“2024 foi um bom ano”, revelou Nuno Mota Vargas, managing diretor da Magnet em Portugal, durante um almoço com a imprensa do trade à margem da BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market 2025, adiantando que “fechámos o ano com um crescimento de 6% em termos de volume e 14% em termos de transações”.
O diretor-geral da Magnet salientou, igualmente “uma quebra de tarifa média”, sobretudo para “destinos com ligações através de companhias como Turkish, Qatar ou Ethiad, o que faz com que em termos de volume termos crescido, mas não crescemos tanto quanto em termos de transações, portanto, um dado bastante positivo”.
Indicando que a aposta na tecnologia se mantém como no passado, Nuno Mota Vargas revelou que o NDC [New Distribution Capability] da TAP já está implementado. “Não temos ainda disponível para venda, uma vez que a TAP continua disponível no GDS”, indicando, contudo, que “estamos preparadíssimos para o dia em que o conteúdo da TAP deixar de estar disponível no GDS e termos o NDC da TAP disponível para os nossos clientes”.
Até lá a grande novidade passa por uma nova plataforma de gestão de grupos que o consolidador disponibilizará aos clientes até ao final do primeiro trimestre deste ano. “Vamos disponibilizar aos clientes uma plataforma que permitirá a gestão de grupos, de pedidos de grupo, tudo centralizado numa plataforma, onde será possível consultar todos os status do grupo, receber notificações sobre intervenções a fazer, seja a introdução de nomes de passageiros ou uma atuação devido a uma alteração de qualquer assunto relativamente ao grupo”. No fundo, afiança o diretor-geral da Magnet “é uma plataforma que vai facilitar muito a vida aos nossos clientes, que vai permitir uma organização muito eficiente do trabalho”.
A fase de teste está, neste momento, a decorrer, admitindo Nuno Mota Vargas estar “muito confiante que a nova plataforma vai deixar uma boa marca no mercado, uma boa diferenciação relativamente à nossa concorrência”.
Até porque, segundo o mesmo, “isto é um negócio simples, e esta nova plataforma não necessitará de qualquer investimento por parte das agências. Será um investimento total da Magnet, já que procuramos sempre soluções equilibradas do ponto de vista comercial e com impacto mínimo nos nossos clientes.”. Por isso, diz, “é um valor acrescentado que vamos dar aos clientes sem que eles tenham de desembolsar qualquer valor”.
Quanto ao número de agências que recorreram aos serviços da Magnet, Nuno Mota Vargas avançou que este “manteve-se mais ou menos nos mesmos números”, até porque, admitiu, “o mercado não cresceu, em termos de agências, e temos tido muita concorrência, sobretudo agora dos grupos de gestão”, reconhecendo que “os grupos de gestão começam a apostar cada vez mais e ter este tipo de ferramentas”.
Contudo, o diretor-geral da Magnet salienta que a empresa se tem “distinguido sempre pelo serviço”, o que justifica os números alcançados no inquérito que a Magnet realiza todos os anos e que indicou níveis de serviços “bastante elevados, em torno dos 93% de 0 a 100 na avaliação dos clientes”. “Considero isto um nível muito alto que se tem mantido ao longo dos anos, o que é um bom sinal”.
Relativamente ao que é pedido à Magnet, o responsável pelo consolidador refere que “o que as agências exigem é serviço, até porque a emissão de bilhetes não é uma ciência de foguetões. Se tudo correr bem, é uma coisa simples. O problema é quando as coisas correm mal e aí é que o consolidador se tem de distinguir da concorrência. Todos nós sabemos que o serviço é bom ou não quando as coisas correm mal, porque quando correm bem, não há nada a fazer, é igual em todo o lado”.
Mas é este serviço que faz Nuno Mota Vargas reconhecer que “não se justifica trabalhar com ferramentas de um grupo de gestão. A ferramenta que temos já é bastante forte, reúne o melhor conteúdo do mercado, ou seja, agrega Galileu, Amadeus e NDC, portanto, não há nada mais que possamos acrescentar relativamente a conteúdo à exceção das low cost,”, reconhecendo que estas “possuem características próprias, de venda direta e não de venda intermediada”.
2025 começou, segundo Nuno Mota Vargas “muito bem”, o que é dizer que “começou bastante forte”, frisando tratar-se de uma ”tendência nova”, já que “antigamente janeiro e fevereiro eram meses fracos. Hoje em dia já não é assim, é exatamente o contrário, são os melhores meses do ano”.
Contudo, se esse crescimento será a dois dígitos, o diretor-geral da Magnet diz ser “difícil de avaliar, porque estamos muito dependentes das tarifas médias. Se as companhias aéreas resolverem baixar ou subir mais preço, isso terá impacto muito grande e muito relevante”.