Algarve soma recordes e apresenta extenso plano de ações para 2024
A região algarvia prepara-se para acolher voos de seis novos destinos, com a ligação direta de Nova Iorque a Faro a constituir uma fonte de elevada expectativa. O cenário é promissor e com potencial para melhorar os múltiplos recordes alcançados em 2023, seja em números de hóspedes, passageiros no aeroporto, voltas de golfe e proveitos que atingiram os 1.592 milhões de euros, um máximo de sempre.
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Para 2024, o Algarve tem um plano de ações extenso, que passa, desde logo, nas ligações aéreas, uma vez que a região vai acolher este ano voos provenientes de dois novos pontos, somando mais duas rotas às 81 efetuadas por 27 companhias no ano passado. Dos Açores, a partir do verão, o aeroporto de Faro receberá a ligação efetuada pela SATA, estando já marcada para maio o início dos voos da United Airlines que tornará o Algarve e Nova Iorque mais próximos que nunca. No dia 25 de maio aterrará o voo inaugural desta ligação, que sairá na véspera do aeroporto de Newark.
“Os agentes do turismo no Algarve têm trabalhado intensamente para diversificar a oferta do destino, e isso já se sente também fora da época alta. A sustentabilidade financeira das empresas e da oferta de trabalho obriga-nos a esse esforço. Acreditamos que estamos a caminhar para um equilíbrio, em que falar de época baixa se tornará apenas uma muleta linguística. Nunca tivemos tantas dormidas nos períodos de janeiro a abril e de outubro a dezembro” refere, André Gomes, presidente do Turismo do Algarve.
O combate à sazonalidade é ainda promovido através de iniciativas como o Algarve Nature Fest, que regressa em 2024, com caminhadas, passeios de barco ou bicicleta, observação de aves e cetáceos, entre outras atividades de lazer. Será, ainda, reativada a marca Algarve Walking Season, com os quatro festivais de caminhadas no interior da região e mais de 200atividades na natureza, para mais de três mil participantes.
O turismo no Algarve far-se-á também nos campos Industrial e Literário. No primeiro caso, com a participação de 22 parceiros regionais na rede nacional, dentro da Agenda Nacional à Descoberta do Turismo Industrial (16 a 30 de março). Num âmbito cultural mais tradicional, os passeios literários incluirão a Rota Literária Saramago no Algarve.
Ainda para 2024, está previsto um trabalho profundo de análise do turismo na região, juntamente com os stakeholders do setor, do qual sairá uma proposta de Plano de Marketing Estratégico para o Turismo do Algarve para o período de 2024 a 2028, naquela que será a terceira edição deste documento. O novo plano surgirá até final do terceiro trimestre.
Ciente de que esta indústria não poderá prosperar sem sustentabilidade energética, hídrica e ambiental, o Turismo do Algarve está envolvido na promoção do Selo de Eficiência Hídrica, com todo o alojamento turístico da região a ser desafiado a juntar-se a um programa que visa contribuir para a redução de 15% no consumo do setor urbano.
“A oferta muito diversificada do Algarve reflete-se na chegada de turistas com perfis muito distintos. No golfe, por exemplo, dois terços das voltas nacionais jogaram-se nos mais de 40 campos do Algarve”, salienta André Gomes.
Informou ainda sobre a necessidade de prosseguir a aposta na sustentabilidade ambiental, com foco na água, para acomodar este incremento na procura: “Os agentes do turismo do Algarve iniciaram medidas de poupança de água em 2020, com a elaboração do Plano de Eficiência Hídrica Regional, e com isso tornámos o setor mais eficiente. No golfe, temos uma crescente utilização de águas residuais tratadas, e ainda este mês dois novos campos foram ligados a uma ETAR. Ninguém mais que os próprios empresários percebem a necessidade de apostar na sustentabilidade ambiental, condição para a sustentabilidade financeira dos seus investimentos”, destacou o presidente do Turismo do Algarve.
A candidatura à Linha + Interior permitirá, muito em breve, avançar com a valorização do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, com recuperação, valorização e promoção deste território conjunto do Algarve e Alentejo, regiões unidas também na Rede Urbana de Fortalezas. Projeto candidatado aos fundos do Portugal 2030, prevê a requalificação de património que, mais a sul, incluirá duas localidades do sotavento, Castro Marim e Alcoutim.
Já na serra algarvia, o Renature Monchique está a plantar, até ao próximo mês de abril, 125 mil árvores, com 400 mil euros de financiamento assegurados pela Ryanair.
Perspectivas de crescimento após ano recordes
O ano de 2023 terminou, para o Algarve com 5,1 milhões de hóspedes, mais 7,7% que no período homólogo, que em termos de proveitos saldou-se em 1,59 mil milhões de euros. Pelo aeroporto Gago Coutinho passaram 9,6 milhões de passageiros, um máximo de sempre. No golfe somaram-se cerca de 1,4 milhões de voltas.
Para este ano estão estimados mais 136 mil lugares nas linhas aéreas, com seis novas rotas: Marraquexe (Marrocos), Cracóvia (Polónia), Budapeste (Hungria) e Brest (França), para além de Nova Iorque e Ponta Delgada.
Quando comparado com o anterior ano recorde no Algarve, 2019, apenas um indicador se revela ainda aquém, com -2,5% de dormidas, mas já 6,4% acima de 2022.
No entanto, em janeiro de 2024, as dormidas aumentaram 2,1% face ao mesmo mês de 2023, com mais 1,9% de hóspedes, salientando-se ainda o aumento de 6% no número de turistas britânicos no país.
Dados do INE enaltecem a posição do Algarve enquanto o principal destino turístico nacional em dormidas de 2019 a 2023, com uma quota de 26,4% no total de dormidas em Portugal.
A melhoria da oferta na hotelaria e restauração, a estratégia de promoção do destino promovida pelo Turismo do Algarve e a contínua aposta em grandes eventos desportivos, como o MotoGP no Autódromo Internacional do Algarve, têm-se traduzido igualmente na diversificação de destinos.
Reino Unido, Alemanha, Irlanda, Países Baixos, França, Espanha e EUA compõem o leque das principais nacionalidades a chegar ao Algarve, com os britânicos a superarem um terço das dormidas de não residentes. Em franca ascensão está a chegada dos norte americanos, cuja evolução face a 2019 atingiu os 70%.