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Eventos corporativos em crescendo

Os CEO de duas agências de viagens – Travelstore e Globalis – especializadas em viagens de negócios, Frédéric Frère e Fátima Silva, explicam o comportamento atual desta indústria, após uma crise que criou diversos constrangimentos, e num momento em que já se fala em alguma retoma.

Carolina Morgado
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Eventos corporativos em crescendo

Os CEO de duas agências de viagens – Travelstore e Globalis – especializadas em viagens de negócios, Frédéric Frère e Fátima Silva, explicam o comportamento atual desta indústria, após uma crise que criou diversos constrangimentos, e num momento em que já se fala em alguma retoma.

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Para Frédéric Frère, CEO da Travelstore “as viagens corporativas estão claramente a retomar e nas recentes semanas estão bastante acima das nossas expectativas, chegando pouco a pouco aos níveis de 2019.

Segundo o executivo, “tínhamos previsto uma redução estrutural de longo prazo no segmento de viagens de negócios, mas que afinal poderá ser inferior às nossas previsões”, e “quando questionamos as nossas empresas clientes sobre os motivos desta retoma significativa das suas viagens profissionais, a resposta que ouvimos é que, uma vez levantadas as restrições e havendo um regresso à normalidade, verificam que o contacto presencial faz muita diferença com a simples comunicação por via digital”.

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Durante as restrições impostas pela pandemia, conforme recorda Frédéric Frère, “as empresas não tinham outra alternativa senão recorrer exclusivamente às plataformas digitais mas agora que recuperaram a liberdade de mobilidade, podem comparar os dois contextos e medir o retorno para o seu negócio”, para acrescentar que, “pessoalmente, acho que os dois são muito complementares – um pouco como já o era uma primeira conversa ao telefone antes de uma reunião presencial – e que de alguma forma as plataformas digitais vêm inclusive estimular os intercâmbios presenciais”.

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Em relação à retoma das viagens individuais corporativas, Fátima Silva, CEO da Globalis, não tem a mesma opinião, destacando que está mais demorada. O que tem evoluído são os eventos corporativos. “As viagens individuais corporativas estão ainda mais atrasadas, e ainda não encontrámos o ritmo que tínhamos antes da pandemia, até porque algumas empresas optaram por manter o regime do teletrabalho”.

Assim, “começámos com o lazer, pois à falta das viagens corporativas as pessoas estão muito mais motivadas a viajar em lazer e até para viagens com mais qualidade e destinos mais longínquos, e não só para fins de semana ou escapadinhas, e com mais pedidos do que era anteriormente”.

E acrescentou: “Isto sem nunca deixar o nosso ADN, até porque somos uma empresa corporativa e não temos balcão. Portanto, o nosso lazer passa muito pelos individuais e empresas que trabalham connosco”

A Globalis – Viagens e Eventos Corporativos, é uma empresa com sete anos. “Resolvemos embarcar neste projeto porque já existia a Globalis Brasil. Pertencemos ao Grupo Arbo. Na altura, indica Fátima Silva, “fazia sentido ser uma agência de viagens especializada no corporativo, nomeadamente, nas viagens individuais, grupos de congressos, eventos, mas pouco nos incentivos. Achámos que fazia sentido e havia espaço no mercado para desenvolver esta atividade de forma mais especializada e de forma mais próxima do cliente. Assim, a Globalis abriu no início de 2015”.

Para além desta, a empresa também desenvolve outras áreas, através do programa de “Associated Partners”, para empresários em nome individual ou freelancers que precisam de apoio e de uma estrutura. Segundo a gestora, “não se trata apenas de agências de viagens. Temos muita gente que toda a vida organizou viagens para grupos de amigos, que tem paixão por viajar e gosta de organizar viagens, portanto, fazia sentido disponibilizar apoio e estrutura para trabalharem”.

Perspetivas para este ano
Quais as perspetivas para este ano? Chegam este ano aos resultados da pré-pandemia? Foram as questões que colocámos aos nossos entrevistados.

Para o CEO da Travelstore, “tudo indica que poderemos voltar a níveis muito próximos de 2019, embora com pesos distintos entre diferentes segmentos de negócio”.

Explicou que “tal como antecipávamos, a indústria dos eventos vai beneficiar da evolução dos formatos de trabalho porque tendo as empresas reduzido os seus espaços de escritórios e introduzido o modelo do teletrabalho, também sentem a necessidade de organizar eventos, juntando as suas equipas de forma a fomentar a cultura da empresa e manter a coesão entre pessoas. Ou seja, o trabalho remoto é também um fator que contribui para a dinamização da indústria das viagens de negócio assim como da indústria dos eventos”.

Já para a CEO da Globalis, “estávamos em pleno desenvolvimento quando em 2019, um ano muito bom para nós, um ano em que estava tudo a correr de feição, chega a pandemia, mas, felizmente, numa altura em que a empresa estava sólida financeiramente, com uma boa estrutura e um bom corpo de colaboradores. A pandemia apanhou-nos desprevenidos, mas conseguimos ultrapassar isso tudo porque, de facto, tivemos também apoios estatais. Não os podemos negligenciar porque foram importantíssimos, mas não tivemos necessidade de recorrer a empréstimos ou moratórias, porque a empresa estava sólida, e com os apoios que tivemos do Governo conseguimos nos manter, e aqui estamos hoje”.

Fátima Silva considera que, outra área que tem evoluído muito mais rápido do que a das viagens individuais corporativas, tem sido os eventos corporativos e viagens de grupos, mas muito no país, isto porque “as pessoas, obrigadas ao teletrabalho durante tanto tempo, estão cansadas de falar para um ecrã, e nós somos um ser social. Todos os motivos são hoje válidos para se estar presente num evento presencial, e fazem-se por tudo e por nada”.

“Nos eventos é importante o presencial e não só através dos meios digitais, porque tem muito networking, as pessoas precisam de tirar dúvidas, de comunicar. Felizmente isto está-se a verificar. Além disso, se antigamente havia eventos que não se faziam e acabavam por ser reuniões dentro das próprias empresas, hoje em dia tudo é motivo para os realizar fora. Tem sido, por isso, positivo”, esclareceu a gestora da empresa, que tem trabalhado muito com consultoras e grandes empresas que organizam eventos de verão e de Natal. Só que, apontou Fátima Silva, “aquilo que era planeado com grande antecedência, agora em 15 dias estão-nos a pedir uma série de coisas, situação que tem estado muito presente nesta fase da retoma”.

