EUA como principal ‘driver’ das viagens em 2023
O mercado dos EUA aparece, segundo a ForwardKeys, como o mercado de origem com maior potencial no setor das viagens para 2023. Depois do Caribe, os turistas norte-americanos viram-se para a Europa, demonstrando um interesse especial por destinos com história, cultura e natureza.

Victor Jorge
Nova Edição: Viagem aos bastidores do 50.º Congresso da APAVT, mercado chinês, Florianópolis e dossier sobre seguros de viagem
Edição Digital: Viagem aos bastidores do 50.º Congresso da APAVT, mercado chinês, Florianópolis e dossier sobre seguros
Ministros do Turismo do BRICS pretendem dinamizar ações conjuntas
LATAM Airlines já voa com as novas cabines Premium Business renovadas
Volta ao Mundo 2027 da Princess Cruises visita 61 destinos em 20 países e três continentes
Monte da Bica vai investir 1,5M€ para criar boutique hotel, dois lagares e uma sala de provas
Fiscalidade, Emprego, Investimento e Coesão Territorial são os 4 eixos das 13 medidas propostas pela AHRESP para a próxima legislatura
Setor dos Transportes entre os que mais recuaram na constituição de novas empresas até final de abril
Pilotos da TACV anunciam greve de cinco dias a partir de 22 de maio
Turismo de Portugal promove gastronomia nacional no Japão
Antes da pandemia, a China era considerada o mercado de origem mais valioso para destinos devido à dimensão, alto poder de compra e propensão para bens de luxo. Agora, com a ausência dos turistas provenientes da China, os destinos devem tentar envolver e atrair novamente os viajantes americanos, que ajudaram a revigorar o setor de turismo em dificuldades, primeiro em 2020 com o Caribe e o México, e agora em todo o mundo, da Europa à Ásia, revela uma análise da ForwardKeys.
De acordo com a consultora, “os viajantes dos Estados Unidos estão ansiosos para viajar desde que as restrições de viagem foram suspensas”, indicando que foram “essenciais para a recuperação do turismo regional em 2021”, com destaque para o Caribe que teve sucesso em 2021 em grande parte devido ao mercado dos EUA, mas que, com a abertura do mundo em 2022, necessita de repensar a estratégia nos EUA agora que estão enfrentando maior concorrência.
As partidas internacionais dos EUA, em 2022, representaram apenas 19% dos números de 2019, com destinos de sol e praia no Caribe e na Europa a impulsionar essa recuperação.
No entanto, atualmente, não são apenas o México e o Caribe que prosperam graças a este mercado de origem, reconhecendo a ForwardKeys que “há um claro interesse nos norte-americanos para viajar por todo o mundo”, admitindo que “os voos de longo curso estão de volta”.
História, natureza e cultura atraem turistas norte-americanos
A Europa está a aproximar-se rapidamente da recuperação total, devendo-se a recuperação em grande parte ao levantamento dos EUA da proibição de entrada de viajantes europeus em novembro de 2021, o que normalizou os fluxos bilaterais de viajantes.
Além disso, as taxas de conversão favoráveis do dólar americano para o euro estão a impulsionar a procura por viagens para a Europa, fundamentando a ForwardKeys estes fatores como elementos importantes no processo de tomada de decisão dos viajantes norte-americanos, considerando “o custo das passagens aéreas, alojamento e atividades, bem como preocupações com a inflação e a recessão iminente”.
“2022 viu o regresso das viagens de longo curso para a Europa durante a temporada de verão”, indicando a consultora que “a procura reprimida revelou uma preferência por destinos de sol e praia no Mediterrâneo”, destacando-se a Turquia, Grécia, Portugal e Espanha.
No entanto, os dados da ForwardKeys mostram um interesse crescentepor outros tipos de escapadas da natureza, com destinos como Suíça, Irlanda e Islândia a registarem, igualmente, um influxo de chegadas dos EUA. Certo é que “a cultura, a história e as paisagens de toda a Europa atraem os viajantes dos Estados Unidos”, salienta a ForawrdKeys.
Evitar repetir a confusão do verão de 2022
Mas também as perspectivas para a região da Ásia-Pacífico são promissoras por vários motivos, revelando a consultora que “o interesse em viajar é alto após três anos de restrições de viagens”. A alta do dólar americano e a ausência de viajantes chineses, significam custo de vida mais baixo e destinos menos movimentados, revelando-se perfeitos para trabalhadores remotos e para quem quer passar um tempo em paraísos tropicais como a Tailândia ou Bali durante os meses mais frios do Hemisfério Norte.
Muitos destinos na região estão a esperar para ver os números de chegadas nesta temporada – época alta no Sudeste Asiático – e o impacto da reativação das viagens locais face à COVID-19 antes de adotar uma abordagem mais flexível ao turismo, frisando a ForawrdKeys que este panorama tem “o potencial de reativar ainda mais as viagens na região”.
No entanto, a Ásia-Pacífico “ainda tem seus desafios”, apontando a consultora o aumento do custo do combustível e a inflação global como razões para “tarifas aéreas mais altas e menor disponibilidade de voos”.
“As companhias aéreas precisam retomar a conectividade de longa distância, pois os viajantes atualmente dependem de aeroportos centrais na Europa e no Oriente Médio para se conectar à Ásia”, considerando aeroportos como Istambul e Doha como centros de conexão populares para os viajantes dos EUA.
Assim, com a crescente procura por viagens, aeroportos, companhias aéreas e o ecossistema de viagens mais amplo “devem preparar-se para um ‘boom’ para evitar os problemas enfrentados por vários destinos europeus no verão passado”, considera a análise da ForwardKeys.
Como nota, a consultora revela que as equipas dos aeroportos “devem estar devidamente preparadas, as companhias aéreas devem exigir capacidade suficiente de lugares e as partes interessadas do setor de viagens precisarão de dados para tomar decisões de negócios mais refletidas”.
Em resumo, a ForwardKeys conclui que os EUA são, atualmente, “o mercado emissor de origem com maior potencial mundial na recuperação de viagens, com um grande número de viajantes ansiosos para explorar e gastar o dinheiro em novas experiências”. Certo é que os destinos que dependiam desses turistas no passado enfrentam agora uma “concorrência mais global” e não podem contar com uma “abordagem genérica”, enquanto destinos que dependiam mais de mercados como China e Rússia “devem mudar o seu foco para uma comunicação mais aberta com o público americano ávido por viagens”, finaliza a análise da ForwardKeys.