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“Melhor Parque Temático” do mundo fica no Algarve

O Zoomarine foi eleito o ”Melhor Parque Temático” do mundo nos World Luxury Travel Awards 2024.

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O Zoomarine foi distinguido nos World Luxury Travel Awards 2024 como o “Melhor Parque Temático” do mundo, após vencer na categoria “Theme Park”.

Segundo os responsáveis do Zoomarine, “este reconhecimento reflete o compromisso em proporcionar experiências inesquecíveis, onde a diversão e o entretenimento se alinham à educação, contribuindo para a sensibilização sobre a proteção dos oceanos e das espécies marinhas”.

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Tiago Pierotti, administrador executivo do Zoomarine, que recebeu o prémio em nome de toda a equipa afirma que “desde a nossa fundação, temos trabalhado arduamente para oferecer memórias felizes, aliadas a ensinamentos sobre a conservação do oceano e espécies marinhas. Este prémio é um incentivo para continuarmos esta missão junto dos milhares de visitantes que visitam o Zoomarine todos os anos e é um reflexo da confiança e do carinho que eles depositam em nós.”

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Hotelaria

AHP: Açores e Madeira lideram taxa de ocupação hoteleira no verão de 2024

As regiões autónomas dos Açores e da Madeira registaram uma taxa de ocupação de 91% no acumulado dos meses de junho, julho, agosto e setembro de 2024, ou seja, os meses correspondentes ao período de verão. No entanto, foi o Algarve que liderou no preço médio por quarto neste período, com este indicador a situar-se nos 227 euros. Os valores pertencem à Associação da Hotelaria de Portugal, que inquiriu 343 estabelecimentos associados.

Carla Nunes

A hotelaria das regiões autónomas dos Açores e da Madeira liderou a taxa de ocupação durante o período de verão deste ano, de junho a setembro. O indicador parte da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que apresentou esta terça-feira, 22 de outubro, o resultado do seu estudo “Balanço Verão 2024”, num inquérito em que participaram 343 estabelecimentos de três, quatro e cinco estrelas.

De acordo com os dados recolhidos pela AHP, o resultado acumulado de junho a setembro de 2024 dá conta a nível nacional de uma taxa de ocupação média de 81%, um preço médio de 173 euros e uma estada média de 3,1 noites. Note-se que, de acordo com os dados do INE do acumulado de verão de 2023, a taxa de ocupação nos hotéis de três a cinco estrelas situou-se nos 80%, o preço médio nos 156 euros e a estada média nas 2,7 noites.

No que diz respeito aos dados acumulados de 2024 recolhidos pela AHP, foram as regiões autónomas dos Açores e da Madeira que mais se destacaram neste período em termos de taxa de ocupação, que se situou nos 91%. Seguiram-se as regiões do Algarve (85%), Grande Lisboa e Península de Setúbal (ambos com uma taxa de 84%).

De acordo com Cristina Siza-Vieira, vice-presidente da AHP, os voos “tiveram uma importância fundamental” para estes valores na Madeira e nos Açores. Como refere, no caso da Madeira, “mais um voo semanal de Toronto, mais um voo semanal de Boston, sete ligações semanais via Ponta Delgada com origem em Toronto e Boston, e a retoma da ligação Canárias-Madeira”. Já nos voos dos Açores, a vice-presidente destaca “mais um voo por semana entre Faro e Ponta Delgada, mais um voo semanal entre Milão e Ponta Delgada e a retoma de dois voos semanais entre Londres e Ponta Delgada”.

Algarve lidera em preço médio
Apesar de as regiões autónomas se posicionarem no topo quanto à taxa de ocupação, quem liderou no preço médio por quarto foi o Algarve, com este indicador situado nos 227 euros, levando a vice-presidente a afirmar que foi “o campeão das vendas” no verão deste ano. Como referiu, “o Algarve esteve sempre acima da média nacional dos três indicadores, o que veio contrariar esta notícia de que o Algarve tinha um severo abrandamento quer na procura, quer no preço praticado, quer na estada média”.

Ainda sobre preço médio no acumulado de junho a setembro de 2024 destacaram-se o Alentejo (195 euros) e a Grande Lisboa (193 euros). Neste campo, a Região Autónoma dos Açores conseguiu situar o seu preço médio acima da média nacional, nos 175 euros, o que não aconteceu com a Madeira, que registou um preço de 161 euros para o acumulado de junho a setembro. Ainda relativamente ao preço médio, a região Oeste e Vale do Tejo foi a que contou com os valores mais abaixo da média nacional, a 106 euros.

Já no indicador de estada média, foi a Madeira que liderou a tabela, com 5,4 noites no acumulado de junho a setembro, seguida pelo Algarve (4,8 noites) e pelos Açores (3,4 noites). A pior performance neste campo, com valores abaixo da média nacional de 3,1 noites, coube às regiões da Península de Setúbal (2,5 noites), Norte (2,3 noites) e Oeste e Vale do Tejo (2 noites).

Dos meses em análise, agosto foi apontado como o “campeão de vendas”, por Cristina Siza-Vieira, com uma taxa de ocupação média nacional de 85%, preço médio a 183 euros e estada média de 3,2 noites.

Hoteleiros reportam melhorias em taxa de ocupação e preço médio
Quando questionados sobre as taxas de ocupação do verão deste ano por oposição às registadas no ano passado, 43% dos hoteleiros inquiridos responderam que a taxa deste ano foi “melhor”, com 11% a indicarem que foi “muito melhor”. Da amostra de inquiridos, 24% indicou que o valor foi “igual” e 21% que foi “pior” do que no ano passado.

Para 79% dos inquiridos do Algarve, a taxa de ocupação foi melhor ou muito melhor que no verão homólogo – uma opinião partilhada por 65% dos inquiridos do Alentejo, 60% dos inquiridos dos Açores, 59% do Centro e 58% da Madeira.

Por outro lado, quando inquiridos quanto ao valor do preço médio entre o verão deste ano e o do ano passado, 54% da amostra referiu que este indicador foi “melhor” este ano do que no período homólogo, com 18% a apontar que foi “muito melhor”.

De acordo com a AHP, todos os inquiridos da Madeira consideram que o preço médio por quarto no verão de 2024 foi melhor ou muito melhor do que o do verão de 2023. A opinião replica-se nos Açores, com 99% dos inquiridos a classificar este indicador como “melhor” ou “muito melhor” em relação ao mesmo período do ano passado. No Algarve, a percentagem de inquiridos com esta opinião foi de 83%.

Por fim, em relação aos proveitos totais, 56% dos hoteleiros inquiridos apontou que estes foram “melhores” no verão deste ano do que no ano passado, com 19% a indicarem que foram “muito melhores” e 16% a referir que foram “piores”.

Na Madeira, 99% dos inquiridos da região verificaram proveitos totais melhores ou muito melhores que em 2023, uma tendência que se replicou novamente nos Açores para 97% dos inquiridos. No Algarve a percentagem foi de 89%.

Principais mercados
Para o período de verão deste ano, 73% dos inquiridos pela AHP indicaram Portugal como um dos seus três principais mercados, com 53% a referir o Reino Unido, 51% os Estados Unidos da América (EUA) e 44% Espanha.

O mercado francês foi apenas referido por 19% dos inquiridos como um dos seus três principais mercados neste verão, seguido pelo Brasil (referido por 10% dos inquiridos), Irlanda (6%), Itália (3%) e Canadá (3%).

Tendo em conta as várias zonas do país, o mercado nacional constou nos três principais mercados de todas as regiões portuguesas. O mesmo se passou com o mercado espanhol, que apenas não foi referido como um dos principais três mercados pelos inquiridos do Algarve, regiões Autónomas da Madeira e dos Açores e da Grande Lisboa.

