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Edição digital: Dossier de companhias aéreas, Soltour Travel Partners e Turismo do Centro

A nova edição do Publituris, a primeira do mês de fevereiro, faz capa com um dossier dedicado às novidades que as companhias aéreas preparam para o próximo verão IATA. Além do dossier, publicamos um artigo sobre a Soltour Travel Partners, uma entrevista com o presidente da Turismo do Centro e outra com o diretor-executivo do NEST – Centro de Inovação do Turismo.

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Edição digital: Dossier de companhias aéreas, Soltour Travel Partners e Turismo do Centro

A nova edição do Publituris, a primeira do mês de fevereiro, faz capa com um dossier dedicado às novidades que as companhias aéreas preparam para o próximo verão IATA. Além do dossier, publicamos um artigo sobre a Soltour Travel Partners, uma entrevista com o presidente da Turismo do Centro e outra com o diretor-executivo do NEST – Centro de Inovação do Turismo.

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A nova edição do Publituris, a primeira do mês de fevereiro, faz capa com um dossier dedicado às novidades que as companhias aéreas preparam para o próximo verão IATA, que arranca já a 27 de março e se prolonga até 26 de outubro.

Conheça as novidades previstas para Portugal para o próximo verão IATA e saiba também quais são as previsões das transportadoras aéreas para 2023, ano que promete trazer de volta a capacidade que ainda estava por repor devido à pandemia da COVID-19.

Nesta edição, publicamos também um artigo sobre a Soltour Travel Partners na secção de Distribuição, no qual o delegado Luís Alexandrino revela que o objetivo do operador passa por oferecer às agências portuguesas um portefólio mais amplo e não só de destinos de ‘Sol & Praia’.

Leia também o especial sobre o Turismo do Centro, em que Pedro Machado, presidente da entidade regional de turismo, faz um balanço sobre o seu mandato, que está a terminar, e fala sobre a importância do mercado espanhol, que a região quer continuar a captar, naquele que é um dos motivos que levaram a Turismo do Centro a associar-se ao lançamento da primeira Estratégia do Turismo Transfronteiriço 2022-2023, que foi apresentada na FITUR 2023.

Nesta edição, publicamos ainda uma entrevista com Roberto Antunes, diretor-executivo do NEST – Centro de Inovação do Turismo, que defende que “a tecnologia [no setor do turismo] deve ser o facilitador e não a finalidade”.

A nova edição do Publituris volta ainda a divulgar os nomeados para os Portugal Trade Awards by Publituris @BTL 2023, que vão ser entregues no primeiro dia da BTL, a 1 de março.

Este ano, são 100 os nomeados, em 16 categorias, às quais acresce o prémio “Personalidade do Ano”, que é escolhido diretamente pela equipa do Publituris. A votação online arranca já na próxima segunda-feira, 23 de janeiro, prolongando-se até 17 de fevereiro.

Além do check-in, esta edição conta também com as opiniões de Francisco Jaime Quesado (economista e gestor), Helena Pimentel (docente do ISG), Nuno Abranja (diretor do Departamento de Turismo do ISCE e CEO da consultora OMelhorDoTurismo) e Pedro Castro (diretor da SkyExpert Consulting e docente de Sistemas de Transporte no ISCE).

Leia a edição aqui.

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Receitas turísticas sobem 8,9% em setembro e têm aumento superior a mil milhões de euros face à pré-pandemia

No acumulado do ano, a tendência também é positiva e o valor das receitas turísticas chega já aos 22.196,28 milhões de euros, superior ao registado em todo o ano de 2022, de acordo com os dados revelados pelo Banco de Portugal (BdP).

As receitas turísticas somaram, em setembro, 3.077,43 milhões de euros, valor que ficou 8,9% acima de igual mês do ano passado e que traduz um aumento superior a mil milhões de euros face a setembro de 2019, antes da pandemia, de acordo com os dados revelados esta terça-feira, 19 de novembro, pelo Banco de Portugal (BdP).

Os dados do BdP mostram que, face a setembro de 2023, as receitas turísticas subiram 252,42 milhões de euros face aos 2.825,01 milhões de euros que tinham sido apurados no nono mês do ano passado.

Numa comparação com o mesmo mês do período pré-pandemia, a subida é ainda mais expressiva e chega aos 51,6%, já que as receitas turísticas, que se encontram pelos gastos dos turistas estrangeiros em Portugal, registaram um aumento de 1.047,06 milhões de euros face a setembro de 2019.

Tal como as receitas turísticas, também as importações do turismo, que se encontram pelos gastos dos turistas portugueses no estrangeiro, registaram um aumento de 6,9%, totalizando 732,99 milhões de euros, o que significa um crescimento de 47,63 milhões de euros face aos 685,36 milhões de euros contabilizados em setembro do ano passado.

Comparativamente a 2019, a subida volta a ser também mais expressiva, já que este indicador aumentou 44,3% ou 224,91 milhões de euros face ao mesmo mês do último ano antes da pandemia da COVID-19.

No comunicado que acompanha os números, o BdP explica que as Viagens e Turismo foram fundamentais para o aumento registado na balança de serviços, cujas exportações e importações aumentaram 7,8% e 7,0% em relação a setembro de 2023, o que “reflete, sobretudo, o contributo das viagens e turismo (+252 milhões de euros e +48 milhões de euros, respetivamente)”.

A tendência positiva foi ainda comum ao saldo da rubrica Viagens e Turismo, que chegou aos 2.344, 44 milhões de euros em setembro, o que traduz um crescimento de 9,6% ou 204,79 milhões de euros face ao mesmo mês do ano passado, e de 54% ou mais 822,15 milhões de euros em comparação com setembro de 2019.

Acumulado já ultrapassa valor total de 2022

No acumulado desde janeiro, o valor das receitas turísticas chega já aos 22.196,28, valor que é superior ao registado em todo o ano de 2022 e que representa um aumento de 9,4% ou mais 1.915,88 milhões de euros face aos 20.280,4 milhões de euros que tinham sido apurados em setembro do ano passado.

Tal como as receitas turísticas, também o acumulado das importações do turismo apresenta uma tendência positiva, chegando aos 5.284,48 milhões de euros, o que fica 7,6% ou 372,92 milhões de euros acima dos 4.911,56 milhões de euros apurados até ao mesmo mês do ano passado.

No que diz respeito ao saldo acumulado, a situação volta a ser positiva, uma vez que este indicador chegou aos 16.911,8 milhões de euros, o que traduz um aumento de 9,4% ou mais 1.450,88 milhões de euros face aos 15.460,92 milhões de euros apurados em igual período do ano passado.

 

 

 

 

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Todos os olhos estão na Ásia, com destaque para a Índia

Uma recente análise da Google aponta para um forte crescimento das viagens internacionais até 2040. E se no WTM Global Travel Report, apresentado durante o WTM 2024, se aponta para 2 biliões de turistas internacionais, a análise da Google amplia esse número para 2,4 biliões.

Victor Jorge

Com a indústria das viagens a enfrentar grandes desafios nos últimos anos, com a história a demonstrar tratar-se de um setor altamente resiliente, uma recente análise da Google mostra que, mesmo defrontando acontecimentos imprevistos, as pessoas não perderam o interesse em viajar e explorar novas experiências.

No “Travel Vision 2040”, a google, juntamente com a Deloitte e players do setor das viagens, apontam para um crescimento das viagens internacionais em 60% até 2040, fixando o número de turistas internacionais nessa altura nos 2,4 biliões.

A ascensão da Índia
O panorama das viagens, em 2040, assistirá, segundo a análise publicada pela Google, à ascensão ou reforço de novos mercados de origem, indicando a Índia, China e os EUA como os mercados de crescimento mais rápidos.

O destaque vai, de resto, para os viajantes indianos, que aumentam em cinco vezes até 2040, impulsionados pelo aumento da posse de passaportes e por políticas de vistos menos rígidas. “São pessoas com conhecimentos digitais e que tomam decisões rápidas, reservando voos internacionais com um prazo médio inferior a 50 dias (por comparação, com o prazo médio global de quase 70 dias)”.

O relatório salienta, no entanto, que a diversidade linguística e cultural da Índia exige uma abordagem localizada por parte das marcas. “O país tem muitas línguas diferentes, sendo que 10 delas têm mais de 30 milhões de falantes nativos cada. E a maioria dos indianos prefere utilizar a sua língua local para pesquisar e efetuar tarefas online”, referem os autores.

