Congresso da APAVT: Marcelo pede “clarificação” a quem concorre às eleições sobre aeroporto, TAP e ferrovia
A abrir os trabalhos do 46.º Congresso da APAVT, o Presidente da República deixou vários recados a quem concorre às próximas legislativas e pretende ser Governo.
Victor Jorge
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No dia em que Portugal ultrapassou os 4.500 casos de infeção por COVID-19, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, abriu o 46.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) salientando que “o turismo é abertura”, destacando o “heroísmo das agências de viagem em 2020 e 2021”.
Admitindo que a decisão mais difícil dos últimos tempos foi a declaração do estado de emergência e a sua posterior renovação, Marcelo Rebelo de Sousa disse que “essa decisão foi mil vezes mais difícil que a dissolução da Assembleia da República”.
Respondendo a várias perguntas que foram deixadas no início dos trabalhos por Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, e Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), a primeira foi: “Como vai a pandemia em Portugal?”. A diferença, segundo o Presidente da República, “não está nos números relativamente há um ano. A diferença está no número de internados, cuidados intensivos e mortos”.
Além deste facto, Marcelo Rebelo de Sousa salientou a vacinação, assinalando a posição (número 1) de Portugal na Europa e no mundo, referindo que, “enquanto alguns estão a tentar chegar à nossa posição, nós estamos a avançar já com a terceira dose”.
No que diz respeito à nova variante, o Presidente da República (PR) apelou à “serenidade”, pedindo que se “afaste qualquer alarmismo”, destacando que, “o que precisamos é de prevenção”.
À pergunta sobre o estado da economia, presente e futura, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou os números avançados pela OCDE e outras entidades nacionais e internacionais, ou seja, “crescimento de 4,2% para o 3.º trimestre, 4,8% para o ano” e para 2022, um “crescimento de 5,8%”. Ou seja, “iremos crescer 10% nestes três anos”.
Neste capítulo, destacou ainda a “capacidade inventiva e de recriação das nossas empresas e empresários que é excecional”, frisando que se trata de “saber reconstruir e começar a reconstrução”. “No fundo, o turismo é isso”, assinalou Marcelo Rebelo de Sousa.
No que diz respeito ao papel das agências de viagem em todo este cenário, o PR classificou-a de “essencial no ressurgimento do turismo”, abordando ainda a problemática da falta de quadros, com destaque para a falta de pessoas, particularmente, no turismo”, embora reconheça que a mão-de-obra reajustou-se e partiu para outros setores”.
Confiante quanto aos números da inflação, nomeadamente, que se mantenham baixos, Marcelo assinalou que “o investimento externo está a subir, no ‘antigo’ e no ‘novo’ turismo”.
No âmbito político e, mais concretamente, no Orçamento de Estado (OE) para 2022, a convicção do PR é a de que “nunca Portugal possui tanto dinheiro para investir” com o PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) bem como os fundos provenientes programa 20-30 que não dependem do OE.
Marcelo deixou ainda a esperança de que o novo Governo “será rápido” na aprovação de um novo orçamento, convencido de que a “governabilidade e sustentabilidade estarão presentes na viabilização” do futuro documento.
Já quanto ao novo aeroporto, voltou a frisar o que já tinha dito afirmado em eventos anteriores, deixando, contudo, uma esperança: a de que, quem concorre às próximas eleições “clarifique a sua posição sobre o novo aeroporto para não haver mais surpresas”.
Indicando que “o país não suporta mais taticismos”; Marcelo deixou um “pedido”: “que se tome uma decisão e que seja ainda em 2022”.
Quanto à Ferrovia, esta “terá de ser uma aposta, seja no geral, seja na que tem potencial económico”, ou seja, alta velocidade, assinalando que, também aqui, “os concorrentes às eleições têm de tomar uma decisão”.
Outro tema a “precisar de clarificação”, é a TAP. “Sonhar com um ‘hub’ forte em Portugal, implica apostar na reforma da TAP e na viabilização da mesma. Não há alternativa”, frisou.
Deixando claro que “não há ninguém a vir de outra galáxia para salvar a TAP”, o Presidente da República assinalou, contudo, que “há parcerias que se podem fazer e a nível nacional”, mas, mais uma vez, “aqueles que querem governar o país têm de se pronunciar, concluindo que “estas são as virtualidades dos atos eleitorais e a grande ocasião de explicitar as posições”.
Presidente da CTP pede continuação da atual SET
Antes do discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, Francisco Calheiros, presidente da CTP, agradeceu ao Presidente da República por ser “o grande aliado do setor do turismo”, pedindo até que a atual secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, continue no cargo, já que “estamos habituados a vê-la anunciar uma medida e a concluir dez, enquanto os políticos anunciam 10 e concluem uma”.
“Vai para dois anos que estamos em pandemia e temos de estar unidos e caminhar juntos”, desejando que “seja debelada o mais rapidamente possível para voltarmos à normalidade”.
Deixando claro que o país “não cresce há 20 anos”, Calheiros espera que, a seguir à saúde, o próximo Governo seja o Governo da “economia e das empresas, que reduza os impostos, que arrisque”, já que “estamos a falar de mais de 50 mil milhões de euros”.
Quanto ao aeroporto, também aqui, o presidente da CTP voltou a repetir o que vem dizendo: “não é aceitável que a principal infraestrutura aeroportuária esteja para decidir há 50 anos”. Até porque, concluiu, “o futuro do nosso país e da nossa economia passa pelo turismo”.