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Enoturismo

ERT Alentejo e Ribatejo avança com certificação sustentável das adegas

O projeto resulta de uma parceria com a Associação Portuguesa de Enoturismo (APENO) que, segundo José Santos, presidente da ERT Alentejo e Ribatejo, “tem vindo a desenvolver um caderno de […]

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ERT Alentejo e Ribatejo avança com certificação sustentável das adegas

O projeto resulta de uma parceria com a Associação Portuguesa de Enoturismo (APENO) que, segundo José Santos, presidente da ERT Alentejo e Ribatejo, “tem vindo a desenvolver um caderno de […]

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O projeto resulta de uma parceria com a Associação Portuguesa de Enoturismo (APENO) que, segundo José Santos, presidente da ERT Alentejo e Ribatejo, “tem vindo a desenvolver um caderno de especificações” nesta área, o qual “está agora em condições” de ser implementado, no âmbito de um programa estratégico que identificou a necessidade de trabalhar a certificação sustentável da componente turística das adegas da região.

A ERT do Alentejo e Ribatejo tinha “essa necessidade identificada”, conforme disse à Lusa José Santos, e posicionou-se junto da APENO, enquanto promotor do projeto, “para que o Alentejo pudesse ser a primeira região vitivinícola do país a implementar essa certificação”, explicou.

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Neste âmbito, disse ainda que “estamos a fechar com a autoridade de gestão do Programa Regional Alentejo 2030 o primeiro financiamento de 1,2 milhões de euros para os restantes projetos âncora e, nesse lote de prioridades, consignámos este projeto”, precisou.

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Segundo o presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo, o programa deverá “ser implementado no segundo semestre deste ano” e tem como meta certificar um total de 50 adegas até 2026, num impulso que a região quer dar à fileira do enoturismo.

No arranque do projeto, indicou, a ERT do Alentejo e Ribatejo pretende “trabalhar com as adegas esta certificação, empoderá-las no processo e fazer com que percebam as vantagens que podem ter para o negócio do turismo dentro das quintas”, para defender que “a valorização das adegas nesta ótica da sustentabilidade vai contribuir para tornar este produto turístico do enoturismo ainda mais competitivo”, sendo “muito importante para trabalhar os mercados de longa distância”, como o americano e brasileiro, realçou.

José Santos revelou ainda que a entidade regional pretende igualmente apostar numa academia de enoturismo, em parceria com a Universidade de Évora e os politécnicos de Beja e Portalegre, para responder “às necessidades deste setor” que tem sido responsável pelo surgimento de “novos perfis profissionais”.

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Miguel Martins, presidente da Associação Ibérica de Turismo Interior (AITI)

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“Apostar no turismo interior é investir no futuro destas regiões”

A conversa com Miguel Martins, presidente da Associação Ibérica de Turismo Interior (AITI), decorreu após a realização do I Congresso Mundial de Turismo Interior e depois de ouvir a análise e opiniões de diversos agentes do turismo, especialistas e académicos. Uma coisa é certa, seja visto de dentro ou por fora, “Portugal tem todas as condições para fazer do interior um polo turístico forte e sustentável”.

A conversa com Miguel Martins, presidente da Associação Ibérica de Turismo Interior (AITI), decorreu após a realização do I Congresso Mundial de Turismo Interior e depois de ouvir a análise e opiniões de diversos agentes do turismo, especialistas e académicos. Uma coisa é certa, seja visto de dentro ou por fora, “Portugal tem todas as condições para fazer do interior um polo turístico forte e sustentável”.

 

O interior do país entrou definitivamente na estratégia do turismo em Portugal. A pandemia trouxe uma nova visão relativamente a estes territórios e, fundamentalmente, ao que estes são capazes de proporcionar aos visitantes. Contudo, antes de olhar para quem visita estes territórios, torna-se fulcral olhar para quem neles vive (ou quer viver), trabalha, estuda ou tem uma qualquer atividade. Por isso, Miguel Martins presidente da AITI, diz que “o turismo no interior está a abrir portas para a inovação e o empreendedorismo”. E destaca: “O interior do país representa um conjunto de recursos com grande potencial, mas que ainda carecem de maior organização, promoção e investimento”.

Que importância possui o Turismo Interior como motor de desenvolvimento económico, social e cultural para Portugal e especialmente em regiões menos visitadas?
O turismo no interior de Portugal tem de ser uma grande aposta para impulsionar o desenvolvimento económico, social e cultural do país, especialmente nas regiões menos visitadas. Além de criar empregos e novas oportunidades de negócio, ajuda a fixar a população em zonas rurais, combatendo a desertificação e dando uma nova vida a estas localidades. Os visitantes trazem dinamismo à economia local, consumindo produtos regionais, gastronomia típica e artesanato, o que fortalece os pequenos negócios e incentiva a produção local.

Outro ponto forte do Turismo Interior é a valorização do património e das tradições. Com mais visitantes interessados, há um maior cuidado com a preservação de monumentos, aldeias históricas e festividades típicas, não se perdendo tradições que em muitos destes sítios, sem o turismo, vão acabar por se perder.

Além disso, distribuir melhor o fluxo turístico ajuda a aliviar a pressão sobre cidades como Lisboa e Porto, garantindo um turismo mais sustentável e equilibrado. Em vez de sobrecarregar os destinos mais procurados, podem descobrir lugares menos explorados, mas igualmente encantadores, melhorando a experiência para todos e reduzindo impactos ambientais.

O turismo no interior está a abrir portas para a inovação e o empreendedorismo, com novos negócios a surgir, como alojamentos rurais, experiências gastronómicas diferenciadas e atividades de aventura. Com a ajuda da tecnologia, estas regiões podem ganhar mais visibilidade e atrair um público cada vez mais interessado em descobrir novos destinos.

No fundo, apostar no turismo no interior é investir no futuro destas regiões, garantindo desenvolvimento económico, preservação cultural e um turismo mais sustentável. Com boas estratégias e promoção.

Pode afirmar-se que Portugal possui um Turismo Interior consolidado ou em consolidação?
Portugal tem um Turismo Interior em consolidação, mas ainda há um longo caminho a percorrer para que se torne um destino verdadeiramente estruturado e competitivo. Neste momento, mais do que um destino consolidado, o interior do país representa um conjunto de recursos com grande potencial, mas que ainda carecem de maior organização, promoção e investimento.