O Reino Unido foi considerado como um dos três principais mercados pelos inquiridos do Norte, Grande Lisboa, Algarve e Madeira. Já os EUA foram referidos como um dos três principais mercados pelas regiões Oeste e Vale do Tejo, Lisboa, Alentejo e Açores.

Por oposição, os dados do INE de junho a setembro de 2023, relativamente a todos os empreendimentos turísticos e alojamentos locais com mais de dez camas, apontavam que os três principais mercados a nível de hóspedes foram Portugal (38% de quota), Espanha (8%) e o Reino Unido (8%), seguidos pelos EUA (7%), França (6%) e Alemanha (5%).

Já a nível de dormidas, os dados do INE para o verão de 2023 davam conta de uma quota de 31% para o mercado português, 13% para o Reino Unido, 8% para Espanha, 7% para a Alemanha e 6% tanto para França como para os EUA.

Por fim, os principais canais de reserva no verão deste ano foram o Booking (96%), website próprio (78%) e agências de viagens (44%). Seguiram-se a Expedia (40%) e o email direto (25%), com o Airbnb a assumir uma percentagem de 1%.

O balanço de verão 2024 da AHP resulta de um inquérito realizado entre 1 e 14 de outubro deste ano pelo Gabinete de Estudos e Estatísticas junto de 343 empreendimentos turísticos associados da AHP. Destes, 38% encontram-se na Grande Lisboa, 11% no Norte, outros 11% no Algarve, 8% na Madeira, 8% na zona Oeste e Vale do Tejo, 7% nos Açores, 7% na região Centro, 7% no Alentejo e 3% na Península de Setúbal.

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Congresso APAVT

“Os problemas não se resolvem diminuindo o turismo, resolvem-se aumentando os outros setores”

A “Cidade APAVT” reúne-se para o 49.º congresso. Com diversos temas na agenda, Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, diz que a associação vive “o momento mais alto do ponto de vista da capacidade de intervenção, da visibilidade e das portas que se abrem quando se pretende resolver problemas que são de todos”.

Victor Jorge

Na véspera do 49.º Congresso da APAVT, o jornal Publituris republica a entrevista feita a Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT). Com indicações de que o Orçamento de Estado para 2025 deverá ser aprovado, depois do líder do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, ter indicado que propõe a abstenção do documento apresentado pelo Governo de Luís Montenegro, o presidente da APAVT espero um Orçamento que seja “uma espécie de cópia daquilo que tem sido o turismo”.

Com o esperado aumento das viagens dos portugueses, o presidente da APAVT admite estar “pessimista” em relação ao novo aeroporto, salienta que é “importante que a TAP mantenha o ciclo de recuperação que tem evidenciado”, vê com “dificuldade” a APAVT regressar à BTL nos próximos anos e, finalmente, diz ser “premente combater uma certa comunicação anti-turismo, com uma mensagem una da ‘Cidade do Turismo’”.

O 49.º da APAVT tem como tema a “Cidade APAVT”. Que cidade é essa?
O que tentámos transmitir, fundamentalmente, foi um conceito de comunidade, em que existem interesses que litigam, mas que, nem por isso, deixam de ser legítimos. Existem opiniões diferentes, existem modelos de negócio que competem entre si, mas é sempre muito mais aquilo que os une do que aquilo que nos separa. Isto é verdade para o setor da distribuição e é verdade para o turismo e, eventualmente, será verdade, naturalmente, também para o país.

Mas é uma cidade mais forte, é uma cidade que tem vindo a crescer?
Ah, sim, completamente. E isso também é verdade para o setor do turismo. Atualizaremos os “Economics” do setor no próprio congresso e, sim, saímos da pandemia para o melhor ano de sempre em 2022. Tudo quanto pensamos relativamente ao que já aconteceu em 2023 permite-nos dizer que foi o melhor ano de sempre e provavelmente 2024 será semelhante a 2023, mas melhor. E, portanto, do ponto de vista do setor, maior do que nunca e, eventualmente, do ponto de vista da associação, também num momento muito feliz com uma boa relação com toda a gente, com uma capacidade de intervenção como nunca teve, com um modelo financeiro que está absolutamente sólido, com uma independência que é totalmente conhecida de quem se relaciona connosco e, portanto, é verdade para o setor, é verdade para o turismo, é verdade para a associação.

Vivemos [APAVT] o nosso momento mais alto do ponto de vista da nossa capacidade de intervenção, da nossa visibilidade e das portas que se nos abrem quando se pretende resolver problemas que são de todos


Neste programa há um tema que se repete: a Inteligência Artificial (IA). Porquê essa repetição?
Porque a IA não é uma corrida de 100 metros, é uma maratona e até uma maratona especial, porque ainda não se conhecem os percursos não percorridos. Todas as empresas, incluindo as pequenas e médias, introduzirem a IA de um modo estratégico nas empresas e, por isso mesmo, é um assunto que vamos acompanhar nos próximos anos. É um assunto em permanente evolução e é um assunto de grande importância.

Portanto, não pode ser um tema que aparece “one shot” num só congresso?
Sim, a IA já é completamente diferente do ano passado. Basta olhar para a intervenção de um dos oradores, Sérgio Ferreira, que nos disse que só pretendia preparar a sua intervenção com 15 dias ou uma semana de antecedência, porque, entretanto, pode surgir uma novidade qualquer. É neste universo que nos movemos atualmente.

A Natália Rosa, outra das oradoras vai falar de ferramentas que já utilizamos no dia-a-dia, mas que ainda nem existiam da última vez que ela abordou o tema no congresso do Porto.

E há adesão à IA por parte do setor?
É um tema que preocupa e o setor vai acompanhando e incorporando na operação, até porque muitas das ferramentas que se utiliza são quase universais e, portanto, já têm IA. Diria que, como sempre, as maiores empresas estão à frente, mas uma das ideias que queremos muito e desafiámos os oradores para isso, é explicar que a IA é uma jornada para todos, não é uma jornada apenas para os grandes.

Viajar para fora, sem perder o “cá dentro”
Deixando o congresso, e conhecidos que foram os dados do INE relativamente a agosto, os portugueses estão a viajar mais para fora?
Bem, estão a viajar mais para fora, mas acho que é mais do que isso, estão a viajar mais. Gosto pouco de comentar uma alteração de comportamento por uma situação conjuntural, gosto mais de olhar para uma série. Se olhamos para os últimos 20 anos, os últimos 15 anos, os últimos 10 anos ou para os últimos 5 anos, os portugueses estão a viajar mais, ponto. Mas estão a viajar mais para fora e mais para dentro.

Aliás, há uma pergunta da moda que é: Os portugueses estão a abandonar um pouco o turismo interno? Bem, não acho que isso seja verdade, primeiro, porque os portugueses continuam a ser o mercado emissor mais importante do inbound. Por outro lado, se olharmos para números recentes, durante a pandemia, que é muito recente, houve um momento extraordinário do mercado interno e esse momento lançou sementes e criou raízes. Mas sim, os portugueses estão a viajar, mas também seria expectável.

Houve uma explosão de viagens em 2022, aumentou em 2023 e está-se a consolidar em 2024. Se há alguma característica específica no comportamento do consumidor português relativamente às viagens, é que me parece absolutamente óbvio que as viagens passaram a ser uma primeira necessidade, não é igual à alimentação, mas é uma das primeiras necessidades.

