silva
Associação do Turismo de Aldeia lança projeto para classificar freguesias vinhateiras como “Aldeias de Portugal”
Projeto para agilizar o processo de classificação das freguesias de tradição vinhateira que pretendam ser reconhecidas como “Aldeias de Portugal” vai “impulsionar o potencial turístico dos territórios vinhateiros mais rurais”.
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A Associação do Turismo de Aldeia (ATA) e a Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) vão assinar, na próxima quarta-feira, 1 de março, um protocolo para agilizar o processo de classificação das freguesias de tradição vinhateira que pretendam ser reconhecidas como “Aldeias de Portugal”, num projeto que vai “impulsionar o potencial turístico dos territórios vinhateiros mais rurais”.
Num comunicado enviado à imprensa, a ATA explica que este projeto tem o objetivo comum de preservar e promover “o património material e imaterial que é identitário da história e da cultura portuguesas, em particular no que se refere ao mundo rural e ao vinho”.
Gerida pela ATA, a marca “Aldeias de Portugal” conta atualmente com 49 aldeias classificadas em Portugal e este projeto pretende criar uma autêntica “via rápida para análise de candidaturas” por parte da ATA.
“Até aqui, essa entidade recebia a proposta de cada aldeia individualmente e só então iniciava a verificação dos pré-requisitos; com o novo acordo, passa a receber candidaturas previamente analisadas pela AMPV, o que logo na fase inicial do processo representará dossiês mais completos, sobre territórios que a organização vinhateira já terá validado relativamente a critérios como ruralidade, tradição agrícola e oferta gastronómica e vínica”, lê-se no comunicado divulgado.
Segundo Teresa Pouzada, presidente da ATA, essa “abertura a novos territórios e a candidaturas mais rápidas” é “encorajadora e estimulante” porque antecipa “o crescimento da comunidade representada por duas instituições que partilham dos mesmos valores, das mesmas ambições e da mesma paixão por aldeias tão únicas e especiais do panorama nacional”.
“Toda a oferta turística que explore as origens de um produto com esta boa reputação será certamente um fator de atratividade para o turista nacional e estrangeiro, e, nesse contexto, as freguesias vinhateiras poderão oferecer aos visitantes programas mais autênticos e genuínos sobre a vinha, a transformação da uva e as tradições relacionadas com matéria-prima e produto final”, acrescenta a presidente da ATA.
Já José Arruda, secretário-geral da AMPV e porta-voz dos 117 municípios que constituem essa estrutura, também reconhece “um potencial enorme à marca ‘Aldeias de Portugal’” e revela-se otimista quanto ao “contributo que este projeto com a ATA representa para a valorização dos territórios de baixa densidade”.
“Ao associarmos a este projeto a nossa recém-criada Rede das Freguesias Vinhateiras de Portugal e ao trabalharmos em conjunto, estamos a criar ainda mais potencialidades para a promoção do turismo de proximidade”, defende o responsável.
O projeto prevê também uma adesão significativa por parte dos territórios com tradição vinícola e, segundo José Arruda, é possível que se venham a candidatar a esta classificação entre 200 a 300 freguesias.
“Se no arranque deste processo os nossos atuais 117 municípios indicarem duas a três freguesias com tradição vitivinícola, só nesta fase inicial estaremos a falar de 200 a 300”, antecipa o responsável.
O projeto prevê também que as candidaturas apresentadas envolvam as comunidades locais, uma vez que, explica a ATA, a “oferta local de gastronomia, vinhos e outros produtos regionais é critério de avaliação na candidatura à classificação como “Aldeias de Portugal””.
As candidaturas vão ser avaliadas por uma comissão de especialistas, que vai avaliar ainda aspetos como “o estado de conservação do edificado local, o seu património histórico e cultural, a acessibilidade viária ao povoado e a oferta de atividades ligadas à agricultura e ao setor primário”.
“A ATA aprovará as aldeias que cumpram a maioria desses requisitos e evidenciem uma proporção adequada de fatores de atração turística, mas, independentemente disso, o que não poderá faltar ao processo é o comprometimento da população local numa missão de valorização que se pretende partilhada e integrada”, garante a associação.
Nessa perspectiva, as candidaturas vão implicar a constituição de um comité de representantes da aldeia, nomeadamente da câmara municipal e junta de freguesia, das associações locais, dos proprietários e comerciantes, e de outros agentes relevantes com participação ativa na vivência real da comunidade, cabendo a esse coletivo, segundo a ATA, “acompanhar todo o processo de classificação e fazer a devida ligação à restante comunidade”.
“Não adianta ter um projeto de valorização e desenvolvimento para uma aldeia se a população dessa mesma aldeia não tiver interesse nele nem se quiser envolver neste esforço comum”, conclui Teresa Pouzada.