No entanto, há um certo otimismo da executiva em relação à recuperação. “Acho que se vai notar um crescendo, mas não de um dia para outro. À séria, com o mundo em paz, e que não haja este medo e perigo da guerra, penso que só no final deste ano ou princípio de 2023 é que deveremos chegar ao movimento e resultados de 2019”, estima a responsável, indicando que “não podemos esquecer que o início deste ano ainda foi de pandemia”.

Refira-se que a Globalis teve uma faturação de 10 milhões de euros em 2019 e este ano aponta para um volume de negócios à volta dos seis milhões, enquanto faturou quatro milhões de euros em 2021 e 2,5 milhões em 2020.

 

Tudo indica que poderemos voltar a níveis muito próximos de 2019, embora com pesos distintos entre diferentes segmentos de negócio”, Frédéric Frère (CEO da Travelstore)

 

Perfil do cliente evoluiu
Com a pandemia, o perfil do cliente, mais do que mudar, evoluiu. Esta é a opinião de Frédéric Frère.

Isto é, “muitas das expectativas dos clientes já existiam antes da pandemia, mas esta veio acentuar o seu nível de exigência relativamente a alguns aspetos que valorizam particularmente. Estes são a segurança e, aqui vemos que as TMC dotadas das capacidades necessárias, passaram a ser ainda mais valorizadas do que no passado pela sua capacidade de apoio ao viajante, sobretudo em circunstâncias de dificuldades. São também cada vez mais a respeito dos princípios “ESG” com particular enfoque no “E” (meio ambiente) sem desvalorizar obviamente os outros componentes da sustentabilidade corporativa. As empresas procuram trazer um contributo pro-ativo aos esforços de proteção do meio ambiente, aderindo a várias iniciativas que ajudam a transição para energias mais sustentáveis”.

Mas há mais: “as empresas continuam obviamente a procurar recorrer a parceiros que as ajudem a otimizar os seus orçamentos em viagem, particularmente em ambientes inflacionistas como os atuais em que seja expectável um aumento das tarifas de aviação e de alojamento. Uma capacidade de gestão coordenada que disponha de métricas fiáveis continua a ser um elemento muito valorizado pelos clientes”, acrescentou o responsável.

Sobre esta questão, Fátima Silva refere que “não é por causa do aumento dos preços que o mercado não compra, pelo menos ao nível dos nossos clientes”. Mas também concorda nessa alteração do perfil do cliente, pois, muitas empresas que não faziam eventos, passaram a fazer, um pouco na lógica de que é de acesso a todos. Além disso, é mais exigente porque teve muito tempo para aprender, e acima de tudo, está muito mais atento e consciente dos direitos de consumidor”.

Desafios da indústria
A indústria das viagens de negócios e dos eventos corporativos tem-se confrontado ao longo dos anos, segundo Frère, “com várias ameaças para não dizer crises de todo o tipo: epidemias e mais recentemente uma pandemia global cuja resolução ainda não é definitiva e, provavelmente, nunca o será totalmente, atentados terroristas, incidências climáticas e naturais (lembro o vulcão na Islândia há uns anos atrás), crises económicas e financeiras e naturalmente geopolíticas como a guerra que se iniciou recentemente entre a Rússia e a Ucrânia”. Este ano, acrescentou: “para além da saída da pandemia ainda não totalmente resolvida, surgem duas novas ameaças, a desta guerra aberrante – são todas – cujo desfecho é ainda muito incerto, e uma possível recessão económica internacional, consequência da tensão inflacionista que se está a registar um pouco em todo o mundo”.

Além disso, “toda a ambiguidade deste contexto é que atualmente as empresas do setor precisam de reforçar a sua capacidade de resposta e contratar recursos humanos, mas podendo estarem confrontados com nova contração da procura nos próximos meses”, defende o CEO da Travelstore, sublinhando que “o outro grande desafio ao qual todo o setor se confronta é claramente este dos recursos humanos, e isto a dois níveis: primeiro conseguir contratar pessoas de forma a proteger níveis de serviços, segundo estarem preparados para um agravamento dos custos laborais.

Na hora de reinventar
A Travelstore não precisou da pandemia para procurar se reinventar porque a antecipação à mudança faz parte do seu ADN. Mas, “a crise brutal que atravessámos nos estimulou ainda mais, em boa parte porque também ficámos com mais tempo para dedicar ao brainstorming. Acelerámos a nossa transformação digital, enriquecemos as propostas de valor das nossas diferentes áreas de negócio, e por fim, diversificámos os negócios para diluir a dependência dos negócios com maior peso”, disse o executivo.

Outro aspeto positivo “é que voltámos a pensar e atuar como uma startup em que todos se entreajudam para ir mais depressa e por um custo menor. É sabido que as crises são geradoras de oportunidades e julgo que esta última só veio reforçar esse princípio”, destacou o responsável.

Para a CEO da Globalis, “tivemos de nos adaptar. Passámos também a organizar eventos híbridos para os nossos clientes. Temos tecnologia e tentado sempre automatizar os processos de reservas e vendas. Implementámos mais ferramentas tecnológicas, mas o facto de termos tudo automatizado não quer dizer que sejam soluções para se vender mais, pelo menos neste momento. Desenvolvemos as redes sociais e novas formas de comunicar com os nossos clientes e com o mercado, e estamos em toda a parte onde o nosso cliente precisar”. A empresa acompanha o cliente de A a Z, seja em Portugal, seja no estrangeiro.

 

As pessoas, obrigadas ao teletrabalho durante tanto tempo, estão cansadas de falar para um ecrã, e nós somos um ser social. Todos os motivos são hoje válidos para se estar presente num evento presencial, e fazem-se por tudo e por nada”, Fátima Silva (CEO da Globalis)

 

Projetos em carteira
A Globalis tinha vários projetos em carteira que a pandemia fez adiar, mas que Fátima Silva faz questão de dizer que deverão começar a ser implementados no final deste ano ou no início do próximo.

“Colaboramos muito com o Grupo Arbo, mas ainda não trazemos clientes do estrangeiro para Portugal, projeto que estava para ser iniciado em 2020, mas com a pandemia acabou por ficar em banho-maria, mas que vamos retomar”.