Por outro lado, do globo, os EUA continuam a ser um poderoso mercado de origem nas viagens. Os viajantes norte-americanos já representam 10% da procura de todas as viagens europeias e constituem 40% de todos os viajantes não europeus na região. “Estes viajantes são extremamente conscientes da marca, com 78% dos consumidores norte-americanos dispostos a pagar mais por uma marca que conhecem”, refere a Google.

As empresas de viagens devem, por isso, concentrar-se em estabelecer – ou aumentar o conhecimento – da sua marca nestes mercados de origem emergentes e em crescimento. “Em 2040, as pessoas já devem conhecer a marca quando estão a planear as próximas férias, em vez de a descobrirem pela primeira vez”, frisa a análise.

Os novos “hotspots”
O panorama das viagens em 2040 não é apenas moldado pelo local de onde os viajantes saem, mas também pelo local para onde viajam, destaca a Google. Prevê-se, assim, que Espanha ultrapasse França como o país mais visitado do mundo – embora seja uma corrida renhida entre ambos os mercados – e que o recém-chegado México entre no top 5 dos destinos mais populares.

Contudo, os países europeus continuarão a ser um dos principais atrativos para quem vai de férias, a par da Ásia e da América do Norte.

Espera-se, também, que o Médio Oriente assista a um afluxo de viajantes, registando a taxa de crescimento anual mais elevada prevista para as chegadas entre o presente ano (2024) e 2040.

E aqui, dois mercados estão a fazer “trabalho extra” neste domínio: a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos (EAU). “O aumento do interesse da Arábia Saudita é alimentado por infraestruturas atualizadas e reformas dos vistos de entrada, impulsionadas por projetos turísticos ambiciosos”, enquanto a popularidade dos Emirados Árabes Unidos basear-se-á “na oferta de experiências de alta qualidade e de ofertas de luxo”.

Raúl González, coautor do relatório e CEO do Barceló Hotel Group para a Europa, Médio Oriente e África, explica no relatório que “as marcas, em destinos em crescimento, terão de se adaptar a diferentes tipos de viajantes”. E acrescenta: “quando as pessoas reservavam um hotel há 30 anos, queriam apenas uma cama. Atualmente, querem uma experiência personalizada e local”. Por isso, admite ainda, “é importante analisar os dados para compreender as novas expectativas dos clientes”.

A analise sobre o panorama das viagens em 2040 também mostra que a diversificação de destinos em locais já populares continuará a aumentar. “Ao elaborar a sua estratégia para o futuro, analise a forma como pode satisfazer os visitantes de diferentes países”, salienta a Google.

Informado, exploratório e envelhecido: eis o viajante do futuro
Com o surgimento de novos mercados de origem, a análise da Google divide o viajante do futuro em duas categorias distintas: “emergentes e maduros”. Os viajantes emergentes gravitam mais em torno de destinos maduros, enquanto os viajantes maduros são cada vez mais atraídos por locais fora dos circuitos habituais.

“Os viajantes emergentes – como os da Índia – procuram inicialmente mercados que sejam simultaneamente destinos de viagem estabelecidos e próximos de casa”, explica Patricia Ruiz Ramos, Senior Manager Strategy Consulting Practice da Monitor Deloitte. “É por isso que os países vizinhos verão primeiro o impacto dos viajantes emergentes. Os locais mais distantes, como os da Europa, irão sentir os efeitos à medida que o poder de compra destes viajantes aumentar.”

A análise revela, também, que ambos os tipos de viajantes são altamente informados e realizam pesquisas extensas antes das suas viagens. Não se limitam a fazer reservas, procuram confiança e segurança nas suas decisões.

“À medida que a população mundial envelhece e os indivíduos entram na reforma com melhor saúde, está a surgir um novo segmento de viajantes com necessidades e preferências distintas”, afirma Ruiz Ramos. “Isto, juntamente com o interesse crescente em experiências culturais e históricas entre os viajantes de países como o Japão e a China, representa uma oportunidade significativa para as empresas de viagens explorarem este mercado em crescimento, adaptando as suas ofertas para satisfazer as exigências específicas destes viajantes.”

E a Google deixa um recado final: “lembre-se, 2,4 mil milhões de viajantes estão à espera. O futuro das viagens pertence às marcas e destinos que estão preparados”.

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TAP com lucros no 3.º trimestre e no acumulado do ano, mas abaixo dos resultados de 2023

A TAP Air Portugal registou lucros de 117,8 milhões de euros no 3.º trimestre de 2024, ficando 34,8% abaixo do registado no mesmo período de 2023, apontando as “perdas cambiais” como principal fator. No acumulado do ano, os lucros somam 118,2 milhões de euros.

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01A TAP Air Portugal alcançou um resultado líquido de 117,8 milhões de euros no 3.º trimestre de 2024, correspondendo a menos 34,8% face aos 180,5 milhões de euros alcançados no mesmo período de 2023. Esta diminuição de 62,8 milhões de euros deve-se, segundo a companhia, “ao impacto de perdas cambiais” que nos três meses de 2024 foram de 22 milhões de euros, mas que no acumulado do ano já somam 39,5 milhões de euros.

No acumulado do ano (janeiro a setembro), os resultados da companhia aérea nacional indicam lucros de 118,2 milhões de euros, o que corresponde a uma quebra de 41,9% face aos 203,5 milhões de euros alcançados em período homólogo de 2023.

No que diz respeito às receitas operacionais, a TAP cresceu 2%, passando e 1.258,5 milhões de euros para 1.284,1 milhões de euros, significando um aumento de 25,6 milhões de euros.

No acumulado do ano, o aumento das receitas operacionais é ligeiramente superior, cifrando-se nos 2,8%, o que significa que se passou de 3.164,7 milhões de euros para 3.252,6 milhões de euros, correspondendo a mais 87,9 milhões de euros.

Com as receitas provenientes dos passageiros a aumentar 0,5% no 3.º trimestre, passando de 1.181,3 milhões de euros para 1.187,5 milhões de euros (+6,2 milhões de euros), a grande subida deu-se na manutenção, onde a TAP cresceu 48% no 3.º trimestre e 39,8% no acumulado do ano. Assim, as receitas provenientes desta alinha passaram de 32,9 milhões de euros para 48,7 milhões de euros no 3.º trimestre, enquanto no acumulado do ano passou de 118,4 milhões para 165,5 milhões de euros.

Mas se as receitas operacionais registaram um crescimento, também os gastos operacionais aumentaram, totalizando 1.056,9 milhões de euros no trimestre em análise (+6,5%) e 2.914,5 milhões (+4,4%) no acumulado do ano.

Nos gastos operacionais, a TAP viu as despesas com combustíveis aumentar em 2% no 3.º trimestre, passando de 285,4 milhões de euros para 291,2 milhões de euros, mais baixou em 2,4% esta despesa no acumulado do ano, passando de 828,2 milhões de euros para 808,3 milhões de euros.

O EBITDA recorrente totalizou 372 milhões de euros no 3.º trimestre de 2024, representando uma margem de 29%, diminuiu em 18,7 milhões de euros (-4,8%) em comparação com o 3.º trimestre do exercício anterior. O EBIT recorrente diminuiu em 37,7 milhões de euros (-13,6%) face ao 3.º trimestre de 2023, totalizando 238,6 milhões de euros, representando uma margem de 18,6%.

Quanto aos passageiros transportados no 3.º trimestre, o número ascende a 4,6 milhões, correspondendo a uma subida de 1,3% ou 60 mil face a igual período de 2023. Já no acumulado do ano, a TAP transportou 12,3 milhões de passageiros de janeiro a setembro de 2024, o que significa um aumento de 1,5% (+178 mil) que os 12,1 milhões de período homólogo de 2023.

Em comunicado, a TAP informa, também que, a 30 de setembro de 2024, o Balanço apresentava uma posição de caixa e equivalentes de caixa “robusta” no valor de 943,1 milhões de euros, um aumento de153,7 milhões de euros face a 31 de dezembro de 2023.

No mesmo comunicado de imprensa, Luís Rodrigues, presidente executivo da TAP, afirma que estar “satisfeito com a performance no terceiro trimestre de 2024, apesar dos dois grandes desafios enfrentados: a situação difícil de gestão do espaço aéreo europeu, e as desvalorizações cambiais significativas. A melhoria da pontualidade e do NPS (Índice de Satisfação do Cliente) e a estabilização da regularidade, confirmam uma operação mais robusta e com um melhor serviço para os nossos clientes, que se traduz em aumentos de receitas e consolidação de resultados operacionais.”