Houve uma explosão de viagens em 2022, aumentou em 2023 e está-se a consolidar em 2024


Mas comparativamente com 2023, os números são melhores?
São ligeiramente melhores e construídos de uma forma muito díspar. Tivemos um primeiro trimestre com um aumento absolutamente brutal das reservas. Lembro-me, na altura, cerca de 20%. Isso significou uma grande antecipação das reservas. Por causa disso, tivemos uma travagem muito significativa em maio e junho. No verão, julgo que a operação decorreu ligeiramente acima do ano passado, mas temos de ter em consideração que havia mais oferta, e espera-se um quarto trimestre muito em cima do realizado no ano passado. No final, o mercado responde sempre de forma diversa, não é uno, depende do tipo de negócio, da dimensão da empresa, onde se posiciona em termos de mercados. Uns terão crescido 10%, outros terão crescido 15%, outros terão crescido 5%, outros terão igualado números de 2023. Mas no final, as agências de viagens vão vender mais e vão ganhar ligeiramente mais. Julgo que os operadores vão vender mais e vão ganhar menos. Porque as operações charter são um risco grande, não foram todas preenchidas, no verão houve alguma quebra de preço por last minute, ao contrário da antecipação onde foi feito bom preço no primeiro trimestre. Portanto, no final, creio que os operadores todos eles vão vender mais, mas quase todos eles, vão ganhar menos.

Essa antecipação registada no primeiro trimestre poderá ter incutido na mente do setor que o crescimento iria manter-se?
Não creio. Na altura nem conseguimos explicar um crescimento tão grande, face às condições de consumo dos portugueses, ao nível das taxas de juros, à dependência dos empréstimos bancários para habitação, à inflação. Julgo que o primeiro trimestre ainda terá sido um prolongamento da necessidade de viajar brutal que sucedeu à pandemia.

As chamadas viagens de vingança?
Exato. Talvez não durou um ano, durou um ano e três meses do ponto de vista das decisões dos portugueses. E depois acabaram por se ajustar ao efetivo poder de conta.

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E o perfil mudou?
O mercado é muito eclético e maduro. Se alguma tendência existe no mercado, diria que, cada vez mais, o mercado alarga a franja também às grandes viagens e às viagens de mais alto valor, de mais alto preço.

E as de mais baixo preço?
Não. Se pensarmos nos voos charter mais básicos, se pensarmos em Cabo Verde, nas Caraíbas, Marrocos, Tunísia, são todas operações que foram um êxito este ano. Portanto, as operações mais tradicionais mantêm-se em crescimento e vamos acrescentando à medida que os anos passam outras.

O português olha para fora por causa do preço ou porque quer viajar mais?
As duas coisas. Acharia um mundo bonito e um Portugal bonito se houvesse mais turistas portugueses no estrangeiro e mais turistas estrangeiros em Portugal.

O que nos deve preocupar, a acontecer, é se houver menos turistas portugueses em Portugal e as taxas de ocupação baixarem muito. Não foi verdade este ano. Este ano os preços aumentaram muito, penso que, provavelmente, desajustados do serviço que está a ser prestado e que terá de sofrer algum ajuste. Toda a gente está de acordo com isso, inclusivamente os hoteleiros. Mas a grande verdade é que, mesmo com o agravamento de que tanto se fala, as taxas de ocupação satisfazem muito os hoteleiros e os preços satisfazem ainda mais. Desse ponto de vista, se houve mais ou menos portugueses, não é preocupante. Seria preocupante se não houvesse turistas portuguese e se não houvesse turistas estrangeiros ou haver mais turistas estrangeiros e os portugueses não conseguissem viajar. Não aconteceu nenhuma nem outra.

Contas (re)quilibradas
Em relação ao balanço das empresas, já estão equilibrados?
O mercado, uma vez mais, tem uma resposta que é um caleidoscópio, não é monocromática. Mas, em primeiro lugar, equilibrar os balanços, significa voltar a 2019. Em 2020 e 2021 perdemos seis vezes e meio o resultado de 2019. Portanto, mantendo-se os ritmos de 2019, o que seria excelente, os balanços demorariam seis anos a chegar a 2019.

Vamos no terceiro. Sendo certo que muitos balanços se equilibraram em 2023, algo impensável, muitos vão equilibrar em 2024 e eventualmente haverá também alguns que se equilibrarão mais tarde, dependendo das empresas, uma vez mais, do tipo de negócio, etc.. Mas o que é assinalável é que o setor sai da pandemia muito mais forte do ponto de vista do ritmo de negócio do que entra na pandemia e recupera muito mais rápido do que era previsível. Agora, os balanços ainda têm cicatrizes, têm e vão ter durante alguns anos, basta pensar no lazer, nas empresas que contraíram dívidas para pagamento dos vales.

A dívida é um problema, porque as taxas de juros subiram e os custos do serviço da dívida aumentaram de forma muito visível. Agora, o volume de negócios também aumentou, os ganhos também, portanto, diria que, neste momento, não sinto que haja incobrabilidade, que haja qualquer momento de rutura. Há um bom momento, os balanços estão a cicatrizar, mas a questão está longe de estar resolvida.

Esperava uma maior consolidação do mercado, face às dificuldades que foram vividas, principalmente naqueles dois anos a seguir à pandemia em que as empresas, como se costuma dizer, tinham na incerteza a maior certeza?
Sim e não. O mercado está preparado para uma maior consolidação pela sua composição, isso é óbvio. E o mercado, se víssemos isto a preto e branco, diria que são quase só microempresas, muito poucas grandes e até poucas médias.

Logo a seguir à pandemia, julgo que tínhamos um problema acrescido, que não costuma aparecer, é que mesmo as mais fortes estavam muito fragilizadas e havia muita incerteza, porque não saímos da pandemia com a certeza que o assunto estava resolvido. Fomos saindo na dúvida de que ele podia reaparecer. Desse ponto de vista, deixou de haver um gargalo para a concentração, mas eu acho que há dois tipos de razões que têm atrasado a concentração. Em primeiro lugar é que não temos só micro e pequenas empresas. Temos sobretudo micro e pequenas empresas familiares. E culturalmente, uma empresa familiar, prefere continuar com o controlo de um pequeno negócio, que não cresce, do que participar, mas não controlando um negócio maior que cresce. E, portanto, há aqui uma raiz cultural que pode impedir a venda. Por outro lado, o mercado, talvez até por a raiz ser familiar e não querer que existam concentrações de capital, arranjou modos de acrescentar dimensão económica ou capacidade de intervenção sem necessidade de integração de capital. No lazer, os franchising, os grupos que de gestão, são muito importantes no mercado português, no corporate os ACE, e até a figura em crescendo da consolidação aérea, faz com que os clientes, agências de viagens, tenham capacidade de preços e condições que só a dimensão consegue, sendo muito pequeninos.

É assinalável é que o setor sai da pandemia muito mais forte do ponto de vista do ritmo de negócio do que entra na pandemia


Abordou a questão preço. Viajar está mais caro?
Porque os hotéis aumentaram muitíssimo os preços, porque a aviação aumentou muitíssimo os preços e porque houve aumentos salariais e dos custos extra das empresas também muito significativos depois da pandemia. Portanto, está mais caro porque os custos são mais caros.

Mas em relação ao aumento de preço que se verificou em 2023 e também em 2024, acha que vai abrandar?
Sim, porque não vejo grande espaço para se manter aumentos de preços. Aliás, a pressão sobre os hotéis é muito contrária e não apenas em Portugal. Lemos as notícias em Espanha e, no verão, os preços estão acima.

Relações agradáveis
No que diz respeito à “Cidade APAVT”, a associação tem mantido várias reuniões com diferentes stakeholders. Falo da TAP, ANAC, ANA, SATA, entre outros. Esta relação e este diálogo que a APAVT tem mantido com os diversos stakeholders está mais fácil, está mais difícil, mantém-se igual, está num momento de viragem?
Não, está num momento muito bom, muito agradável. Do ponto de vista da APAVT, julgo que já referi isso, sentimos que, provavelmente, vivemos o nosso momento mais alto do ponto de vista da nossa capacidade de intervenção, da nossa visibilidade e das portas que se nos abrem quando se pretende resolver problemas que são de todos. Depois, é evidente que as agendas são muito difíceis, porque o facto de os interesses litigarem, e litigam claramente em vários dos exemplos que referiu, não deixam de ser legítimos e, portanto, não deixam de poder existir e temos é de dialogar entre interesses divergentes. A agenda é certamente difícil, sobretudo no que se relaciona com as companhias aéreas. Mas o diálogo é fácil no sentido em que há muita abertura para o diálogo.