Mas houve avanços nessa consolidação?
Nos últimos anos, houve avanços significativos, com a valorização do património histórico, da gastronomia, do enoturismo e do turismo de natureza. Regiões como o Douro, Alentejo, Serra da Estrela e Trás-os-Montes e Centro de Portugal começam a atrair mais visitantes, mas muitas zonas do interior continuam pouco exploradas e com dificuldades em se afirmar como destinos turísticos sólidos.

Então, onde residem as dificuldades ou desafios?
O grande desafio está na transformação destes recursos dispersos numa oferta turística estruturada e coesa. É necessário melhorar infraestruturas, aumentar a capacidade de alojamento, criar experiências diversificadas e, sobretudo, promover estas regiões de forma mais eficaz. O interior de Portugal ainda sofre com a falta de acessibilidade e transportes, o que limita a sua atratividade para turistas nacionais e internacionais.
Projetos como o “Revive”, que aposta na recuperação de património histórico, e o crescimento do turismo rural e de aventura mostram que há um esforço para consolidar este setor.

No entanto, sem uma estratégia clara e contínua para transformar o potencial em realidade, o Turismo Interior continuará a ser um conjunto de oportunidades por explorar, em vez de um verdadeiro destino turístico.

Portugal tem todas as condições para fazer do interior um polo turístico forte e sustentável, mas ainda há muito trabalho a fazer para que este deixe de ser apenas um conjunto de recursos e se torne uma escolha clara para os turistas.

A(s) estratégia(s) necessária(s)

Que estratégias ou ações considera prioritárias para dinamizar o Turismo Interior em Portugal?
Para que o interior de Portugal se torne um destino turístico verdadeiramente atrativo e competitivo, é essencial adotar uma estratégia estruturada que vá além de medidas pontuais. No entanto, mais do que infraestruturas e investimentos, o fator decisivo para o sucesso do turismo nestas regiões são as pessoas que vivem nos territórios. São elas que guardam a identidade, a cultura e as tradições, tornando cada local único. Mais do que apenas o passado destas terras, os seus habitantes são também o futuro, e sem o seu envolvimento e valorização, o Turismo Interior dificilmente se consolidará.

A hospitalidade genuína, o conhecimento das histórias locais e a paixão pelo território são elementos que nenhum investimento pode substituir. As pessoas são as verdadeiras embaixadoras dos seus destinos e é a sua capacidade de bem receber que faz a diferença na experiência do visitante.

Por isso, é fundamental capacitar e envolver as comunidades locais no desenvolvimento turístico, oferecendo formação em hospitalidade, empreendedorismo e inovação. Quando os habitantes sentem que fazem parte da transformação da sua região, tornam-se agentes ativos na criação de um turismo sustentável e autêntico.

Além disso, para tornar o interior mais atrativo, é essencial melhorar as infraestruturas e acessibilidades, garantindo boas ligações rodoviárias e transportes públicos eficientes, pois sem criar oportunidades para que os habitantes possam vender os seus produtos, contar as suas histórias e partilhar o seu modo de vida, é o que realmente diferencia o Turismo Interior do turismo massificado das grandes cidades.

A digitalização e a inovação são igualmente essenciais para colocar o interior no mapa turístico, mas esta modernização só terá impacto se for integrada com o saber das populações locais. A criação de roteiros interativos, visitas guiadas digitais e experiências imersivas deve ser feita com a participação de quem conhece o território melhor do que ninguém. Ou seja, os próprios habitantes.

Por fim, é essencial que exista um trabalho coordenado entre municípios, empresas e comunidades locais, garantindo que o Turismo Interior não seja apenas uma soma de recursos dispersos, mas sim um destino consolidado, coeso e atrativo. Se as pessoas forem colocadas no centro do desenvolvimento turístico, o interior de Portugal tem todas as condições para se tornar um verdadeiro motor de crescimento económico, social e cultural. Afinal, são as pessoas que dão alma a um destino e que, no momento da receção, fazem toda a diferença na experiência do visitante.

Há, então, a necessidade de uma maior promoção e investimento na valorização do património cultural, natural e gastronómico no interior? Quem deve conduzir essa promoção e investimento?
A promoção e o investimento na valorização do património cultural, natural e gastronómico do interior de Portugal são extremamente necessários e devem ser conduzidos de forma assertiva e direcionada. O património dessas regiões é um recurso valioso que, se bem explorado, pode atrair turistas, revitalizar a economia local e reforçar a identidade das comunidades.

Para garantir que a valorização do património seja eficaz, é fundamental que a responsabilidade pela promoção e investimento recaia sobre as respetivas regiões de turismo em colaboração estreita com o setor privado. Esta parceria pode maximizar o impacto das iniciativas e assegurar que os investimentos sejam direcionados para áreas que realmente atendam às necessidades e potencialidades de cada região.

No que diz respeito ao financiamento, deveria haver um papel ativo do Turismo de Portugal na coordenação de esforços e no suporte a projetos que valorizem o património local. Esta entidade tem a capacidade de promover políticas e programas que ajudem a fortalecer o setor do turismo e a preservar a riqueza cultural e gastronómica do interior.

Além disso, as câmaras municipais e as organizações locais devem estar envolvidas na identificação de oportunidades e na implementação de iniciativas que realmente refletem a essência de cada comunidade. A participação da população local é crucial para garantir que as propostas sejam relevantes e sustentáveis.

As novas tecnologias podem contribuir para a promoção e valorização destas regiões?
As novas tecnologias são essenciais para a promoção das regiões do interior de Portugal, oferecendo uma série de vantagens para o desenvolvimento económico e turístico. No entanto, muitas dessas áreas ainda enfrentam desafios significativos relacionados com a falta de cobertura de redes, como Internet de fibra e ligações móveis, o que pode limitar a eficácia dessas ferramentas.

Embora a utilização de redes sociais e plataformas de marketing digital possa aumentar a visibilidade das regiões, permitindo a divulgação do seu património cultural, natural e gastronómico de forma atrativa, a falta de infraestrutura adequada torna essa promoção ineficaz. Para que as novas tecnologias possam ser úteis, é fundamental garantir que as infraestruturas necessárias estejam disponíveis, caso contrário, o investimento nessas ferramentas não trará os resultados desejados. Além disso, muitas aplicações e soluções tecnológicas são desenvolvidas sem um conhecimento profundo das realidades locais, o que pode levar à disseminação de informações incorretas ou inadequadas. Quando os turistas recebem informações sobre pontos de interesse, eventos ou ofertas gastronómicas que estão desatualizadas ou erradas, isso pode resultar em frustrações e desconfiança.

