O turista passou a não ter tanta pressa, mas quer estar ligado, sintetiza webinar “minH2O Wellness Experience”
“O turista de hoje passou a não ter tanta pressa”, esta afirmação é de Cristina Mendes, da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte, mas “não está preparado para se desligar completamente”, acrescentou Caroline Staedtler, psicoterapeuta e personal trainer.

Carolina Morgado
Descobrir o Algarve através de 18 experiências de Turismo Industrial
easyJet assinala 10.º aniversário de base no Porto com oferta de descontos
ISCE reúne 34 parceiros na “Global Tourism TechEDU Conference 2025”
AVK adquire Pixel Light e consolida liderança no setor audiovisual
Air France opera até 900 voos por dia para quase 190 destinos no verão 2025
ARPTA com nova liderança
Iberia reforça ligações a Roma, Paris e Viena
Os 3 dias do RoadShow das Viagens do Publituris
SATA lança campanha para famílias com tarifa gratuita para crianças
Indústria do turismo dos EUA preocupada com queda nas viagens domésticas e internacionais
“O turista de hoje passou a não ter tanta pressa”, esta afirmação é de Cristina Mendes, da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte, mas “não está preparado para se desligar completamente”, acrescentou Caroline Staedtler, psicoterapeuta e personal trainer.
Estas duas afirmações sintetizam a mesa redonda “Wellness Experience: Presente e futuro do Turismo” incluída no webinar “minH2O Wellness Experience”, que decorreu esta sexta-feira, promovido pela Câmara Municipal de Terras de Bouro, em parceria com o jornal Publituris.
Todos os intervenientes na mesa redonda, que contou igualmente com a presença de Sónia Almeida, administradora delegada da ADERE – Peneda-Gerês; Miguel Faria, vice-presidente da Associação Gerês Viver Turismo; Joana Peixoto, Coordenadora da Unidade de Planeamento Territorial da Comunidade Intermunicipal do Cávado; Nuno França, e diretor de Incoming da Transalpino DMC Portugal, defenderam a importância do turismo de saúde e bem-estar, não só como alavanca de desenvolvimento dos territórios de interior e de baixa densidade, bem como o papel deste segmento no combate à sazonalidade pois é um produto que pode e deve ser experienciado ao longo do ano. “A sazonalidade dá cabo do nosso negócio, por isso tentamos vender estes produtos fora das épocas altas (outubro a abril) e é nesse sentido que tentamos direcionar as nossas apresentações”, afirmava a propósito o responsável do DMC.
A necessidade de capitalizar e dinamizar os aspetos diferenciadores, como são os casos do Minho e de Terras de Bouro, considerados oásis do turismo de saúde e bem-estar, e de incutir nos turistas a identidade e autenticidade dos territórios, conforme disse Joana Peixoto, foram outros aspetos evidenciados na sessão, que foi moderada pelo Publituris.
Mas também falou-se da necessidade de preparar as pessoas para este tipo de turismo. Caroline Staedtler referiu que a consciência para este tipo de turismo vem muito no seguimento da pandemia com a “necessidade de voltarmos mais para nós, e de cuidar da saúde física e mental”, mas as pessoas mantêm uma ideia romântica deste tipo de turismo e “não estão preparadas para se desligar completamente”. Então “é necessário prepará-las”, considerou.
Apesar de ser um segmento em franco crescimento, Nuno França revelou que “não temos notado grande procura para este produto específico, mas as pessoas já pedem algum apontamento, alguma coisa ligados ao bem-estar e à natureza, associada à sua viagem”. Em sua opinião, os portugueses já começam a interessar-se mais tanto cá dentro como lá fora, e entre os mercados internacionais, é o escandinavo que mais procura experiências de contacto com a natureza.
Para Miguel Faria, este tipo de turismo tem “muito futuro” e o Parque Nacional Peneda-Gerês “é uma terapia, mas “tem que ter um turismo de natureza sustentável, económica, financeira e social, capaz de criar emprego. Não será nunca um destino de massas”, disse.
Se o turismo pode ser brilhante, é preciso ter atenção a alguns perigos do presente. A administradora delegada da ADERE deixou alguns alertas. Se a região passou a ser procurada por turistas que não estavam motivados para este tipo de turismo, hoje em dia há necessidade “de começar a controlar algumas áreas do Parque Nacional devido ao grande afluxo”.
A responsável reforçou que “o novo turista percebeu que há um Portugal diferente, mas tem que perceber que estamos a usufruir de uma área protegida, que aposta muito na segurança”.