Está mais fácil do que era?
Está progressivamente mais fácil, porque há disponibilidade para o diálogo, há diálogo frequente e há muita confiança de parte a parte com todos os organismos em questão. E a confiança de parte a parte vai-se formando, vai-se desenvolvendo e vai-se fortalecendo.

Agora, a agenda é tremendamente delicada, nomeadamente nas relações com as companhias e aéreas e tendo em conta a introdução do NDC, sobretudo no corporate, irá, certamente, significar mais custos administrativos, certamente mais trabalho administrativo e, muito provavelmente, menor remuneração.

Mas acrescenta também mais incerteza?
Não acrescenta mais incerteza, acrescenta dificuldades no curto prazo. A médio e longo prazo, o setor tem revelado tanta capacidade de encontrar soluções que julgo que ainda é cedo para dizer que o NDC é um mau caminho.

Já vivi, infelizmente, porque significa que já não sou tão novo, uma relação com as companhias aéreas em que tínhamos uma comissão base de 9%, mais rappel. Se juntarmos os dois, tínhamos uma comissão base, ou uma comissão de relacionamento, que superava os 20%. Nessa altura, as agências de viagens ganhavam menos dinheiro do que ganham agora, em que têm uma relação com base em 0,5%. Portanto, o ajustamento e o aumento da produtividade, a modernização do setor, foi abissal nas últimas décadas. Por isso, vamos ter esperança que continuaremos a encontrar as soluções.

Mas esta nova dinâmica assusta o setor?
Não, temos reunido o capítulo aéreo, que é um dos corações da APAVT, que é uma dinâmica muito jovem e muito importante para o negócio e, portanto, preocupa e entra naquilo que têm de ser os planeamentos estratégicos e a gestão anual. Mas não é algo que faça o setor entrar em pânico. Eu diria que, quem resolver os problemas, e há muitas maneiras de os resolver, provavelmente ficará num posicionamento superior antes do aparecimento do NDC, como tem acontecido em toda a história do relacionamento entre as agências de viagens e as companhias de aviação.

A médio e longo prazo, o setor tem revelado tanta capacidade de encontrar soluções que julgo que ainda é cedo para dizer que o NDC é um mau caminho


De que forma é que o setor se tem de reorganizar face a esta nova dinâmica?
O problema aqui é, sobretudo, tecnológico. Há muita tecnologia incluída. Há uma disrupção face à norma anterior, já que essa era de uma tecnologia disseminada por todo o mercado e, portanto, era fácil de normalizar os comportamentos de gestão e o trabalho do dia-a-dia.

Esta disrupção fez com que, neste momento e a curto prazo, haja mais trabalho na busca, por exemplo, de reservas, na emissão, nas reemissões, nas relações entre companhias que são de diferentes grupos globais. Mas, como há estes problemas, há uma série de desenvolvimentos tecnológicos que lhe estão a fazer face. Estamos num momento de ondulação mais alta, estamos num momento do temporal e, portanto, é, obviamente, o que preocupa e que dá mais desgaste e mais trabalho, mas os ciclos económicos também pertencem a este tipo de relações e temos a certeza que vai haver uma estabilização quer da tecnologia existente, quer até da sua harmonização pelos diferentes players. Nessa altura, estaremos num degrau superior.

Mas isso também cria novas oportunidades?
Não tenho nenhuma dúvida. Teremos um mercado mais eficiente, com maior produtividade, como temos relativamente ao momento em que ganhávamos 20% de comissão. E teremos ou os mesmos ou outros players, mas o mercado em si, enquanto um todo, será certamente mais capaz e, provavelmente, com tanta utilidade ou mais para o negócio das companhias aéreas. É assim que tem sido.

Um “olhar” político
Lembro-me da última entrevista que deu ao Publitúris, antes do 48.º Congresso da APAVT, estávamos em plena crise política …
Mas já saímos?

Este Governo tem seis meses: tem correspondido às expectativas?

É uma resposta difícil, porque tem pouco tempo e tem pouca margem de manobra face ao desenho da Assembleia da República. Acho que tem um aspeto muito positivo, já que tentou colocar na agenda política a ideia de quanto urgente é crescermos. Outra coisa é saber se consegue desenvolver uma estratégia em volta dessa ideia. Vai depender, provavelmente, de poucos dias depois do nosso congresso na APAVT, se o orçamento é ou não é aprovado e em que condições é que é ou não é aprovado.

Por isso, diria que existe um bom sentimento relativamente àquilo que foi apresentado pelo Governo, nomeadamente o conjunto das medidas que visam exatamente acelerar a economia, por outro lado, algumas dúvidas sobre a capacidade do Governo em desenvolvê-las e aí sim, muito pessimismo relativamente ao ambiente político. Para quem é empresário este diálogo entre políticos em redor do orçamento é surreal, completamente afastado dos problemas da vida pública.

Mas surpreendeu a rapidez, por exemplo, relativamente à decisão do novo aeroporto?
Não, e não liguei muito a isso. Eu já assisti a outras decisões. Ligaria se existisse rapidez em começar as obras, situação que ainda não aconteceu. Aliás, em relação ao novo aeroporto estou mesmo pessimista. Primeiro com a obtenção de um documento de impacto ambiental, que não sei se vão conseguir, depois com o diálogo com associações credíveis que defendem interesses legítimos, nomeadamente as ecologistas, e, finalmente, ainda com um diálogo com associações pouco credíveis que fingem que defendem interesses legítimos como, por exemplo, os ecologistas, mas cujo único objetivo é a tentativa de boicotar a democracia liberal. Portanto, são vários debates seguidos que me fazem ficar com bastante pessimismo.

Mas está pessimista relativamente à localização ou à execução do projeto?
A localização está indicada. Acho que a execução não é nada óbvia que corra bem. Não é óbvio que dure menos do que 10 anos e preocupa muito não ter havido uma solução intermédia.

E faz falta o tal cronograma para saber, de facto, o que vai e quando vai ser feito?
É verdade, mas quem é que consegue construir um cronograma com tantas dependências. Esse é o ponto. Por exemplo, relativamente, às obras da Portela, que sei que já arrancaram, ainda há alguns aspetos da negociação entre a ANA e o Governo que têm de ficar resolvidos antes de continuarem. Sei que são obras que podem demorar cerca de três anos. E porque não há uma solução intermédia, julgo que são, neste momento, aquilo que mais me preocuparia e aquilo pelo qual mais lutaria.

E em função disso, deveria existir uma maior aposta, por exemplo, nos outros aeroportos nacionais, tipo Porto e Faro?
Até mais talvez o Porto. Há alguns aspetos de desenvolvimento na área do aeroporto da Portela, depois as companhias aéreas estão a escolher ou têm vindo a escolher, aeronaves maiores para com o mesmo número de slots e o mesmo número de movimentos, movimentarem mais gente, mas isso também tem um limite. Depois, toda a gente sabe que teremos mais alguma aberta do ponto de vista do crescimento quando passarmos para uma nova gestão do espaço aéreo.

Acho que, sobretudo, no long haul, outros aeroportos podem ser utilizados. Estamos a falar do mercado norte-americano, brasileiro, em que o Porto fará mais sentido, porque são mercados que não pedem tanta praia, são mercados que não pedem tanta sazonalidade e que vão permitir distribuir a procura ao longo do território.