Além disso “tínhamos uma ideia interessante e diferente, e que esperamos vir a retomar, que tem a ver com serviços de concierge de luxo, serviços direcionados para um determinado tipo de viajantes, como os expatriados, estrangeiros que compram casa em Portugal, que não têm estrutura familiar e necessitam de apoio e de alguns serviços, ou seja, pessoas que precisam de todo o apoio local num país que não é o seu”, realçou a gestora.

Este projeto, segundo Fátima Silva, pode complementar-se com o conceito “Jornada do Passageiro”, de forma que “as pessoas possam chegar e se identificar com a vida real de Portugal e dos portugueses sem ser através do tradicional tour e sem ser só nas grandes cidades”.

Finalmente, a agência, através de parceiros e do seu grupo no Brasil, está a preparar uma campanha para viagens ao Mundial de Futebol no Qatar (novembro e dezembro deste ano), “uma forma de retomar e estar presente”.

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Concorrência dá ‘luz verde’ à compra da Ritmos&Blues e Arena Atlântico pela Live Nation

A Autoridade da Concorrência (AdC) deu ‘luz verde’ à compra da promotora Ritmos & Blues e da gestora da Altice Arena pela Live Nation, anunciada em abril de 2023.

Em comunicado, a Autoridade da Concorrência (AdC) salienta que a decisão de “não se opor à operação de concentração envolvendo a aquisição pela Live Nation Entertainment Inc. (LNE), de uma participação de controlo indireto da Ritmos & Blues Produções, Lda. (R&B) e da Arena Atlântico — Gestão de Recintos Multiusos, S.A. (Arena Atlântico) e respetivas subsidiárias”, foi possível “após a LNE propor compromissos para resolver as preocupações jusconcorrenciais identificadas pela AdC na sua investigação”.

A decisão agora adotada foi precedida de uma “investigação aprofundada”, depois de a AdC ter considerado que a operação de concentração poderia resultar em “entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste, resultantes de restrições, totais ou parciais, no acesso à MEO Arena por concorrentes no mercado de promoção de eventos ao vivo e no mercado de serviços de bilhética”.

A LNE comprometeu-se, assim, a garantir o acesso de todos os promotores à MEO Arena com base em condições justas, razoáveis e não discriminatórias, que os preços da MEO Arena permanecem baseados em condições justas, razoáveis e não discriminatórias perante qualquer alteração hipotética futura, e que será estabelecido um limite máximo de utilização da MEO Arena pela LNE e pela R&B, de modo a permitir que os demais produtores tenham acesso à sala, entre outras garantias.

“Nestes compromissos, cuja última versão foi apresentada em 21 de outubro de 2024, a LNE esclareceu, ainda que a Arena Atlântico não pode impor quaisquer comissões, taxas ou encargos de qualquer tipo aos Operadores de ‘Ticketing’ e aos Promotores Terceiros, com exceção dos estabelecidos no Documento da Política de Preços da MEO Arena, que faz parte dos Compromissos assumidos pela LNE”, esclareceu a AdC.

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Portugal mostra oferta de turismo interior na Intur

Até ao próximo domingo, Portugal estará presente na Intur, Feira Internacional de Turismo de Interior, mostrar um catálogo vivo da riqueza e diversidade do turismo de interior português.

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Portugal marca, mais uma vez, presença na Intur, Feira Internacional de Turismo de Interior, que está a decorrer em Valladolid até ao próximo domingo, 17 de novembro.

A feira tem, este ano, uma dupla vertente, uma jornada para profissionais, Intur Business, e a grande exposição aberta ao público, Intur Travellers, que começará na sexta-feira, dia 15. Aí, os visitantes poderão descobrir as propostas apresentadas por destinos e empresas, desde o turismo termal do norte ao cultural e patrimonial do sul.

Destinos como a região de Lisboa, Porto e Norte, e Centro são clássicos na Intur, que este ano celebra a sua 27.ª edição. A par destes territórios, a Intur Viajeros dará a conhecer a riqueza turística do Alto e Baixo Alentejo, Castelo Branco, Beiras e Serra da Estrela, Região de Leiria, Guarda, Oeste, Alto Tâmega e Terras de Trás-Os-Montes.

A oferta para o visitante completa-se com Oliveira de Frades, Barcelos, Felgueiras, Loulé, Óbidos, Vila Viçosa, Lagos, Terras de Pena, Dueceira, Termas de Monfortinho, Pedra Pura Resort, Alcaçovas e Castinheria de Pèra.

Portugal tem também uma presença importante na conferência Intur Business para profissionais, quer através dos operadores turísticos que participam no mercado contratante, quer através das empresas e especialistas que vão participar nas ações de formação Intur Talks.

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Papel transformador da IA no setor das viagens e turismo destacado em Londres

A cimeira de ministros do Mercado Mundial de Viagens, em colaboração com a ONU Turismo e o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), voltou a focar na crescente importância da Inteligência Artificial para o setor, tendo sido enfatizada a importância vital de garantir que a adoção da IA seja inclusiva, em benefício de todas as partes interessadas, incluindo as PME e destinos emergentes.

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A cimeira, que reuniu em Londres, durante o World Travel Market (WTM) contou com a participação de ministros do Turismo de mais de 20 países. Dando voz ao setor privado, líderes da Expedia, HBX Group, JTB Corp e SITA, destacaram a importância das parcerias empresariais e público-privadas.

Abrindo o debate, a Diretora Executiva de Turismo da ONU, Natalia Bayona, disse que “o setor precisa de estar preparado para tomar melhores decisões com a ajuda da Inteligência Artificial generativa”, avançando que “o  turismo tem a capacidade de criar histórias únicas, e o uso da tecnologia para o bem no marketing e promoção de destinos, infraestrutura pública digital e educação é crucial, e a hiperpersonalização de viagens pode ser nosso maior trunfo”, mas defendeu que, “acima de tudo, a inteligência artificial precisa da inteligência humana para ser brilhante.”

