Hub da Air France/KLM em Fortaleza “vai-nos complicar um pouco a vida”
A TAP detém actualmente 70% do tráfego de passageiros entre o Brasil e a Europa.
Inês de Matos
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O director-geral da TAP Brasil, Mário Carvalho, considera que a abertura de um hub da Air France/KLM em Fortaleza vai complicar a vida à TAP, ainda que a concorrência não assuste a transportadora nacional, até porque, sublinha, os voos para Paris são operados pela Joon, a companhia de baixo custo da Air France/KLM, que tem um conceito diferente.
“Eles vêm com um conceito diferente, não é a Air France, é a Joon, imagino que seja um target diferente”, afirmou o responsável, que duvida também da sustentabilidade da operação, até porque esta não é a primeira vez que a Air France/KLM anuncia a abertura de um hub no Nordeste brasileiro.
“O hub da Air France vai-nos complicar um pouco a vida, não há dúvida, mas eles já tinham vindo anteriormente com essa ideia em Recife, há uns três ou quatro anos atrás, mas durou seis meses”, afirmou o responsável à margem da ABAV Expo 2017, que terminou sexta-feira, em São Paulo.
Além dos voos da Joon para Paris, a Air France/KLM anunciou também ligações pela KLM para a Holanda, voos que, segundo Mário Carvalho, podem sofrer se não houver concentração de passageiros na Europa, pois os mercados de Fortaleza e Holanda são pequenos para manter a operação.
“Se não houver uma concentração de tráfego a partir da Europa, para juntar e trazer passageiros, que é o que nós fazemos aqui na TAP, fica difícil, com um mercado só, alimentar. São dois mercados pequenos nas pontas. Holanda e Fortaleza, acho que não dá, acho que não tem massa suficiente”, afirmou.
Mário Carvalho adiantou que a TAP tem actualmente 70% do tráfego entre o Brasil e a Europa, sendo os restantes 30% divididos entre os concorrentes da companhia nacional, que “normalmente têm preços mais baratos”.
O responsável faz um balanço positivo da operação da TAP no Brasil, onde a companhia alcançou um crescimento de 70% nas receitas e de 34% em passageiros até Agosto face a igual período de 2016, a que se junta um load factor acima de 80% e que chega mesmo a 94% no caso de São Paulo.
“Este ano está a ser um ano, de certa forma, surpreendente. O Brasil, como todos sabem, passa por uma grave crise económica desde há dois anos para cá e maior ainda política. Por isso, contra todos os prognósticos, o brasileiro está a viajar e não são viagens só de ida, são idas e voltas”, disse o responsável aos jornalistas, acrescentando que “62% das vendas entre o Brasil e a Europa, são feitas no Brasil”.
Para o próximo ano, Mário Carvalho espera que, se o PIB brasileiro cumprir as expectativas dos economistas e crescer 3%, a TAP venha a conseguir um crescimento de 10% nas receitas, mantendo a capacidade instalada.