A ferrovia aí ajudava imenso?
Ajudava o mercado interno, o mercado alargado de Espanha, ajudava a curta distância porque há muitas barreiras já do ponto de vista legal ou pelo menos a construção de muitas barreiras relativamente a voos de curto curso, libertava-se slots para os tais voos de long haul.

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Objetivo: crescer
Falou em crescimento económico. O “Programa Acelerar a Economia” foi apresentado pelo Governo. Das 60 medidas, 17 são do turismo. No âmbito da APAVT, como é que olha para estas medidas? São suficientes, deviam existir mais, deviam existir menos?
Penso que não devemos olhar para as 60 nem para as 17 como as únicas que estão em cima da mesa e que fazem parte da atuação do Governo. Foram um exemplo e foram retiradas até de um certo contexto, quiçá e bem, para dar aquela ideia de que há uma ideia estratégica no Governo que é urgente crescer. Portanto, as medidas são medidas de crescimento e, desse ponto de vista, felizes. Felizes também porque se percebeu o dinamismo do turismo. Às vezes diz-se que há turismo a mais. Não há turismo a mais. Há a competitividade internacional do turismo e há condições de competitividade que são muito maiores do que em outros setores. E numa economia aberta e com relações internacionais, crescem os que têm maiores valências competitivas.

Este dinamismo das medidas escolhidas para o turismo demonstra exatamente esta capacidade competitiva. Depois temos de pensar sempre no momento da sua apresentação e no momento da sua execução. E aí também acho que temos de dar tempo ao tempo e, sobretudo, temos de dar tempo ao tempo havendo condições políticas, uma vez mais.

Há, contudo, uma medida que escolho e que envergonha que esteja no Governo e que tenho enormes dúvidas que seja implementada, o Estado pagar a 30 dias. Só o facto de constar já é uma coisa absolutamente extraordinária.

Se disser que as agências de viagens pagam às companhias aéreas num tempo médio de 18 dias e meio e vão passar a pagar em menos tempo ainda, a partir de 2025, acho que está tudo dito. Tenho pena que a medida esteja lá, porque já lá não devia estar. Fico contente por estar lá, porque alguém, apesar de tudo, aponta para si próprio e diz que não paga em condições,

[Relativamente ao Orçamento de Estado, a pergunta ao presidente da APAVT foi feita antes de se saber a decisão do PS e a proposta de abstenção indicada pelo secretário-geral, Pedro Nuno Santos]
Quanto ao Orçamento de Estado para 2025, o que espera ou gostaria que acontecesse?
Um orçamento aprovado. Desejo um orçamento aprovado e desejo um orçamento que fale de gestão dos custos do Estado, que diminua a carga fiscal das pessoas e das empresas e que coloque em ponto de mira o crescimento da economia.

O grande problema de Portugal é só discutirmos questões de distribuição quando há cada vez menos para distribuir. E, portanto, temos é de falar em competitividade internacional e em crescimento.

No fundo, espero um orçamento que seja uma espécie de cópia daquilo que tem sido o turismo, que tem conseguido ser cada vez mais competitivo, do ponto de vista internacional, que tem crescido, que tem evoluído, que se tem modernizado. É tudo isso que falta na economia.

Os problemas não se resolvem diminuindo o turismo, resolvem-se aumentando os outros setores. Porque se resolvermos um problema específico de demasiado turismo, atacando o turismo, vamos ter um problema mais geral de pobreza que será pior para todos.

Acredita que as pessoas de facto têm a noção quando falam que há turismo a mais?
Na opinião pública sim, e às vezes essas opiniões podem mudar o mindset de toda uma população. Acho que devemos lutar contra isso. Mas tocou no coração da coisa. A pergunta não pode ser nunca se há turismo a mais ou turismo a menos. Porque nunca pode haver turismo a mais. O turismo em Portugal permitiu que Portugal crescesse. Sem turismo Portugal não tinha crescido e não tinha recuperado da pandemia.

Se não fosse o turismo, não havia equilíbrio das contas externas. Permitiu a taxa de desemprego mais reduzida da história recente.

Mais, com um aspeto qualitativo importante, com tantos problemas com a imigração, foi o turismo que soube acumular, da melhor maneira, uma série muito significativa de imigrantes. É o turismo que promove a cultura e a história. É o turismo que recuperou as cidades. Portanto, não podemos nunca perguntar se há turismo a mais.

Agora, há pontos específicos de pressão, de pegada turística, que têm de ser geridos, não afastando turistas, mas gerindo fluxos turísticos e requalificando ou qualificando a oferta.

A grande verdade é que se continua a dizer que não se consegue viver nos centros das cidades, que os turistas tiraram de lá as pessoas. O que aconteceu foi que o turismo recuperou económica, paisagisticamente, do ponto de vista da organização da cidade, o urbanismo, foi o turismo que recuperou isto tudo. Estar contra o turismo não faz qualquer sentido. Confesso que, neste momento, será premente combater uma certa comunicação anti-turismo, com uma mensagem una da “Cidade do Turismo”.

A APAVT saiu da BTL porque a BTL, entre outros aspetos, nos fez exigências financeiras que não eram comportáveis. E, portanto, a APAVT teve de sair


E relativamente à privatização da TAP. Tivemos cá IAG, a Air France KPLM, a Lufthansa? Percebe alguma definição?
Temos como tradição não comentar a composição do capital social da TAP. Eventualmente a TAP teve bons momentos com composição do capital público, teve bons momentos com composição de capital privado e teve maus momentos com os dois. Agora, há uma certeza que temos. A TAP é muito importante para o presente do turismo português e para o futuro do turismo português.

Cerca de 95% dos turistas entram por via aérea e a TAP tem o maior market share desse número e, portanto, por razões quantitativas, mas, sobretudo, por razões qualitativas, a questão do hub e da ligação estratégica ao mercado brasileiro e ao mercado norte-americano não podemos continuar a crescer gerindo a pegada turística se não desenvolvermos o long-haul. É o long-haul que nos traz menos sazonalidade, mais receita por turista, mais território turístico, mais diversidade de produto.

Sendo muito importante, ninguém sobrevive na indústria aérea se não crescer de uma forma relativamente contínua. A TAP precisa de uma estratégia de crescimento e essa precisa de capital. E, provavelmente, não sou especialista, mas a TAP vai precisar de capital. Até lá, é bom não esquecer, que é importante que a TAP mantenha o ciclo de recuperação que tem evidenciado, porque se não o fizer, na altura em que for necessária uma privatização, poderá não haver ninguém interessado.

Voltando às palavras do primeiro-ministro, tranquiliza-o, novamente, o facto de o mesmo ter dito que a TAP não é vendida ao desbarato e, se for preciso, o Estado mantém a TAP até conseguir privatizá-la em condições?
Penso que é de bom senso, quer político, quer económico. Estou de acordo que a TAP não deve ser vendida ao desbarato e estou de acordo que se ela não puder ser vendida, de alguma maneira, o Estado tem de tomar conta da ocorrência.

Agora, atenção, uma vez mais, se pensarmos que a estratégia de crescimento tem de ser executada, podemos é discutir a capacidade que o Estado pode ter em executá-la, nomeadamente, a capacidade que pode ter em disponibilizar capital, até do ponto de vista legal, para essa estratégia de crescimento.

BTL sem APAVT
A APAVT, comunicou a não presença na BTL. Porquê?
Sobre a BTL, que fique claro uma coisa, vamos falar mais do que vamos falar agora. Vamos falar na altura que decidirmos e vamos falar no local em que quisermos e que acharmos mais apropriado. Agora, não vou deixar de responder. Porquê? Porque achamos que os nossos associados e o setor do turismo, em geral, merecem ser esclarecidos relativamente à saída da APAVT, o que, desde logo, sublinho a importância da presença da APAVT.

A APAVT saiu da BTL porque a BTL, entre outros aspetos, nos fez exigências financeiras que não eram comportáveis. E, portanto, a APAVT teve de sair.

