Retoma “adiada” para 2024, prevê ETC
O adiamento da retoma parece ser uma constante. Agora é a ETC que só prevê que se atinjam os níveis pré-pandemia em 2024.
Victor Jorge
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Apesar de se esperar um aumento na procura das viagens na Europa, mercê das altas taxas de vacinação no continente, a European Travel Comission (ETC) não espera uma recuperação, para níveis pré-pandémicos, antes de 2024.
O organismo liderado pelo português Luís Araújo (presidente do Turismo de Portugal) revela no “Trends & Prospects” trimestral que, apesar da boa performance do verão, a chegada de turistas internacionais à Europa, em 2021, deverá ficar 60% abaixo do registado em 2019, depois de, a meio do ano, terem ficado 77% abaixo do mesmo período de 2019.
Isto depois dos turistas europeus terem dado um impulso nos meses mais quentes de 2021, com os dados a indicarem uma evolução ao longo de junho (-69%), julho (-57%) e agosto (-49%) face aos mesmos meses no período pré-pandémico.
Luís Araújo refere, em comunicado da ETC que “é claro ver o papel crítico que os programas de vacinação já desempenharam para ajudar na recuperação das viagens”, admitindo que a vacina foi “vital para facilitar os requisitos de entrada e aumentar o apelo das viagens durante a temporada de verão”.
No entanto, o presidente da ETC admite que “os esforços de vacinação não serão suficientes”, já que à medida que os meses de inverno se aproximam, “é imperativo que a Europa se esforce para restaurar ainda mais a liberdade de movimento, implementando abordagens mais holísticas e coerentes para viagens dentro e fora da UE”.
Portugal, a par de Malta e Islândia, merecem destaque no relatório da ETC, tendo ultrapassado os 80% de população vacinada, salientando-se o nosso país com uma taxa de 86%.
Contudo, com países como da Europa de Leste, nomeadamente, Bulgária, Bielorrússia ou Ucrânia, entre outro, a apresentarem taxas de vacinação inferiores a 20%, os receios mantêm-se quanto ao efeito que poderá ter nas viagens por essa Europa fora, antecipando-se mesmo que existem países que só atingirão taxas de 70% em 2024.
Assim e com a aproximação do Inverno, espera-se uma “ligeira desaceleração na atividade”, já que a temporada de gripe de inverno poderá, provavelmente, levar a um comportamento de viagem “mais cauteloso e um potencial aumento das restrições”, antecipando-se que as chegadas de turistas internacionais à Europa fiquem 60% abaixo dos níveis de 2019 até o final do ano, estimando-se um retorno total aos níveis anteriores à crise até 2024.
Quanto aos viajantes de longa distância, a ETC também observou uma “notável ausência”, com as chegadas dos EUA à Europa a permanecerem 90% abaixo dos níveis de 2019 para um terço dos destinos europeus. A ausência de turistas chineses também foi “dolorosamente” sentida em toda a Europa, com todos os destinos a registarem quedas de mais de 90% em comparação com 2019.