Para que as novas tecnologias contribuam verdadeiramente para a promoção das regiões do interior, é crucial que haja uma colaboração estreita entre as regiões de turismo, as associações locais e o setor privado. Esses atores devem esforçar-se para compreender as especificidades de cada território e investir em infraestrutura de redes, assegurando que as soluções tecnológicas sejam adaptadas às necessidades e realidades locais.

Assim, as novas tecnologias têm um potencial enorme para promover as regiões do interior de Portugal, mas é vital que sejam acompanhadas por investimentos em infraestrutura e um conhecimento profundo dos territórios. Apenas assim se poderá garantir que a promoção seja eficaz e que os visitantes tenham uma experiência autêntica e satisfatória.

PPP para o interior

Que papel podem e/ou devem desempenhar as políticas públicas e as autarquias no desenvolvimento de um turismo mais estruturado e atrativo no interior?
Para o desenvolvimento de um turismo estruturado e atrativo no interior de Portugal é crucial implementar um conjunto de políticas públicas que abordem de forma integrada as necessidades das comunidades locais e as potencialidades turísticas da região. Estas políticas devem ser orientadas para a criação de um ambiente favorável ao crescimento do turismo, incentivando a economia local e promovendo a sustentabilidade.

Em primeiro lugar, deve haver um investimento significativo em infraestrutura. A melhoria das acessibilidades, como estradas, transporte público e sinalização, é fundamental para assegurar que os visitantes consigam aceder facilmente às zonas turísticas. Além disso, a criação de boas condições de alojamento, que vão desde pequenas casas de turismo rural a hotéis, é essencial para acomodar os turistas que visitam a região.

A promoção do património cultural, natural e gastronómico é outra componente vital. As políticas públicas devem promover a preservação do património histórico e cultural, bem como incentivar iniciativas que celebrem as tradições locais. Isso inclui a organização de eventos, festivais e feiras que destaquem a gastronomia típica, artesanato e as práticas culturais da região, atraindo tanto visitantes como participantes da própria comunidade.

A formação e capacitação de recursos humanos são igualmente importantes. Investir na formação de profissionais do setor turístico garante que os visitantes tenham acesso a serviços de qualidade, enriquecendo a sua experiência. Programas de formação podem abordar áreas como atendimento ao cliente, gestão de hotelaria e promoção do património local.

Além disso, é essencial que haja um enfoque na sustentabilidade ambiental. Políticas que promovam o turismo sustentável, respeitando o meio ambiente e as comunidades locais, são fundamentais para garantir que as riquezas naturais e culturais sejam preservadas. Isso pode incluir iniciativas de ecoturismo, promoção de práticas de turismo responsável e sensibilização de turistas e residentes sobre a importância da conservação ambiental.

Por fim, a colaboração entre diferentes entidades, como Turismo de Portugal, regiões de turismo e autarquias, deve ser incentivada. Essa articulação permite a criação de uma estratégia unificada que maximize a promoção das regiões e fortaleça a identidade turística do interior como um todo. Ou seja, o desenvolvimento de um turismo estruturado e atrativo no interior de Portugal requer políticas públicas que invistam em infraestrutura, promoção dos territórios, formação profissional, sustentabilidade ambiental e colaboração estratégica. Desta forma, é possível criar um ecossistema turístico que beneficie tanto os visitantes como as comunidades locais.

Quais são, na sua perspectiva, os maiores desafios que o Turismo Interior enfrenta atualmente e como é que estes podem ser ultrapassados?
São vários. Desde logo, a falta de infraestruturas, uma vez que muitas regiões do interior carecem de boas estradas, transporte público adequado e sinalização apropriada, dificultando o acesso dos turistas. Ao nível da promoção e visibilidade do património cultural e natural dessas regiões muitas vezes é fragmentada e pouco coordenada, resultando em baixa visibilidade e conhecimento entre os potenciais visitantes.

No que toca à sazonalidade, o Turismo Interior, frequentemente, enfrenta picos de visitantes apenas em determinadas épocas do ano, o que pode levar a uma gestão ineficaz das ofertas turísticas e à sazonalidade dos negócios. Também a falta de
formação e capacitação de profissionais do setor turístico pode afetar a qualidade dos serviços prestados, impactando negativamente a experiência do visitante.

Depois, na sustentabilidade ambiental, o crescimento do turismo deve ser feito de forma sustentável, preservando os recursos naturais e culturais, o que representa um desafio em muitas regiões que ainda não têm políticas claras nesse sentido.

Outro ponto importante é que o interior de Portugal enfrenta problemas de despovoamento e envelhecimento da população, o que pode afetar a oferta de mão-de-obra e a dinamização das comunidades, além de enfrentar concorrência de destinos urbanos e litorais que têm uma maior visibilidade e infraestruturas mais desenvolvidas, tornando difícil atrair visitantes.

Como já referi, a baixa cobertura de redes de internet e telecomunicações em algumas áreas limita a capacidade de utilizar tecnologias de promoção e informação, dificultando a conexão com turistas em potencial.

E quanto à oferta, muitas regiões do interior apresentam uma oferta limitada de alojamento, restauração e empresas de animação turística, o que pode desencorajar visitantes que buscam experiências completas e variadas.

Finalmente, a falta de coordenação entre a oferta de territórios vizinhos é um desafio significativo. Uma abordagem colaborativa entre diferentes municípios e regiões pode potenciar a promoção conjunta de itinerários turísticos e experiências, atraindo mais visitantes e facilitando a criação de pacotes turísticos que valorizem a diversidade da oferta.

Para abordar esses desafios, e repetindo-me, é crucial uma abordagem coordenada entre o Governo, autarquias, setor privado e comunidades locais, que permita criar soluções sustentáveis e efetivas que melhorem a oferta e a experiência turística no interior de Portugal.

Despovoamento, falta de infraestruturas, escassez de investimento. São estes os principais desafios que o Interior enfrenta?
O interior de Portugal enfrenta desafios significativos que vão além do despovoamento, da falta de infraestruturas e da escassez de investimento. Embora estas questões sejam cruciais, é importante salientar que o verdadeiro problema pode não estar apenas na quantidade de investimento, mas na forma como esse investimento é direcionado e aplicado.

É verdade que chegam milhões de euros destinados ao desenvolvimento do interior, mas muitas vezes esses recursos são aplicados de maneira inadequada, sem atender às reais necessidades das comunidades e das iniciativas turísticas locais. Por isso, é fundamental repensar as estratégias de investimento, priorizando ações que realmente favoreçam a dinamização do turismo a médio e longo prazo.