Luís Rodrigues salienta ainda que, “o sucesso na emissão de obrigações, com uma clara criação de valor para a TAP, dado a redução significativa do spread implícito, resultou de uma resposta positiva por parte dos investidores à performance financeira da empresa.”

E o presidente executivo da TAP conclui que, “apesar do atual contexto desafiante do setor, mantemo-nos focados na transformação da TAP, com o apoio das nossas pessoas e dos nossos stakeholders, numa companhia sustentadamente rentável e numa das mais atrativas da indústria”.

Para o quarto e último trimestre de 2024, a TAP informa que “as reservas encontram-se ligeiramente acima do ano anterior, sendo expectável que compensem alguma pressão sobre as yields”.

Ainda neste mês de novembro, a companhia recorda que se concluiu “com sucesso a emissão de senior notes no valor de 400 milhões de euros, com um cupão de 5,125%, o que permite à TAP otimizar a sua estrutura financeira e cumprir com os compromissos do Plano de Reestruturação”.

Também neste 4.º trimestre, a TAP salienta que “o investimento no mercado brasileiro continua, com a abertura da nova rota para Manaus”, bem como, o investimento na modernização da frota, “com a entrega de duas novas aeronaves A320neo, em substituição de duas aeronaves da família A320ceo”, concluindo ainda que “o compromisso com o plano estratégico continuará”.

 

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Emprego e Formação

“Um bom gestor tem de estar consciente de todos os desafios, mesmo que não esteja propriamente consciente da solução“

Lançada este ano pela Universidade Nova, a pós-graduação “Leading Tourism & Hospitality” pretende olhar para os grandes desafios que o turismo enfrenta. O objetivo, diz Eurico Cabrita, professor e cientista químico, e coordenador desta pós-graduação, é “encontrar as melhores práticas para minimizar os efeitos” num tempo marcado pela incerteza.  

Victor Jorge

De natureza inter e multidisciplinar, a nova pós-graduação da Universidade NOVA de Lisboa, iniciado no ano letivo 2024-2025, pretende ser uma resposta concreta às necessidades de qualificação no setor de turismo e hospitalidade, integrando uma abordagem fundamental para a formação de líderes inovadores e preparados para enfrentar os desafios e as oportunidades do futuro. Eurico Cabrita, sub-diretor para a Inovação e Investigação da NOVA FCT e cientista químico, admite que “os grandes desafios do turismo não são diferentes dos grandes desafios da atual sociedade”.

A Universidade NOVA de Lisboa lançou, neste ano letivo 2024/2025, uma nova Pós-Graduação “Leading Tourism & Hospitality”. No que consiste esta pós-graduação, que valor acrescentado traz para quem a frequenta e depois a transpõe para o setor e para o seu dia-a-dia profissional?
Em primeiro lugar, esta pós-graduação não surge do nada. A Universidade Nova já trabalha o setor do turismo há algum tempo de uma maneira coordenada. O que é que isto significa? Significa que foi formada na Universidade Nova uma plataforma de turismo e hospitalidade. Representando o turismo cerca de 17% do PIB nacional, trata-se, efetivamente, de um setor muito importante. E a Universidade pensou ou começou a pensar esta área e à partida pode parecer estranho, mas de facto os desafios do turismo nos dias de hoje são verdadeiramente multidisciplinares.

Sendo uma Universidade com tantas unidades orgânicas e cobrindo todas as áreas do saber, o que pensámos foi ter uma visão integrada do turismo, contribuindo para ajudar ao desenvolvimento do turismo, mas de uma maneira integrada. Ou seja, todos nós, de alguma maneira, nas unidades orgânicas da universidade, desde a economia ao direito, da medicina às ciências de tecnologia, trabalhamos o setor do turismo, em alguns casos diretamente, em outros casos mais indiretamente.

Temos, inclusive, na IMS (Information Management School) e na SBE (School of Business and Economics), cursos específicos e dedicados a determinadas áreas do turismo, mais ligados ao marketing, à parte digital ou ao negócio.

Esta experiência acumulada, associada a uma questão de oportunidade, já que esta pós-graduação é apoiada por um PRR – Tourism International Academy (TIA) -,deu-nos capacidade financeira, porque também é importante, de estruturar esta oferta, ou seja, olhar para todas as unidades orgânicas e permitir construir uma oferta curricular para capacitação na área do turismo. Em cada uma das unidades orgânicas, e a partir dessa experiência, percebemos que temos muito potencial, muito saber acumulado e, reunindo alguns parceiros-, sentimos que o setor precisava desta capacitação.

Além disso, como universidade que trabalha diversas áreas, percebemos que os grandes desafios do turismo não são diferentes dos grandes desafios da atual sociedade, ou seja, a sustentabilidade, o digital, os recursos humanos, o marketing, entre outros, e a gestão de uma incerteza que nos acompanha. Quando me refiro a incerteza, é o risco de uma maneira geral, que podem ser as alterações climáticas, uma guerra, ou seja, a imprevisibilidade que se vive hoje em diversos setores, com o turismo incluído.

E, portanto, ao colocar especialistas nesta pós-graduação, a mais-valia que vamos trazer é para gestores médios do turismo, dar-lhes uma capacidade de pensar estes temas de uma maneira transversal, porque sabemos que o turismo tem grandes desafios, mas também tem um grande potencial transformador.

O mundo está em permanente mudança e queremos preparar as pessoas, os profissionais da melhor maneira.

Os grandes desafios do turismo não são diferentes dos grandes desafios da atual sociedade


Cadeia para melhores práticas
Mas falou em os parceiros. Portanto ouviram o setor e quando o ouviram, o que é que o setor vos disse?
O setor identificou três áreas – sustentabilidade, digital e incerteza – como importantes. São grandes áreas temáticas que, hoje em dia, nos preocupam a todos, em todas as áreas. Numa área com a importância económica do turismo, ainda mais.

O setor do turismo funciona muito bem, é extremamente competitivo. Portugal não atinge este nível de competitividade internacional se não fôssemos bons e se não tivéssemos bons decisores. O que significa que os nossos decisores, ou seja, quem pensa o turismo em Portugal, têm tido esta capacidade de perceber, de entender, de estudar e de se preparar. E o que estamos a fazer é dar esta contribuição para preparar ainda mais e melhor quem trabalha no setor do turismo.

A pós-graduação foi pensada dessa maneira, muito com base na experiência, da formação que tínhamos feito neste último ano e conseguimos identificar professores de todas as unidades orgânicas para esta unidade curricular. Portanto, aqui a multidisciplinaridade é extremamente importante e também temos pessoas do setor, profissionais que vêm com casos de estudo para quem entra nesta pós-graduação também ouvir quem está verdadeiramente no terreno e quem está a trabalhar o turismo nas mais variadas vertentes.

Tentamos fazer este cruzamento do que se está a fazer na universidade, quais são as previsões de futuro em determinadas áreas e para onde é que o setor aponta, e ligar depois com pessoas que estão no terreno.

A pós-graduação está estruturada em dois semestres e depois tem um projeto, em função dos interesses específicos, uns podem estar mais ligados ao património, outros podem estar mais ligados ao marketing outros à sustentabilidade.

Mas trata-se de uma pós-graduação para quem já está a exercer uma profissão no setor e procura um upskill ou ainda não está no mercado do trabalho?
Diria que temos a ambição de servir os dois públicos. Para quem já está no setor do turismo, isto é uma preparação para o futuro e para aquilo que achamos que é o presente.

É um futuro quase imediato?
Exato, é um futuro imediato. Para quem acabou e pretende entrar nesta área é muito interessante perceber quais são os desafios. É entrar a perceber, ou seja, quais são os desafios para os próximos anos neste setor, em muitas áreas distintas. Temos a noção que estamos a fazer uma formação com um espetro alargado, mas depois temos formações específicas nas nossas unidades orgânicas. Se alguém se quiser especializar mais no Direito, no Marketing Digital, Gestão pode encontrar essas especializações nas nossas unidades orgânicas.

Não vai sair daqui um gestor em turismo, não é essa a nossa intenção, já que a formação é de largo espetro, permitindo a quem já está no setor fazer um refresh, fazer uma atualização, perceber quais são as tendências e quais são as implicações dos fenómenos que estamos a viver atualmente.