Os associados da APAVT compreenderam essa posição?
Mais do que compreenderam, a decisão do abandono não é uma decisão nem do presidente, nem da direção. É uma decisão do conjunto de cerca de 100 empresas que interagiam no maior stand privado da feira. E, portanto, foram essas 100 empresas que perceberam que eram incomportáveis as exigências de curto prazo, as exigências financeiras, não apenas as exigências, como também o curto prazo que tínhamos para as cumprir.

Mas há espaço para negociações?
Não. Como sabe, não há espaço para voltarmos e vejo com dificuldade nos próximos anos. A APAVT tinha uma posição, era o maior stand privado da feira e foi expulso da feira.

Estamos a falar da importância da iniciativa privada, julgo que um redireccionamento da BTL para mais dependência de dinheiros públicos não ajuda ninguém e, sobretudo, não ajuda o turismo.

Mas, uma vez mais, falarei mais tarde.

Estamos atualmente a viver tempos conturbados a nível internacional. Instabilidade no Reino Unido, em França, na Alemanha, em Espanha, eleições nos EUA, guerra na Ucrânia, agora o conflito no Médio Oriente. Que impacto poderá ter todo este cenário no fluxo turístico que Portugal tem ganho. Voltamos novamente à incerteza?
Sim, muito. E mais, referiu Espanha e França com crise política, Reino Unido com choque fiscal, Alemanha à beira da depressão, Estados Unidos com eleições. Ora, apontou “somente” os cinco maiores mercados emissores por Portugal. É só disto que estamos a falar. O que é que se pode dizer? Acho que há um momento em que a gestão tem de ter redobrada prudência e é um momento em que a “Cidade APAVT” e a “Cidade do Turismo” têm de ter as portas escancaradas para o diálogo e para a cooperação entre players relativamente aos quais é muito mais aquilo que os une do que aquilo que os separa.

Já disse que não vai voltar a concorrer à presidência da APAPVT …
Disse e não menti. Mantenho o que disse pela primeira e única vez na tomada de posse que estava de saída. Correu um ano, a APAVT para o próximo ano faz 75 anos, vai ser um momento muito importante. A PAVT está financeiramente mais sólida do que nunca. A APAVT tem com relações institucionais, talvez, as melhores de sempre.

Há relativamente pouco tempo o presidente da CTP, Francisco Calheiros, voltou a referir, também, que este é o último mandato à frente da CTP. Uma posição na CTP não está dentro dos horizontes?
De todo. E se estivesse, teria, em primeiro lugar, dialogar com os meus colegas da CTP e todos eles sabem que não há um único diálogo. Por outro lado, o meu próprio plano de vida pessoal, a própria idade, faz com que saiba que não vou ser o próximo candidato a presidente da CTP.

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Emprego e Formação

60 anos de Turismo da Universidade Europeia com 60 convidados

A Universidade Europeia reuniu 60 convidados para celebrar o 60.º aniversário do curso pioneiro em Turismo, em 1964, com promessas de valorizar ainda mais o ensino e a formaçáo dos futuros profissionais do setor.

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A Universidade Europeia comemorou 60 anos da área de Turismo e Hospitalidade, desde o lançamento do curso pioneiro em Turismo em 1964, com um jantar no Museu do Oriente, reunindo algumas das pessoas que fizeram parte deste caminho, entre as quais o atual secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado.

“Felizmente temos uma história incrível para partilhar, que ao longo dos anos tem formado milhares de profissionais do turismo que tão bem representam o setor a nível nacional e internacional. O Turismo em Portugal tem demonstrado resultados excecionais e a Universidade Europeia reafirma a vontade de continuar a contribuir para a formação de qualidade no ensino superior de turismo em Portugal”, refere Sofia Almeida, Coordenadora da Área de Turismo e Hospitalidade da Universidade Europeia.

O evento reuniu os principais stakeholders do setor, nomeadamente o atual secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, e dois dos seus antecessores, Ana Mendes Godinho e Nuno Fazenda, representantes das principais associações e organizações do setor, empresários da área do turismo e outros parceiros.

Durante o jantar comemorativo ficou a promessa da Universidade Europeia “valorizar o setor do Turismo em Portugal e reforçar o seu papel enquanto agente ativo de promoção e divulgação das áreas do Turismo e Hospitalidade em Portugal”.

De referir que a oferta formativa em Turismo e Gestão Hoteleira da Universidade Europeia destaca-se pelo seu modelo académico inovador, que combina aulas presenciais com conteúdos digitais, oferecendo uma experiência de aprendizagem flexível e personalizada. Estes cursos são também reconhecidos pela abordagem única que integra a mais avançada tecnologia com o conhecimento humano, preparando os estudantes para alcançar os seus objetivos profissionais.

Atualmente, a Universidade Europeia oferece programas bem estabelecidos na área do Turismo e Hospitalidade como é o caso das três licenciaturas em Turismo, Tourism (100% lecionada em inglês) e em Gestão Hoteleira, o Mestrado em Gestão do Turismo e três Pós-graduações presenciais em Gestão Hoteleira, Gastronomia Criativa e Imagem, Protocolo e Organização de Eventos e duas Pós-graduações em Ensino à Distância em Gestão Hoteleira e Eventos.

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Novo aeroporto de Luanda já tem data para receber voos de passageiros

O novo aeroporto de Luanda vai começar a operar voos de passageiros gradualmente, a partir de 10 de novembro, devendo concluir o processo de transferência de voos domésticos e internacionais até 31 de março de 2025.

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Um decreto executivo, assinado pelo ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, estabelece as fases 2 e 3 da transferência de voos de passageiros do atual Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro para o novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto (AIAAN), sendo 10 de novembro, véspera do feriado que assinala a independência de Angola, a data oficial para o início do processo.

A transportadora aérea angolana TAAG deve iniciar os voos de passageiros nesta data, enquanto as restantes companhias poderão efetuar gradualmente a transferência até à data limite.

O AIAAN, que custou cerca de três mil milhões de dólares (cerca de 2,8 mil milhões de euros) e começou a ser construído em 2013, foi inaugurado no dia 10 de novembro de 2023 e tem capacidade para receber até 15 milhões de passageiros por ano, um volume de tráfego cinco vezes superior ao do atual aeroporto.

O antigo aeroporto, construído em 1954, sendo conhecido como Aeroporto Presidente Craveiro Lopes até à independência de Angola, quando passou a chamar-se Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, deverá passar a receber voos charter e outro tipo de atividades como manutenção de aeronaves e formação de recursos humanos.

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TAP entre as opções mais económicas para voar na Europa

Segundo um ranking da Air Advisor, startup especializada na defesa dos direitos dos passageiros aéreos, a TAP é a quarta companhia aérea com preços mais baixos para voos europeus.

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A TAP está entre as companhias aéreas mais económicas para voar na Europa, segundo um ranking da Air Advisor, startup especializada na defesa dos direitos dos passageiros aéreos, que coloca a companhia aérea de bandeira portuguesa como a quarta com preços mais baixos para voos europeus.

“A TAP Air Portugal ocupa o quarto lugar entre as companhias aéreas mais económicas para viajar pela Europa. No topo da lista está a húngara Wizz Air, considerada a líder em passagens low-cost”, lê-se num comunicado divulgado pela Air Advisor, que coloca a Aegean Airlines e a Vueling no segundo e terceiro lugares, respetivamente.

Este ranking, elaborado com base na análise da receita por quilómetro por assento disponível (Rask) de 10 companhias aéreas da Europa, avaliou “a eficiência de receita de uma companhia aérea para demonstrar quanto de receita é gerada por assento disponível por quilômetro voado”.