Uma abordagem mais eficaz seria colocar maior investimento e decisão nas mãos de quem realmente trabalha o turismo, ou seja, os atores privados e quem conhece profundamente as especificidades e potencialidades das regiões.

Ao descentralizar a gestão dos recursos e permitir que os empresários e associações ligadas ao turismo tenham voz ativa na definição de projetos e iniciativas, será mais fácil alavancar o potencial turístico do interior.

Além disso, outros desafios que merecem ser destacados incluem a promoção limitada do património cultural, a sazonalidade turística, a falta de formação e capacitação de recursos humanos, e a necessidade de uma melhor coordenação entre os diferentes territórios para criar uma oferta turística coerente e diversificada.

A escassez de alojamento, restauração e empresas de animação turística em muitos destes territórios também contribui para uma menor apetência destes territórios para quem os visita.

A falta de mobilidade e acessos são frequentemente referidos como um dos maiores entraves ao desenvolvimento do interior. Como pode esta questão ser resolvida?
Quando abordamos o tema do turismo no interior de Portugal, é fundamental identificar claramente a região em questão, uma vez que as especificidades e desafios enfrentados por cada território podem ser bastante distintos. Por exemplo, Viseu, como um território de interior, possui características e oferta que não se podem comparar de forma direta às de localidades como Idanha-a-Nova ou Penamacor, as quais têm realidades diferentes em termos de oferta turística, mobilidade e recursos disponíveis.

A estratégia de desenvolvimento para os territórios de interior deve ser orientada pelas singularidades de cada região, incluindo a sua localização geográfica e a diversidade de produtos turísticos que oferecem. Um dos principais desafios que muitas destas áreas enfrentam reside na mobilidade. A criação de uma rede de transportes eficaz é essencial para garantir que os turistas possam aceder facilmente aos pontos de interesse, promovendo assim uma maior afluência ao interior, e ao mesmo tempo essa mesma rede facilita as comunidades residentes nesses territórios. Um exemplo positivo deste tipo de articulação é o trabalho que a AITI está a realizar em colaboração com a Flixbus, com o intuito de estabelecer ligações entre Castelo Branco, Termas de Monfortinho, Cáceres, Mérida, Badajoz, Portalegre, e novamente Castelo Branco. Iniciativas como esta não apenas facilitam a mobilidade, mas também promovem a interligação entre cidades e pontos turísticos, potencializando a visita a estes territórios.

Além disso, é crucial que se estabeleçam parcerias com empresas de transporte que operem nos territórios em questão, para que as soluções sejam verdadeiramente eficazes e sustentáveis. Caso se justifique, a implementação de subsídios nestas empresas, especialmente numa fase inicial, pode ser um investimento estratégico vital para assegurar a conectividade entre as diversas regiões do interior.

Em suma, a abordagem ao desenvolvimento do turismo no interior de Portugal deve ser multifacetada, considerando as especificidades de cada região e investindo em soluções de mobilidade eficazes. A articulação entre entidades públicas e privadas, bem como a promoção de iniciativas que melhorem as ligações de transporte, são passos essenciais para fomentar a valorização e o crescimento do turismo nas áreas interiores do país.

Olá vizinhos

A proximidade com territórios fronteiriços, especialmente com Espanha, é uma oportunidade para o Turismo Interior?

A proximidade com territórios fronteiriços, especialmente com Espanha, é, sem dúvida, uma oportunidade significativa para o Turismo Interior de Portugal. Embora nem todos os territórios consigam aproveitar essa proximidade da mesma forma, é vital para o desenvolvimento dos territórios de fronteira e mesmo para aqueles que estão mais afastados.

Um exemplo concreto é a área da fronteira de Monfortinho. Se olharmos para o lado espanhol, numa meia circunferência de cerca de 100 km, podemos encontrar cerca de 600.000 pessoas a residir nessa região. Em contrapartida, do lado português, a população é muito mais diminuta, rondando os 45.000 habitantes. Este contraste demográfico destaca a enorme oportunidade que existe para o turismo.

A diferença significativa no número de potenciais visitantes evidencia onde se encontra o nosso mercado. Portanto, é crucial desenvolver estratégias que captem esse público proveniente de Espanha e incentivem a sua visita ao interior português.

Além disso, a criação de uma infraestrutura de transporte acessível e eficaz entre os dois países é fundamental. As ligações devem ser facilitadas para que os turistas possam deslocar-se facilmente entre os destinos em Portugal e Espanha, ampliando assim o alcance das ofertas turísticas disponíveis.

Por isso, a proximidade com a fronteira espanhola apresenta uma oportunidade substancial para o turismo no interior, tanto para as regiões fronteiriças quanto para as áreas mais afastadas. É essencial aproveitar esta vantagem demográfica, desenvolvendo estratégias que promovam o interior português como um destino atrativo e acessível, capaz de captar o interesse dos potenciais visitantes que habitam nas proximidades, criando, inclusive, estratégias comuns entre os dois países de promoção e de produto integrado.

Existe já algum exemplo de cooperação transfronteiriça bem-sucedida que possa referir?
Um exemplo concreto dessa colaboração entre Portugal e Espanha no desenvolvimento de um produto turístico é a criação do “Land of Dragons”. Este projeto, promovido pela AITI, estabelece uma conexão entre várias localidades dos dois lados da fronteira que incluem Monsanto, Malpartida de Cáceres, Trujillo e Cáceres. O principal objetivo deste produto turístico é potenciar estes territórios ibéricos através da série de renome mundial “House of Dragons”. Através do projeto, busca-se não apenas revitalizar a oferta turística, mas também aumentar o número de noites de estadia nas regiões envolvidas. Este produto integra atrações culturais, património histórico e experiências únicas que refletem a identidade e a autenticidade de cada local. A interligação entre as localidades possibilita que os visitantes explorem um itinerário completo que abrange as tradições e a riqueza cultural dos dois lados da fronteira.

Esta iniciativa é um excelente exemplo de como a colaboração entre os dois países pode resultar em benefícios mútuos, promovendo as especificidades de cada região e criar sinergias que atraem turistas. Ao unir esforços e recursos, é possível expandir a visibilidade e a atratividade dos destinos envolvidos, contribuindo para um turismo sustentável e integrado que favorece o desenvolvimento socioeconómico de ambos os lados da fronteira.