Por exemplo, a parte do digital é algo que está a revolucionar o setor. Mas há mais, por exemplo, como é que a revolução dos materiais de construção pode levar a que eu torne o meu empreendimento mais sustentável, ou adquirir uma capacidade de pensar uma logística que pode fazer com que se tenha uma pegada de CO2 mais baixa.

Portanto, é de facto transformar o turismo, é pegar em todo esse conhecimento, os desafios que nos são colocados no presente e que vão, de certeza, ser agravados no futuro. O turismo está a crescer praticamente em todo o lado e não diria que esta formação passa por, não digo encontrar as soluções porque isso significaria que deixaríamos de ter esse problema, mas por encontrar as melhores práticas para minimizar os efeitos.

E, acima de tudo, um dos grandes objetivos é, uma vez que o mundo é cada vez mais complexo e interdependente, percebermos que, quando atuamos num problema, temos de pensar como é que as coisas estão interligadas.

É explicar a cadeia?
Correto. Ao montar um empreendimento turístico num local, há toda uma cadeia de eventos que não estão propriamente só relacionados com o setor do turismo, mas que têm implicações na sociedade.

Há, de facto, alguns desequilíbrios que têm de voltar a ser equilibrados o mais rapidamente possível na questão multidisciplinar. No fundo, a pós-graduação espelha um pouco aquilo que serão as melhores práticas para o problema do turismo e a maneira como o turismo tem de evoluir tendo em conta esta interdependência entre várias áreas e, principalmente, para gestores médios que têm de tomar decisões é importante eles estarem conscientes da implicação que tudo tem ou poderá ter.

Um bom gestor tem de estar consciente de todos os desafios, mesmo que não esteja propriamente consciente da solução, mas sabe que terá de recorrer a um especialista de determinada área para resolver o problema ou pelo menos minimizá-lo.

Portugal não atinge este nível de competitividade internacional se não fôssemos bons e se não tivéssemos bons decisores


Falou na digitalização do setor do turismo. Esta vai, por exemplo, deixar o turismo mais desumano. Ou seja, as decisões vão passar a ser mais digitais e menos humanas?
Por trás da máquina está sempre o humano. Neste momento o que temos é uma capacidade de tratar dados. Agora falamos muito em Inteligência Artificial, mas a palavra inteligência induz-nos em erro, já que o que temos é a capacidade de tratar muitos dados e obter muita informação. A decisão não é da máquina, não devemos deixar a decisão para a máquina.

Ao ter mais informação, também posso aproveitar para tomar a decisão mais informada, abre-nos mais oportunidades. Eventualmente, poderei ter novos produtos, ter capacidade de gerir as coisas de outra maneira.

Por exemplo, porque havemos de ter tantas pessoas a tentar ir ao mesmo tempo para um museu ou para uma atração turística se posso ter em tempo real informação e gerir esses fluxos da forma mais correta e eficiente? Isto pode ser aplicado a tudo. Podemos criar experiências que estão muito mais vocacionadas para aquilo que é o gosto pessoal de cada pessoa. Como disse, há todo um leque de oportunidades também para criar novos produtos.

Até porque este leque de oportunidades de criar novos produtos também pode ser vista como uma questão geracional?
Também. A segmentação no turismo sempre existiu e vai continuar a existir e as ferramentas digitais vão permitir ainda mais nichos, explorar mais nichos, porque permitem-nos quase criar o produto que é um turismo quase para uma pessoa. Ou seja, a personalização da experiência máxima e a digitalização traz-nos essas oportunidades, O facto de poder ir ao chatGPT e pedir para me fazer um itinerário retirou completamente as agências de viagens e isso é uma das preocupações.

Mas isso significa que as agências de viagens ficam sem negócio?
Não, não vão ficar sem negócio. As agências de viagens vão é utilizar a Inteligência Artificial para criar novas experiências.

Ainda relativamente aos parceiros – Turismo Portugal, Pestana Hotel Group, Details Hospitality, Sports and Leisure, AHP e APAVT – que importância tem a envolvência destes para esta formação? Não falta aqui uma TAP ou uma rent-a-car?
Os que mencionou são os parceiros oficiais, desde o primeiro momento. O que não quer dizer que depois, nas várias unidades curriculares, não venham, e virão com certeza, mais parceiros. É evidente que vamos ter pessoas também de outros setores. Mas os parceiros oficiais pensaram a estrutura da pós-graduação connosco e quais seriam os temas mais importantes, funcionando um pouco como consultores.

Contudo, depois, ligados às unidades curriculares específicas, cada coordenador tem a liberdade para construir a sua unidade curricular.

Os grandes problemas, os grandes desafios que temos no setor do turismo são os desafios que a sociedade enfrenta atualmente como um todo e a resposta vai vir da ciência e da tecnologia


Turismo multidisciplinar
O professor é cientista químico e subdiretor para a inovação e investigação da nova FCT. Esta formação científica que possui demonstra um pouco a necessidade de o turismo ser cada vez mais multidisciplinar.
Vou dar uma resposta à cientista que é: a ciência é que tem a solução para tudo. É da ciência e da tecnologia que têm vindo as grandes soluções para os grandes desafios da humanidade. Portanto, os grandes problemas, os grandes desafios que temos no setor do turismo são os desafios que a sociedade enfrenta atualmente como um todo e a resposta vai vir da ciência e da tecnologia.

Há alguns desafios e transformações que se vão notando. A importância da tecnologia, a questão das comunidades locais, do turismo agregar mais valor. Apontou as alterações climáticas, da inovação, da análise de dados, ou seja, de não só tê-los, mas de utilizá-los. Esta pós-graduação pode olhar para o futuro a quantos anos?
Essa é uma pergunta difícil de resposta, porque o que nos prova o momento histórico em que vivemos é que tudo pode mudar de uma maneira quase imprevisível em muito pouco tempo.

Temos guerras que pensávamos que já não podiam existir, tivemos uma pandemia. A nossa intenção seria pensar a cinco ou 10 anos, mas acho que não somos capazes de o fazer no mundo em que vivemos hoje. Agora, o que conseguimos fazer é preparar pessoas para lidarem com essa incerteza, de estarem mais bem capacitadas para lidarem com a imprevisibilidade, ter mecanismos para lidar com os dados, para perceber como é que se analisam, para perceber tendências e para saber como reagir a tudo isso.

No fundo, aquilo que queremos é capacitar as pessoas, de alguma maneira, para estarem preparadas para a resiliência e para a imprevisibilidade.

Estes últimos anos o que nos ensinaram é, de facto, que temos de estar preparados para a incerteza?
Exatamente. E o fator humano continua a ser extremamente importante, desde que se saiba utilizar todas as ferramentas.

Estamos numa universidade. Que papel podem e fundamentalmente devem desempenhar as instituições de ensino na formação e na especialização dos profissionais do setor do turismo?
As universidades são centros de criação de conhecimento e investigação. Numa faculdade de ciências e tecnologia, como esta, muitas vezes até criamos coisas novas.

Por isso, o que temos de fazer? É colocar todo esse conhecimento e aplicá-lo a um ou vários setores. A obrigação da universidade é realmente criar conhecimento, mas depois utilizá-lo para deixar o mundo melhor. Assim, parece uma afirmação quase esotérica, mas o assunto é sério.

O que acontece muitas vezes, senão na maioria das vezes, é que o conhecimento é criado na universidade e fica na universidade. Existe, está lá, mas não é utilizado.

Mas não é utilizado porquê? Porque não se vai à procura, porque não se dá a conhecer, porque não é procurado?
Este não é um problema exclusivo da academia portuguesa, é um problema da academia em geral. Esta relação da academia com a sociedade sempre foi uma relação difícil. Mas basta recuar um pouco, não muito, para perceber que o conhecimento científico, quando a sociedade precisou da academia, ela esteve presente e a investigação científica apareceu com uma ou várias soluções. É uma relação que tem os seus altos e baixos.

Dou-lhe um exemplo, no Departamento de Engenharia do Ambiente, temos pessoas que trabalham muito em sustentabilidade, que editaram um livro sobre a sustentabilidade em empreendimentos turísticos. Por isso, quando se coloca este conhecimento em prol de uma determinada causa, vêm-se coisas muito úteis.

O papel da universidade é criar conhecimento e tem o papel de fazer uma translação deste conhecimento para os problemas reais.