Já Julia Simpson, presidente e CEO do Conselho Mundial das Viagens e Turismo (WTTC) disse que “embora devamos abordar questões globais como as mudanças climáticas e a necessidade de práticas sustentáveis, também temos oportunidades incríveis pela frente”, lembrando que, em 2023, “nosso setor contribuiu com quase 10 biliões de dólares para a economia global, apoiando 330 milhões de empregos. Este ano, estamos prontos para quebrar recordes novamente”, assim, “ao trabalharmos de mãos dadas, podemos garantir que as viagens e turismo continuem a prosperar, alavancando a IA e outras tecnologias para criar um futuro resiliente, sustentável e inclusivo”.

Em Londres, Natalia Bayona expôs a visão da ONU Turismo para o futuro do setor, consiganado no “Strategic Roadmap: AI For Good in Tourism”, que passa por transformar o setor através do rápido surgimento e adoção inteligente de novas tecnologias.

A ONU Turismo refira-se, lidera pesquisas sobre o papel da IA ​​no turismo. Sua análise mais recente, a ser publicada em colaboração com a Membro Afiliada da ONU Turismo, Saxion University of Applied Sciences, “Artificial Intelligence Adoption in Tourism” define considerações importantes para as partes interessadas do setor. Em 2025, o organismo também publicará uma análise aprofundada entre os estados-membros para revelar a adoção da IA, os desafios e as recomendações estratégicas.

No que diz respeito à formação, qualificação e requalificação, os ministros debateram como essa tecnologia pode dar suporte à criação de empregos, ao mesmo tempo em que ajuda a força de trabalho a adquirir as habilidades necessárias para prosperar no futuro. O Turismo da ONU está atualmente a reforçar a sua Academia Online de Turismo integrando ferramentas avançadas de IA em 10 novos cursos. Essas incorporações equiparão os profissionais de turismo com recursos e capacidades essenciais para prosperar numa indústria orientada por IA, incluindo cursos específicos de IA.

As discussões na cimeira de ministros enfatizaram também a necessidade vital de investimento em IA e inovação mais ampla. Neste caso, o Turismo da ONU está a expandir o seu foco para incluir investimentos não tradicionais nas suas diretrizes nacionais, enfatizando o papel de modelos de financiamento alternativos no fortalecimento do ecossistema de start-ups, e isto inclui explorar como os insights orientados por IA podem orientar e aprimorar estratégias de investimento, particularmente para startups de turismo emergentes.

No World Travel Market, a UN Tourism anunciou esforços para dar suporte a empreendedores em toda a cadeia de valor do turismo na adoção de IA e outras tecnologias avançadas. Através de workshops, parcerias e programas dedicados, vai capacitar startups e empresas com as ferramentas de que precisam para inovar e ter sucesso num futuro dominado pela tecnologia.

Uma parte fundamental da estratégia é a criação de uma nova Força-Tarefa Global sobre Nomenclatura Universal para IA no Turismo. Esta iniciativa inovadora será um primeiro esforço colaborativo para padronizar a terminologia de IA com especialistas-chave de todas as regiões de Turismo da ONU de toda a cadeia de valor do turismo, garantindo clareza e consistência para as partes interessadas.

Reafirmando seu compromisso com a inovação, em Londres, a ONU Turismo também anunciou o lançamento do “Desafio de Inteligência Artificial” para soluções orientadas por IA que moldarão o futuro do turismo, com foco em branding, promoção e marketing, destinos inteligentes, educação e operações eficientes.

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Roma acolhe 25ª Cimeira Mundial do WTTC no final de 2025

A 25ª Cimeira Mundial do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) vai ter lugar no final do próximo ano em Roma. É a primeira vez que o evento será realizado no coração histórico da Itália, sede de antigos impérios e património cultural.

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O Global Summit em Itália reunirá líderes empresariais e delegações governamentais do mundo todo na sua capital para discutir os últimos desafios que o setor das viagens e turismo enfrenta, bem como as soluções do amanhã.

Programada para o final de 2025, a 25ª Cimeira Mundial do WTTC Global será realizada em colaboração com o Ministério do Turismo da Itália e marca o regresso à Europa após seis anos.  A última cimeira no continente europeu teve lugar em 2019, em Sevilha, Espanha, que contou como operador principal o 44º Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

A presidente e CEO do WTTC, Julia Simpson, enalteceu que “a história mostra que todos os caminhos levam a Roma, e em 2025 isso certamente será verdade, pois vamos estar numa cidade repleta de história, mas vibrantemente voltada para o futuro”.

Por sua vez, Daniela Santanchè, ministra do Turismo da Itália, enfatizou que “este evento é reconhecido como o cenário mais importante para o diálogo entre governos e o setor privado, onde os líderes moldam o futuro do turismo e viagens globais, daí estarmos ansiosos para receber os nossos convidados e membros do WTTC em Roma, uma cidade rica em história e inovação.”

O 25º WTTC Global Summit servirá como uma excelente oportunidade para mostrar a rica herança cultural da Itália e as ofertas turísticas contemporâneas aos principais executivos de viagens de todo o mundo.

 

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CEO da Global DMC Partners alerta: “Excesso de turismo ameaça o MICE”

Catherine Chaulet, presidente e CEO da Global DMC Partners, parceira do agora Grupo Embrace alertou, em declarações ao Publituris, que “o excesso de turismo ameaça o segmento MICE” e que, “se os meeting planners começam a ouvir falar de problemas de excesso de turismo num destino, começam a afastar-se”. Acrescentou que Portugal, um dos destinos internacionais mais procurados pelos organizadores de eventos corporativos “tem de começar a olhar para esta ameaça”.

Em declarações ao Publituris, na sua recente passagem por Lisboa, Catherine Chaulet, presidente e CEO da Global DMC Partners, observou que a Indústria do MICE atravessa atualmente diferentes desafios: “Os orçamentos mantêm-se os mesmos, enquanto os preços dos hotéis, passagem aérea e os audiovisuais, estão cada vez mais altos”. Assim, para dar uma ideia, disse que “os preços aumentaram uma média de 30% a 40%, e os orçamentos mantiveram-se no geral, ou subiram apenas 10%, para o mesmo número de meetings e incentivos”.

A executiva reconhece que este segmento está em plena retoma no pós-Covid em todo o mundo, e “estamos a crescer e a nossa expansão já ultrapassa os resultados da pré-pandemia, porque as pessoas almejam reencontrar-se face to face. Neste aspeto, sublinhou, “mais uma vez os meeting planners devem gerir os programas complexos face à redução das verbas”. Refira-se que a maioria dos clientes da Global DMC Partners são provenientes dos Estados Unidos da América, Canadá e Europa, mas estão a crescer na Ásia, apesar de ainda haver alguns mercados nesta zona do globo, como a China, que só recentemente retomou este tipo de viagens.