Os resultados mostram que a Wizz Air se destaca com um valor de 0,04 euros por assento-milha, em 2023, enquanto na Aegean a receita média por assento-milha foi de 0,049 euros e na Vueling chegou aos 0,07 euros.

Já no caso da TAP, o preço médio chegou aos 0,073 euros, enquanto a Ryanair, que ficou na quinta posição deste ranking, apresentou uma taxa média de 0,0734 euros por assento-milha.

Segundo Anton Radchenko, CEO da Air Advisor, as companhias low-cost têm “apresentado horários frequentes e com várias opções diárias, que facilitam encontrar os voos mais adequados para os cronogramas dos viajantes”, o que leva a que, na Europa, existam opções de voos mais baratas do que o transporte terrestre.

 

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Transavia anuncia nova rota entre Faro e Bordéus para o verão de 2025

A nova rota da Transavia entre Faro e Bordéus arranca a a 7 de julho de 2025, com dois voos por semana, tal como a operação anual entre o Porto e a mesma cidade francesa, que tem início a 13 de dezembro.

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A Transavia vai abrir uma nova rota que vai ligar Faro a Bordéus, em França, operação que arranca a 7 de julho de 2025 e que vai contar com dois voos por semana, informou a companhia aérea low cost do grupo Air France/KLM.

No comunicado que anuncia a nova rota, a Transavia refere que esta é a segunda rota com destino a Bordéus e partida de Portugal que é anunciada num curto espaço de tempo, uma vez que, a partir de 13 de dezembro, a companhia aérea começa também a voar entre o Porto e Bordéus, numa operação que passou a anual.

“Estamos muito orgulhosos por anunciar, pela segunda vez este ano, uma nova rota para Bordéus a partir de Portugal – desta vez, de Faro. É curioso que estas três cidades, Bordéus, Faro e o Porto, se situem em regiões com uma tradição vitivinícola e gastronómica antiga e forte”, sublinha Nicolas Hénin, Chief Commercial Officer da Transavia France.

A rota de Faro para Bordéus vai contar com dois voos por semana, às segundas e sextas-feiras, e apresenta preços desde 26 euros para voos de ida, enquanto a operação desde o Porto, também com dois voos por semana às segundas e sextas-feiras, tem preços desde 34 euros para voos de ida.

Os bilhetes da rota Faro-Bordéus vão estar à venda a partir de 22 de novembro, através do website da companhia aérea, que está disponível aqui.

 

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Destinos

Espanha prepara-se para receber 115 milhões de turistas estrangeiros nos próximos anos

Os dados mais recentes de um estudo da Braintrust colocam Espanha a ser visitada por 115 milhões de turistas internacionais em 2040. Ao mesmo tempo, as receitas irão bater recordes ano após ano.

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O “Barómetro do Turismo” da Braintrust prevê um aumento significativo da chegada de turistas internacionais a terras espanholas nos próximos anos. A consultora afirma espera um crescimento sustentado do turismo estrangeiro ao longo do tempo, posicionando a Espanha como o mercado líder em viajantes internacionais nas próximas décadas, atingindo 115 milhões de viajantes por volta de 2040, o que a coloca no topo do pódio, como o primeiro mercado recetivo de turistas no mundo, à frente da França.

Com uma previsão de mais de 91 milhões de turistas internacionais para este ano, e gastos na ordem dos 125.000 milhões de euros, os cálculos apontam para que estes valores sejam significativamente ultrapassados nos próximos anos. O contexto internacional, a evolução da economia e as ações levadas a cabo pelos diferentes destinos podem influenciar a continuação da quebra de recordes não só em número, mas também em gastos, juntamente com a promoção que a Turespaña está a levar a cabo no estrangeiro.

De facto, as comunidades autónomas e os municípios de Espanha estão a atualizar e a planear cada vez mais as suas políticas turísticas com vista ao crescimento, prevendo-se que, a nível nacional, o peso do turismo ultrapasse os 15% nas próximas décadas, valor que já é ultrapassado em comunidades como as Baleares e as Canárias.

Alguns lugares, como os destinos incipientes, procurarão a quantidade e outros, como os destinos maduros, procurarão a qualidade, já que esta indústria turística representa uma grande parte do PIB dos diferentes territórios, como mostra o mapa elaborado pela Braintrust.

Para Ángel García Butragueño, diretor de Turismo da Brantrust, sublinha que o turismo “volta a revelar-se o motor económico do país, com uma força e uma resiliência avassaladoras dignas de elogio, cujo peso aumentará no futuro graças à extraordinária proposta de valor”.

O responsável da área de turismo da consultora refere ainda que “Espanha é chamada a liderar o setor a nível mundial num modelo de turismo sustentável, tanto do ponto de vista económico, área em que já trabalhou no passado, como do ponto de vista social e ambiental. Para tal, deveria ser implementada uma política de Estado para o turismo sustentável, como a planeada pela Secretaria de Estado do Turismo até 2030, à qual se juntou o manifesto do Conestur sobre o assunto”.

E respondendo de certa forma às críticas que são feitas ao turismo no país vizinho, Butragueño frisa que “Espanha não pode nem deve viver sem turismo, mas esse turismo deve ser muito diferente, com uma mudança absoluta de paradigma”.

“Neste dilema da quantidade ou da qualidade dos viajantes internacionais, dependendo das necessidades de cada destino, surgem algumas questões sobre como serão os novos turistas internacionais no futuro, uma vez que Espanha está a beneficiar da situação económica, social e geopolítica mundial, que devemos aproveitar, fidelizando os turistas estrangeiros, oferecendo-lhes experiências únicas que lhes permitam repetir e um maior gasto médio diário”, diz o diretor de Turismo da Braintrust.

Menos Europa. Mais Américas e Ásia
Assim, indica a consultora, é muito provável que estes novos turistas não sejam europeus e, se o forem, não serão dos mercados mais tradicionais, como o Reino Unido, a Alemanha ou a França, reduzindo o peso dos mercados emissores tradicionais para menos de 70%.

Embora os mercados emissores europeus representem atualmente três quartos dos viajantes, o aumento de viajantes provenientes das Américas (tanto dos EUA como do resto do continente) e do resto do mundo, especialmente dos países asiáticos, indica que pelo menos um terço dos viajantes não virá dos mercados emissores tradicionais.

“No futuro, os novos visitantes de Espanha não virão apenas para relaxar ao sol e à praia. Cada vez mais, há uma tendência para viagens ‘mistas’, ou seja, lazer misturado com trabalho, um evento (concerto, espetáculos …) combinado com alguns dias de relaxamento ou mesmo experiências culturais e gastronómicas acompanhadas de um pouco de sol”, admite Butragueño.

As estimativas da Braintrust mostram que mais de 25% dos viajantes virão por este tipo de motivações mistas, ao mesmo tempo que o peso dos meses de verão no número total de chegadas está a diminuir progressivamente e se prevê que fique abaixo dos 30% (em número de viajantes) em comparação com os 38% que representava há alguns anos.

Em consonância com as diferentes motivações para visitar Espanha, observar-se-á também uma diversificação dos destinos. As seis principais comunidades autónomas que representam atualmente mais de 90% das chegadas de viajantes (Andaluzia, Baleares, Canárias, Catalunha, Valência e Madrid) verão a sua quota reduzida a favor de outras com menor peso atual.

“Esta redução não será rápida, mas far-se-á gradualmente, como indicam as nossas previsões para os próximos anos, com regiões como a Galiza, as Astúrias, o País Basco, Navarra, Castela Leão, Castela La Mancha e a Extremadura a ganharem adeptos pela sua oferta turística, longe do tradicional sol e praia”, considera o diretor de Turismo da Braintrust.

Gasto médio diário duplica face a 2022
Da mesma forma, é muito provável que o novo visitante não viaje com um pacote turístico, estimando-se que esse número ronde, no futuro, os 30% o farão. No que respeita ao alojamento, as previsões indicam que, enquanto 2 em cada 3 ficarão em estabelecimentos hoteleiros, 1 em cada 3 optará por outro tipo de alojamento.