 

O fator humano continua a ser extremamente importante, desde que se saiba utilizar todas as ferramentas

 

E poderão surgir daqui outras pós-graduações ou outras formações mais específicas ligadas ao turismo, ligadas à hospitalidade, à mobilidade, mas mais específicas?
Elas já existem, de alguma maneira no universo da Nova e de uma forma muito diversificada, desde a gastronomia, tratamento de dados, marketing, gestão, direito, etc..

Se tivéssemos uma bola de cristal e pudéssemos olhar para daqui a cinco ou 10 anos, quais os skills que apontaria necessários ter no universo do turismo?
Tudo o que tem a ver com a sustentabilidade nos próximos anos vai ser fundamental. E a sustentabilidade aqui tem tantas implicações, porque vai ter implicações a nível da gestão, do normal dia-a-dia, implicações legais, porque a legislação vai mudar. Ou seja, a sustentabilidade tem implicações e ramifica-se.

O importante, depois, é ter a noção correta de como aplicar a sustentabilidade. O que digo é que os profissionais na indústria do turismo terão em tudo o que é sustentabilidade um enorme desafio e vão ter de olhar a sério este tema.

Mas falando em sustentabilidade, as soluções têm de ser, de alguma forma, impostas por lei, e não tanto por transformação da mentalidade das pessoas, do tal fator humano?
Penso que terá de acontecer pelas duas vias. Mas claro que a maneira mais rápida é sempre se for imposta por lei. Diria até, na emergência em que vivemos no planeta, provavelmente terá mesmo de ser esse o caminho.

Se queremos que isto tudo seja sustentável, a sustentabilidade só se atinge plenamente se mudarmos as mentalidades, mas terá de ser natural. Só assim se conseguirá ter sucesso.

As novas gerações, por exemplo, veem esta questão da sustentabilidade de uma forma completamente diferente e para os mais jovens a sustentabilidade é algo já natural seja nas viagens, na gastronomia, no alojamento. É uma geração que está mais alerta para esta questão, está mais informada e atua de forma mais rápida.

Mas, no fundo, tem de ser fácil ser-se sustentável. Ou facilitamos ou não teremos sucesso.

E do lado dos turistas?
Os turistas são a outra parte da equação. Inclusivamente temos uma unidade curricular a pensar nisso. Como é que o setor do turismo e os agentes e operadores turísticos poderão, eles próprios, ser intervenientes na mudança na mentalidade do turista.

Nesse aspeto, vamos mais ao campo da psicologia, mas é reconhecido que há realmente um papel que o turista irá desempenhar.

Se olharmos para os nossos parceiros, o Turismo Portugal tem a responsabilidade de informar o turista, o grupo Pestana, o maior grupo hoteleiro em Portugal, também tem de informar o seu hóspede, que é turista. Temos uma AHP, uma associação que não é um grupo hoteleiro, mas que o represente e, portanto, também tem a sua responsabilidade, tal como uma APAVT que, junto das agências, também tem de informar os operadores para dar essa informação ao turista.

É evidente que não vamos mudar a mentalidade de uma pessoa no período em que está a fazer turismo.

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TAP já soma mais de 12 mil passageiros para Florianópolis e 7.300 para Manaus

Carlos Antunes, diretor da TAP para as Américas, revelou que a companhia aérea está a estudar o aumento de frequências para Florianópolis e a passagem dos voos de Manaus a diretos, o que poderia acontecer a partir de 2025.

Inês de Matos

A TAP já vendeu cerca de 12 mil lugares nos voos para Florianópolis, que arrancaram a 3 de setembro, e outros 7.300 para Manaus, rota que regressou à rede da companhia aérea a 4 de novembro, números que, segundo Carlos Antunes, diretor da TAP para as Américas, surpreenderam a companhia aérea pela positiva.

“Em Florianópolis, temos dois meses de rota, surpreendeu-nos pela positiva e continua a surpreender-nos. Os voos estão com um fator de ocupação extremamente positivo. 85% dos passageiros são brasileiros”, indicou o responsável aos jornalistas, durante o Festuris 2024, que decorreu em Gramado, no Rio Grande do Sul, Brasil, entre 7 e 10 de novembro.

Carlos Antunes revelou que, na capital do estado brasileiro de Santa Catarina, a ligação da TAP corresponde ao “único voo internacional para a Europa à saída de Florianópolis, o que faz uma diferença brutal” e tem ditado os elevados números que os voos apresentam, levando mesmo a companhia aérea a equacionar um futuro aumento de ligações.

“As nossas expetativas são aumentar para quatro voos, vamos ver como corre, está a correr bem mas vamos relançar Porto Alegre e ainda temos passageiros de Porto Alegre que estão a ir por Florianópolis. Por isso, quando tivermos os dois a funcionar ao mesmo tempo é que vamos ver”, explicou.

O diretor da TAP para as Américas indicou que os voos para Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, devem regressar em finais de março ou início de abril, até porque a parte internacional do Aeroporto Internacional Salgado Filho, que foi destruído pelas inundações de maio, só deverá reabrir a 16 de dezembro.

“A TAP volta logo, mas não volta imediatamente porque há uma série de coisas que temos de fazer antes de voltar com a rota”, explicou Carlos Antunes, destacando que, além de precisar de ter a garantia de que a pista vai estar operacional, a companhia aérea precisa também “de tempo para vender o voo”.

“Acreditamos que estamos a falar de alguma coisa como o voo estar de volta entre fim de março e início de abril, é o que vemos tendo em atenção este timeline. A pista estará pronta em dezembro, precisamos de dois meses e pouco para vender”, resumiu.

O responsável considera também que o regresso dos voos de Porto Alegre não vai “canibalizar” as ligações de Florianópolis, até porque “vão operar em dias alternados”.

“Essa é a nossa perspetiva, voltar a ter muito rapidamente os 13 destinos, as 13 cidades no Brasil. E vamos manter Florianópolis, as duas convivem muito bem”, acrescentou Carlos Antunes.

Manaus pode vir a ganhar voo direto

O diretor da TAP para a Américas mostrou-se ainda satisfeito com os números gerados pelos voos para Manaus, no estado do Amazonas, que foram retomados a 4 de novembro, via Belém, numa operação em que a TAP já vendeu cerca de 7.300 passageiros, apesar de não contar com voos diretos, o que poderá vir a acontecer no futuro.

“Não é o ideal, o ideal seria o voo direto, mas Manaus não tinha voo nenhum para a Europa e um voo via Belém está muito bem. Talvez com o aumento da procura vejamos se há outras alternativas e passar o voo a direto”, explicou Carlos Antunes, explicando que a decisão de colocar o voo via Belém se deveu à restrição de aeronaves.

Apesar de não serem diretos, os voos para Manaus tem vindo a registar uma procura positiva e oferecem à TAP “a possibilidade de explorar mais uma rota, ligar duas cidades e a capital do Estado do Amazonas, no coração da Amazónia, com Lisboa e, atender Manaus e as comunidades que estão próximas e gerar mais passageiros”.

Carlos Antunes explicou ainda que a decisão de passar o voo de Manaus a direto só deverá ser tomada “a partir de 2025”, uma vez que a partir do próximo ano a companhia aérea deixa de “estar ao abrigo das restrições do plano de reestruturação”, que impõem limites de frota.

*A jornalista viajou a convite da TAP e do Festuris.

 

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Aeroportos nacionais movimentam mais de 54 milhões de passageiros até setembro

Em setembro de 2024, os aeroportos nacionais movimentaram 6,9 milhões de passageiros, correspondendo a +3,6% face a setembro de 2023. No acumulado, o total ascende a 54,4 milhões de passageiros.

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Em setembro de 2024, movimentaram-se nos aeroportos nacionais 6,9 milhões de passageiros (embarques, desembarques e trânsitos diretos), correspondendo a +3,6% face a setembro de 2023, o que representa uma subida de 0,8 pontos percentuais face à subida de 3,1% registada no mês anterior (face a agosto de 2023), indicam os dados do Instituo Nacional de Estatística (INE).

No 9.º mês do ano, 81,9% dos passageiros desembarcados nos aeroportos nacionais corresponderam a tráfego internacional, atingindo 2,8 milhões de passageiros (+4,1%), na maioria provenientes do continente europeu (67,1% do total), correspondendo a um aumento de 2,5% face a setembro de 2023. O continente americano foi a segunda principal origem, concentrando 9,8% do total de passageiros desembarcados (+11,1%).

