Oferta hoteleira de Moçambique aumenta no primeiro trimestre
No primeiro trimestre do ano, Moçambique assistiu à entrada em funcionamento de 66 empreendimentos, dos quais 28 de alojamento, 33 de restauração e bebidas e cinco agências de viagens, o que corresponde a um aumento de 57,1% face ao mesmo período de 2023.
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Até março, Moçambique assistiu à abertura de 66 novos empreendimentos ligados à restauração e turismo, o que ditou um aumento de 414 quartos na hotelaria, avança a Lusa, que cita dados divulgados esta sexta-feira, 24 de março, pelo governo moçambicano.
Segundo um relatório de execução orçamental do Ministério da Economia e Finanças de Moçambique, no primeiro trimestre de 2024, o investimento privado mais do que triplicou face ao ano passado, somando 18,7 milhões de euros, o que ditou também o aumento dos postos de trabalho criados, que chegou aos 559 face aos 470 gerados no mesmo período do ano passado.
O relatório diz que, neste período, “entraram em funcionamento 66 empreendimentos contra 42 empreendimentos do primeiro trimestre de 2023, dos quais 28 de alojamento, 33 de restauração e bebidas e cinco agências de viagens, o que corresponde a um aumento de 57,1%”.
“As aberturas incrementaram a capacidade com 414 quartos contra 323 do primeiro trimestre de 2023, o que representa um crescimento de 28,2%”, lê-se ainda no relatório a que a Lusa teve acesso.
O aumento do investimento chega numa altura em que também o número de turistas está a aumentar em Moçambique, o que se deve à isenção de vistos decretada no ano passado para países de baixo risco, o que levou à emissão de quase 30 mil vistos de fronteira ainda em 2023.
No relatório de execução orçamental do último trimestre de 2023, o governo moçambicano recorda que “foi criada uma plataforma para requisição de vistos ‘online’ e a isenção de vistos de turismo e negócios para uma lista de países de baixo risco”, num total de 29 Estados, o que “resultou na emissão de 28.963 vistos solicitados por visitantes”, até dezembro.
“A medida vem tornando Moçambique mais competitivo e facilitando o acesso de potenciais investidores ao país”, é ainda referido no documento citado pela Lusa.
A Lusa recorda também que o governo moçambicano já tinha afirmado no relatório de execução orçamental do terceiro trimestre do ano passado que a decisão de facilitar e isentar de vistos turistas de países de baixo risco fez aumentar o número de visitas ao país em 34% nos primeiros 90 dias de implementação da medida.
O Governo estima uma “despesa média” por cada visitante em 110 dólares e o tempo médio de visita de quatro dias, pelo que cada visitante representa 440 dólares “de novos fundos” para a economia.
“O aumento de visitantes ao país em virtude desta medida representa um crescimento do setor e um efeito multiplicador na economia moçambicana”, acrescenta-se no relatório sobre a execução orçamental no terceiro trimestre.
O Governo moçambicano já tinha avançado, em agosto de 2023, que mais de 13.000 cidadãos estrangeiros entraram em Moçambique ao abrigo da medida de isenção de vistos introduzida em maio, a grande maioria turistas, incluindo de Portugal.
De acordo com dados avançados pela ministra da Cultura e do Turismo, Eldevina Materula, dessas isenções, com vistos concedidos na fronteira, “mais de 10.000” entraram em Moçambique “com o propósito de turismo e os restantes três mil em negócios”.
“Este é um sinal claro que as medidas tomadas pelo Governo estão a surtir efeitos na dinamização do nosso setor. Com estas medidas, temos claramente um novo padrão de turistas, sendo que as nacionalidades americana, britânica, portuguesa, chinesa e alemã se destacam como as cinco principais entradas em Moçambique”, afirmou a governante, em agosto.
Recorde-se que Moçambique introduziu em dezembro de 2022 o Visto Eletrónico (e-Visa) e, no dia 1 de maio, entrou em vigor a isenção de vistos para cidadãos de 29 países, tendo sido ainda revista a medida de concessão de vistos de investimentos para períodos mais alargados aos cidadãos estrangeiros que detenham investimento em Moçambique, simplificando os requisitos de atribuição.