Celebrity Cruises quer aprofundar relação com agentes de viagens em Portugal
Companhia de cruzeiros de luxo, propriedade do grupo Royal Caribbean, vai investir mais de 150 mil euros em formação, marketing e apoio aos seus parceiros portugueses, este ano.
Inês de Matos
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A Celebrity Cruises reformulou o negócio e pretende estabelecer uma relação mais próxima com o trade português, nomeadamente com os agentes de viagens, numa estratégia que, segundo Michael W English, Head of Business Development EMEA da Celebrity Cruises, visa a segmentação do mercado e um maior reconhecimento da importância destes profissionais.
“Quando viajamos, temos de escolher o cruzeiro certo, se isso não acontecer, não haverá futuro para a indústria dos cruzeiros. Na hotelaria, por exemplo, quando um cliente de um Holiday Inn vai para um Four Seasons, vai notar a diferença e não vai resultar, o mesmo acontece nos cruzeiros. Por isso, temos que investir na formação e no desenvolvimento da marca junto do trade”, começou por explicar o responsável, durante uma conferência de imprensa em Lisboa, onde deu conta que Portugal é um dos 13 mercados prioritários para a companhia de cruzeiros na Europa, Médio Oriente e África.
Segundo Michael W English, a Celebrity Cruises vai investir, este ano, mais de 150 mil euros em formação, marketing e apoio aos seus parceiros portugueses, de forma a que os agentes de viagens fiquem a conhecer a companhia de cruzeiros do grupo Royal Caribbean, que se posiciona num segmento superior, e possam distinguir a oferta da Celebrity Cruises da das várias companhias que existem.
“O que fizemos com o investimento no reposicionamento da marca e nos navios é incrível, porque existem mais de 30 companhias de cruzeiros na Europa e há muita escolha para os agentes de viagens, tínhamos de fazer alguma coisa para sobressair”, acrescentou o responsável, explicando que as mudanças operadas pela Celebrity Cruises visam também proporcionar um maior reconhecimento aos agentes de viagens.
“As pessoas gastam mais dinheiro na agência de viagens do que no dentista, mas não vão a um dentista que não seja profissional e com os agentes de viagens deve acontecer o mesmo. Por isso, estamos focados em formar os agentes, que têm de ser vistos como profissionais das viagens”, defendeu, sublinhando que “um agente de viagens deve ser visto como um profissional das viagens, pois passou a dar aos clientes outro tipo de informação”.
Michael W English considera que “os agentes de viagens têm de ser reconhecidos pelo seu papel” e devem conseguir dar ao cliente toda a informação sobre a companhia de cruzeiros, de forma a que, quando esse cliente sair da agência, perceba exatamente “o que é a Celebrity Cruises”.
Ou seja, como resumiu Francisco Teixeira, CEO da Melair Cruzeiros, que representa as companhias do grupo Royal Caribbean em Portugal, o objetivo da Celebrity Cruises é promover a segmentação do mercado, uma vez que, apesar de existirem muitas companhias na Europa, também “há grandes diferenças entre as companhias”.
“Visamos a segmentação da indústria dos cruzeiros. Até agora, falamos de cruzeiros de forma geral mas há grandes diferenças entre as companhias e, por isso, agora o grande desafio dos agentes de viagens é encontrarem o navio certo para cada cliente”, acrescentou o responsável, com Ana Pereira, diretora de Marketing e Comunicaçao da Melair Cruzeiros, a explicar ainda que a Celebrity Cruises “não é comparável com nenhuma outra” e que o segmento que a companhia pretende alcançar são os clientes dos hotéis cinco estrelas.
Para isso, garante Michael W English, a Celebrity Cruises quer construir uma relação de longo prazo com os agentes de viagens que aceitem o desafio e tem previstas diversas ações de formação, a exemplo dos webinares que já foram promovidos especificamente para os agentes de viagens do grupo Wamos, Abreu e El Corte Inglès e que a companhia de cruzeiros conta continuar a promover.
Objeto destes webinares será também o Celebrity Beyond, novo navio da companhia que vai ser inaugurado em abril e que deverá passar por Lisboa ainda nesse mês ou no próximo, e que se destaca por contar com mais 179 cabines que os demais navios da companhia de cruzeiros, incluindo mais 22 suites, além de uma área Retreat 40% mais espaçosa e mais opções de entretenimento, restauração e bares.
Michael W English revelou ainda que, se não tivesse aparecido a Ómicron, a companhia de cruzeiros transportaria, este ano, 1,4 milhões de passageiros, a maioria dos quais provenientes dos EUA, América do Norte e do Sul, e estima agora que, até pela chegada do Celebrity Beyond, seja possível chegar aos 1,6 milhões de passageiros globalmente, até 2025/2026, sem retirar nenhum navio da sua frota.