Relativamente aos passageiros embarcados, 82% corresponderam a tráfego internacional, perfazendo um total de 2,9 milhões de passageiros (+3,4%), tendo 68,6% do total como principal destino aeroportos no continente europeu, registando um crescimento de 2% face a setembro de 2023. Os aeroportos no continente americano foram o segundo principal destino dos passageiros embarcados (9,2% do total; +8,9%).

Em setembro de 2024, registou-se o desembarque médio diário de 115,1 mil passageiros, valor superior em 3,8% ao registado em setembro de 2023 (110,9 mil), apesar do impacto do fecho por 24 horas do aeroporto do Porto, no dia 10 de setembro, para trabalhos de reabilitação da pista.

Já no que diz respeito à movimentação de aeronaves, no mês de setembro, aterraram nos aeroportos nacionais 23,7 mil aeronaves em voos comerciais, com o INE a indicar que “o movimento diário de aeronaves e passageiros é tipicamente influenciado por flutuações sazonais e de ciclo semanal. Os valores diários mais elevados são geralmente encontrados no período de verão e o sábado foi, no ano passado, o dia da semana com maior número de passageiros desembarcados”.

O aeroporto de Lisboa recebeu, em setembro, 3,280 milhões de passageiros, mais 140 mil que em igual período de 2023 (+4,3%), enquanto o Porto movimentou 1,514 milhões (+22 mil que em setembro de 2023, ou seja, +1,5%) e Faro 1,190 milhões (+28 mil que em igual período do ano passado, +2,4%).

Já entre janeiro e setembro de 2024, o número de passageiros movimentados aumentou 4,4% nos aeroportos nacionais, totalizando 54,440 milhões, ou seja, mais 2,278 milhões face ao acumulado de 2023, indicando o INE que durante este período “verificaram-se máximos históricos nos valores mensais de passageiros nos aeroportos nacionais”.

Considerando o volume de passageiros desembarcados e embarcados em voos internacionais nos primeiros nove meses de 2024, o Reino Unido foi o principal país de origem e de destino dos voos, tendo registado crescimentos no número de passageiros desembarcados (+1,6%, num total de 3,824 milhões) e embarcados (+1,7%, no total de 3,783 milhões) face ao mesmo período de 2023. No sentido contrário, França registou decréscimos no número de passageiros desembarcados (-3,1%, total de 3,280 milhões) e embarcados (-3,6%, 3,260 milhões), e ocupou a 2.ª posição. Espanha, Alemanha e Itália ocuparam a 3.ª, 4.ª e 5.ª posições, respetivamente, (+3,4% para 2,816 milhões; +6% para 1,979 milhões; +3,5% para 1,248 milhões, nos passageiros desembarcados; +3,4% para 2,760 milhões; +6,3% para 1,975 milhões; +4,5% para 1,252 milhões, pela mesma ordem) como principais países de origem e de destino.

Nestes primeiros nove meses de 2024, o aeroporto de Lisboa movimentou 49,1% do total de passageiros (26,7 milhões; +4,4% comparando com o mesmo período de 2023). O aeroporto do Porto concentrou 22,5% do total de passageiros movimentados (12,3 milhões; +4,9%). O aeroporto de Faro registou um crescimento de 2,1% no movimento de passageiros, totalizando cerca de 8 milhões.

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“Viajante multifacetado e complexo” viaja mais e combina viagens domésticas e internacionais

Depois de 2024 estar a registar uma recuperação das viagens, um estudo recente da SiteMinder mostra que os viajantes irão explorar o mundo de forma “mais intensa” do que nunca em 2025. O “Changing Traveller Report 2025” revela que a “complexidade” destes novos viajantes exigem novas abordagens por parte de quem os recebe, com a hotelaria a ter de efetuar ajustes.

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O ano de 2025 assistirá ao surgimento de viajantes “multifacetados” e (mais) “complexos”, que procuram uma mistura entre destinos novos e clássicos, equilibrando a espontaneidade e praticidade, movidos por experiências e eventos, mas que ao mesmo tempo deseja passar mais tempo nos destinos escolhidos. De acordo com o maior estudo global da SiteMinder sobre comportamento dos consumidores de hotelaria, “Changing Traveller Report 2025”, esta “complexidade” exigirá uma mudança fundamental na forma como os hotéis operam e recebem este “novo hóspede”.

Presentes que estão neste estudo alguns dos principais mercados emissores para Portugal, o relatório revela que os viajantes irão explorar o mundo de forma “mais intensa do que nunca em 2025”, justificado pelos 72% de inquiridos que planeiam aventurar-se no estrangeiro, correspondendo a um aumento significativo de 65% face a 2024 e 62% relativamente a 2023.

Apesar desta vontade de viajar para o estrangeiro, o número de pessoas que pretende viajar exclusivamente para fora do país está a diminuir, indicando o estudo da SiteMinder que a proporção de viajantes que planeiam realizar viagens tanto nacionais como internacionais quase que duplica face a 2024.

Na frente dos países com maior intenção de viajar internacionalmente, surgem os asiáticos, com Singapura, China e Tailândia a lideram com valores acima dos 80%. Nos países mais tradicionais para o mercado português, verifica-se que a Alemanha, apesar da crise que vive, está em crescendo, passando de 65%, em 2024, para 76%, em 2025. Itália (passa de 66% para 75%), Espanha (de 63% para 70%), França (de 59% para 64%) e EUA (de 43% para 51%) são outros dos países a registarem subidas, sendo que os únicos países com números menos positivos são Reino Unido, onde, em 2024, 71% dos britânicos optaram por realizar viagens internacionais, descendo para 69%, em 2025, assim como o México que passa de 57% para 56%.

Quanto aos países que estes viajantes pretendem visitar, e não aparecendo Portugal entre os mercados analisados, o Japão lidera nas intenções de visita, seguido dos EUA e França.

Ajustamento necessário na hotelaria
A pesquisa do destino e do respetivo alojamento, esse está canalizado para o online, com 36% dos inquiridos a iniciarem a sua busca por hotéis através de um site de pesquisa, em comparação com 26% em 2024. E aqui, os “Baby Boomers” lideram com 42%, verificando-se, igualmente, que o uso de fóruns quase duplicou, especialmente entre os jovens viajantes dos EUA e da Alemanha, superando as dicas de familiares e amigos, que caíram pelo terceiro ano consecutivo.

Já na hora de reservar a viagem, 42% dizem optar por uma agência de viagens online (um aumento de 3%), enquanto os que fazem reservas diretamente com o hotel diminuíram 1% (para 27%).

Também o uso de agentes de viagens subiu 1,5%, verificando-se que 52% relata ter abandonado uma reserva online devido a uma má experiência.

Olhando para as principais razões que levam os viajantes a abandonarem as reservas de hotel online, o facto de o site “não parecer seguro” surge em primeiro lugar, seguido de “problemas com o pagamento” e demora no carregamento da página.

E neste particular, as gerações mais novas são, de facto, as mais “irrequietas”, com a “Geração Z” a ser a que mais abandona as reservas de hotel online (70%), seguindo-se os “Millennials” (61%).

Aquando da reserva de hotel, o estudo mostra um certo “downgrade”, com 46% dos inquiridos a planearem reservar um “Quarto Standard”, em 2025, representando um aumento de 12,5% em relação aos que optam por um “Quarto Superior”, “sinalizando um foco na poupança em itens essenciais”, aponta o estudo, ou seja, poupam no alojamento para gastar mais em experiências.

Apesar desta poupança, os viajantes estão dispostos a gastar pelo menos o mesmo valor no alojamento através de extras que enriquecem a sua estadia, com 47% a revelarem-se dispostos a pagar mais por pequeno-almoço, 30% pelo tamanho do quarto, sendo que 70% está aberta a pagar um pouco mais por uma estadia ecológica.

E aqui, novamente, os asiáticos aparecem entre os que se dizem dispostos a pagar mais, sendo os únicos, juntando-se ainda o México, que superam a média global de 70%.

Eventos em alta
Um segmento que está em franca expansão são as viagens para eventos, com 65% das pessoas a afirmarem que estariam mais propensas a viajar para um evento do que há 12 meses. Este número sobe para 83% entre a “Geração Z” e 77% entre os “Millennials”.

O estudo mostra, também, que 58% planeiam reservar o hotel dentro de uma semana após a compra de um bilhete para um concerto, enquanto apenas 7% deixam a reserva para o último minuto.

