Ryanair aumenta lucros para 1,92 MM€ e transporta 184 milhões de passageiros em 2024
O exercício de 2024 da Ryanair, terminado em março de 2024, foi marcado por crescimentos em todas as alíneas, desde as receitas aos lucros, passageiros, custos com combustível, etc.. Para 2025, as previsões apontam para os 200 milhões de passageiros, embora dependente das entregas dos aviões da Boeing.
Victor Jorge
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A Ryanair registou, no exercício fiscal de 2024, um crescimento de 34% nos lucros, atingindo os 1,92 mil milhões de euros contra os 1,43 mil milhões de euros do ano anterior. Também as receitas cresceram, face ao exercício de 2023, totalizando, em março de 2024, 13,44 mil milhões de euros quando há um ano totalizavam 10,78 mil milhões de euros (+25%).
Em termos de aumentos, também os custos operacionais da Ryanair registaram um incremento, passando de 9,2 mil milhões de euros para 11,38 mil milhões de euros no ano fiscal que termina a 31 de março de 2024, correspondendo a uma subida de 24%.
Apesar das dificuldades em obter os aviões encomendados à Boeing, a Ryanair viu o número de passageiros passar dos 168,6 milhões, em 2023, para 183,7 milhões o que equivale a uma subida de 9%, indicando ainda a companhia lowcost que as vendas de “ancillaries” aumentaram 12% para atingir 4,3 mil milhões de euros, representando 23,40 euros por passageiros.
Do lado dos custos, destaque para o aumento de 32% no valor atribuído aos combustíveis, que representaram, no exercício de 2024, 5,14 mil milhões de euros, ou seja, mais 1,25 mil milhões que no ano anterior, indicando a Ryanair que mais de 70% das necessidades ao nível do combustível já estarão garantidas, significando isto uma poupança de 450 milhões de euros.
No que diz respeito à frota, a Ryanair refere, em comunicado, que a companhia tinha uma frota de 146 aviões B737 Gamechanger no final do ano, esperando “aumentar esta frota para 158 até ao final de julho, o que corresponde a menos 23 entregas por parte da Boeing face ao que está contratado”.
“Continuamos a trabalhar em estreita colaboração com o CEO da Boeing (Dave Calhoun), o CFO (Brian West) e a nova equipa de gestão de Seattle para melhorar a qualidade e acelerar as entregas de aviões B737”, reconhecendo a Ryanair que “continua a existir o risco de as entregas da Boeing poderem diminuir ainda mais”.
Quanto à operação para este verão de 2024, a Ryanair diz que a “a procura por viagens na Europa é forte e, apesar dos atrasos na entrega dos Boeing, iremos operar o nosso maior programa de verão de sempre com mais de 200 novas rotas (e 5 novas bases)”.
A companhia liderada por Michael O’Leary salienta, igualmente, que “a capacidade para o verão de 2024 para voos de curta distância na UE está condicionada pelo facto de as companhias aéreas concorrentes imobilizarem aviões A320 para reparação de motores P&W (estas interrupções prolongar-se-ão provavelmente até 2026) e de os fabricantes se esforçarem por recuperar as suas carteiras de entregas”.
Quanto à generalidade do mercado, a Ryanair prevê que a “consolidação das companhias aéreas europeias prossiga, com a aquisição da ITA (Itália) e da Air Europa (Espanha) a avançar e a venda da TAP (Portugal) a seguir”.
Para o exercício de 2025, a Ryanair espera aumentar o tráfego em 8%, para entre 198 e 200 milhões de passageiros, “sujeito ao regresso das entregas de Boeing aos níveis contratados antes do final do ano”.
“A nossa vantagem de custos sobre os nossos concorrentes continua a aumentar, apesar de esperarmos que os custos unitários no ano fiscal 2025 aumentem modestamente, uma vez que os custos, exceto combustível, “serão substancialmente compensados pelas nossas poupanças de hedge de combustível e pelo aumento das nossas receitas de juros”.
A companhia admite que, apesar da limitação da capacidade de voos de pequeno curso na UE, “a procura de voos no verão 2024 é positiva, com as reservas a registarem uma tendência superior à do ano passado”.
“Os preços recentes são mais baixos do que esperávamos, com o primeiro trimestre a exigir um maior estímulo dos preços do que no ano passado (em especial porque metade da Páscoa foi transferida para março e não para abril)”.
Assim, embora a estimativa seja limitada e o resultado dependa em grande medida dos preços do pico registados no verão, “continuamos cautelosamente otimistas quanto ao facto de as tarifas do verão se manterem estáveis ou ligeiramente acima do verão passado”.
O resultado final do ano fiscal de 2025 “dependerá em grande medida de se evitarem acontecimentos adversos durante o exercício, tais como guerras na Ucrânia e no Médio Oriente, perturbações extensas no controlo aéreo ou novos atrasos na entrega da Boeing”, conclui a Ryanair.