“Em maio, já não vamos ter a exigência do teste PCR”
A Tailândia já reabriu ao turismo e, apesar de ainda existirem algumas restrições relacionadas com a COVID-19, o destino está, progressivamente, a levantar os últimos obstáculos para voltar a atrair os turistas internacionais. Em Portugal, o objetivo é tornar a Tailândia no primeiro destino de longo curso para os turistas nacionais.
Inês de Matos
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A Tailândia já reabriu ao turismo e, apesar de ainda existirem algumas restrições relacionadas com a COVID-19, o destino está, progressivamente, a levantar os últimos obstáculos para voltar a atrair os turistas internacionais. Em Portugal, o objetivo é tornar a Tailândia no primeiro destino de longo curso para os turistas nacionais.
A Tailândia voltou a ser um dos destinos internacionais cujo stand registou maior procura na última edição da BTL, que decorreu entre 16 e 20 de março, em Lisboa, e na qual a Autoridade de Turismo da Tailândia (TAT) voltou a marcar presença. No entanto, este ano, mais do que promover o destino, o objetivo da entidade oficial de turismo da Tailândia foi mostrar que o país já reabriu ao turismo depois de passada a pior fase da COVID-19 e está pronto a voltar a receber turistas internacionais, incluindo os portugueses.
O Publituris aproveitou a BTL para falar com Malinee Nitikasetsunthorn, diretora da TAT para Itália, Espanha, Portugal, Israel, Turquia, Grécia e Chipre, que se mostrou muito entusiasmada com o interesse demonstrado em torno da Tailândia nesta BTL, destino que, segundo a responsável, sempre foi um dos preferidos dos portugueses no longo curso. “Antes da pandemia, a Tailândia era um dos três destinos de longo curso que maior número de turistas portugueses recebia. É também por isso que estamos de regresso à BTL, porque queremos manter essa posição e, talvez, até melhorar”, explicou a responsável ao Publituris, revelando que o país tem mesmo a ambição de “vir a ser o primeiro destino de longo curso para os portugueses”.
Por isso, neste momento, a prioridade para a TAT é dar a conhecer a situação que se vive na Tailândia e que, segundo Malinee Nitikasetsunthorn, é já praticamente normal e segura, uma vez que “a COVID-19 está controlada” e há muito poucos casos de infeção. Ainda assim, continuam a existir regras que os turistas devem cumprir e que passam pelo registo no programa Thailand Pass Test & Go, que foi lançado em novembro de 2021 e está a permitir a reabertura do país com sucesso. “A recuperação turística está a correr muito bem desde que lançámos o Thailand Pass TEST & GO. Este programa foi lançado em novembro do ano passado mas, depois, surgiu a Ómicron e tivemos de suspender por algum tempo o Thailand Pass. Voltámos a lançar este programa no início de fevereiro e está a ter um grande sucesso, o feedback está a ser muito bom e está a permitir receber muitos turistas”, explicou a responsável, revelando que, no destino, a situação está praticamente normalizada, existindo apenas algumas limitações de horários, nomeadamente sobre o consumo de bebidas alcoólicas, que só podem ser consumidas a partir das 11h00.
Já para entrar no destino as regras têm vindo a ser simplificadas e, a partir de 1 de abril, os viajantes vacinados deixaram de ter de apresentar um teste PCR negativo para a doença efetuado até 72 horas antes da viagem. Apesar disso, mantém-se a necessidade de realizar um teste PCR no primeiro dia depois da chegada e outro teste antigénio ao quinto dia de estada na Tailândia, cujo resultado deve ser registado na aplicação MorChana. Paralelamente, é também necessário ter uma noite de hotel pré-paga numa das unidades certificada pelo governo tailandês e contar com um seguro de viagem com uma cobertura não inferior a 10 mil dólares em tratamentos ou despesas médicas.
Nos últimos meses, estas regras têm vindo a ser aliviadas e a expetativa de Malinee Nitikasetsunthorn é que seja dado mais um passo no sentido da sua abolição em maio, quando se espera que deixe de ser necessário fazer qualquer teste PCR para entrar no país. “Estamos a tentar eliminar os obstáculos que têm limitado a chegada de turistas e, em princípio, em maio, já não vamos ter a exigência do teste PCR”, explicou a diretora da TAT, revelando que as autoridades tailandesas estão constantemente a monitorizar a situação e que as regras “mudam muito rapidamente, há mudanças quase diariamente”.