Em relação aos preços, a grande maioria concorda que os hotéis devem ter a capacidade de ajustar as tarifas durante os períodos de maior movimento, uma perspetiva que é especialmente comum entre os hóspedes jovens de áreas urbanas. No entanto, a maioria (83%) consideraria reservar noutra altura se fosse incentivada a fazê-lo.

Outro dado interessante retirado do “Changing Traveller Report 2025” prende-se com o facto de o número de pessoas que planeia trabalhar no local para onde viaja ter aumentado para 41%, refletindo um crescimento de 5% em relação a 2024 e de 10% em comparação com 2022. A maior mudança verifica-se entre os” Millennials”, 50% dos quais pretendem trabalhar durante as suas estadias em 2025.

Quando se trata de adotar novas tecnologias, 51% acreditam que os hotéis estão à frente na adoção digital, com o uso da Inteligência Artificial a continuar a ser um tema controverso, indicando o relatório que os viajantes da Ásia e da América Latina são, em

geral, os mais recetivos, enquanto os da Oceânia, América do Norte e Europa mostram-se mais cautelosos.

No local, os viajantes sentem-se mais confortáveis com a IA a lidar com tarefas como a limpeza e o serviço de quartos, hesitando em deixar as máquinas assumir responsabilidades, como a cozinha. Globalmente, apenas 12% apoiariam que as máquinas gerissem todas as funções principais de um hotel em 2025.

De referir que o estudo da SiteMinder questionou mais de 12.000 viajantes em 14 dos maiores mercados turísticos do mundo: Austrália, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, México, Singapura, Espanha, Tailândia, Reino Unido e EUA.

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Da esquerda para a direita: Jesús Viñuales, Anabela Freitas, Esther Gutiérrez, Miguel Martins

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Congresso Mundial de Turismo Interior para “eliminar fronteiras”

Na apresentação oficial do I Congresso Mundial de Turismo Interior, os responsáveis pela organização salientaram que o evento pretende “olhar para a frente e encontrar estratégias futuras de desenvolvimento em conjunto”.

Victor Jorge

De 26 a 28 de novembro, Cáceres (Extremadura, Espanha) será o palco do I Congresso Mundial de Turismo Interior, organizado pela Associação Ibérica Turismo do Interior (AITI). Na apresentação oficial à imprensa, em Portugal, Jesús Viñuales, diretor-geral de Turismo da Extremadura, admitiu que “um dos objetivos principais deste evento é, de facto, eliminar fronteiras. Por vezes, falamos de dois países que não se olham olhos nos olhos e que, a partir de agora, passam a trabalhar em conjunto para um bem comum”.

Com o objetivo de “criar um destino conjunto”, Esther Gutiérrez, vice-presidente da Diputación de Cáceres, salientou que “há que olhar para os novos turistas que também nos veem com outros olhos”, explicando que o “segredo” está em “promover territórios mais autênticos, de maior qualidade, que preserve a natureza e a cultura”.

“Temos de ultrapassar um grande desafio que nos é colocado e que tem a ver com a demografia, com o despovoamento dos locais. Precisamos de manter os que lá estão e chamar novas pessoas para nos visitarem e se fixarem no interior”. Para isso, explicou, “precisamos de cooperação e colaboração entre os setores públicos e privados para que possamos desenvolver as oportunidades que estes territórios oferecem”.

Já Miguel Martins, presidente da AITI, considera que “é fundamental estreitar relações entre os dois países, ou melhor, entre as duas regiões”, admitindo que, para tal, “academia, privados e públicos terão de trabalhar em conjunto”.

No que diz respeito ao congresso, Miguel Martins explicou que “não queremos um evento onde as pessoas vão debitar informações sem valor, ou como se costuma dizer, o que se ouve em todos e quaisquer eventos. Queremos que seja um evento de partilha e que no final se possa retirar algo válido para o desenvolvimento futuro destas regiões e pessoas”.

“Teremos uma componente académica muito forte, com 58 comunicações, de 35 universidades”. Além disso, haverá uma zona de exposição, com 39 expositores dos dois países. Em Portugal, já confirmaram a presença expositores de todo o país, desde Guarda a Alcoutim, Coruche, Alfândega da Fé, Ourém ou Tomar, sendo que o mesmo se passa da parte espanhola.

Admitindo que “faltam âncoras” para o desenvolvimento destes territórios, Miguel Martins explicou que “estes têm de oferecer algo. Não basta dizer que temos natureza, somos sustentáveis, que temos cultura. Isso, praticamente, todos afirmam”, destacou.

Um momento alto do evento, revelou o promotor, será a apresentação de uma rota da “Guerra dos Tronos”, que inclui locais de filmagem icónicos ao longo da fronteira ibérica, trazendo visibilidade internacional e um novo atrativo para a região.

Por isso, um dos aspetos fundamentais a melhorar nestes territórios prende-se, entre outros, com a mobilidade. “Não vale a pena estarmos a promover estes territórios do interior quando as pessoas depois levam horas a lá chegar e, muitas vezes, nem sabem como chegar”, salientando Miguel Martins a presença de Pablo Pastega, vice-presidente para a Europa Ocidental da FlixBus, empresa que está a analisar uma possível ligação entre Cáceres e Castelo Branco.

Além da rodovia, Miguel Martins destacou, igualmente, a importância da ferrovia para trazer pessoas a estes territórios, “já que estamos a falar de dois países que, no conjunto recebem 200 milhões de turistas, mas cujo interior só capta 1,3 milhões”. Por isso, admite, “temos de ser práticos e falar de assuntos concretos”.

Anabela Freitas, vice-presidente da Turismo do Centro, admitiu que “estamos no caminho certo para o desenvolvimento do turismo”, considerando que “é mais o que nos une do que o que nos separa. É preciso ter uma mensagem positiva”. Salientando ainda que “a diferença entre nós é uma mais-valia para todos”, reconheceu que “são os privados que desenvolvem o setor e enfrentam os desafios dos territórios”, apelando ainda a “mais ação”.

No final, Miguel Martins concluiu que o congresso surge “na altura ideal”, indicando que, em breve, será lançada uma plataforma de comunicação efetiva, já que “não podemos promover por promover. Não precisamos de muitos produtos turísticos, mas os que existem, têm de ser bons, de qualidade”.

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Adaptação às alterações climáticas é uma prioridade nacional para os portugueses, revela estudo do BEI

De acordo com o inquérito anual sobre o clima encomendado pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), mais de três quartos dos portugueses reconhecem a necessidade de mudar e adaptar o seu estilo de vida aos efeitos das alterações climáticas.

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À medida que a frequência e a gravidade das catástrofes naturais se intensificam, o custo económico das alterações climáticas aumenta. Os cientistas alertam para o facto de estas catástrofes se tornarem cada vez mais onerosas. De acordo com um relatório da Agência Europeia do Ambiente, “a Europa é, atualmente, o continente que regista o aquecimento mais rápido e prevê-se que os fenómenos meteorológicos extremos se intensifiquem à medida que as temperaturas mundiais aumentam”. Esta escalada coloca desafios significativos em matéria de infraestruturas e ameaça a estabilidade do abastecimento mundial de água e alimentos, o que evidencia a necessidade urgente de estratégias globais de adaptação às alterações climáticas.

O Banco Europeu de Investimento (BEI) acaba de publicar a sétima edição do seu inquérito anual sobre o clima, que recolheu as opiniões de mais de 24.000 inquiridos na UE e nos EUA sobre as alterações climáticas.

Em Portugal, inquiridos colocam as alterações climáticas entre os cinco maiores desafios que o país enfrenta, a par da instabilidade política e a seguir ao aumento do custo de vida, ao acesso aos cuidados de saúde, à migração em grande escala e ao desemprego.

Embora não as considerem “o maior desafio” quando lhes é dada a possibilidade de as classificarem, uma grande maioria dos portugueses reconhece a necessidade de adaptação às alterações climáticas e considera-a mesmo uma prioridade. 99% dos inquiridos reconhecem a necessidade de adaptação às alterações climáticas (em comparação com a média da UE de 94%). Mais especificamente, dois terços (66%, 16 pontos acima da média da UE de 50%) consideram que essa adaptação é uma prioridade em Portugal nos próximos anos e 33% consideram-na importante.

A adaptação às alterações climáticas é também encarada como uma oportunidade económica e um investimento a longo prazo para o país. 95% dos inquiridos afirmam que o investimento na adaptação às alterações climáticas pode ajudar a criar emprego e a estimular a economia local (em comparação com 86% na UE). Já 95% consideram que essa adaptação exige investimentos no presente para evitar custos mais elevados no futuro (em comparação com 85% na UE).

