Polónia adia recuperação de turistas portugueses por causa da guerra na Ucrânia
Apesar de garantir que é seguro visitar a Polónia, Agata Witoslawska, diretora do Turismo da Polónia para Portugal e Espanha, reconhece que, devido ao elevado número de refugiados ucranianos, neste momento pode não ser tão confortável viajar para o país e, por isso, admite que o turismo polaco não vai, este ano, ultrapassar os 65 mil turistas lusos que visitaram a Polónia em 2019.

Inês de Matos
Descobrir o Algarve através de 18 experiências de Turismo Industrial
easyJet assinala 10.º aniversário de base no Porto com oferta de descontos
ISCE reúne 34 parceiros na “Global Tourism TechEDU Conference 2025”
AVK adquire Pixel Light e consolida liderança no setor audiovisual
Air France opera até 900 voos por dia para quase 190 destinos no verão 2025
ARPTA com nova liderança
Iberia reforça ligações a Roma, Paris e Viena
Os 3 dias do RoadShow das Viagens do Publituris
SATA lança campanha para famílias com tarifa gratuita para crianças
Indústria do turismo dos EUA preocupada com queda nas viagens domésticas e internacionais
A diretora do Turismo da Polónia para Portugal e Espanha, Agata Witoslawska, admitiu esta terça-feira, 15 de março, que o país não vai conseguir ultrapassar os 65 mil turistas portugueses que tinha recebido em 2019, antes da pandemia da COVID-19, devido à guerra na Ucrânia, uma vez que, apesar de ser seguro viajar para o país, “pode não ser tão confortável como noutros tempos”, devido ao elevado número de refugiados ucranianos que a Polónia tem recebido.
“É uma situação muito difícil mas acredito que, quanto mais cedo o conflito terminar, mais cedo os europeus vão voltar a viajar. Mas, é claro que não vamos conseguir ultrapassar os números que tínhamos antes da pandemia este ano, isso não é possível”, afirmou a responsável, durante um pequeno-almoço com a imprensa, que decorreu na manhã desta terça-feira, 15 de março.
Garantindo que, apesar do conflito militar na Ucrânia, continua a ser seguro viajar para a Polónia, Agata Witoslawska explicou, no entanto, que o problema atual passa pelo elevado número de refugiados ucranianos que o país tem vindo a acolher e que, neste momento, enchem as estações de comboios e autocarros polacas, o que pode tornar menos confortável a experiência dos turistas.
“Tudo está aberto para o turismo, é seguro viajar para a Polónia, mas não é tão confortável. Por exemplo, viajar de comboio entre Varsóvia e Cracóvia tornou-se mais desconfortável porque há muitos refugiados ucranianos na Polónia. Este é o problema”, explicou a responsável, que admite que, por parte dos portugueses, também pode existir receio em viajarem para um país que é vizinho da Ucrânia, onde decorre atualmente o conflito militar decorrente da invasão russa.
Além do sentimento de insegurança face à guerra e desconforto em relação ao elevado número de refugiados, Agata Witoslawska mostra-se também preocupada com o impacto económico deste conflito militar, principalmente numa altura em que a inflação já estava a subir em muitos países ocidentais, o que também pode contribuir para desmotivar as viagens turísticas nos próximos tempos.
“Acredito que, mesmo que a guerra termine rapidamente, há outro problema que vai interferir, que é a inflação. Um dos problemas da guerra é também económico”, afirmou a responsável, que se mostra, no entanto, confiante que a solidariedade vai levar os turistas europeus a escolherem destinos próximos para as férias, incluindo a Polónia, de forma a que seja possível “recuperar e reconstruir as viagens na Europa, passo a passo”.
No caso do mercado português, Agata Witoslawska explica que, antes da pandemia, existia uma tendência de crescimento, ainda que moderado, o que se explica pelas viagens dos estudantes portugueses que escolhem a Polónia para fazer Erasmus, mas também com o aumento das viagens de negócios, que aumentaram depois de empresas portuguesas como o Millennium BCP ou a Jerónimo Martins terem entrado no mercado polaco.
“O número de turistas portugueses na Polónia antes da pandemia estava a crescer, era um crescimento ligeiro, mas estava a crescer porque também há muitas relações comerciais e empresariais entre Portugal e a Polónia”, explicou, revelando que, anteriormente, a maior parte das viagens dos portugueses para a Polónia tinha uma motivação religiosa, essencialmente ligada ao Papa João Paulo II, que era de nacionalidade polaca.
Por isso, e apesar de reconhecer que o mercado português tem uma importância limitada para o turismo da Polónia e que “a percentagem de Portugal é muito pequena”, a responsável garante que o Turismo da Polónia não vai parar as ações promocionais previstas em território nacional, ainda que a prioridade não sejam as campanhas promocionais que apelam diretamente à visita.
“Não temos planos para parar a promoção. Claro que não vamos fazer aquelas campanhas em que apelamos diretamente à visita, penso que isso não é responsável neste momento”, revelou, garantindo, contudo, que “é importante manter as campanhas de imagem, as campanhas corporativas”, para que os portugueses saibam que o Turismo da Polónia está “a trabalhar para que venham melhores tempos”.
“No fim de março, vamos participar no Roadshow do Publituris, um evento B2B, e estamos a pensar em algumas campanhas corporativas na internet, em que queremos atingir também os viajantes portugueses através do Facebook, até porque o número de seguidores que temos está a aumentar. Já as campanhas de media e aquelas em que apelamos diretamente à visita, vão ter de esperar”, indicou.
Neste pequeno-almoço com a imprensa, o Turismo da Polónia deu a conhecer alguns dos principais destinos e atrações turísticas do país, com destaque para as vertentes do turismo cultural e de natureza, sem esquecer também ofertas como os mercado de Natal, que costumam agradar aos portugueses, com Agata Witoslawska a considerar mesmo que a Polónia “pode ser uma boa alternativa” para quem procura destinos para férias de inverno com neve.