Sobre o futuro desta indústria, Catherine Chaulet defendeu que “o MICE vai continuar a crescer, mas penso que existem riscos, e o primeiro que vejo é a situação geopolítica no mundo com países que infelizmente perderam todas as oportunidades de turismo uma vez que passaram a ser perigosos. Ao mesmo tempo, todos as crises económicas e financeiras podem colocar em risco tudo o que é a indústria do MICE, e temos de ter atenção”.

A responsável evidenciou também o excesso de turismo que “é um grande problema. Os destinos que não conseguirem gerir o fluxo deste tipo de turismo podem perder para o MICE, porque já há grupos que decidiram não se deslocar para certos destinos e cidades porque o “overtourism” destrói a qualidade da oferta”.

E Portugal, já sofre deste problema? A presidente e CEO da Global DMC Partners está confiante que o nosso país “está a fazer um excelente trabalho nesse sentido, quando comparado com outros países. Toda a campanha de marketing de Portugal é muito inteligente porque toma em consideração tudo o que é sustentabilidade, mas como todos os países, estão também em risco, e para continuar a captar eventos corporativos, Portugal precisa de olhar para a ameaça do excesso de turismo. Lisboa também”. Na opinião da responsável, “Portugal está a identificar o problema e a agir com antecedência”, realçando que outros países reagiram muito tarde, criando um conflito de interesses: os destinos querem mais turistas porque geram receitas e aceitam muitas companhias low cost, mas ao mesmo tempo não conseguem gerir todo esse fluxo, o que torna muito complicado. Assim, é necessário que os governos consigam ajudar a encontrar esse equilíbrio”, sublinhou.

Esta questão do “overtourism” é tão importante para a Global DMC Partners quanto os seus clientes são de empresas de topo “que exigem muita qualidade de infraestruturas, mas também autenticidade dos destinos”, destacou.

Para a executiva este rebranding do seu parceiro ex grupo TravelStore para Embrace, “vai consolidar” todas as diferentes empresas do grupo sob o mesmo nome. “Nós somos um dos parceiros, captamos clientes do mundo inteiro e enviamos para a agora Embrace. E como este grupo oferece diferentes serviços, é uma situação que me interessa muito porque certos clientes nossos necessitam de outros serviços, não somente de DMC, que as suas outras empresas podem oferecer”, indicou Catherine Chaulet.

“Nós representamos tudo o que são meeting planners nos Estados Unidos da América, Canadá e também na Europa, ou seja, temos conexão com todas essas grandes empresas do MICE que necessitam de especialistas em Portugal, e enviamo-los ao agora grupo Embrace”, esclareceu.

Catherine Chaulet reforçou que o mercado do MICE “está a crescer e temos cada vez mais pedidos uma vez que as equipas de meeting planners dos nossos clientes continuam a ser muito pequenas e necessitam de ajuda para poder organizar e realizar todos esses programas, e um grupo como a Embrace oferece muitas vantagens. Nesse aspeto, a nossa procura aumentou muito”.

Considerou que a Embrace “é um excelente parceiro, com uma equipa formidável e de grande qualidade. É um grupo que consegue trabalhar em função do que o cliente procura, ou seja, é muito flexível e isso é um elemento essencial, até porque a indústria do MICE evoluiu e os meeting planners são mais exigentes”.

“Índice Global de Destinos 2024”: Lisboa na 5ª posição

A Global DMC Partners, a maior rede global de Destination Management Companies (DMC) independentes e provedores de serviços de eventos especializados, revelou seu Global Destination Index de 2024, destacando os destinos de reuniões e incentivos mais populares no mundo, que coloca Lisboa na quinta posição.

No Top10 das expectativas internacionais dos clientes da Global DMC Partners, que destacam a autenticidade e práticas de sustentabilidade como fatores fundamentais e que marcam a diferença junto de viajantes conscientes, estão Paris, Barcelona, Amesterdão, Londres, Lisboa, Atenas, Madrid, Viena, Roma e Berlim. Em relação aos Estados Unidos da América, a lista abre com Chicago, seguindo-se Washington, Nova Iorque, Las Vegas, Nashville, Dallas, Miami, Orlando, Austin, e finalmente, San Diego.

Catherine Chaulet, presidente e CEO da Global DMC Partners, realça que “é interessante ver os novos destinos que entraram na lista deste ano, assim como a mudança na ordem de popularidade dos 10 primeiros, particularmente porque a nossa indústria é um ótimo indicador da força económica mundial e onde a maioria dos negócios está a ser feita”.

A executiva considera que “também vimos um interesse crescente em destinos secundários com um aumento nas oportunidades para 2024 ou 2025, em comparação aos anos anteriores”, tais como a Riviera Francesa, Málaga e Sevilha, destacando-se esta última como um dos principais destinos MICE de Espanha para 2024, “misturando charme tradicional com locais de ponta, ideal para eventos de qualquer tamanho, particularmente grandes congressos e conferências”.

Outros destinos secundários importantes constantes do índice incluem Japão, Havai, Costa Rica, Santa Lúcia, Região Emilia-Romagna na Itália (Bolonha, Parma e Modena), Ilhas gregas, incluindo Corfu, Egina e Milos, bem como cidades do centro-oeste dos EUA, como Minneapolis, Kansas City e Louisville.

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36.ª edição do Festuris começa com crescimento de 9%

A 36.ª edição do Festuris – Feira Internacional de Turismo registou a sua inauguração oficial, destacando a organização um crescimento de 9% nos expositores.

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A 36.ª edição do Festuris – Feira Internacional de Turismo teve o seu início marcado por dois aspetos. O primeiro, o registo de um crescimento de 9% em termos de expositores face à edição passada, com a organização a indicar que houve uma “ampliação no número de marcas novas que aderiram ao Festuris para prospetar os seus negócios, e de destinos internacionais que subiu de 40 no ano passado para 53 neste ano”, referiram Eduardo Zorzanello e Marta Rossi, CEO da feira organizada no Gramado. O segundo, prende-se com a apresentação da nova identidade visual do Festuris e o tema da 37.ª edição: “Reimaginando o Amanhã”, com data marcada de 6 a 9 de novembro de 2025.