Este produto, “Land of Dragons”, é um modelo a ser seguido, demonstrando como a cooperação transfronteiriça pode criar oportunidades significativas para o turismo no interior, ao mesmo tempo que promove um legado cultural rico e diversificado na península ibérica.

O desenvolvimento do turismo pode ser um fator crucial para fixar pessoas e negócios no interior. Como é que o turismo pode criar um ciclo positivo que beneficie a economia local e traga novas oportunidades de emprego?
O turismo pode criar um ciclo positivo que beneficia a economia local e traz novas oportunidades de emprego de várias maneiras. Primeiramente, a chegada de turistas gera uma maior procura por serviços e produtos locais, como restaurantes, alojamento, transporte e atividades de lazer. Essa demanda adicional incentiva o crescimento das empresas existentes e a criação de novas.

Com a expansão do turismo, surgem novas oportunidades de emprego em diversas áreas, como hotelaria, restauração, guias turísticos, transportes e comércio. Essas novas vagas ajudam a reduzir a taxa de desemprego na comunidade local e oferecem oportunidades de trabalho para diversos grupos, incluindo jovens e pessoas requalificadas.

Além disso, o aumento da atividade turística pode atrair investimentos para a região, tanto públicos quanto privados. Estes investimentos podem ser direcionados para a melhoria de infraestruturas, como estradas e transportes, bem como para o desenvolvimento de novos projetos turísticos, gerando mais empregos.

Recentemente realizou-se o primeiro Congresso Mundial de Turismo Interior, organizado pela AITI. Que conclusões ou linhas de ação foi possível retirar do congresso?
As conclusões do nosso congresso refletem a importância da colaboração entre Portugal e Espanha, bem como a necessidade de estabelecer estratégias conjuntas que potenciem o desenvolvimento de ambas as regiões.

Algumas das conclusões e linhas orientadoras que emergiram deste evento passam pelo fortalecimento da colaboração transfronteiriça; desenvolvimento de produtos turísticos comuns; promoção da mobilidade e acessibilidade; fortalecimento da identidade regional; capacitação e formação; inovação e sustentabilidade; estímulos e incentivos fiscais; e a importância da comunicação eficaz.

Em suma, as conclusões do congresso sublinham a necessidade de uma abordagem colaborativa e integrada para o desenvolvimento do turismo entre Portugal e Espanha. As linhas orientadoras estabelecidas contribuirão para guiar as ações futuras da nossa associação e dos profissionais do setor, assegurando que continuemos a fortalecer os laços entre os dois países e a maximizar as oportunidades de crescimento e desenvolvimento em ambas as regiões.

Olhando para o futuro, como vê o Turismo Interior em Portugal dentro de cinco ou 10 anos?
Sou um otimista por natureza, mas, infelizmente, a realidade que observo é alarmante. Existe uma enorme falta de vontade e determinação para implementar soluções eficazes no turismo do interior de Portugal. As dificuldades que o interior já enfrenta são consideráveis, e cada vez mais, quem detém o poder de decisão parece agir em contraciclo, realizando iniciativas que não apenas desconsideram as reais necessidades das regiões, mas que podem até agravar a situação.

A aproximação a Espanha é absolutamente fundamental para o crescimento do Turismo Interior. Na Extremadura espanhola, o número de turistas e residentes ronda os cinco milhões, representando uma oportunidade crucial que não podemos ignorar.

No entanto, é desanimador ver regiões portuguesas a gastar recursos em promoção para mercados tão distantes como os Estados Unidos e outros destinos que, na prática, não fazem sentido para muitos dos nossos territórios de interior. Essa priorização de mercados irrelevantes é um erro estratégico grave. Precisamos, urgentemente, de focar a nossa atenção nas necessidades e características específicas das regiões interiores. É frustrante observar que são investidos milhões em iniciativas que, na maioria das vezes, não têm um impacto positivo.

Com todos os problemas que enfrentamos, é vital que se utilize o dinheiro público de maneira responsável e com uma visão clara. A forma mais fácil parece ser a contratação de consultores externos, que, sem qualquer conhecimento profundo sobre a realidade do interior, acabam por propor soluções inadequadas e desconectadas da verdadeira situação dos nossos territórios.

O futuro do turismo no interior depende da nossa capacidade de estabelecer um plano de desenvolvimento estruturado e eficaz. Precisamos urgentemente deixar de lado esta visão limitada da fronteira e trabalhar em conjunto, sempre que possível, em termos geográficos. A ausência de colaboração entre os diversos atores locais, regionais e nacionais impede que se crie uma estratégia integrada capaz de valorizar as potencialidades do interior.

Sobre o autorVictor Jorge

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Tatiana Martins integra equipa comercial da Soltrópico

Tatiana Martins assume, a partir de agora, o cargo de promotora comercial da zona sul da Soltrópico. Segundo o operador turístico, esta integração visa melhorar ainda mais a resposta e o serviço prestado às agências de viagens portuguesas.

A profissional, que está na Soltrópico há sete anos na área das reservas, tem, ao longo do seu percurso no operador turístico, demonstrado uma dedicação e competência exemplar, dominando os produtos, sistemas e a programação da empresa de forma notável. Esta experiência, aliada ao seu conhecimento profundo da casa, torna-a a pessoa ideal para continuar a fortalecer a relação com as agências de viagens e assegurar uma resposta mais ágil e eficiente às suas necessidades, indica nota de imprensa do operador turístico do Grupo Newtour.

Tatiana Martins irá iniciar em breve visitas regulares às agências de viagens da zona sul, estabelecendo um contacto mais próximo e proporcionando um apoio direto na promoção dos produtos Soltrópico, refere ainda a mesma nota.

 

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Emprego e Formação

ESHTE lança pós-graduação em Turismo Literário

A Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE) continua a diversificar a sua oferta formativa e está, nesta altura, a promover uma pós-graduação em Turismo Literário com propinas reembolsáveis, mediante aproveitamento dos estudantes nesta formação avançada.

O curso, que explora o potencial identitário dos destinos turísticos através da literatura, e financiado pelo PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, ao abrigo da Tourism International Academy, será realizado integralmente online e os estudantes que concluírem com mérito o primeiro semestre beneficiarão do reembolso total das propinas (250 euros). O apoio financeiro poderá ser ampliado consoante o desempenho académico global das várias unidades curriculares.

