Impacto económico da guerra na Ucrânia é “mais uma preocupação” para o Turismo de Lisboa
Diretor-geral do Turismo de Lisboa, Vitor Costa, lembra que, “quando há uma crise económica, quando há mais inflação, juros mais altos e menos dinheiro disponível, a primeira coisa em que as pessoas cortam é nas viagens”.
Inês de Matos
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O diretor-geral da Associação de Turismo de Lisboa, Vitor Costa, considera que os efeitos económicos provocados pela invasão da Ucrânia pela Rússia são “mais uma preocupação”, uma vez que este conflito pode resultar numa crise económica, provocar receio no mercado e atrasar a recuperação turística na capital.
“Sabemos de situações anteriores que, quando há uma crise económica, quando há mais inflação, juros mais altos e menos dinheiro disponível, a primeira coisa em que as pessoas cortam é nas viagens”, disse Vitor Costa ao Publituris, esta segunda-feira, 28 de fevereiro.
De acordo com o responsável, a guerra na Ucrânia tem, para já, impacto limitado e apenas ao nível dos mercados russo e ucraniano, que apesar de estarem em crescimento na capital portuguesa, eram ainda pouco significativos em número.
“Tínhamos escolhido a Rússia como um dos mercados que iríamos trabalhar mais mas, agora, que não há ligações aéreas, isso já não faz sentido. Não está no nosso ranking principal mas é um mercado grande e que podia ter importância, assim como a própria Ucrânia, com quem tivemos no ano passado, e íamos renovar este ano, um acordo com uma companhia aérea. Isto imediatamente fica afetado mas não terá um impacto brutal porque o peso destes mercados ainda é pequeno”, explicou Vitor Costa.
A preocupação do responsável é, no entanto, com o efeito económico do conflito militar, uma vez que o “turismo não se dá bem com guerras”, nem com qualquer tipo de crise económica e, independentemente, de quando venha a terminar o conflito, o certo é que os seus “efeitos económicos não vão acabar tão rapidamente”.
Este impacto económico da guerra poderá levar muitos turistas a repensar a decisão de viajar, invertendo a tendência de recuperação que já se começava a registar e que, segundo Vitor Costa, as reservas para os próximos meses já vinham a mostrar.
“Estávamos entusiasmados, para este ano, a partir de março, abril e maio, as coisas estavam a começar a arrancar, está a começar a haver reservas, mesmo a nível dos eventos. Agora o receio é a nível económico, porque vamos ter aqui impacto”, indicou.
Apesar de considerar que, por enquanto, é impossível estimar a extensão desse impacto, Vitor Costa diz que este conflito será “sempre negativo para o turismo” e que “a perspectiva não é nada agradável”.
“São mais nuvens negras, mais ameaças e é uma preocupação”, concluiu.