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Turismo continua a crescer em junho, mas mais lentamente
A atividade turística mantém-se com números positivos, tendo registado um crescimento em hóspedes e dormidas no mês de junho. Contudo, segundo o INE, no sexto mês de 2024, o aumento foi mais moderado do que em maio. No 1.º semestre, no entanto, Portugal já ultrapassou os 14 milhões de hóspedes e as 35,5 milhões de dormidas.
Victor Jorge
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O setor do alojamento turístico registou três milhões de hóspedes e 7,8 milhões de dormidas em junho de 2024, correspondendo a aumentos de 6,7% e 4,8%, respetivamente, informa o Instituto Nacional de Estatística (INE). Estes números mostram, contudo, um ligeiramente abrandamento da atividade, depois de, em maio, os crescimentos terem sido de 9,5% e 7,6%, pela mesma ordem.
As dormidas de residentes totalizaram 2,2 milhões e cresceram 3,2%, contra os 7,6% em maio, enquanto as dormidas de não residentes totalizaram 5,6 milhões correspondendo a um aumento de 5,5%, também um ligeiro abrandamento face aos +7,7% do mês de maio anterior.
Nos mercados externos, os 10 principais mercados emissores, em junho, representaram 77,7% do total de dormidas de não residentes neste mês, destacando-se o mercado britânico (20,8% do total das dormidas de não residentes em junho), o de maior peso, com um aumento de 5,5% face ao mês homólogo.
Os Estados Unidos da América foram o 2.º principal mercado (peso de 10,6%), em resultado de um crescimento de 13,7%. Seguiu-se o mercado alemão, na terceira posição (quota de 10,6%), com um decréscimo de 0,4%, e o mercado espanhol (8% do total), que registou um crescimento de 6,3%.
No grupo dos 10 principais mercados emissores, destacaram-se ainda os mercados dos Países Baixos e do Canadá (quotas de 4,6% e 2,6%, respetivamente) pelos crescimentos mais significativos, +11,9% e +11,7%, pela mesma ordem. O mercado brasileiro (quota de 4,2%) foi o que mais decresceu (-1%).
Não residentes puxam pelas dormidas em junho e no 2.º trimestre
Neste mês de junho, o INE indica que todas as regiões registaram crescimentos nas dormidas. Os aumentos mais expressivos observaram-se na Península de Setúbal (+9,1%) e nos Açores (+7,2%), sendo mais modestos na Madeira (+3,3%) e no Algarve (+3,7%).
As dormidas de residentes apresentaram crescimentos em todas as regiões, com exceção das Regiões Autónomas da Madeira (-6,9%) e dos Açores (-2%). A Península de Setúbal destacou-se com o maior crescimento (+10,2%), seguindo-se a Grande Lisboa (+8,2%) e o Centro (+5,8%).
As dormidas de não residentes cresceram em todas as regiões, de forma mais expressiva no Alentejo (+14,6%), e nos Açores (+11,8%).
Já a ocupação nos estabelecimentos de alojamento turístico aumentou, em junho, para 54,2% e 64,4% nas taxas líquidas de ocupação-cama e ocupação-quarto, respetivamente (+0,8 p.p. em ambas).
No que diz respeito à análise do 2.º trimestre de 2024, o INE revela que as dormidas aumentaram 2,8% (+7,4% no 1.º trimestre), devido aos não residentes (+4,2%; +8,7% no 1.º trimestre), dado que as dormidas dos residentes diminuíram 0,8% (+4,7% no 1.º trimestre).
Assim, o total de hóspedes no 2.º trimestre de 2024 foi de 8,8 milhões, enquanto as dormidas ultrapassaram, nos três meses – abril, maio e junho – as 22 milhões.
O INE salienta que “estes resultados foram influenciados pela estrutura móvel do calendário”, ou seja, “pelo efeito do período de férias associado à Páscoa, que este ano se repartiu entre março (1.º trimestre) e abril (2.º trimestre), enquanto no ano anterior se concentrou apenas no 2.º trimestre”.