A formação avançada da ESHTE, destinada a licenciados ou profissionais com experiência relevante na área, visa explorar a relação entre turismo e literatura, promovendo uma reflexão crítica sobre o turismo literário e a sua ligação aos territórios, reais e ficcionais. Com um corpo docente altamente qualificado, com sólida formação, investigação e publicações na área, o curso aposta na valorização dos recursos existentes e no potencial identitário dos territórios, incentivando a inovação.

A pós-graduação desenvolve igualmente competências teóricas e tecnológicas para impulsionar o turismo cultural e literário, analisando casos de sucesso e aprofundando técnicas para a criação de itinerários, eventos e musealização de patrimónios literários. Contará ainda com a participação de convidados nacionais e internacionais – de destinos como Brasil, Espanha, República da Irlanda ou África do Sul -, que apresentarão estudos de caso inovadores e inspiradores, como sublinham os coordenadores do curso da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril.

Serão igualmente abordados os festivais literários, os hotéis literários (como a Quinta das Lágrimas, em Coimbra, o Lisboa Pessoa Hotel, em Lisboa, ou o Lawrence’s Hotel, em Sintra, entre outros), assim como a metodologia de criação de roteiros, que pode ser aplicada também ao Turismo Cultural.

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Destinos

Valência cresce 10,3% em dormidas turísticas em 2024, apesar do impacto da DANA

Apesar do impacto da tempestade DANA, que causou vários estragos na cidade, Valência cresceu, no ano passado, 10,3% em dormidas turísticas, sendo que apenas nos meses de novembro e dezembro foram notadas quebras.

A cidade espanhola de Valência contabilizou, no ano passado, um total de 6,08 milhões de dormidas, número que traduz um crescimento de 10,3% face ao ano anterior, apesar do impacto da tempestade DANA, que causou vários estragos na cidade e que levou a quebras de -7,4% e -6% nos meses de novembro e dezembro, respetivamente.

Os números, confirmados esta segunda-feira, 3 de fevereiro, pela Fundación Visit València, depois de terem sido divulgados os dados do INE espanhol, mostram que o turismo na cidade continua forte e que, mesmo com o impacto da DANA, foi possível crescer em dormidas turísticas.

Segundo Paula Llobet, presidente da Fundación Visit València, a cidade quer manter “um crescimento turístico sustentável” e está, por isso, “a desenvolver um modelo alinhado com a identidade e o estilo de vida da cidade”.

“Estamos desenvolvendo um modelo alinhado com a identidade e o estilo de vida da cidade, que protege a sua riqueza cultural e natural e coloca o cidadão no centro do desenvolvimento turístico”, explicou a responsável, em conferência de imprensa.

Paula Llobet lembrou que Valência cresceu nas dormidas turísticas nos 10 primeiros meses de 2024, com destaque para as dormidas dos turistas internacionais, já que a procura internacional cresceu 19,4% no ano passado, chegando aos 4,2 milhões de dormidas.

Por mercados, o destaque foi para os EUA e Alemanha, cujas dormidas registaram aumentos de 30%, assim como para a Suíça, cujas dormidas subiram 23%, além dos Países Baixos (+22%), Itália (+17%), França (+13%) e Reino Unido (+9%).

No ano passado, as unidades de alojamento turístico de Valência registaram também uma taxa de ocupação de 78%, o que traduz uma descida de 1,4 pontos percentuais face ao ano anterior, enquanto o preço médio subiu 5,4%, para 118,4 euros, e o RevPar cresceu ainda 3,6%, fixando-se nos 93,6 euros.

A subir esteve ainda a estada média na cidade de Valência que, no ano passado, se fixou nas 2,5 noites, o que representa uma subida de 5,6% em relação ao ano anterior.

Segundo a Fundación Visit València, os números mostram que “Valência continua alinhada com os principais destinos urbanos de Espanha”, figurando a par de destinos como Madrid (74,4%), Sevilha (75,5%), Bilbau (72,7%) e a média da Comunidade Valenciana (69,2%) no que diz respeito à ocupação média da hotelaria, ficando pouco atrás de Barcelona (79,8%) e Málaga (83%).

Os dados do alojamento são ainda corroborados pela AENA, operadora aeroportuária que gere grande parte dos aeroportos espanhóis, que diz que, no caso de Valência, o aeroporto recebeu 5,4 milhões de passageiros, 8,4% a mais que em 2023.

Para 2025, as previsões aeroportuárias são igualmente positivas, esperando-se que a capacidade aérea na temporada primavera-verão venha a crescer 8%, para 3,8 milhões de lugares.

Em sentido contrário estiveram os cruzeiros que, ao longo do ano passado,  levaram 774.000 passageiros a Valência, o que representou uma ligeira descida -0,9% comparativamente a 2023.

Apesar dos meses de novembro e dezembro terem sido “fracos” no que diz respeito ao desempenho turística, a Fundación Visit València mostra-se otimista relativamente a 2025, uma vez que a procura aérea continua a apresentar uma “tendência positiva, semelhante à do ano passado”.

“Nas últimas semanas, houve um crescimento notável, chegando a mais de 1,6 milhões de buscas semanais, o que representa um aumento de 78% em relação ao final de dezembro”, adianta a Fundación Visit València, considerando que esta “recuperação reflete a procura crescente” e permite previsões de melhoria “nos últimos meses de 2024”.

Por isso, a campanha “Ver-te em Valência alegra o nosso coração” vai ser relançada ao longo de 2025, em conjunto com várias outras iniciativas que estão a ser desenhadas e que visam “manter a reativação do setor e dinamizar a economia local e das áreas afetadas” pela tempestade DANA.

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Transportes

Nice vai proibir grandes cruzeiros a partir do verão

A cidade francesa anunciou que vai impedir, a partir do próximo mês de julhos, navios de cruzeiros com mais de 900 passageiros de atracarem, citando impactos ambientais e turismo excessivo. A medida ainda precisa de aprovação regional.

O presidente da autarquia de Nice, Christian Estrosi assinou um decreto que impede que navios com capacidade superior a 900 passageiros atraquem nos portos de Nice e da vizinha Villefranche-sur-Mer (que faz parte do município de Nice) a partir de 1 de julho.

O presidente da Câmara, que há muito tempo se manifesta contra os impactos do turismo de cruzeiros na cidade, também solicitou a redução do número de travessias de ferries entre a cidade e a ilha francesa da Córsega por razões ambientais. Ao contrário de muitos outros portos do Mediterrâneo, os de Nice localizam-se mesmo em frente a ruas residenciais, em vez de grandes complexos portuários isolados, como ocorre em cidades vizinhas, como Marselha.

