Credores entram com pedido de insolvência do HNA Group
Conglomerado de turismo chinês, que é proprietário da Beijing Capital Airlines, a companhia que opera a rota entre Portugal e a China, já confirmou o início do processo de recuperação judicial.
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Os credores do HNA Group entraram com um pedido formal de insolvência do conglomerado chinês de viagens e turismo, que acusam de estar em incumprimento e não conseguir pagar dividas, num processo cuja abertura foi já confirmada pelo próprio grupo através de um comunicado publicado no seu website.
“Um credor entrou com um pedido de início de procedimento de recuperação judicial contra a nossa empresa, com o fundamento de que não podemos pagar as dívidas devidas ao credor”, explica o HNA Group, num comunicado datado de 29 de janeiro.
Na mesma informação, o grupo chinês, que é proprietário da Beijing Capital Airlines, a companhia aérea que realiza os voos entre Portugal e a China, garante que vai continuar a operar e que “apoiará o tribunal para proteger os direitos e interesses legais dos credores de acordo com a lei” e para “promover ativamente a liquidação da dívida”.
O processo de insolvência do HNA Group deu entrada no Tribunal Popular de Hainan, na China, e vem confirmar os problemas financeiros do grupo, que já eram conhecidos há algum tempo e que se agravaram com a atual pandemia da COVID-19, como nota a imprensa internacional.
O site especializado em aviação FlightGlobal, por exemplo, lembra as muitas aventuras do HNA Group no campo das aquisições e outros negócios, que levaram o grupo chinês, que começou com a propriedade da Hainan Airlines, a deter participações em grande parte da aviação mundial, nem sempre com o melhor resultado.
Segundo o FlightGlobal, a primeira grande aquisição do HNA Group foi a Hong Kong Airlines, da qual adquiriu 60% do capital, seguindo-se a Hong Kong Express, e, em 2009, fundou a Grand China Express, enquanto o ano seguinte marcou a entrada da empresa no negócio do leasing e da manutenção, assim como na Africa World Airlines, do Gana.
O HNA Group começava, assim, a entrar em companhias aéreas fora da China e, em 2012, adquiriu mesmo a primeira participação numa transportadora europeia, quando passou a deter 48% do capital da Aigle Azur, tornando-se na primeira empresa de aviação chinesa a investir numa companhia aérea europeia.
Em 2015, o alvo do HNA Group foi a brasileira Azul, onde o grupo chinês aplicou 450 milhões de dólares, em troca de uma participação de 23,7% e, em 2017, decidiu investir, pela primeira vez, num aeroporto não chinês, ao adquirir uma participação de 82,5% no aeroporto de Frankfurt.
Os negócios sucederam-se ao longo de vários anos, quase sempre suportados por empréstimos bancários, motivo pelo qual não demorou muito até que começassem a surgir as primeiras notícias sobre as dificuldades financeiras e problemas de liquidez do grupo.
Em 2018, a S&P Global Ratings baixou o rating do grupo, que já tinha dívidas no valor de 86 milhões de euros, e começaram a surgir notícias de que o HNA Group tinha colocado imóveis do seu portefólio à venda para fazer face aos problemas de liquidez. Nesse mesmo ano, a empresa vendeu também a participação na Azul, assim como noutros negócios e assistiu ainda à morte do seu fundador, Wang Jian, o que terá fragilizado ainda mais o grupo.
Em 2019, a Aigle Azur abriu insolvência e foi liquidada pouco depois, e, em fevereiro de 2020, já com a COVID-19 instalada na China, o HNA Group solicitou ajuda pública ao governo da província chinesa Hainan, uma vez que o efeito do novo coronavírus estava a asfixiar o grupo, o que viria a culminar no processo de insolvência agora aberto pelos credores da empresa.