No discurso de inauguração da feira, Eduardo Zorzanello, salientou: “Batemos metas, ganhamos credibilidade do mercado, conquistamos e fidelizamos parcerias, atraímos novos expositores, mas, acima de tudo, conquistamos amigos, porque temos valores fortes, que começam em nossa base familiar e se estendem em nossos negócios”.

“O turismo não tem idade, não tem cor, não tem gênero, não tem ideologia, o turismo tem pessoas e é feito por pessoas. Sempre afirmamos que é a mais inclusiva das atividades económicas”, sublinhou o CEO do Festuris.

Quanto à identidade visual do Festuris 2025, esta foi criada para destacar o papel do evento como um espaço de inovação e futuro no turismo. O azul representa o horizonte de novas possibilidades, trazendo confiança e estabilidade para o setor. Já o laranja, vibrante e energético, simboliza a paixão e a criatividade que impulsionam o turismo. O branco completa a paleta, criando um espaço de equilíbrio e clareza para novas ideias e soluções.

O logo do Festuris foi trazido para o universo tridimensional, com a dimensão 3D a adicionar profundidade, refletindo a multiplicidade de perspectivas, como permite variações visuais que enriquecem a comunicação e se adaptam a diferentes contextos.

“Somos muito mais que uma feira de conexões e negócios, somos uma plataforma de experiências com foco nos negócios e nas pessoas. Buscamos ouvir o trade turístico e suas dores, para entregar um grande evento. Com certeza esta é uma das razões pelas quais o Festuris é tratado pelo trade como o evento de turismo mais querido do Brasil”, concluiu Marta Rossi.

*O jornal Publituris está presente no Festuris a convite da TAP Air Portugal e do Festuris
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WTM Global Travel Report aponta para 2 biliões de turistas internacionais em 2030

No dia em que decorreram as eleições nos Estados Unidos da América (EUA), Dave Goodger, Managing Director EMEA da Tourism Economics, apresentou o WTM Global Travel Report 2024, avisando, desde logo, que “a análise realizada pode e deve mudar já no dia seguinte a esta apresentação”. Os dados recolhidos apontam, no entanto, para que o turismo internacional possa passar de 1,5 biliões viajantes, em 2024, para 2 biliões, em 2030. Mas haverá alterações na forma como as viagens serão feitas e o propósito das mesmas.

Victor Jorge

Com a apresentação do WTM Global Travel Report 2024 a decorrer num clima de grande incerteza, devido às eleições nos EUA, que ditaram a eleição de Donald Trump como 47.º Presidente dos EUA, Dave Goodger, Managing Director EMEA da Tourism Economics, começou por referir “que as empresas e os destinos turísticos estão a transformar-se e a reinventar-se para atender a um cliente mais perspicaz e exigente”, admitindo que “à medida que saímos totalmente das perturbações causadas pela pandemia, as preferências dos consumidores evoluíram”.

Prova disso é que os gastos do turismo de lazer atingirão 5,5 biliões de dólares (ligeiramente acima dos 5 biliões de euros), representando um crescimento de 24% face a 2019, reconhecendo Goodger que “os viajantes procuram agora mais experiências únicas e mais ricas do que nunca, desencadeando uma nova vaga de oportunidades para o turismo a nível mundial”.

Assim, prevê-se que as viagens internacionais atinjam, em 2024, um marco significativo de 1,5 biliões de viajantes, antecipando o WTM Global Travel Report 2024 que, em 2030, as chegadas de turistas internacionais possam aumentar para mais de 2 biliões, correspondendo a um aumento de 29%.

Europa lidera, mas olhem para a Ásia
Sem grandes alterações, os mercados avançados como os países da Europa Ocidental e os EUA continuarão a representar a maior parte dos mercados emissores. No entanto, revela o relatório apresentado no WTM London 2024, “os mercados emergentes deverão crescer mais rapidamente, com a procura chinesa a aparecer na linha da frente”, destacando Dave Goodger ainda “a Índia com um mercado a ter em atenção”.

As viagens de curta distância continuarão a dominar, especialmente no curto prazo, com muitas famílias a enfrentarem pressões financeiras acrescidas devido à inflação persistente dos últimos anos. “O contexto económico difícil está a moldar um consumidor cada vez mais consciente dos custos”, reconheceu o responsável da Tourism Economics. Os dados recolhidos revelam ainda que 80% dos profissionais do turismo inquiridos consideram que a “sensibilidade aos preços influenciará cada vez mais as viagens para o ano de 2025”.

O relatório da Tourism Economics revelou ainda que três quartos de todos os inquiridos continuam a dar prioridade às viagens, mas procuram opções “mais económicas”, bem como “novos destinos e experiências”. Já a duração média da estadia nas viagens internacionais continuará elevada, uma vez que algumas viagens mais curtas estão a ser sacrificadas e substituídas por viagens mais longas, frisando Goodger que “esta realidade faz parte da tendência ‘slow travel’” e que grande parte dos viajantes ouvidos estão agora mais interessados em conhecer “a cultura local do destino que visitam.

Na Europa, os maiores mercados – nomeadamente a Alemanha, a França e o Reino Unido – continuarão a impulsionar os gastos em lazer em 2025, beneficiando, ao mesmo tempo, de uma “maior atividade turística interna”, que, no caso da Alemanha representa cerca de 95% de todos os gastos com turismo de lazer.

Entretanto, o facto de cada vez mais viajantes procurarem experiências novas e mais acessíveis, o relatório aponta para que “o crescimento mais forte virá dos mercados mais pequenos”. Isto inclui mercados emergentes ou em desenvolvimento, como a Eslováquia, Azerbaijão, Albânia ou Arménia.

Já na América do Norte, o turismo interno continuará a ser o pilar da procura, influenciada pelos EUA, representando cerca de 90% das despesas de viagem. No entanto, as viagens internacionais de lazer deverão registar um crescimento de 9% ao ano até 2030, proporcionando “mais oportunidades para os mercados destinos”.