Ainda nesta análise trimestral, verifica-se que o mercado britânico registou um crescimento de 2,7% face a igual período do ano anterior e representou 19,5% do total de dormidas de não residentes (19,7% no 2.º trimestre de 2023). Seguiram-se os mercados alemão (11,4% do total, o mesmo peso no período homólogo; +4,1% face ao 2.º trimestre de 2023) e norte-americano, sendo este último, entre os cinco principais, o único que registou aumento de quota (+0,9 p.p., passando a representar 10,1% do total no 2º. trimestre) bem como a maior variação homóloga (+15% face ao 2.ºT trimestre de 2023).
Em sentido contrário, o mercado espanhol foi, entre os principais, o que registou maior diminuição do seu peso neste trimestre (-1,3 p.p., para 7,3% do total), em resultado de um decréscimo de 11,4% das dormidas deste mercado face ao mesmo período no ano passado.
2024 continua a bater 2023
Analisando os primeiros seis meses de 2024, os dados do INE mostram um total de 14,3 milhões de hóspedes, correspondendo a uma subida de 5,6% face a igual período de 2023, enquanto no número de dormidas, estas somaram 35,5 milhões, o equivale a uma subida de 4,5% face aos mesmos seis meses de 2023.
Nesta análise, os não residentes somaram 8,8 milhões, ou seja, mais 7,5% que no mesmo período de 2023 ao nível do número de hóspedes, enquanto os residentes totalizaram 5,5 milhões, mais 2,9% que nos primeiros seis meses do ano passado.
Já ao nível das dormidas no primeiro semestre, os não residentes também bateram os residentes, tendo somado 25,4 milhões de dormidas, contra as 10 milhões dos residentes.
A Grande Lisboa continua a ser a campeã no número de hóspedes, tendo recebido, no primeiro semestre mais de quatro milhões (+5,2% que nos primeiros seis meses de 2023), seguindo-se o Porto (com 3,3 milhões, +7,1%), Algarve (com 2,3 milhões, + 3,1%), fechando a região Centro a fasquia acima do milhão, com 1,3 milhões (+6,9%).
Na comparação no número de dormidas, Lisboa também lidera (9,2 milhões, +4%), seguindo-se nesta análise o Algarve (8,7 milhões, +2,8%), fechando o Porto a região que ficou acima da fasquia dos cinco milhões, com 6,1 milhões (+6,1%).
Do total de hóspedes não residentes no primeiro semestre (8,8 milhões), o Reino Unido foi responsável por 1,158 milhões, seguindo-se os EUA com 1,039 milhões, Espanha com 976 mil, Alemanha com 824 mil e França com 750 mil.
Nas dormidas de não residentes, a liderança no primeiro semestre também pertence ao Reino Unido, com 4,670 milhões, seguindo-se a Alemanha, com quase 3 milhões, e os EUA, com 2,345 milhões. Acima dos dois milhões estão ainda a Espanha (2,1 milhões) e França (2,060 milhões).
Estada média em baixa
Em junho, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,56 noites) diminuiu 1,8% (-1,7% em maio). Este indicador apenas registou crescimentos nas Regiões Autónomas (+4,2% na Madeira e +1,4% nos Açores), tendo decrescido de forma mais expressiva no Algarve (-2,9%) e no Centro (-2,8%).
Os valores mais elevados deste indicador continuaram a observar-se na Madeira (4,64 noites) e no Algarve (3,87 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,73 noites) e no Oeste e Vale do Tejo (1,83 noites).
No sexto mês de 2024, a estada média dos residentes (1,97 noites) diminuiu 3,1% e a dos não residentes (2,92 noites) decresceu 1,3%.
A estada média dos não residentes foi mais longa do que a dos residentes em todas as regiões, tendo a Madeira continuado a registar as estadas médias mais prolongadas, quer dos residentes (3,29 noites) quer dos não residentes (5,04 noites). Para além da Madeira, as estadas médias observadas no Algarve (3,12 noites dos residentes e 4,15 noites dos não residentes) e nos Açores (2,66 noites e 3,25 noites, pela mesma ordem) também ficaram acima das estadas médias nacionais.