A World for Travel: “É tempo de agir, agora”
A urgência de atuar no imediato foi uma das mensagens chave deixada no primeiro dia do “A World for Travel”. Sustentabilidade, importância das comunidades locais, o digital e novas experiências foram outras ideias deixadas no evento.
Victor Jorge
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No início do primeiro dia do “A World for Travel”, ficaram claros os objetivos desta iniciativa, a decorrer em Évora nos dias 16 e 17 de setembro: “contribuir para que exista uma voz única para as questões da sustentabilidade e que o turismo seja uma parte integrante e forte para a retoma de uma indústria fundamental a nível mundial”, referiu Fréderic Vanhoutte, Executive Chairman de “A World for Travel”.
Christian Delom, secretário-geral do evento, que pretende colocar a sustentabilidade na ordem do dia no que concerne o setor do turismo, corroborou o “statement” inicial, salientando, contudo, que tais objetivos “só serão conseguidos se todos os stakeholders se unirem nesta causa comum”,
“É tempo de agir, agora”, destacou Delom, considerando que, para tal, são cinco as ações a ter em conta no futuro próximo: “colaboração inter-setores; nova(s) liderança(s); nova(s) governança(s) para a sustentabilidade no turismo e viagens; reorganização da indústria com colaborações locais; investimento(s) a longo-termo; e utilização de tecnologia”.
De resto, Delom admitiu que este papel “não deve ficar reservado a Greta Thunberg”, de modo que “não seja a única voz responsável por esta transformação no que diz respeito às preocupações climáticas”.
Na conferência de imprensa inicial, o ministro do Turismo da Jamaica, Edmund Bartlett, deixou o recado: “encontramo-nos numa encruzilhada muito importante e a indústria do turismo e das viagens está no centro”, recordando que, nos últimos tempos (pré-pandemia), mais de 70 países tornaram-se dependentes do setor do turismo, dando como exemplo o próprio país.
Por isso, Bartlett afirmou que, hoje, “a comunicação, a informação e os dados são essenciais para esta indústria e para a tomada de decisões”, até porque, de acordo com o mesmo, “esta maior transparência faz com que seja quase impossível esconder algo”. “Temos de fazer com que a nossa voz seja ouvida, enquanto setor essencial para o mundo”, concluiu.
Já o ex-secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), Taleb Rifai, repetiu o que dissera em entrevista ao Publituris: “não podemos ter Governos a funcionar e a decidir isoladamente”, apelando à uniformização de normas e regras. “É impossível andarmos para a frente quando, na própria União Europeia, existem três sistemas diferentes de controlo dos certificados de vacinação”.
Rifai relembrou que, “não podemos esquecer que o turismo liga pessoas e países, logo, trabalhar e decidir individualmente não funciona”.
Luís Araújo, no papel de presidente do European Travel Council (ETC) e do Turismo de Portugal, recordou que “esta é uma indústria que tem soluções, mas que precisam de ser debatidas, de modo a definir um plano para o futuro”, admitindo que a cadeia de valor terá de “mudar”.
“Chegou o tempo de mostrarmos os bons exemplos e não só do lado do setor do turismo, mas também do turista”. Ou seja, “chegou o tempo do turismo não ser visto como a vítima ou o vilão das mudanças que são necessárias para o futuro”.
A ideia da importância do sector do turismo para esta mudança foi, também, enfatizada por Vítor Silva, presidente do Turismo do Alentejo, ao afirmar que “o turismo praticado até ao e início da pandemia chegou ao fim. Há que definir novas formas de fazer turismo e viajar”, concluindo que “é preciso encontrar novos modelos de negócio para o setor”.