Governo moçambicano autoriza venda de 91% da LAM a empresas estatais
O Governo moçambicano pretende investir o dinheiro arrecadado com a alienação da sua posição na companhia aérea em oito novos aviões para a LAM – Linhas Aéreas de Moçambique.
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O Governo de Moçambique aprovou terça-feira, 4 de fevereiro, a venda de 91% da sua participação na LAM – Linhas Aéreas de Moçambique a empresas estatais e vai investir o montante arrecadado com a alienação na aquisição de novas aeronaves para a companhia aérea.
De acordo com a Lusa, a informação foi avançada pelo porta-voz do Conselho de Ministros de Moçambique, Inocêncio Impissa, que revelou também que o montante proveniente do negócio vai ser aplicado na aquisição de oito novos aviões para a LAM.
“O Governo aprovou a resolução que autoriza a alienação de 91% de ações do Estado na empresa LAM por negociação particular”, anunciou Inocêncio Impissa, após uma sessão deste órgão, em Maputo.
A resolução aprovada determina que apenas três empresas estatais – a Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e a Empresa Moçambicana de Seguros (Emose) – podem adquirir a participação do Estado na LAM.
A Lusa diz que a medida está a ser bem-recebida pelo setor privado moçambicano, que há vários anos pedia já reformas profundas para o parque empresarial público de Moçambique.
“Desde 2017 que nós apelamos para a necessidade de reformas profundas no parque empresarial do Estado e este é um primeiro sinal positivo a que estamos a assistir”, disse à Lusa Agostinho Vuma, presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique – CTA, durante uma conferência de imprensa em Maputo.
De acordo com o responsável, a medida vai ajudar o setor privado através da promoção do turismo, além de contribuir para uma melhor circulação de pessoas e bens em Moçambique e na região, esperando-se também que haja uma redução das tarifas.
“Esta é uma medida daquelas que nós esperávamos há muito tempo e acreditamos que nesses primeiros 100 dias pode ser uma lufada para nós como setor privado, mas sobretudo para todo um conjunto de sociedade que almejamos que a mobilidade seja cada vez mais fácil para nós como moçambicanos”, acrescentou Agostinho Vuma.
O Governo moçambicano pretende que as empresas estatais que venham a adquirir uma participação na LAM passem a prestar informação periódica, de forma a que seja possível “analisar os impactos da sua intervenção no plano da reestruturação da estatal aérea”.
A Lusa recorda que a LAM avançou, a 31 de janeiro, com um procedimento para tentar contratar o fornecimento de aeronaves Embraer ERJ190 e Boeing 737-700, num concurso que envolve a submissão de manifestações de interesse para o fornecimento de aeronaves por empresas ou consórcios nacionais ou estrangeiros e que decorre até esta sexta-feira, 7 de fevereiro.
A LAM opera, atualmente, 12 destinos no mercado doméstico, a nível regional voa regularmente para Joanesburgo, Dar es Salaam, Harare, Lusaca e Cidade do Cabo, sendo Lisboa o único destino intercontinental da companhia aérea, apesar de enfrentar sucessivos problemas operacionais.