Embora os inquiridos portugueses reconheçam as oportunidades económicas das medidas de adaptação aos impactos das alterações climáticas, a sua experiência pessoal relativamente a fenómenos meteorológicos extremos aumenta o sentimento de que é urgente agir. Assim, 86% dos portugueses (6 pontos acima da média da UE) foram afetados por, pelo menos, um fenómeno meteorológico extremo nos últimos cinco anos. Mais especificamente, 63% (8 pontos acima da média da UE) foram atingidos por calor extremo e ondas de calor, 48% (27 pontos acima da média da UE) enfrentaram incêndios florestais e 43% (8 pontos acima da média da UE) foram afetados por secas.

Mudanças de estilos de vida
As consequências dos fenómenos meteorológicos extremos são simultaneamente tangíveis e variadas. 71% dos inquiridos portugueses mencionaram ter sofrido, pelo menos, uma consequência direta de fenómenos meteorológicos extremos, 28% tiveram florestas ou espaços naturais destruídos perto das suas habitações (9 pontos acima da média da UE), 24% sofreram problemas de saúde (como insolação ou problemas respiratórios) e 19% enfrentaram perturbações dos transportes.

Neste contexto, os portugueses estão cientes da necessidade de se adaptarem com 77% dos inquiridos (em comparação com 72% na UE) a reconhecerem que terão de mudar e adaptar o seu estilo de vida devido às alterações climáticas. 37% pensam que terão de mudar-se para um local menos vulnerável ao clima, mesmo que seja mesma região (para evitar inundações, incêndios florestais ou outros fenómenos meteorológicos extremos), e 30% afirmam que terão de mudar-se para uma região ou para um país mais fresco.

A adaptação individual às alterações climáticas exige um bom nível de informação, com a maioria dos portugueses (77%, 6 pontos acima da média da UE de 71%) a afirmar estar informada sobre as medidas que pode adotar para adaptar eficazmente os seus lares e estilos de vida. No entanto, a maior parte destes (53%, em comparação com a média da UE de 60%) continua a desconhecer a existência de subvenções públicas ou incentivos financeiros para apoiar esses esforços.

Prioridades
Os inquiridos portugueses identificaram algumas prioridades essenciais para a adaptação às alterações climáticas a nível local. Dessa forma, “educar os cidadãos” no sentido de adotarem comportamentos para prevenir e enfrentar fenómenos meteorológicos extremos foi mencionado por 52% (14 pontos acima da média da UE de 38 %). Já o “arrefecimento das cidades” e a “melhoria das infraestruturas” foram mencionados por 38% e 37%, respetivamente.

Quanto à questão de quem deve pagar a adaptação às alterações climáticas, metade dos inquiridos (49%, 14 pontos acima da média da UE) considera que os custos devem ser suportados pelas empresas e indústrias que mais contribuem para as alterações climáticas. Quase um terço (30%) considera que todos devem pagar o mesmo e somente 8% afirma que as pessoas mais ricas devem suportar os custos através de impostos mais elevados.

Quanto à questão de quem deve beneficiar primeiro da ajuda à adaptação, 38% considera que todos devem beneficiar de igual modo, 32% pensa que deve ser dada prioridade aos idosos, e 25% afirma que os primeiros beneficiários devem ser as pessoas que vivem em zonas de alto risco.

A preocupação sobre quem deve beneficiar da ajuda à adaptação vai para além das prioridades locais. A maioria dos portugueses (67%, 10 pontos acima da média da UE) reconhece a necessidade de apoiar os esforços de adaptação a nível mundial e considera que o seu país deve fazer mais para ajudar os países em desenvolvimento mais vulneráveis a adaptarem-se aos impactos crescentes das alterações climáticas.

As pessoas sabem que temos de agir agora para nos adaptarmos e atenuarmos os efeitos das alterações climáticas, mas uma transição bem planeada é também a que faz mais sentido do ponto de vista económico. Cada euro investido na prevenção e na resiliência permite poupar entre 5 e 7 euros na reparação dos danos”, conclui Nadia Calviño, presidente do BEI.

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Portugal ultrapassará, em 2024, 27MM€ em receitas e SET aponta para crescimento de 9% em 2025

Na penúltima conferência do ciclo “Construir o Turismo do Futuro”, uma iniciativa nacional promovida pelo Turismo de Portugal, Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo (SET), apontou para que Portugal atinja os 27 mil milhões de euros de receitas ainda este ano, meta anteriormente prevista para 2027.

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O Centro de Congressos de Aveiro acolheu a sexta conferência do ciclo “Construir o Turismo do Futuro”, uma iniciativa nacional promovida pelo Turismo de Portugal que percorrerá as sete regiões turísticas de Portugal para definir a “Estratégia Turismo 2035”, que sucede à anterior “Estratégia Turismo 2027”, e que tem por objetivo ser um referencial estratégico atualizado para enfrentar os desafios emergentes no setor do turismo, tanto a nível nacional como global.

Na sessão de abertura da Conferência, o secretário de Estado do Turismo (SET), Pedro Machado, que esteve acompanhado por Raul Almeida, presidente da Turismo Centro de Portugal, Isabel Damasceno, presidente da CCDR Centro, e José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, destacou o crescimento expressivo do turismo em Portugal, referindo que “à data de hoje sabemos que o país estima atingir, até ao final deste ano de 2024, qualquer coisa como 27 mil milhões de receitas [no turismo] – meta anteriormente prevista para 2027 – e a perspetiva para 2025 é de crescer na ordem dos 9%”.

“O Turismo é uma atividade que cresce em todo o mundo. Há cerca de 30 anos, o número de pessoas que viajavam era de 500 milhões de pessoas, atualmente são 3 mil milhões. Isto é uma oportunidade para o nosso país, embora seja também um desafio”, afirmou Pedro Machado. “Estamos aqui a receber contributos para estabelecermos uma estratégia que aproveite as oportunidades e diminua os riscos do crescimento turístico”, acrescentou.

O SET sublinhou ainda que a estratégia que está agora a ser construída não se esgota no ciclo de conferências e recordou os 10 principais ativos estratégicos do país: Clima e Luz; Natureza; História, Cultura e Identidade; Mar; Água; Gastronomia e Vinhos, Eventos Artístico-Culturais, Desportivos e de Negócios; Bem-Estar; Living; e um ativo transversal a todos os anteriores, que são as Pessoas.

Raul Almeida salientou a evolução do perfil turístico do país e da região, com um foco crescente nos destinos de interior e turismo de natureza. “Durante muito tempo, privilegiava-se o produto ‘Sol e Mar’. Hoje, promovem-se mais os destinos de interior, a natureza e o turismo cultural. Estamos a transformar a diversidade em oportunidade”.

Mas para levar os turistas a descobrirem o território, são necessárias melhores acessibilidades, lembrou: “É necessário um Plano de Mobilidade, que permita direcionar os fluxos turísticos que chegam aos aeroportos de Lisboa e Porto para todo o país. Para isso, precisamos de investimento na ferrovia, mas também na rodovia”.

Já Isabel Damasceno enfatizou a importância do turismo para a região Centro, destacando o papel estruturante do setor na coesão territorial. “O sucesso da região é fruto da organização e colaboração entre as várias entidades do turismo, como as Comunidades Intermunicipais, as empresas e a Turismo Centro de Portugal, que assume um papel central de agregador e fazedor na estratégia regional”, afirmou.

José Ribau Esteves, salientou que “o turismo é uma atividade que atravessa uma onda positiva e, no papel de cada um, temos conseguido somar. Esta conferência demonstra que o turismo é uma atividade aberta, que estimula o debate entre todos e em que o contributo de um pequeno parceiro é tão importante como o de uma grande cadeia empresarial”.

Por fim, Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal, apresentou as linhas-mestras da “Estratégia Turismo 2035”, destacando o peso crescente do setor na economia nacional, representando já 16,5% do PIB e 20% das exportações. Carlos Abade apresentou, também, 10 desafios prioritários para o futuro do setor que incluem, entre outros, o fortalecimento da relação entre turismo e as comunidades locais, o reforço das competências de gestão, o aproveitamento da tecnologia, e a promoção de um turismo responsável e inovador.

Recorde-se que o ciclo de conferências “Construir o Turismo do Futuro” teve início em Lisboa, a 3 de outubro, e termina em Faro, a 25 de novembro.

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