Portugal quer ser um laboratório de ‘start-ups’
Adolfo Mesquita Nunes, secretário de Estado do Turismo, defendeu, esta sexta-feira, no Lisbon Challenge – Tourism Day, que Portugal oferece muitas oportunidades. Soluções relacionadas com ‘business inteligence’ são a prioridade dentro das necessidades do Turismo de Portugal.
Raquel Relvas Neto
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Adolfo Mesquita Nunes, secretário de Estado do Turismo, defendeu, esta sexta-feira, no Lisbon Challenge – Tourism Day, que Portugal oferece muitas oportunidades e desafios para os empreendedores que quiserem apostar no sector turístico.
O responsável pela pasta do Turismo português começou por apresentar os números do sector em Portugal, que tem crescido mais de 10% neste ano e que representa 8% do emprego, desafiando as start-ups presentes a desenvolverem soluções que respondam às actuais necessidades do sector do turismo em Portugal, que é “um campo de oportunidades”. O responsável salientou que Portugal pode ser o laboratório ideal para as start-ups testarem e colocarem em prática as suas ideias.
O responsável realçou que, “embora estejamos a crescer rapidamente e de uma forma consistente (…) estamos a enfrentar vários desafios sérios e quero partilhar alguns convosco que podem despoletar o vosso interesse para pensarem sobre eles”.
Dividindo os desafios em dois grupos – público e privado – o responsável indicou que, no primeiro sector, existe um problema relacionado com a ‘business inteligence’. “Olhamos para o Turismo e não temos informação suficiente, não temos ‘business intelegence”, seja, sobre o comportamento dos turistas que nos procuram, onde é que gastam o seu dinheiro, nem quando nem porquê. “Precisamos de saber o que o turista que nos visita quer”, reforçou, indicando ainda que, “precisamos de perceber, não só a olhar, mas através de factos, o que está a despertar o interesse das novas tendências dos turistas”.
Outro desafio que o Turismo de Portugal tem, segundo o secretário de Estado do Turismo, é monitorizar os resultados da campanha de markenting que lançou no digital: “Claro que temos os dados de quantos turistas estão a vir para Portugal. Mas será que estão a vir devido à campanha ou não?” Encontrar formas de monitorizar as campanhas de marketing e de relações públicas do instituto público é uma das actuais necessidades, bem como avaliar os verdadeiros impactos dos grandes eventos que o País recebe: “O sector privado já encontrou maneiras de avaliar o impacto dos grandes eventos, que trazem milhões para o País, mas o que estou a falar é como é que na verdade estes eventos são importantes para a cidade ou para o País?”
O terceiro desafio está relacionado com o território e o respectivo ordenamento. Numa altura em que Portugal está a receber cada vez mais turistas, o responsável referiu que “temos de achar maneiras de os acomodar de uma melhor forma. Como é que podemos gerir o espaço e o trânsito? O que é que podemos fazer no terreno para tornar a experiência do turista mais proveitosa? Este é também um desafio que estamos realmente a enfrentar de momento e estamos empenhados em achar uma solução para isto, porque se essa solução não aparecer vamos começar a olhar para o Turismo como um problema e não como uma oportunidade. Temos que nos focar nisto.”
A promoção de Portugal também foi uma questão levantada pelo responsável, concretamente, saber “como é que podemos promover o nosso País com orçamentos mais pequenos do que outros países como Espanha ou França e como é que o podemos realizar de uma forma mais eficaz?” “Entrámos no mercado digital e estamos satisfeitos com os resultados. Mas precisamos de novas ferramentas, técnicas, B2P. Como podemos promover o nosso País de forma a alcançarmos os turistas que queremos, os operadores ou os canais de distribuição que pretendemos alcançar? A ideia do ‘digital marketing’ é algo que precisamos de fazer um ‘update’ e depende de vocês esse ‘update’.”
Já no sector privado, segundo a perspectiva do secretário de Estado do Turismo, os modelos de negócio das empresas está ultrapassado e os empresários “precisam de novas ideias de negócio, novas ferramentas para serem competitivos”. A par deste desafio, a economia partilhada e o networking entre as empresas do sector foram outros desafios apresentados.