O decreto ainda carece de aprovação por parte das autoridades regionais, já que Nice faz parte da região francesa de Provence-Alpes-Côte d’Azur. Se a proibição for aprovada, as companhias de cruzeiro, que já programaram escalas nesses locais para a temporada de verão de 2025, terão de procurar alternativas.

Refira-se que, em entrevista à France Télévision, o autarca também citou o overtourism (turismo excessivo) e preocupações com a biodiversidade marinha como razões para a medida. “Turismo, sim; turismo excessivo, não. Os cruzeiros que poluem e despejam a sua clientela de baixo custo, que não consome nada, mas deixa o seu lixo para trás… esses cruzeiros não têm lugar entre nós”, defendeu.

A Câmara de Comércio e Indústria de Nice estima que os passageiros de cruzeiros gastam, em média, 38 euros durante as suas visitas à cidade.

No entanto, a Cruise Lines International Association (CLIA), grupo que representa a indústria de cruzeiros, respondeu com deceção a esta proposta.  “Lamentamos os comentários feitos pelo autarca de Nice, que estigmatizam injustamente tanto os profissionais do turismo como os nossos passageiros. Ficamos ainda mais surpresos, pois apenas três grandes navios de cruzeiro e 34 navios de médio porte devem ancorar ao largo de Villefranche-sur-Mer durante 2025.

A CLIA sublinha que, com as suas empresas associadas continuarão trabalhando em estreita colaboração com portos e municípios que partilham o desejo de desenvolver um turismo cada vez mais sustentável.

A cidade vizinha de Cannes também está a considerar proibir grandes navios de cruzeiro, seguindo o exemplo de outras europeias como Veneza e Barcelona, que impuseram restrições exigindo que os maiores navios atraquem mais longe do centro urbano.

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Distribuição

APAVT leva boas notícias à XX Convenção da Bestravel na Horta

O setor da distribuição turística “vive o melhor momento de sempre. Em 2023 o estudo que encomendámos à EY mostrou-nos os melhores números de sempre, em 2024 não temos resultados, mas sabemos que foram superiores, e em 2025, o início das reservas aponta para um crescimento muito acentuado, com operadores turísticos que cresceram, à data de hoje 20%, 30% e alguns até 50%. Estas foram algumas das boas notícias que o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, levou à XX Convenção da Bestravel.

Na sua intervenção no jantar de encerramento da XX Convenção da Bestravel, que decorreu este fim de semana na Horta (Açores), com o lema “Impossible is nothing – Lidera a mudança”, o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, realçou que alguns destes crescimentos não se concretizarão no final do ano, para apontar que “há um grande momento de antecipação de reservas”, alertando, em seguida, que virá o momento do last minute.

“Se pensarmos que este melhor momento do setor de sempre acontece dois anos depois do nosso momento mais assustador, que foi a pandemia, demonstra que, o que todos nós construímos e que estamos a construir, é um setor cheio de vitalidade, em muitas zonas com liderança de mercado, portanto, é um primeiro momento para nos sentirmos muito satisfeitos”, reconheceu Pedro Costa Ferreira.

No entanto, o presidente da APAVT alertou que “nesta altura em que atravessamos o melhor momento, julgo que temos hoje uma certeza e várias incertezas ligadas a essa certeza”, pois “a certeza é que não vai continuar sempre, e quem estuda ciclos económicos sabe que pode haver uma tendência de longo prazo una, sempre com a mesma direção, mas sabe que, no curto prazo, aos processos de crescimento seguem-se tempos de regressão”.

Desse ponto de vista, “temos imensas incertezas em relação ao momento em que vamos deixar de viver este crescimento. Não sabemos quando será e porque é que será, se terá um efeito conjuntural ou estrutural”, apontou Pedro Costa Ferreira, garantindo que, uma coisa é certa, “é nestes momentos que temos de preparar as nossas empresas estrategicamente para enfrentarmos os riscos do futuro”.

O dirigente não deixou passar o facto da APAVT estar a comemorar os 75 anos “uma história bonita, que não é do presidente atual, da direção atual e das mais de 100 pessoas que compuseram os órgãos sociais da Associação ao longo destes anos, é a história de todo um setor, construída por vós (agentes de viagens), portanto é a vossa história, com um programa de celebração ao longo do ano que visa dar maior visibilidade ao agente de viagens e à nossa capacidade de interação com o cliente e de nos irmos alterando a nossa postura e a nossa maneira de trabalhar à medida que o mundo se altera”, concluiu.

 

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Distribuição

Travelance Club chega a Portugal como modelo de fidelização às agências de viagens

O clube de fidelização da Travelance Portugal será estruturado em três níveis e premiará as agências de viagens com vouchers de 75 euros, incentivando a fidelidade às marcas associadas.

O hub turístico Travelance, integrado por operadores independentes como Europamundo, Soltour e Coming2, na qualidade de parceiros principais, além de TUI, Guest Incoming, Dimensiones Club, Itinae e Flexible Autos, como parceiros afiliados, e Intermundial e Jumbo Tours como parceiros associados, anunciou a sua expansão para Portugal após o sucesso alcançado no seu primeiro ano como aliança turística na Espanha.

Dessa forma, a Travelance Portugal pretende replicar o modelo que visa gerar grandes benefícios para as agências de viagens e consolidar a sua presença no mercado português.

Esta rede de colaboração inicia a sua jornada no nosso país com a integração de parceiros como a Soltour Portugal e o grupo Newtour, que inclui marcas como a Soltrópico, Egotravel e Menzel, visando criar uma proposta de valor única para as agências de viagens portuguesas.

Essa decisão de entrar no mercado português deve-se, em parte, à presença dos parceiros atuais da Travelance que já operam nesse mercado, bem como ao crescimento contínuo do programa de fidelização e aos benefícios para as agências de viagens. Além disso, após um ano considerado de conquistas significativas e expansão, o hub turístico consolidou-se como um aliado estratégico para as agências de viagens, oferecendo ferramentas e serviços adaptados às suas necessidades.

O programa de fidelização da Travelance Portugal está disponível desde o dia 1 de janeiro e pronto para que as agências de viagens no nosso país possam começar a cadastrar-se através do site: https://rewards.travelance.club/pt/home.

Assim, as agências de viagens que participarem do Travelance Club serão premiadas com vouchers de 75 euros, incentivando a fidelidade às marcas associadas. Esse esquema não apenas impulsiona as vendas, mas também fortalece as relações comerciais no setor.

