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EUA como principal ‘driver’ das viagens em 2023
O mercado dos EUA aparece, segundo a ForwardKeys, como o mercado de origem com maior potencial no setor das viagens para 2023. Depois do Caribe, os turistas norte-americanos viram-se para a Europa, demonstrando um interesse especial por destinos com história, cultura e natureza.
Victor Jorge
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Antes da pandemia, a China era considerada o mercado de origem mais valioso para destinos devido à dimensão, alto poder de compra e propensão para bens de luxo. Agora, com a ausência dos turistas provenientes da China, os destinos devem tentar envolver e atrair novamente os viajantes americanos, que ajudaram a revigorar o setor de turismo em dificuldades, primeiro em 2020 com o Caribe e o México, e agora em todo o mundo, da Europa à Ásia, revela uma análise da ForwardKeys.
De acordo com a consultora, “os viajantes dos Estados Unidos estão ansiosos para viajar desde que as restrições de viagem foram suspensas”, indicando que foram “essenciais para a recuperação do turismo regional em 2021”, com destaque para o Caribe que teve sucesso em 2021 em grande parte devido ao mercado dos EUA, mas que, com a abertura do mundo em 2022, necessita de repensar a estratégia nos EUA agora que estão enfrentando maior concorrência.
As partidas internacionais dos EUA, em 2022, representaram apenas 19% dos números de 2019, com destinos de sol e praia no Caribe e na Europa a impulsionar essa recuperação.
No entanto, atualmente, não são apenas o México e o Caribe que prosperam graças a este mercado de origem, reconhecendo a ForwardKeys que “há um claro interesse nos norte-americanos para viajar por todo o mundo”, admitindo que “os voos de longo curso estão de volta”.
História, natureza e cultura atraem turistas norte-americanos
A Europa está a aproximar-se rapidamente da recuperação total, devendo-se a recuperação em grande parte ao levantamento dos EUA da proibição de entrada de viajantes europeus em novembro de 2021, o que normalizou os fluxos bilaterais de viajantes.
Além disso, as taxas de conversão favoráveis do dólar americano para o euro estão a impulsionar a procura por viagens para a Europa, fundamentando a ForwardKeys estes fatores como elementos importantes no processo de tomada de decisão dos viajantes norte-americanos, considerando “o custo das passagens aéreas, alojamento e atividades, bem como preocupações com a inflação e a recessão iminente”.
“2022 viu o regresso das viagens de longo curso para a Europa durante a temporada de verão”, indicando a consultora que “a procura reprimida revelou uma preferência por destinos de sol e praia no Mediterrâneo”, destacando-se a Turquia, Grécia, Portugal e Espanha.
No entanto, os dados da ForwardKeys mostram um interesse crescentepor outros tipos de escapadas da natureza, com destinos como Suíça, Irlanda e Islândia a registarem, igualmente, um influxo de chegadas dos EUA. Certo é que “a cultura, a história e as paisagens de toda a Europa atraem os viajantes dos Estados Unidos”, salienta a ForawrdKeys.
Evitar repetir a confusão do verão de 2022
Mas também as perspectivas para a região da Ásia-Pacífico são promissoras por vários motivos, revelando a consultora que “o interesse em viajar é alto após três anos de restrições de viagens”. A alta do dólar americano e a ausência de viajantes chineses, significam custo de vida mais baixo e destinos menos movimentados, revelando-se perfeitos para trabalhadores remotos e para quem quer passar um tempo em paraísos tropicais como a Tailândia ou Bali durante os meses mais frios do Hemisfério Norte.
Muitos destinos na região estão a esperar para ver os números de chegadas nesta temporada – época alta no Sudeste Asiático – e o impacto da reativação das viagens locais face à COVID-19 antes de adotar uma abordagem mais flexível ao turismo, frisando a ForawrdKeys que este panorama tem “o potencial de reativar ainda mais as viagens na região”.
No entanto, a Ásia-Pacífico “ainda tem seus desafios”, apontando a consultora o aumento do custo do combustível e a inflação global como razões para “tarifas aéreas mais altas e menor disponibilidade de voos”.
“As companhias aéreas precisam retomar a conectividade de longa distância, pois os viajantes atualmente dependem de aeroportos centrais na Europa e no Oriente Médio para se conectar à Ásia”, considerando aeroportos como Istambul e Doha como centros de conexão populares para os viajantes dos EUA.
Assim, com a crescente procura por viagens, aeroportos, companhias aéreas e o ecossistema de viagens mais amplo “devem preparar-se para um ‘boom’ para evitar os problemas enfrentados por vários destinos europeus no verão passado”, considera a análise da ForwardKeys.
Como nota, a consultora revela que as equipas dos aeroportos “devem estar devidamente preparadas, as companhias aéreas devem exigir capacidade suficiente de lugares e as partes interessadas do setor de viagens precisarão de dados para tomar decisões de negócios mais refletidas”.
Em resumo, a ForwardKeys conclui que os EUA são, atualmente, “o mercado emissor de origem com maior potencial mundial na recuperação de viagens, com um grande número de viajantes ansiosos para explorar e gastar o dinheiro em novas experiências”. Certo é que os destinos que dependiam desses turistas no passado enfrentam agora uma “concorrência mais global” e não podem contar com uma “abordagem genérica”, enquanto destinos que dependiam mais de mercados como China e Rússia “devem mudar o seu foco para uma comunicação mais aberta com o público americano ávido por viagens”, finaliza a análise da ForwardKeys.