ACI Europe contradiz IATA e diz que tarifas aéreas europeias sobem muito acima da inflação
Depois de a IATA ter avançado que, em junho, as tarifas aéreas médias na UE registaram menor evolução que o índice médio de preços ao consumidor, a ACI Europe diz exatamente o contrário.
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A ACI EUROPE refutou as alegações feitas pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (International Air Transport Association, IATA, sigla em inglês) de que o aumento das tarifas aéreas na Europa está abaixo da inflação, enquanto as taxas aeroportuárias teriam aumentado acima dos níveis da inflação.
Embora a IATA afirme que as tarifas aéreas na Europa aumentaram apenas 16% em junho deste ano em comparação com 2019, dados independentes e oficiais da RDC mostram que esse aumento se situa na verdade em 38% durante os meses de pico do verão (3.º trimestre) – quase duas vezes o aumento do índice médio de preços ao consumidor (+20,8%2).
De resto, a ACI Europe refere que outubro “confirmou esta tendência, com as tarifas aéreas a aumentar ainda mais em 47% quando reservadas com três meses de antecedência”.
A afirmação da IATA de que as taxas aeroportuárias “têm aumentado continuamente acima da inflação também não resiste a um exame minucioso, uma vez que se baseia em dados errados de apenas dois aeroportos”, afirma a ACI Europe, em comunicado.
Assim, a ACI Europe avança que “as taxas aeroportuárias na Europa aumentaram este ano 13,6%4, muito abaixo das pressões inflacionistas que atingem os aeroportos, e muito menos que as tarifas aéreas.
Olivier Jankovec, diretor-geral da ACI Europe, refere que, “confrontados com dados imprecisos e enganosos, é crucial esclarecer a forma como as tarifas aéreas e as taxas aeroportuárias realmente evoluíram. As companhias aéreas não só conseguiram refletir as pressões inflacionistas no que cobram aos consumidores, como também conseguiram exercer um poder de fixação de preços significativo graças às pressões da oferta e à disciplina de capacidade”.
Por outro lado, Jankovec considera que “muitos aeroportos ainda não refletiram totalmente as pressões inflacionistas nas suas taxas de utilização, com os reguladores muitas vezes alheios a estas pressões e à forma como a dívida acumulada através da COVID está a prejudicar as suas capacidades de investimento.”
Além disso, frisa que “é também intrigante ouvir a IATA afirmar que a recuperação do mercado europeu da aviação está a trazer condições ainda mais competitivas, com mais companhias aéreas e mais rotas por onde escolher, contrapondo que, na realidade, “a conectividade aérea recuperou a um ritmo mais lento do que o volume de passageiros”.
Assim, os dados da ACI Europe revelam que, em junho, a conectividade aérea dos aeroportos europeus permanecia 17% abaixo dos níveis pré-pandemia (2019), enquanto o tráfego de passageiros se situava em -5,9%.
Por isso, Jankovec assinala que, “além de pagarem tarifas aéreas muito inflacionadas, os consumidores tendem a ter menos opções de escolha”.
O diretor-geral da ACI Europe conclui que o mercado “mudou estruturalmente durante a pandemia e a recuperação, sendo crucial que os decisores políticos e os reguladores vejam agora estas mudanças e o que está por vir”
E destaca, em particular, “a aceleração da consolidação das companhias aéreas, juntamente com o facto de os aeroportos atingirem limites de capacidade que desafiará o nosso mercado único europeu da aviação e a evolução da conectividade aérea. É aqui que os reguladores económicos deveriam recuar, uma vez que o domínio atual das companhias aéreas torna obsoleta a regulação de preços dos aeroportos. É também aqui que a regulamentação da UE sobre faixas horárias nos aeroportos, com 30 anos de existência, exige uma revisão urgente.”