Já na Ásia, a recuperação mais lenta das viagens na China está a pesar sobre as perspectivas regionais, salientando o relatório que “tal situação está a ter um impacto desproporcionado nos vizinhos próximos, com a Tailândia e o Vietname particularmente dependentes dos viajantes chineses”. A recuperação para níveis de 2019 está “atrasada”, mas espera-se um crescimento global das despesas com viagens internacionais em cada um dos mais de 20 territórios em 2025, em comparação com 2024, com destaque para o Sri Lanka, Laos e Camboja.

“Slow travel“ de regresso
Outra conclusão do relatório frisa o aumento da classe média mundial que está a impulsionar o aumento da procura de novas experiências turísticas. “Isto está a levar a mudanças nos modelos tradicionais de viagem”, salientando o responsável da Tourism Economics o papel que a “tecnologia deverá desempenhar na influência e comportamento do viajante. Não se trata apenas e ter a tecnologia como fonte de informação, mas também como parte de um novo conjunto de ferramentas utilizado pelas empresas de viagens para melhorar a eficiência e oferecer experiências mais experiências mais envolventes”, referiu Goodger, considerando ainda que “a crescente adoção de novas tecnologias poderá aumentar significativamente a rendibilidade para as empresas de turismo”.

Certo é que a adoção de novas tecnologias é mais elevada entre os mais jovens, com a Geração Z muito mais dependentes da tecnologia, incluindo a Inteligência Artificial (IA) para o planeamento das viagens.

Também as escolhas de viagens sustentáveis continuarão a ganhar destaque e a influenciar a atividade. “O elevado reconhecimento dos pontos negativos das viagens nos ambientes sociais, culturais e naturais, combinados com os impactos das alterações climáticas irá alterar os comportamentos dos viajantes, principalmente dos mais jovens”, considera Goodger. Este facto poderá alimentar ainda mais a tendência para as tais “viagens lentas”, uma vez que os consumidores dão prioridade às experiências, efetuando viagens mais longas e com maior significado.

A concluir, o relatório aponta ainda para “a possibilidade de os desafios climáticos e ambientais poderem levar ao desaparecimento de alguns produtos turísticos tradicionais em alguns países, à medida que as condições naturais se deteriorem”.

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“Os operadores britânicos estão a olhar para Portugal como uma boa aposta no presente, mas, principalmente, para o futuro”, admite SET no WTM London

No arranque do World Travel Market (WTM) London 2024, Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo, enfatizou a importância do mercado britânico para Portugal, visível na maior presença portuguesa no evento, com 112 empresas, mas, também, “na diversificação de produtos turísticos apresentados pelo país”.

Victor Jorge

Com o mercado britânico a representar cerca de 20% do turismo internacional em Portugal, Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo (SET), referiu ao Publituris que a forma de fazer escalar este mercado passa, desde logo, “por esta grande presença de Portugal numa das maiores feiras mundiais do setor, com a presença de 112 empresas no stand do Turismo de Portugal”.

Pedro Machado fez questão de reforçar esta ideia, não só com a presença destas 112 empresas, mas pelo facto de “estas empresas representarem o todo do território nacional. Portugal já não se apresenta somente com o Algarve, Lisboa ou Madeira, mas como um país turístico completo e diversificado”.

“Durante muito anos, a nossa presença não espelhava, de facto, o que era Portugal em termos turísticos”, admitiu o SET. “Temos vindo a crescer e a mostrar um Portugal diferente, diverso e de valor. Temos visto crescer o Porto, o Centro, os Açores, o Alentejo, o que significa que existe hoje uma distribuição mais equitativa daquilo que é, por um lado, a aptidão para o mercado do Reino Unido do ponto de vista das nossas empresas, mas também, e esta é a justificação de estarem aqui, do Reino Unido olhar para Portugal de uma forma diferente, mais global, mais alargado e com maior diversidade”, salientando ainda o “reposicionamento de Portugal com novos produtos turísticos”.

“A presença do statement de ‘Portugal é Arte’ significa que somos gastronomia, natureza, mas também arte, enoturismo, literatura, turismo industrial”, frisando que “estamos, no fundo a abrir aquilo que são as nossas propostas de valor de um país que está mais moderno, mais competitivo e pode, perfeitamente, responder a várias motivações, a várias expectativas”.

Pedro Machado destacou ainda o que a sua própria presença, bem como do Turismo de Portugal, está a fazer no WTM. “Ainda agora terminei uma reunião com a Jet2 que vai ter voos diretos para o Porto, para o Algarve e vai pensar seriamente em reforçar a presença na Madeira. Isto significa que os próprios operadores britânicos estão a olhar para Portugal como uma boa aposta no presente, mas principalmente, para o futuro”.

Todo este cenário faz Pedro Machado antever que “possamos, definitivamente, ultrapassar a fasquia das 10 milhões de dormidas em 2024, depois de, em 2023, termos superado as 9 milhões de dormidas e chegado perto dos 4 milhões de hóspedes”.

Segundo as contas do SET, o mercado do Reino Unido deverá crescer “9% em receitas e 3% em fluxo”, o que faz Portugal chegar “muito perto dos 5 mil milhões de euros em receitas, somente do mercado britânico”.

Para Pedro Machado, esta realidade deve-se a “estarmos a intensificar as campanhas de promoção de Portugal, mas também por induzirmos as próprias regiões a fazer as suas campanhas”. E a prova disso está, segundo o SET, na “capacidade que temos estado a desenvolver para captarmos grandes eventos como o MotoGP, a WSL, vamos ter a ICCA, a Gala Michelin”, reconhecendo que “todos estes eventos seduzem positivamente estes operadores que reforçam a sua operação para o nosso país”.

Pedro Machado reforçou o destaque dado à “diversificação que temos mostrado não só ao nível dos produtos turísticos, mas também relativamente à aposta que temos feito no âmbito da sustentabilidade”. E novamente, a reunião com os responsáveis da Jet2 foi mencionada, já que “foi a própria Jet2 que quis mostrar o seu plano de sustentabilidade e a sua agenda na mitigação das alterações climáticas, da diminuição da pegada, da descarbonização e que contamina positivamente os consumidores”, revelou.

“Quando lançarmos a nossa Estratégia Turismo 2035 é, no fundo, olharmos para aquilo que é o cluster do turismo e percebermos da sua conectividade com outras áreas de intervenção e ação, sempre numa lógica de que Portugal se quer posicionar como um destino friendly em vários segmentos, mas também como um destino sustentável”, algo que reconhece “é cada vez mais relevante para o turista britânico”.

