Cabo Verde continua a braços com o problema da conetividade, segundo Ulisses Correia e Silva
O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva declarou que o país enfrenta “alguns fatores que temos de resolver nos próximos tempos, com maior celeridade”, que passam pela melhoria da conectividade, e que “colocam alguns constrangimentos”.
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Em entrevista concedida ao “Discurso Direto”, um programa do Novo Semanário e do Jornal Económico onde todas as semanas são entrevistados os protagonistas da política, da economia, da cultura e do desporto, o chefe do governo cabo-verdiano reconheceu que “chegar a Cabo Verde ainda é caro, quando se viaja na TAP, ou mesmo na TACV; estamos a trabalhar para conseguirmos trazer as low-cost, que não estejam necessariamente ligadas aos voos charters, que são fechados, vêm com tudo incluído; estamos, neste momento, a trabalhar nisso, para ver se conseguimos colocar Cabo Verde como destino de preços mais baixos do que aquilo que nós temos neste momento”.
Depois, acrescentou, “criar boas conectividades internas; isto vai fazer com que todas as ilhas possam ter maior capacidade de produção da oferta turística, porque todas elas têm coisas específicas, diferentes e interessantes”.
Ulisses Correia e Silva realçou que o seu país continua a apostar no turismo para crescer, mas “está também a concretizar reformas, para dinamizar a economia e torná-la mais resiliente”, para destacar ao Discurso Direto que de entre elas ainda há privatizações a realizar como a da TACV. “Deveremos pensar, novamente, na privatização da TACV [Transportes Aéreos de Cabo Verde], depois da fase de recuperação e da sua estabilização”, disse.
Ainda sobre as privatizações: “a TACV é sempre apontada como o caso mais complexo, não só pela dimensão, mas também pela situação atual da empresa e do sector. Além disso, Cabo Verde é um arquipélago e tem objetivos que têm de ser cumpridos, porque não pode ficar desligado do resto do mundo”.
O governante revelou que “temos o propósito de escolher um parceiro estratégico que garanta a participação de 51%. Por razões também que são, às vezes, atendíveis, porque precisamos de um parceiro que traga vantagens, e para trazer vantagens ter uma posição minoritária é, muitas vezes, muito mais difícil de conseguir. Depois, há uma participação, hoje já existente, dos trabalhadores na empresa; a empresa abriu o capital também à nossa comunidade emigrada e abriu uma outra parte para outros investidores privados. Portanto, tínhamos à volta de 39% na altura em que fizemos a privatização com a Icelandair. Neste momento, temos os 51% e os 39% no sector dos transportes aéreos internacionais são, essencialmente, para garantir que haja qualidade e conectividades; o Estado estará lá para garantir também, a nível dos contratos, um bom posicionamento”.
Relativamente à operação interilhas, o primeiro-ministro apontou, na entrevista que “temos um operador, que é a BestFly, que passou também por algumas dificuldades; está na fase, também, de recuperação e de consolidação num setor que também irá crescer mais em termos de capacidade de oferta”, avançando que “aprovámos, há pouco tempo, o regime de serviço público nos transportes interilhas, para garantir que nenhuma ilha que tem aeroporto fique sem conetividade, para explicar ainda que “estamos na fase de deixar consolidar mais a Bestfly para podermos começar a aplicar esse regime”.
Um turismo diversificado em todo o arquipélago
Um dos objetivos do governo de Cabo Verde é a diversificação da oferta turística em todo o arquipélago. O primeiro-ministro acredita que estão no bom caminho. “Para se ter uma ideia, Santo Antão, já em 2019 deu um salto grande a nível do turismo, da procura também, mas também investimentos; é uma das ilhas que está bem posicionada para ter um turismo diferente”.
São Vicente, na opinião do governante, “ é o próximo destino a ganhar dinâmica; nós temos, neste momento, mais seis hotéis em construção, todos hotéis com capitais privados, nacionais e estrangeiros, alguns desses hotéis são de referência, como o Sheraton, que está em construção, portanto, vai aumentar a capacidade de oferta, que é um problema que São Vicente tem hoje; é uma ilha que tem tudo para ter um turismo vibrante. Não será nunca como o Sal e a Boa Vista, mas tem um pouco de tudo: praias, que são mais pequenas, mas tem atividade cultural, tem a indústria da cultura muito, muito vibrante, e tem Santo Antão ali ao lado, com quem cria complementaridades”.
Sobre o Maio, disse que “é outra ilha que, nos próximos tempos, irá ter, de certeza absoluta, um grande avanço a nível do turismo, que tem um investimento muito impactante, a Little Africa, que é muito estruturante, também tem capitais privados e parceria com o Estado, para desenvolvermos mais o turismo”.
Ainda sobre o turismo, Ulisses Correia e Silva sublinhou na entrevista ao “Discurso Direto” que “foi, por razões óbvias, o setor mais afetado, também foi o setor que mais rapidamente recuperou”, lembrando que, em 2022, já fechámos o ano com maior número de turistas do que em 2019, antes da pandemia, e tem estado uma dinâmica muito forte, crescente, não só ao nível da procura, mas ao nível dos investimentos”, mas “temos a intenção de diversificar mais a economia, para não estar presa ao sector do turismo, no bom sentido”.