A World for Travel: “O futuro do turismo não pode deixar ninguém para trás”
Se o atual secretário-geral da OMT deixou o mote para o que será o futuro do turismo, foram muitas as intervenções que destacaram os caminhos que têm de ser percorridos para a recuperação sustentável do setor.
Victor Jorge
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Numa participação digital, o atual secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), Zurab Pololikashvili, deixou bem claro que a inclusão é palavra-chave para o turismo do futuro: “O futuro do turismo não pode deixar ninguém para trás”, admitiu Pololikashvili.
Também a atual secretária-geral do World Travel and Tourism Council (WTTC), Julia Simpson, na sua primeira intervenção oficial enquanto responsável pela entidade, referiu que “o setor do turismo precisa de uma colaboração mundial maior e melhor” e que “não é por fecharmos fronteiras que o setor avança”, fazendo ainda referência aos mais de 10% do PIB mundial que o setor representa e que é necessária uma “colaboração internacional mais forte para impulsionar uma recuperação económica do setor”.
De resto, o conceito de colaboração foi enfatizado pela maioria, senão totalidade, dos intervenientes da conferência “A World for Travel”. Se Taleb Rifai, ex-secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT) já o tinha feito no painel de abertura, reforçou-o na sua intervenção que discutiu a “Glocalisation”, admitindo que “o local vai ser o futuro do turismo”.
Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, destacou esta importância do “local”, com os apoios que a entidade nacional dá a projetos locais, destacando que “o tema da sustentabilidade não pode ser imputado às entidades governamentais ou aos agentes privados, tem de partir de todos nós”.
De resto, para o responsável do Turismo de Portugal, são três os agentes da mudança: “turistas, trabalhadores e agentes locais”, admitindo que “o problema não está em ter ideias, mas sim fundos para concretizá-las”, considerando que “o turismo já não é o setor da paz, é o setor do planeta” e que, por isso, “não há setor mais essencial para planeta que o turismo”.
Para tal, Luís Araújo considerou que um dos pontos mais importantes a ter em conta é a inclusão e que, para isso, “é preciso chamar, novamente, as pessoas para trabalharem no turismo”.
Antes, o ministro da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, já tinha chamado à atenção para o impacto do turismo na componente social, laboral e económica, referindo que a digitalização e as tecnologias terão um papel “crucial no “novo turismo”. “Não só devemos voltar para a ‘normalidade’. Devemos aspirar a uma ‘melhor normalidade’”.
Essa “normalidade” admitiu Siza Vieira, será “diferente” do período pré-pandémico, no qual, segundo o responsável pela pasta da economia, “nos queixávamos de ‘overtourism’”. Agora que o turismo caiu, percebemos que as pessoas gostam de viajar”, mas que é preciso encontrar um “equilíbrio e gerir melhor a diversificação e fluxos turísticos”.
Aos jornalistas, Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, avançou, à margem da conferência “A World for Travel, que o ano de 2021, perspetiva-se em linha com o traçado por altura da apresentação do plano de reativação do turismo, em maio deste ano, ou seja, que este ano se atinja “50% das receitas de 2019”.