Quanto ao poder influenciador do mercado britânico, Pedro Machado admite que “um mercado com 70 milhões de pessoas pode sempre influenciar outros mercados emissores. Estamos a falar de uma das praças financeiras mais poderosas do mundo, aqui se cruzam imensas geografias, o que significa que a imagem de Portugal, que é francamente positiva, pode alargar-se de forma exponencial”.

A concluir, o secretário de Estado do Turismo não deixou de frisar um fator muito importante, não só para o mercado britânico, mas para todos: “a segurança. A perceção que o mundo tem de Portugal relativamente ao facto de ser um destino seguro não tem preço”, concluindo que, “aliado à boa perceção internacional na saúde, Portugal apresenta padrões que jogam, para ganhar, em qualquer mercado”.

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Portugal mostra-se na WTM Londres 2024 e leva a campanha “Portugal is Art”

Portugal mostra-se, até quinta-feira, dia 7 de novembro, na WTM Londres. A participação nacional, coordenada pelo Turismo de Portugal, conta com o número recorde de 112 empresas e ocupa um stand de 1010 m2. Estão também presentes as sete Agências Regionais de Promoção Turística (ARPT) do país.

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Para além das empresas portuguesas e das sete Agências Regionais de Promoção Turística, os três dias da World Travel Market contam com a participação do secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, e do presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, que destaca que a presença do nosso país na WTM “reflete o compromisso contínuo do Turismo de Portugal em investir neste importante mercado. Para além de atrair segmentos exigentes através de experiências turísticas diversificadas, o Turismo de Portugal, pretende também com esta tão significativa presença neste certame, promover ativamente as múltiplas e diversificadas propostas de valor do nosso país e que é possível usufruir ao longo de todo o ano.”

O britânico é o principal mercado emissor de turistas para Portugal. Em 2023, o Reino Unido posicionou-se como o 1.º mercado turístico da procura externa para o nosso país em termos de dormidas, com uma quota de 18,4%, o que corresponde a cerca de 9,9 milhões de dormidas. No que diz respeito a hóspedes é o 2.º mercado, com uma quota de 12,9% que corresponde a 2,4 milhões de pessoas.  Observa-se igualmente um acréscimo nas receitas turísticas que se situaram em 3.835,1 milhões de euros, posicionando-se no 1.º lugar, com uma quota de 15,3%, indica a nota de imprensa do Turismo de Portugal.

Entretanto, de acordo com os dados da Globaldata, em 2023, as saídas de britânicos para o estrangeiro registaram um crescimento expressivo (+18,4%) correspondendo a 89,7 milhões de viagens, mas ainda apresentam um nível inferior ao registado em 2019 antes da pandemia (-5,5%). Cerca de 78,7% dos fluxos de outbound estão concentrados no continente europeu.

As perspectivas futuras são positivas, diz ainda a mesma fonte, e até 2027, estima-se que as partidas internacionais do Reino Unido cresçam 5,8%/ano. Já os gastos dos turistas britânicos no estrangeiro deverão aumentar 7,8%/ano, números que reforçam a relevância deste mercado para Portugal.

Refira-se, entretanto, que o Reino Unido é um dos mercados onde, até ao final do ano, vai viver a campanha internacional do Turismo de Portugal que convida a descobrir um território, onde o quotidiano se eleva à condição artística e onde cada experiência revela uma dimensão cultural única. Sob o mote “Portugal is Art”, esta campanha, além do filme conceito, conta com seis versões mais curtas relativas a seis produtos turísticos: enoturismo, turismo literário, gastronomia, bem-estar, surf e festivais de música.

Os vários filmes da campanha vão estar em exibição no pavilhão de Portugal, de forma a mostrar a todos os visitantes que Portugal é arte nas suas diversas expressões e recantos.

“Portugal is Art” desafia a explorar um destino onde a cultura, a tradição e a contemporaneidade se fundem de forma singular. A intenção é mostrar que, num país como o nosso, a arte está em todo o lado, porque em Portugal #ViverÉArte.

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Boost Portugal melhora experiências com integração da Mesaluisa

A Boost Portugal acaba de integrar o espaço e projeto fundados por Luísa Villar, complementando, assim, a oferta de espaços e experiências para clientes empresariais.

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A Boost Portugal acaba de integrar da Mesaluisa, um projeto dedicado à cozinha portuguesa criado por Luísa Villar. O espaço manterá o seu conceito e formato de funcionamento, baseados na oferta de uma experiência gastronómica tipicamente portuguesa para pequenos grupos, complementada pela partilha de histórias à mesa.

Possuindo como principal missão criar e oferecer experiências únicas que conectem os seus clientes de forma autêntica entre si e com o mundo esta adição ao portfólio da Boost Portugal (que conta já com 15 marcas) acontece de forma natural e reforça o compromisso com a visão da empresa, incluindo no que toca a experiências gastronómicas de excelência. O conceito exclusivo e intimista é ideal para grupos até 20 pessoas, reforçando o espaço a oferta de refeições temáticas e os programas de team-building, estando já disponível mediante reserva, incluindo para jantares de Natal.

De referir que o espaço Mesaluisa situa-se num pátio tipicamente lisboeta em plena Avenida 24 de Julho e ao lado de um dos mais icónicos mercados portugueses, o Mercado da Ribeira. Luísa Villar converteu um antigo armazém de material de pesca num espaço acolhedor e com um conceito de total dedicação à história da cozinha portuguesa e à comida familiar e de conforto.

A experiência foi pensada para grupos pequenos, começando com uma visita ao mercado e seguindo para o espaço, onde tudo acontece com a participação de todos: a confeção da refeição em conjunto, enquanto há uma partilha descontraída de histórias e dicas de cozinha, seguida pela experiência gastronómica.

João Paiva Mendes, CEO da Boost Portugal, sublinha que “esta é uma evolução muito natural daquilo que é a nossa oferta de jantares temáticos, permitindo-nos integrar um conceito diferenciador e de segmento exclusivo e intimista”, concluindo que “juntos vamos chegar a mais pessoas e continuar a inspirar clientes, celebrando a autenticidade e a riqueza cultural de Portugal como destino”.

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