Relativamente aos gastos médios dos novos viajantes internacionais que visitarão Espanha, a Braintrust estima que se situarão, em média, entre 2.000 e 3.000 euros, o que, tendo em conta a estadia (aproximadamente oito dias), significa um gasto médio diário entre 200 e 300 euros, quase o dobro do que era gasto antes da pandemia.

Neste capítulo, a consultora estima que, em 2030, a despesa média diária duplicaria em relação a 2017, com um valor aproximado de 280 euros por dia, e entre 2035 e 2040 a despesa média diária poderia aumentar para 340 euros por dia, duplicando o valor de 2022.

A concluir, José Manuel Brell, partner responsável pela prática de Quantitative Research & Modelling e Tourism & Leisure Industry da Braintrust, refere que o estudo levado a cabo pela consultora revela um “perfil de turistas estrangeiros relativamente diferente do que temos tido tradicionalmente, tanto em termos da sua origem como das suas motivações, o que conduz a um gasto médio diário mais elevado nos próximos anos. Um turista que se assemelha mais ao protótipo de que tanto se fala nos discursos em que se procura a qualidade e não a quantidade”.

Contudo, Brell termina admitindo que para alcançar os tais 115 milhões de turistas internacionais, “temos de garantir que a chegada de visitantes traz mais benefícios à nossa sociedade do que os danos que causam. É a única forma de conseguir um modelo de sucesso”.

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Etihad Airways passa a estar disponível na APG Platform

O conteúdo da Etihad Airways já se encontra disponível na APG Platform, o NDC da APG Network, através do qual é possível reservar e emitir voos da companhia aérea de Abu Dhabi.

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O conteúdo da Etihad Airways já se encontra disponível na APG Platform, o NDC da APG Network, através do qual é possível reservar e emitir voos da companhia aérea de Abu Dhabi.

Os agentes de viagens com acesso à APG Platform podem agora utilizar diversos serviços da Etihad Airways, a exemplo da realização de reservas sem emissão imediata, emissões de bilhetes e cancelamentos, reembolsos ou anulação de bilhetes, assim como a marcação de diversos serviços extra que estão disponíveis durante o processo de reserva e após a emissão, a exemplo de lugares, bagagem ou assistência.

As mudanças de voo após emissão, o acesso ao programa de passageiro frequente e às tarifas públicas e corporativas são também serviços que passam a estar disponíveis para a Etihad Airways através da APG Platform.

A APG Network lembra que a Etihad Airways é uma companhia aérea com sede em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, e opera para mais de 70 destinos na Ásia, Austrália, Europa, Oriente Médio e América do Norte, incluindo Lisboa.

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A importância dos oceanos na 1.ª edição do Ocean Summit em Lisboa

O evento marca o início de uma jornada que permitirá à humanidade desvendar detalhes inéditos sobre a vastidão e a biodiversidade marinha, ao mesmo tempo que fomenta a cooperação entre cientistas, entidades institucionais e representantes do setor privado.

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Lisboa irá receber a primeira edição do Ocean Summit 2024, um evento internacional que reunirá especialistas de renome oriundos de quatro continentes. Este encontro, a realizar-se nos dias 29 e 30 de outubro de 2024, no Planetário e Museu de Marinha, promete impulsionar novas descobertas sobre os oceanos e criar oportunidades inéditas para a partilha de conhecimento e inovação.

Assim como a exploração espacial representou uma jornada transformadora para a humanidade, o Ocean Summit marcará o início de uma nova era de exploração dos oceanos, um território que permanece amplamente desconhecido. Mais de 80% dos oceanos ainda não foram mapeados ou explorados, e este evento posiciona-se como o ponto de partida para revelar esses segredos submersos, criando uma poderosa ligação entre a exploração marinha e a espacial.

Lisboa, com a sua ligação histórica ao mar, será assim o ponto de partida desta nova era. Ao acolher o Ocean Summit 2024, a capital portuguesa posiciona-se no centro da inovação e colaboração internacional, num esforço conjunto para proteger e explorar os oceanos de forma sustentável.

Especialistas como Fabien Cousteau, estarão presentes para partilhar a sua visão sobre o papel crucial que os oceanos desempenham no futuro do planeta. Ao longo dos dois dias, o Ocean Summit será um espaço de debate sobre os desafios globais relacionados com os oceanos, tais como as alterações climáticas, a preservação da biodiversidade marinha, a economia azul, o turismo sustentável e a governança estratégica dos recursos oceânicos.

A abertura oficial está marcada para as 10h00 do dia 29 de outubro, contando com discursos de figuras relevantes no panorama da preservação oceânica. O primeiro dia inclui ainda painéis dedicados ao impacto das alterações climáticas na biodiversidade e ao direito do mar, com oradores como Mark Patterson, professor de Ciências Marinhas e Ambientais, e Vasco Becker-Weinberg, especialista em direito marítimo.

No segundo dia, o destaque será dado à economia azul e ao turismo sustentável, com apresentações de líderes empresariais e especialistas que explorarão como o investimento pode impulsionar a inovação e sustentabilidade dos oceanos. A jornada encerrará com uma discussão sobre a relação estratégica entre Cabo Verde e Portugal no desenvolvimento de plataformas atlânticas.

Paulo Veiga, presidente da Fundação Carlos Albertino Veiga, destaca a importância deste encontro: “O Ocean Summit é uma oportunidade única para reunir mentes brilhantes e discutir soluções concretas para proteger os nossos oceanos, que são o coração do nosso planeta. É através da colaboração e da inovação que conseguiremos enfrentar os desafios globais que os nossos mares enfrentam, garantindo que as gerações futuras possam beneficiar de um oceano saudável e sustentável.” Paulo Veiga realça também a importância da realização deste evento em Lisboa: “Portugal tem uma ligação secular ao mar; sendo o oceano um dos grandes patrimónios nacionais, Lisboa é o palco ideal para receber este Summit”.

O Ocean Summit 2024 será aberto ao público, com entrada livre, proporcionando uma oportunidade imperdível para todos os interessados participarem diretamente nas discussões sobre o futuro dos oceanos. Sem necessidade de inscrição prévia, o evento acolhe todos os que pretendem envolver-se no debate sobre soluções inovadoras e sustentabilidade marinha, num espaço de colaboração internacional. Esta é uma oportunidade para o público estar presente nas conversas que definirão o rumo da conservação oceânica e da economia azul, ao lado de especialistas e líderes globais.

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Região do Algarve terá dessalinizadora em 2026

Governo dá luz verde a contrato de conceção, construção e exploração da futura dessalinizadora do Algarve, que deverá estar construída até finais de 2026

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O contrato de adjudicação, que representa um investimento de cerca de 108 milhões de euros, está integrado no Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve, enquadrado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O projeto de construção de uma dessalinizadora no concelho de Albufeira, no distrito de Faro, é uma das medidas de resposta à seca que afeta a região mais a sul de Portugal continental integrada num pacote de medidas lançado pelo anterior Governo.

A infraestrutura terá como capacidade inicial 16 milhões de metros cúbicos (m3), mas a empresa está a projetá-la para que tenha capacidade para tratar até três vezes mais do que esse volume, ou seja até aos 24 milhões m3 de água.

A região do Algarve tem sofrido, ao longo dos últimos anos, ciclos de seca prolongada associada a uma situação de escassez hídrica já considerada estrutural, resultando numa diminuição dos volumes de água armazenada nas várias origens disponíveis.

O consórcio luso-espanhol de empresas que vai construir a dessalinizadora irá também ser responsável pela “exploração do empreendimento por um período de três anos” depois de a obra estar concluída, segundo a Águas do Algarve.

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