Virgin Atlantic vê aprovado primeiro voo transatlântico 100% SAF
Dia 28 de novembro poderá ser um dia histórico para a viação, depois da Virgin Atlantic obter a autorização para efetuar o primeiro voo transatlântico 100% SAF.

Victor Jorge
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A Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido (Civil Aviation Authority, CAA sigla em inglês) deu, recentemente, autorização à Virgin Atlantic para efetuar o primeiro voo transatlântico 100 abastecida com combustível de aviação sustentável (Sustainable Aviation Fuel, SAF sigla em inglês.
O voo está prevista ser realizado no dia 28 de novembro, com partida de London Heathrow com destino a Nova Iorque JFK num Boeing 787.
De acordo com uma análise da DBRS Morningstar, “apesar deste desenvolvimento positivo, a ampla utilização de 100% do SAF em escala levará anos, pois ainda existem obstáculos significativos”.
Ainda segundo a DBRS Morningstar, “questões tecnológicas sobre se serão necessárias modificações nas propriedades atuais do SAF e/ou nas aeronaves existentes permanecem sem resposta nesta fase. Além disso, também poderão ser necessárias atualizações da infraestrutura de combustível para acomodar 100% de SAF. O custo mais elevado do combustível e os estrangulamentos de produção também são desafios materiais, conforme discutido mais detalhadamente abaixo”.
A consultora admite, contudo, que o SAF desempenhará “um papel importante na estratégia do setor aéreo para atingir as suas metas de descarbonização a longo prazo. As implicações do crédito para as companhias aéreas dependerão do impacto do custo mais elevado do SAF na procura de viagens aéreas e nas margens das companhias aéreas”.
Shai Weiss, CEO da Virgin Atlantic, salienta que a licença da Autoridade de Aviação Civil para voar o ‘Flight100’ é “um marco importante e uma grande conquista para todas as equipes que trabalham neste voo histórico. Chegar a este ponto demorou mais de um ano e exigiu uma colaboração radical entre os nossos parceiros do consórcio e o governo”.
O responsável refere ainda que a companhia está “empenhada em utilizar 10% de SAF até 2030, mas para chegar lá precisamos que o governo apoie a criação de uma indústria de SAF no Reino Unido. Sabemos que, se conseguirmos, podemos voar.”
Já Rob Bishton, diretor-executivo da Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido, refere que, “como regulador da aviação do Reino Unido, é importante permitirmos com segurança que a indústria adote práticas mais sustentáveis e ultrapasse os limites do que é possível para criar uma indústria de aviação mais verde”. E adiante ainda que esta licença “não só permite à Virgin Atlantic e outros demonstrarem o seu compromisso com a sustentabilidade, mas também serve como um exemplo de como a indústria está sempre a explorar novas tecnologias”.
“Inovação e sustentabilidade são áreas de trabalho vitais, mas devem andar de mãos dadas com segurança. Este é um lembrete de que juntos podemos impulsionar a mudança, reduzir as emissões e tornar os céus mais verdes para as gerações vindouras”, concluiu Bishton.