Dessa forma, o clube de fidelização da Travelance em Portugal será estruturado em três níveis: Bronze, Silver e Gold, cada um com vantagens específicas para as agências de viagens participantes.

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Destinos

ET35 vai ser apresentada e submetida a consulta pública no 1.º trimestre de 2025

O Turismo de Portugal conta que a proposta da Estratégia de Turismo 2035 (ET35) deverá estar pronta para apresentar à tutela e submeter a posterior consulta pública no primeiro trimestre de 2025.

O Turismo de Portugal conta que a proposta da Estratégia de Turismo 2035 (ET35) deverá estar pronta para apresentar à tutela e submeter a posterior consulta pública no primeiro trimestre de 2025, avança o instituto, numa nota publicada no seu website.

“Atualmente, estão a ser analisadas as contribuições e sugestões recebidas, com vista à consolidação de uma proposta de estratégia a apresentar à tutela e, posteriormente, a submeter a consulta pública no final do primeiro trimestre de 2025, permitindo, mais uma vez, a participação de cidadãos e organizações”, lê-se na informação divulgada, após ter sido concluída a auscultação de entidades.

O Turismo de Portugal lembra que o processo de criação da ET35, que vai substituir a Estratégia de Turismo 2027 (ET27), cujos objetivo foram já alcançados, incluiu já um Ciclo de Conferências, sob o tema “Construir o turismo do futuro”, que passou por todas as regiões turísticas do país e que contou com 58 oradores e cerca de 2.500 participantes.

Além desta fase, o processo também passou por um período de recepção de contributos pela comunidade e pela auscultação de entidades, que incluiu  a dinamização de oito workshops, que contaram com 100 representantes de empresas, entidades públicas, associações setoriais, organizações não governamentais e outras instituições, abrangendo diversas áreas temáticas, como tecnologia e digitalização, ambiente, emprego e formação, território e políticas públicas, comunidades, mobilidade, cultura, mercados e internacionalização.

“A metodologia diversificada de recolha de contributos visa assegurar uma visão holística e inclusiva para o futuro do turismo em Portugal, pelo que agradecemos a todos os que contribuíram para a construção da ET35”, explica o Turismo de Portugal, revelando que as “contribuições e sugestões recebidas” estão agora a ser analisadas para que seja apresentada uma proposta, cuja consulta pública deverá decorrer ainda durante o primeiro trimestre do ano.

O Turismo de Portugal diz que esta fase “garantirá que a ET35 reflita as expectativas e os desafios de todos os intervenientes no setor, definindo linhas de ação para um turismo mais sustentável, inovador e resiliente”.​
Recorde-se que a ET27 previa que o país atingisse os 26 mil milhões  de euros de receitas turísticas e 80 milhões de dormidas até 2027, números que, no entanto, foram atingidos já em 2024, adiantando os objetivos traçados no documento em cerca de três anos.
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Alojamento

W Algarve dinamiza “Casting Call” com várias vagas de emprego no hotel

O hotel pretende encontrar colaboradores “que se identifiquem com a marca W”, tendo disponíveis vagas nas áreas de Front Office, Housekeeping, Beverage & Food (B&F), Culinary, Sales, Marketing e recursos humanos.

O W Algarve volta a promover um evento para a captação de talentos, que este ano terá lugar no hotel a 11 de fevereiro, através de um “Casting Call”.

Neste “casting” estão disponíveis vagas para as áreas de Front Office, Housekeeping, Beverage & Food (B&F), Culinary, Sales, Marketing e recursos humanos. No evento, os responsáveis de recursos humanos do hotel vão dar ainda a conhecer as instalações do W Algarve e a identidade da marca aos futuros colaboradores.

Com esta iniciativa, o hotel pretende encontrar perfis de trabalhadores “que se identifiquem com a cultura da marca W”, como refere em nota de imprensa. Como afirma “é fundamental que os futuros talentos entendam o equilíbrio entre exigência e informalidade, que define o atendimento em qualquer um dos W Hotels em todo o mundo”.

As entrevistas decorrem entre as 11h00 e as 19h00 da próxima terça-feira, 11 de fevereiro.

As inscrições já estão abertas e os interessados devem enviar um email para hr.walgarve@whotels.com ou inscrever-se através do website da marca.

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Aviação

TAAG encerra loja do terminal de voos domésticos no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro

A TAAG – Linhas Aéreas de Angola encerrou, a 1 de fevereiro, a loja do Terminal de Voos Domésticos, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, uma vez que, a partir dessa data, todos os voos domésticos passaram exclusivamente para o Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto. 

A TAAG – Linhas Aéreas de Angola encerrou, a 1 de fevereiro, a loja do Terminal de Voos Domésticos, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, uma vez que, a partir dessa data, todos os voos domésticos passaram a operar exclusivamente no novo aeroporto de Luanda, o Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto.

Num comunicado enviado à imprensa, a TAAG indica que, apesar do encerramento desta loja, os clientes da transportadora têm outras à disposição, nomeadamente no Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto, que funciona diariamente e 24 horas por dia.

A TAAG conta ainda com a Loja Marginal, que presta atendimento de segunda a sexta-feira, entre as 07h30 e as 19hoo, bem como aos sábados, das 07h30 às 14h00; assim como com a Loja Dolce Vita, que está aberta de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 15h30. Além destas, há ainda aLoja TVI (Terminal Voo Internacional), que também funciona diariamente e 24 horas por dia.

“Ressalta-se que as lojas estão abertas com várias posições de atendimento simultâneo ao cliente, disponibilizando todos os serviços comerciais tendo como utentes os clientes e passageiros da classe económica & premium. Os espaços oferecem um ambiente moderno e bastante acolhedor, dedicados às necessidades dos clientes, refletindo um atendimento de proximidade por parte da equipa comercial TAAG”, destaca a companhia aérea angolana.

A TAAG recorda ainda que, a partir de 1 de fevereiro, todos voos domésticos passaram para o novo aeroporto, nomeadamente as ligações para Lubango (Huíla), Catumbela (Benguela), Huambo, Cuito (Bié), Menongue (Cubango), Namibe e Ondjiva (Cunene)
bem como os serviços regionais da República do Congo (Brazaville) e República Democrática do Congo (Kinshasa).

“Com esta ação, a companhia compromete-se com a melhoria contínua dos serviços prestados aos passageiros e assegura que a sua operação é transferida de forma sólida, gradual e segura”, lê-se ainda na informação divulgada pela transportadora angolana.

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