Indústria da aviação poderá perder 80 mil milhões de euros em 2021
O valor final ainda está por apurar, mas a IATA estima que as perdas da indústria da aviação possa atingir os 80 milhões de euros, em 2021.
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Uma estimativa recente da IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo – coloca as perdas das companhias de aviação entre os 75 e 95 mil milhões de dólares, ou seja, entre os 62 e 80 mil milhões de euros a nível global.
Um dos motivos para esta performance é o fraco início de 2021, admitindo os analistas da IATA que “já está claro que o primeiro semestre de 2021 será pior do que o antecipado”. A razão para esta “dura” realidade está nas restrições às viagens tomadas pelos diversos governos em resposta às novas variantes da COVID-19. As reservas futuras para o verão (julho-agosto) estão 78% abaixo dos níveis em fevereiro de 2019 (as comparações com 2020 são distorcidas devido aos impactos da COVID-19), indicam os dados da IATA.
Assim, partindo de uma base inferior para este ano de 2021, “um cenário otimista veria as restrições de viagens gradualmente levantadas, uma vez vacinadas as populações mais vulneráveis nas economias desenvolvidas, mas apenas a tempo de facilitar a pouca procura durante a temporada alta de viagens de verão no hemisfério norte”, avança a associação. Nesse caso, segundo contas da IATA, “a procura de 2021 seria somente 38% dos níveis verificados em 2019”, com as companhias aéreas a gastar 75 milhões de dólares ao longo deste ano (pouco mais de 62 mil milhões de euros).
Contudo, um cenário mais pessimista, faria com que as companhias aéreas gastassem 95 mil milhões de dólares ao longo do ano (perto de 80 mil milhões de euros). Neste caso, os impulsionadores deste cenário seriam os governos ao manter restrições significativas às viagens durante o pico da temporada de verão no hemisfério norte. Nesse caso, a procura de 2021 seria de apenas 33% dos níveis de 2019.
“Com os governos a aplicar restrições mais rígidas, 2021 parece ser um ano muito mais difícil do que o esperado”, estima Alexandre de Juniac, diretor-geral e CEO da IATA, em nota de imprensa. “Será necessária mais ajuda de emergência por parte dos governos. Uma indústria de aviação em funcionamento pode, eventualmente, impulsionar a recuperação económica”. No entanto, o responsável da IATA adverte que este cenário só se coloca, “se houver falhas massivas antes do fim da crise. Se os governos não conseguirem abrir suas fronteiras, precisaremos que abram as suas carteiras para um apoio financeiro, de modo a manter as companhias aéreas viáveis”.
Com as companhias aéreas a enfrentarem este cenário para 2021, os responsáveis da IATA destacam três iniciativas que devem ser consideradas. Em primeiro lugar, planeamento. Ou seja, preparar a indústria para reiniciar com segurança após um ano ou mais de interrupção exigirá um planeamento cuidadoso e meses de preparação.
Em segundo lugar, percebendo-se que as vacinas e os testes terão um papel importante à medida que a pandemia fica sob controlo e as economias crescem, incluindo o setor de viagens, o passaporte ou certificado será fundamental. A associação admite que o “IATA Travel Pass” permitirá que os viajantes “controlem com segurança os seus dados de saúde e os partilhem com as autoridades competentes”.
Finalmente, padronizar as medidas. À medida que os programas de vacinação e capacidade de teste se expandem, dois desenvolvimentos se tornaram críticos: “padrões globais para registar testes e vacinas, e e um plano para registar retrospetivamente aqueles que já foram vacinados”.
“Trabalhar em parceria não é novidade para companhias aéreas ou governos”, refere de Juniac. “É assim que temos vindo a fornecer conectividade segura, eficiente e confiável ao longo das últimas décadas”.
“Com boas notícias sobre vacinas e capacidade crescente de testes, há um raio de luz no fim do túnel”. Por isso, o diretor-geral e CEO da IATA conclui que “é hora de pedir aos governos um plano de retoma e oferecer o apoio possível por parte da indústria”.