Portugal é prioridade
A participação na BTL serviu para dar a conhecer as regras de entrada no país, assim como para promover os destinos turísticos da Tailândia, país que, em 2019, tinha recebido 52 mil turistas portugueses, número que torna este num dos principais destinos de longo curso para os turistas lusos. “O mercado português é importante e sabemos que os portugueses gostam de visitar a Tailândia, temos sempre pedidos de informação sobre o destino”, afirma Malinee Nitikasetsunthorn, revelando que, por isso, a Tailândia está “a investir imenso na promoção em Portugal”. “Estamos a reforçar as nossas atividades de promoção da Tailândia, para que os portugueses saibam que o destino já reabriu e que, na Tailândia, a situação já está completamente segura, pelo que já estamos a receber todos os turistas”.
Além da BTL, o destino tem previstas diversas ações promocionais em território nacional para os próximos meses e que passam pela realização de famtrips para o trade e também para a imprensa, promoção nas redes sociais e ainda pelo regresso do programa de formação online da Tailândia para agentes de viagens, “através do qual podem ficar a saber mais sobre a Tailândia, não só sobre o produto turístico que a Tailândia oferece, mas também sobre a situação geral no país”. “O nosso trabalho é essencialmente ao nível da comunicação, de forma a aumentar a confiança no destino e mostrar que é seguro viajar para a Tailândia, que as pessoas vão ser felizes e passar umas boas férias no país. Este é o nosso principal objetivo no mercado português”, resumiu a diretora da TAT, revelando que, “com a pandemia e o encerramento do tráfego aéreo no país, o número de turistas portugueses desceu muito”. Por isso, e apesar do regresso em força à promoção em Portugal, Malinee Nitikasetsunthorn considera que só em 2024 a Tailândia deverá voltar a receber o mesmo número de turistas portugueses que recebia no pré-pandemia. “Para ser realista, não acredito que o mercado português regresse aos números de 2019 já este ano. Já estamos a entrar no quarto mês do ano e, por isso, acredito que só em 2024 deverá ser possível voltar aos 52 mil turistas portugueses que tínhamos recebido em 2019. Mas estou otimista e penso que, se a guerra na Ucrânia acabar rapidamente, vamos conseguir uma forte recuperação já este ano”, indicou a diretora da TAT.
Guerra é preocupação
A guerra na Ucrânia é uma preocupação também para a Tailândia, não só pelo receio que pode provocar nos turistas, apesar do país se localizar a vários milhares de quilómetros do conflito militar, mas essencialmente pelo agravamento das condições económicas, que podem levar a uma descida do poder de compra. “Apesar de estarmos longe da zona da guerra, esperamos um efeito negativo, ainda que de forma indireta, não só porque vamos perder turistas de alguns mercados, mas também porque o nível de vida vai ficar mais caro. O preço do petróleo está a subir e, por isso, esperamos que também o preço das viagens aéreas venha a subir. Portanto, sim, estamos à espera que a guerra também tenha um impacto negativo no turismo”, admitiu Malinee Nitikasetsunthorn, considerando que a Tailândia teve algum “azar” no timing escolhido para a reabertura. “Digo que tivemos azar porque quando a COVID-19 está a desaparecer, surgiu uma guerra que também tem impacto no turismo”, acrescentou.
Apesar da ameaça da guerra, a Tailândia já voltou a receber turistas internacionais, principalmente da Rússia, Alemanha e EUA, mercados que, segundo a responsável, “estão a recuperar” e que se espera que venham a ter ainda melhor desempenho a partir desta primavera, devido ao alívio das restrições à entrada no país. “Com o aumento da promoção, esperamos que a situação volte ao normal no turismo já a partir da primavera, mas essencialmente durante o verão, que é a altura do ano em que recebermos, por norma, um maior número de turistas, incluindo portugueses”, concluiu.
* Este artigo foi publicado originalmente na edição 1460 do Publituris, de 1 de abril de 2022.